terça-feira, janeiro 11, 2022

Como odiar fantasia

Vamos lá ver: Eu gosto de ficção ciêntifica, mas detesto fantasia.

Ou diz-me pouco. Fantasia é própria de miudos parvos. Ou pronto, é só uma coisa de miudos. Parvos.

Diz-se do cinema que é uma experiência social. Assiste-se a uma história em grupo. A presença dos outros muda a maneira como a história é sentida. Ver em grupo um foguete movido a sonhos, por exemplo, é sermos colectivamente chamados de estupidos. Por causa de ideias destas é que há telefilmes.

Um tipo tranca-se em casa e sozinho, com o realizador, vive a tristeza de ver um filme que foi feito para ninguem ver.

 O final do Interstelar tem um final semelhante a descoberta que o foguetão é movido a sonhos. Graças a isso, dá uma guinada nos ultimos 15 minutos que estraga o filme todo.

Depois, aparece aquela campanha do 5G. O Ronaldo a andar de mota simultaneamente com o Miguel Oliveira. E eu fico à espera que me mostrem como é que as motas andam sincronizadas. Estão a vender isto como algo que se passou na realidade. Fico à espera. Se eles partilham instrucções entre eles. Se as motas se auto-equillibram. Se têm servomotores na direcção. Mas não. Dão a entender que uma está ligada à outra, que é rápido, que é instantaneo, que são interdependentes mas nunca usam o verbo conduzir. 

 Porquê? porque as duas motas estão ligadas por sonhos. O máximo que o Ronaldo e o outro gajo fizeram foi enviar um sms ao outro. Detesto fantasia.


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