Hoje saí de casa mais cedo. Quando passava ao pé da paragem de autocarro, cruzei-me com um velhote, de bengala.
Quando reparei que coxeava, chorei.
Quando vi a tristeza nos seus olhos, chorei.
Quando vi a bengala, lembrei-me das árvores na amazónia arrancadas à mãe terra cedo demais, todas as árvores morrem de pé mas cedo demais, todas as árvores que morrem são árvores demais a morrer, as árvores que ficam sozinhas mais depressa morrem, uma árvore não são árvores, uma lei nunca é de ferro. Um pau não faz uma floresta. Deus não perde um palito de vista. As árvores não deviam ver outra árvore morrer, lembrei-me disto e chorei.
Quando o velhote me viu a chorar, chorou comigo.
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