terça-feira, março 31, 2009
Maldito.
Eu que pensava que já tinha dominado a caixa do espaço-tempo, eis que descubro mais uma vez a inevitabilidade da morte. Ou melhor, da vida. Apresento-vos a Beatriz, uma Penicillium chrysogenum , é uma vida que criei. Do queijo, fez-se vida. Se por um lado sinto-me endeusar por esta capacidade de ver, qual Lázaro, o queijo voltar dos mortos, por outro, o maldito frigorífico não me deixa comer nada do que deixo lá dentro.
Se soubesse não tinha deixado darem-me a injecção de penicilina no rabo. Comia só uma sandocha.
( factoide inútil: há muitos anos, a sensação de levar uma injecção de penicilina era semelhante a tentarem injectar-nos betume com uma seringa de bolos, lenta e dolorosamente. Maravilha da medicina, hoje a penicilina é administrada com uma solução de lidocaína, um anestésico. )
segunda-feira, março 30, 2009
Aceitação
A ausência de televisão faz surgir uma faceta mega-zen. Tive um satori:
Eu aceito o silêncio.
O silêncio faz parte de mim.
O silêncio faz parte do universo.
O silêncio e eu somos um.
O universo e eu somos um.
Mas porque é que nesta porra deste prédio não se houve nada o dia todo e finalmente, ao fim de semanas, o primeiro barulho que ouço, é às 2 da manhã?
Eu aceito o silêncio.
O silêncio faz parte de mim.
O silêncio faz parte do universo.
O silêncio e eu somos um.
O universo e eu somos um.
Mas porque é que nesta porra deste prédio não se houve nada o dia todo e finalmente, ao fim de semanas, o primeiro barulho que ouço, é às 2 da manhã?
sexta-feira, março 27, 2009
A entrar na noite de sexta
Uma caralhada vale por mil palavras.
Especialmente se vier no momento certo.
Especialmente se vier no momento certo.
quinta-feira, março 26, 2009
Imagens, sempre.
As fotos ( de telemóvel ) do Roberto Barbosa em Coimbra. A partir de hoje. A não perder
EXPOSIÇÃO 25 de Março a 24 de Abril ‘09 Sala de Exposições da EUAC, das 9:00h às 18:00h [Inaugura na Quarta-feira, 25 de Março, às 17:00h]
Roberto Barbosa, nasceu a 4 de Março de 1953 na ilha do Fogo, em Cabo Verde. Passou a infância entre a ilha do Fogo e Lisboa, acabando por permanecer na capital portuguesa, primeiro para continuar e acabar a sua formação e depois para criar a sua vida em Paço de Arcos, perto do mar e de Lisboa. Desenvolveu a sua carreira de professor e fotógrafo até à sua morte, na manhã de 4 de Junho de 2007. A sua formação na Faculdade de Belas Artes, acabou por ser a base de onde partiu para o curso de fotografia no ARCO, onde logo se tornou monitor (1975) e pouco depois professor (até ao fim da sua vida). Durante este período iniciou a sua vida profissional como fotógrafo, integrando-se num grande grupo ligada à Fundação Calouste Gulbenkian, a empresa Partex-PSC. Nesta empresa, que desenvolvia comunicação num departamento próprio de imagem e design (sobretudo para clientes internacionais), realizou grande parte da actividade profissional como fotógrafo (de 1980 a 1999). Paralelamente multiplicou a sua acção enquanto professor de fotografia, integrando o corpo docente do Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing (IADE), onde também se manteve em trabalho até ao seu falecimento, como professor bastante activo e coordenador do Departamento de Audiovisuais. Desde há alguns anos (depois de se desligar da empresa Partex-PSC), começou uma nova vida profissional, fotografando para publicidade, documentação e divulgação. Em 2004, depois da recuperação feliz de uma cirurgia cardíaca, abriu o blogue robbar.blogspot.com para publicar imagens fotográficas captadas com um telemóvel, para incentivar os alunos a uma prática imediata, cultivada e partilhada da fotografia. Tornou-se num aceso caso de passagem de muitos dos novos e antigos alunos, a que se foram juntando amigos, curiosos e visitantes ocasionais. No dia da sua morte foi o ecrã onde muitos vieram despedir-se, perante o espanto pela morte súbita e uma forma virtual de presença. Toda a obra fotográfica, ainda desconhecida, acaba por encontrar no seu blogue a sua expressão (ainda acessível) mais simplificada e deslumbrante. Foi constantemente um fotógrafo de passagem, entre amigos e clientes, menos interessado no trabalho preparado ou encenado e mais intuitivo na procura da ironia na realidade. Requintou o uso do título para cada fotografia e deu sempre sentido ao tempo em que publicava as suas imagens, criando uma forma de imagem que, quase sempre pela ironia, apelava ao humor pela vida. Para este blogue utilizou sempre (e deliberadamente) o mesmo telemóvel Nokia 7650 (um dos primeiros aparelhos com qualidade fotográfica melhorada). Persistiu no seu uso (entre várias reparações) pela plasticidade da imagem fotográfica que produzia, muito próximo de uma câmara Polaroid mas com a vantagem extraordinária de se assumir facilmente não enquanto câmara, mas apenas como telemóvel, abrindo acesso a uma partilha mais próxima com determinados instantes da realidade, sem os ferir ou mesmo afectar. Para lá da fascinante atitude com humor perante a realidade, do momento no quotidiano que se torna numa interrogação visual, há uma capacidade de resposta no acto de fotografar que deixou intrigantes composições sem qualquer forma posterior de manipulação. São imagens vivas.
Roberto Barbosa, nasceu a 4 de Março de 1953 na ilha do Fogo, em Cabo Verde. Passou a infância entre a ilha do Fogo e Lisboa, acabando por permanecer na capital portuguesa, primeiro para continuar e acabar a sua formação e depois para criar a sua vida em Paço de Arcos, perto do mar e de Lisboa. Desenvolveu a sua carreira de professor e fotógrafo até à sua morte, na manhã de 4 de Junho de 2007. A sua formação na Faculdade de Belas Artes, acabou por ser a base de onde partiu para o curso de fotografia no ARCO, onde logo se tornou monitor (1975) e pouco depois professor (até ao fim da sua vida). Durante este período iniciou a sua vida profissional como fotógrafo, integrando-se num grande grupo ligada à Fundação Calouste Gulbenkian, a empresa Partex-PSC. Nesta empresa, que desenvolvia comunicação num departamento próprio de imagem e design (sobretudo para clientes internacionais), realizou grande parte da actividade profissional como fotógrafo (de 1980 a 1999). Paralelamente multiplicou a sua acção enquanto professor de fotografia, integrando o corpo docente do Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing (IADE), onde também se manteve em trabalho até ao seu falecimento, como professor bastante activo e coordenador do Departamento de Audiovisuais. Desde há alguns anos (depois de se desligar da empresa Partex-PSC), começou uma nova vida profissional, fotografando para publicidade, documentação e divulgação. Em 2004, depois da recuperação feliz de uma cirurgia cardíaca, abriu o blogue robbar.blogspot.com para publicar imagens fotográficas captadas com um telemóvel, para incentivar os alunos a uma prática imediata, cultivada e partilhada da fotografia. Tornou-se num aceso caso de passagem de muitos dos novos e antigos alunos, a que se foram juntando amigos, curiosos e visitantes ocasionais. No dia da sua morte foi o ecrã onde muitos vieram despedir-se, perante o espanto pela morte súbita e uma forma virtual de presença. Toda a obra fotográfica, ainda desconhecida, acaba por encontrar no seu blogue a sua expressão (ainda acessível) mais simplificada e deslumbrante. Foi constantemente um fotógrafo de passagem, entre amigos e clientes, menos interessado no trabalho preparado ou encenado e mais intuitivo na procura da ironia na realidade. Requintou o uso do título para cada fotografia e deu sempre sentido ao tempo em que publicava as suas imagens, criando uma forma de imagem que, quase sempre pela ironia, apelava ao humor pela vida. Para este blogue utilizou sempre (e deliberadamente) o mesmo telemóvel Nokia 7650 (um dos primeiros aparelhos com qualidade fotográfica melhorada). Persistiu no seu uso (entre várias reparações) pela plasticidade da imagem fotográfica que produzia, muito próximo de uma câmara Polaroid mas com a vantagem extraordinária de se assumir facilmente não enquanto câmara, mas apenas como telemóvel, abrindo acesso a uma partilha mais próxima com determinados instantes da realidade, sem os ferir ou mesmo afectar. Para lá da fascinante atitude com humor perante a realidade, do momento no quotidiano que se torna numa interrogação visual, há uma capacidade de resposta no acto de fotografar que deixou intrigantes composições sem qualquer forma posterior de manipulação. São imagens vivas.
Carlos Costa, Laboratório de Audiovisuais, IADE
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EUAC Escola Universitária das Artes de Coimbra www.arca.pt/euac info@arca.pt
quarta-feira, março 25, 2009
Almoço
Bife na sertã com vinho alentejano com oregãos e flor de sal, com arroz de pimentos e salada de alface e penino com improviso de vinagrete e pimenta branca.
Pena que tava tudo uma gosma.
Pena que tava tudo uma gosma.
iBook
Filho da mãe, não me deixa partilhar ecrans. Não há justiça no mundo. O que vai ser de mim? Vou desenvolver estrabismo em menos de nada.
P.S. dei cabo disso. Ja tenho dual screen. Solução aqui.
P.S. dei cabo disso. Ja tenho dual screen. Solução aqui.
segunda-feira, março 23, 2009
Um agradecimento público
Ao Google. Porque me salvou a vida.
Faço a publicidade, não quero saber. Não sei se usam este serviço, ( eu uso há uns tempos, tenho visto mais gente a usar, até ) mas tenho de vender aqui a banha da cobra a estes senhores. Eles deviam ganhar dinheiro com isto, a sério.
Se não fosse este motor de busca ( procurem, vão ao www.sapo.pt e procurem por "google search " ) eu já tinha morrido com salmonelas. É importante divulgar coisas realmente úteis, e não aquelas correntes com trintas pontos de exclamação " LOL olha o que eu achei!!!!!!!!!". Poupem-me de tretas que toda a gente já viu, é uma coisa que me dá cabo da paciência.
No www.google.com, Os resultados das buscas são meio chatos, aparecem listas enormes, género "200000 resultados encontrados", o que não serve de muito, porque só olho para o primeiro. Mas isto quer dizer que eles até se esforçam, coitados. E eu respeito isso.
Faço a publicidade, não quero saber. Não sei se usam este serviço, ( eu uso há uns tempos, tenho visto mais gente a usar, até ) mas tenho de vender aqui a banha da cobra a estes senhores. Eles deviam ganhar dinheiro com isto, a sério.
Se não fosse este motor de busca ( procurem, vão ao www.sapo.pt e procurem por "google search " ) eu já tinha morrido com salmonelas. É importante divulgar coisas realmente úteis, e não aquelas correntes com trintas pontos de exclamação " LOL olha o que eu achei!!!!!!!!!". Poupem-me de tretas que toda a gente já viu, é uma coisa que me dá cabo da paciência.
No www.google.com, Os resultados das buscas são meio chatos, aparecem listas enormes, género "200000 resultados encontrados", o que não serve de muito, porque só olho para o primeiro. Mas isto quer dizer que eles até se esforçam, coitados. E eu respeito isso.
domingo, março 22, 2009
O espaço-tempo, explicado com vegetais
Ia eu fazer uma salada, todo contente na minha crença new-age da "vida saudável", e deparo-me com um frigorífico que não cumpriu a sua função: congelar o tempo.
Eu julgava que todos os alimentos frescos que entrassem no frigorifico estavam escudados do tempo ( ajudem-me os solteiros, devem confirmar esta função do frigorifico ). Não é uma questão de congelar as alfaces, é uma questão de congelar o MOMENTO em que as alfaces entraram nesse voide no espaço-tempo que é um frigorífico. Uma caixa de ovos tem validade? entra no frigorífico, deixa de ter. Um jovem solteiro acredita piamente nisto. Expliquem-me porque não acreditar na ciência e nas suas potencialidades.
Qual não foi o meu espanto, quando penso "olha, vou pôr espinafres na salada", abro a gaveta espaço-temporal e os filhos da puta estão mortos. Foda-se!
Vou a ver o sector espaço-temporal dos tomates e dos limões e a mesma coisa! FODA-SE! Quando fui às alfaces, o mesmo! FODA-SE!! pensei na tradicional omelete, e eis que FODA-SE!!!!!! Mas alto: Ainda na fé que o gavetão espaço-temporal dos ovos tinha funcionado e dobrado a constante Y ( Y= prazo-de-validade-no-topo-da-embalagem), fui ao Google saber se os ovos bons boiam ou vão ao fundo. Como é sabido, No hemisfério norte vão ao fundo, no hemisfério sul boiam. Fiz o teste, safou-se um.
Conclusão: se para ter uma vida saudável, arrisco perder a vida ou lançar uma nova estirpe de malária na europa, mais vale continuar a comer pregos e bifanas no sr. Manel.
os limões tinham cores que nunca tinha visto na natureza.
Eu julgava que todos os alimentos frescos que entrassem no frigorifico estavam escudados do tempo ( ajudem-me os solteiros, devem confirmar esta função do frigorifico ). Não é uma questão de congelar as alfaces, é uma questão de congelar o MOMENTO em que as alfaces entraram nesse voide no espaço-tempo que é um frigorífico. Uma caixa de ovos tem validade? entra no frigorífico, deixa de ter. Um jovem solteiro acredita piamente nisto. Expliquem-me porque não acreditar na ciência e nas suas potencialidades.
Qual não foi o meu espanto, quando penso "olha, vou pôr espinafres na salada", abro a gaveta espaço-temporal e os filhos da puta estão mortos. Foda-se!
Vou a ver o sector espaço-temporal dos tomates e dos limões e a mesma coisa! FODA-SE! Quando fui às alfaces, o mesmo! FODA-SE!! pensei na tradicional omelete, e eis que FODA-SE!!!!!! Mas alto: Ainda na fé que o gavetão espaço-temporal dos ovos tinha funcionado e dobrado a constante Y ( Y= prazo-de-validade-no-topo-da-embalagem), fui ao Google saber se os ovos bons boiam ou vão ao fundo. Como é sabido, No hemisfério norte vão ao fundo, no hemisfério sul boiam. Fiz o teste, safou-se um.
Conclusão: se para ter uma vida saudável, arrisco perder a vida ou lançar uma nova estirpe de malária na europa, mais vale continuar a comer pregos e bifanas no sr. Manel.
os limões tinham cores que nunca tinha visto na natureza.
quarta-feira, março 18, 2009
Constatação
Não tenho televisão em casa. BU!
Sim, é uma freakalhada. É cena de gajos do bloco, bué agarrados à erva e com as paredes forradas de livros do Rosseau, do Hegel e desses comunas todos, quadros deprimentes a traço e musica psicadélica. ( Para ter esse cenário, só me falta a erva, as paredes forradas de livros do Rosseau, do Hegel e desses comunas todos, quadros deprimentes a traço e musica psicadélica.)
Tenho sentido falta quando são 20:00 em ponto. O telejornal para mim é como uma missa ( em zapping por 4 canais ) , sigo religiosamente as notícias desde míudo. Agora, nem isso. E dá-me ideia que o mundo é um sitio melhor: nunca mais vi a Manuela Moura Guedes e o Vasco Pulido Valente a tentarem fazer sentido. Não vejo guerra nenhuma sem ser as que apanho da janela. não há Palestina. Não há crise. Não há Sócrates e manobras que metem os cabelos em pé. Não há notícias sobre limões de 4 kg e cabras de 2 cabeças. Não vi mais a Joana Latino. Não há terrorismo. Não vejo crianças com fome. Não tenho de ver o Chavez. Não vejo reformas de miséria. Não vejo centros de saúde à pinha. Não vejo o Obama há mais de um mês. Não sei como está a bolsa. Não sei se o Space Shuttle está no espaço ou não. Não sei se a policia anda a negar que espancou mais alguém. Não sei se há mais carjacking. Não sei de assaltos, a não ser os que vejo.
Se calhar ando a viver na ignorância. E eu a pensar que era no Lumiar.
Sim, é uma freakalhada. É cena de gajos do bloco, bué agarrados à erva e com as paredes forradas de livros do Rosseau, do Hegel e desses comunas todos, quadros deprimentes a traço e musica psicadélica. ( Para ter esse cenário, só me falta a erva, as paredes forradas de livros do Rosseau, do Hegel e desses comunas todos, quadros deprimentes a traço e musica psicadélica.)
Tenho sentido falta quando são 20:00 em ponto. O telejornal para mim é como uma missa ( em zapping por 4 canais ) , sigo religiosamente as notícias desde míudo. Agora, nem isso. E dá-me ideia que o mundo é um sitio melhor: nunca mais vi a Manuela Moura Guedes e o Vasco Pulido Valente a tentarem fazer sentido. Não vejo guerra nenhuma sem ser as que apanho da janela. não há Palestina. Não há crise. Não há Sócrates e manobras que metem os cabelos em pé. Não há notícias sobre limões de 4 kg e cabras de 2 cabeças. Não vi mais a Joana Latino. Não há terrorismo. Não vejo crianças com fome. Não tenho de ver o Chavez. Não vejo reformas de miséria. Não vejo centros de saúde à pinha. Não vejo o Obama há mais de um mês. Não sei como está a bolsa. Não sei se o Space Shuttle está no espaço ou não. Não sei se a policia anda a negar que espancou mais alguém. Não sei se há mais carjacking. Não sei de assaltos, a não ser os que vejo.
Se calhar ando a viver na ignorância. E eu a pensar que era no Lumiar.
Só pra geeks
O twitter sobrevive a esta ausência de escrita no blog, e é a prova de que o micro-blogging está a dar. Não é por nada que o novo layout do facebook é um twitter-com-acessórios.
a emissão volta dentro de momentos.
a emissão volta dentro de momentos.
quinta-feira, março 12, 2009
Dias raros
Dá-me o sono cedo. Não tenho televisão e o tempo estende-se. Como a cabeça não está desligada e a encolher, o tempo faz menos sentido. Alonga-se, dá-me para muito mais coisas. A ajudar, a ligação da net é manhosa, e não me deixa sequer perder muito tempo nos Youtubes. Aparecem amigos e fala-se da vida, o Msn a fazer de carta aérea para países distantes.
Ouve-se o Jorge Palma, para ajudar a manter a conversa séria.
Ouve-se o Jorge Palma, para ajudar a manter a conversa séria.
quarta-feira, março 11, 2009
Baixa
Sai-se cedo. Tira-se a senha. Vai-se à vida. Os modelitos sobem a rua do Carmo. Os ciganos de Gucci descem. Ouve-se fado. À Brasileira, cobram o pequeno almoço de rei, ao sol. Lê-se o jornal. Caga-se na crise. A miuda italiana com pinta desce a rua. Cobrem o chão com pedaços de pão para os pombos. Cab'ões. Sobe-se à Bucholz, passando pelo Parque Mayer, transformado em parque de estacionamento deprimente. Desce-se. Vê-se em que número vai. Vai-se à rua das Portas de Santo Antão. Pelas trazeiras de azulejo azul do Gambrinus, encontram-se os Almeidas a almoçar. Sentados à janela, de colete reflector. Passa-se pela Lua de Mel, fechada. Vai-se à Fernandes. Deprimente como o Parque Mayer, estacionamento de tias com jeito p'rós apliques. Vai-se à Igreja. Tem 3 pessoas. Sentam-se cá atrás, para não incomodar os santos. Pensa-se em profanar a pia baptismal. Sai-se. Vai-se ver em que número vai. Há um homem em sangue, com cinquenta mirones à volta. Ordenam-se de maneira a que todos consigam ver o sangue. Metade são doutores. É interessante ver como há tantas maneiras de tratar uma pessoa desmaiada, mas nenhuma passa por deixá-la em paz. Volta-se ao Chiado. Encontra-se uma cara conhecida. Um bocado de conversa. Sobe-se ao encontro do almoço com uma cara mais conhecida. Come-se. Fala-se. Ri-se. Come-se. Chega-se à concluão que o importante, mesmo, é não ter chatices e não pensar que as coisas são feitas para correr mal. No fundo, isto até é tudo muito simples.
segunda-feira, março 09, 2009
O taxista porco
O taxista porco, o que é um verdadeiro cevado. Uma mistura de Kenny Rogers com um sem-abrigo. Umas patilhas enormes, prontas a capturar os restos do almoço, geralmente uma sandes de torresmo ali na tasca da Praça do Chile. Como sempre, acredito em não fazer julgamentos a-priori, mesmo quando se percebe que o cheiro a vinho dentro do taxi é mesmo da casa, e não Quinta de Pancas. Afinal, nem todos os taxistas têm uma moldura digital no lugar do GPS, a passar em loop fotos do neto a tomar banho. Eu até esperava um velhote de bom fundo, filho de uma vida madrasta, temente a Deus ou à Nossa Senhora do Tablier - Santa francesa, mas sem relação a Nossa Senhora de Lourdes - , metido consigo, humilde. Mas não. Acabou-se a calma assim que uma desgraçada deixou uma decima-quarta parte da traseira em cima da faixa. Fiquei rapidamente a perceber que assim que uma mulher faz uma incorrecção na condução, é automaticamente profissional de rua e está a pedi-las, e para rematar, é "mijona". Mijona.
Ainda hoje, acordo a meio da noite, a pensar: "mijona? mas que raio..."
Ainda hoje, acordo a meio da noite, a pensar: "mijona? mas que raio..."
sexta-feira, março 06, 2009
Arcade Fire - rebellion
Aqui o video.
Sleeping is giving in,
no matter what the time is.
Sleeping is giving in,
so lift those heavy eyelids.
People say that you'll die
faster than without water.
But we know it's just a lie,
scare your son, scare your daughter.
People say that your dreams
are the only things that save ya.
Come on baby in our dreams,
we can live on misbehavior.
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Every time you close your eyes
Every time you close your eyes
Every time you close your eyes
People try and hide the night
underneath the covers.
People try and hide the light
underneath the covers.
Come on hide your lovers underneath the covers
come on hide your lovers
underneath the covers.
Hidin' from your brothers
underneath the covers,
come on hide your lovers
underneath the covers.
Só porque a vida ( com todas as suas nuances bonitas que podem foder tudo, ainda assim ) é uma coisa bem pensada, passem um bom fim de semana. Eu vou passar, claro.
Sleeping is giving in,
no matter what the time is.
Sleeping is giving in,
so lift those heavy eyelids.
People say that you'll die
faster than without water.
But we know it's just a lie,
scare your son, scare your daughter.
People say that your dreams
are the only things that save ya.
Come on baby in our dreams,
we can live on misbehavior.
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Every time you close your eyes
Every time you close your eyes
Every time you close your eyes
People try and hide the night
underneath the covers.
People try and hide the light
underneath the covers.
Come on hide your lovers underneath the covers
come on hide your lovers
underneath the covers.
Hidin' from your brothers
underneath the covers,
come on hide your lovers
underneath the covers.
Só porque a vida ( com todas as suas nuances bonitas que podem foder tudo, ainda assim ) é uma coisa bem pensada, passem um bom fim de semana. Eu vou passar, claro.
quinta-feira, março 05, 2009
Da medicação
Isto de estar doente já não era coisa habitual... Hoje na farmácia falhei todos os nomes de medicamentos. Parece que foram todos descontinuados há muito tempo.
Impressionantes mesmo, eram as unhacas da farmacêutica, a Sónia. Vermelhas e enormes, devem ser à medida para cortar os códigos de barras das caixas de Atralsopanimelopine e segurar pedaços de fita-cola.
Impressionantes mesmo, eram as unhacas da farmacêutica, a Sónia. Vermelhas e enormes, devem ser à medida para cortar os códigos de barras das caixas de Atralsopanimelopine e segurar pedaços de fita-cola.
quarta-feira, março 04, 2009
Não bastando ter passados os últimos dias enfiado em Lojas do Cidadão
Adianto que estou entrevado, preso ao sofá, por uma gripe lixada. Como tal, cada letra que aqui deixo, é como uma estaca cravada no meu pulmão esquerdo. Vou resistindo às dores lancinantes, os gritos deixam os vizinhos sem dormir, imaginando nobres ( e resistentes ) guerreiros a serem sacrificados a um deus cruel. Levar uma caneca de chá à boca, esforço hercúleo, só é ultrapassado pelo desesperante e trémulo movimento feito a tentar comer gaufres de chocolate de enfiada.
Cristo, porque me abandonaste?
Cristo, porque me abandonaste?
segunda-feira, março 02, 2009
Tenho andado sem acesso à net.
....O que é o equivalente a uma trombose.
Cenas dos próximos capítulos:
O taxista porco.
O vizinho das garrafas-mini.
Review sobre sobremesas nepalesas.
Cenas dos próximos capítulos:
O taxista porco.
O vizinho das garrafas-mini.
Review sobre sobremesas nepalesas.
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