sábado, junho 30, 2012

Pai nosso

Depois de tomar conhecimento da conversa do Alain de Botton e somá-la à entrada no mundo do empreendedorismo - ou pelo menos da sua manifestação, os talks, as palestras - resta-me enunciar os factos e as coisas. O empreendedorismo vivido por cá é um catolicismo básico, as pessoas sentam-se à volta do padre, o orador, o talker, o empresário, o futuro-empresário o pseudo-futuro-empresário, ele promete sucesso deus a santissima trindade fama dinheiro gajas, bom gajas não prometem mas como prometem fama e dinheiro o resto vem depois há o coffee break é a hóstia pão de deus comungamos uma cerveja seu sangue se calhar, voltamos todos ao mesmo, repetem-se os mesmos pais nossos, usamos autocolantes hi my name is Manel tratamo-nos como irmãos, abraçamo-nos em paz, ouvimos os arcanjos empresários já estabelecidos e a ganhar por eles, no fim pagámos a entrada a dizima e o dinheiro alimenta esta igreja que o gasta nos seus e em mais alguns acólitos necessários, todos a trabalhar para vender a prometida salvação económica.
No fundo, um esquema muita bem pensado. Como a igreja.

sexta-feira, junho 29, 2012

Só me saem é duques


Quando eu era puto

Captions please.

Quando eu era puto ia à Baixa, isto foi há muitos anos, uns 30 ou mais, é no tempo dos telefones de disco e de não haver youtube mas já havia FMI e andava por cá, os autocarros eram cor-de-laranja e podiam ter 2 andares - porque é que acabaram com essa merda, são um espetáculo - e a Baixa pois a Baixa era onde eu ia e via sempre gente maluca. Eu puto as pessoas malucas faziam-me muita confusão. Não sabia na altura que a minha família era maluca, reparem. E só há poucos anos é que soube que todas as famílias são malucas. A Baixa a Baixa lá os malucos continuam a ser mais e com os anos foram refinando. Hoje em dia, é bem pior: vou muito bem, 2 gajos no chão, aparentemente normais e depois tá um a amarrar o outro com o cinto que tirou das calças e 10 pessoas a ver mas como têm um ar normal devem ter achado como eu que foda-se não julgo as taras de ninguém.

quinta-feira, junho 28, 2012

Estou a pensar abrir outro blog

Diário de uma vértebra, passando por diálogos com outra anatomia:
Deixei-me de tretas e fui falar com duas vertebras mais acima, que afinal não são nada tímidas. Andava a empatar, a enganar-me. Queria meter conversa e não sabia como. A meio de um entorse da semana passada, falava de tendinites com um pulso viciado em canetas e teclados em angulos estranhos e ele disse-me para me deixar de coisas. Não tinha na altura a noção de que a meio de um entorse as coisas se tornam muito relativas e o que numa altura é impossível de fazer, por exemplo tocar com as mãos nos pés, abrir uma mão completamente ou olhar para trás sem dor, rapidamente pode passar a ser o habitual. Dei-lhes uns dias, encolhido meio torto na cadeira e lá fui. Já devia ter ido antes, mas tinha uma omoplata inchada a chatear-me.

quarta-feira, junho 27, 2012

Eu sabia

As estatísticas sempre estiveram contra nós: Quem marcasse mais golos tinha muito mais probabilidades de ganhar.
Relembro outra coisa importante que toda a gente parece esquecer nestas alturas: A culpa é do Passos.

terça-feira, junho 26, 2012

Conseguiram

Dada a combinação do calor com a constante presença do calor como novidade absoluta na televisão na rádio nas redes sociais no caralho em todo o lado, cheguei à conclusão que sim é um caso de brilhantismo absoluto o meu óbvio, sendo assim passo a explicar com funciona o calor, já que pelos vistos só eu é que percebi porque continuam a repetir as instrucções para lidar com o calor como se fosse uma crise de paludismo sub-sariano versicolor de uma estirpe inédita e que irá aniquilar a humanidade começando pelos neurónios:
Não usem roupa. Evitem cuecas. Bebam muito. Andem à noite.

segunda-feira, junho 25, 2012

Fui ao Hospital dos Capuchos

Fui ver o museu de dermatologia. Foi uma tarde animada, especialmente porque aprendi a história de e como me proteger da sífilis. É sabido que o vintage está na moda e por isso passarei a preocupar-me só com doenças do tempo dos descobrimentos.

são moldes em cera, pintados a óleo.






Quem quiser ver mais fotografias ( e bem mais gráficas ) e saber a história do espaço, é no blog Lisboa SOS.

sexta-feira, junho 22, 2012

Nada a declarar

E vou. Estou com os tendões a darem-me cabo da vida, pareço uma marioneta.

quinta-feira, junho 21, 2012

Easy Rider

Motard no Galeto, mesa ao lado.
Blusão de couro, preto. Lenço, vermelho. Botas com esporas. Cabeça rapada, olhar de águia. Ia bebendo a sua imperial. As lésbicas da mesa do canto olhavam para a mota. O velho pançudo ia coçando a cabeça enquanto acabava a cigarrilhae olhava para a mota. O motard, quase imóvel, vai bebendo a imperial. Acaba.
Levanta-se e vai lentamente saindo da esplanada em direcção à mota. Mota arraçada de Harley, mas mais pequena.
Em frente à esplanada, liga a mota.
Acende-se o farol e as 4 filas 4 de luzes brancas verdes e azuis a piscar tipo KITT mas em vez de ser para o lado era para cima e para baixo agarradas ao quadro à frente uma fatelice tão brutal que metade da esplanada ria baixinho meu que foda-se podias ter uma saída à boss mas não foda-se parecia uma disco de Albufeira em Agosto guarda as luzinhas para a feira popular urso.

terça-feira, junho 19, 2012

Humor à vista

Os cegos que iam no metro ontem à noite já estavam com os copos. Todos tortos, sem óculos, a verem-se as orbitas de cores estranhas, a olhar o vazio sempre na direcção errada. E eles a gozar.
Paramos na estação dos Restauradores. Sempre agarrados um ao outro, um deles lança-se de cabeça para fora da carruagem, olha para a esquerda e para a direita e berra "olha olha vai ali o Zé!".
O outro ri-se muito e diz "Afinal tu vês!" e riem-se os dois. E a carruagem, cheia de gente, nem pia.


domingo, junho 17, 2012

Mestre cafuné

Antes diabetes e impotência.
Encontrado em Arroios, local onde, como na Amadora ou São Bento, encontramos muitos consultórios de aldrabões.

Sobre greves

Se eu soubesse usar o excel faria um quadro a fim de ver como seria a distribuição e distribuição de 3 grandezas e sua relação: Importância social de um trabalho, ordenado auferido e ocorrência de greves.
Uma greve de deputados, sendo a que mais benefícios traria a todos, é a mais improvável de acontecer. Já os homens do lixo, toda a gente os amaldiçoa.
Hoje lembrei-me que os jornais e noticiários divulgam as greves como se tivessem impacto a nível nacional. Mas não, é quase sempre só em Lisboa. 

sábado, junho 16, 2012

Previsão para o jogo de amanhã

Este filho da buda acordou-me só para isto

sexta-feira, junho 15, 2012

Professor funaná

Aqui em Arroios há muitos astrólogos e afins e ainda bem. Pois dado ter 7 dos 16 chakras desalinhados ofereceram-me um diagnóstico à distância, pude ficar em casa e descobriram tudo, por meio de tarot karmico energético: 4 cartas com 52 naipes de búzios e uma papisa. Explicaram-me então que os tendões funcionam como condutas energéticas ou pipelines esotéricos ditos de Faraday, conforme o ciclo biorritmicos e que estes tinham de ser exorcisados. Dado ter energias negativas acumuladas por entopimento bioenergético em 3 chakras vitais, o sporting de braga, o grená e o de 9 polegadas, foi-me dito que teria de limpar a cache do internet explorer e evitar a todo o custo carnes vermelhas, podendo só consumi-las bem passadas e com batatas kosher. Fiquei mais ou menos, se não usar sapatos com solas de borracha e e não me pentear com pentes com dentes impares, mais uma semana e fico bom.

quinta-feira, junho 14, 2012

A verdade

Pois estou melhor das costas mas sem novidades nem no plano ficcionado, por isso fico-me por aqui.

quarta-feira, junho 13, 2012

O Oráculo do Saldanha ditou o resultado do jogo

Ontem chego a casa e encontro isto. Alguém chame a TVI.

segunda-feira, junho 11, 2012

Oráculos

Já andava chateado por não poder contribuir com nenhuma previsão para os jogos do Euro. Bem olhava para os gatos e eles nada, não davam sinal de nenhuma preferência por nenhuma selecção, já pensava que se calhar só diriam alguma coisa se fossem consultados à romana - esses só viam o futuro nas tripas dos animais, devia ser miopia ou autópsia ou qualquer coisa - quando de repente surge o oráculo do Saldanha. Fica aqui o aviso, a partir de amanha o Oráculo do Saldanha passa a prever todos os jogos.

Política de habitação

Divido casa. Pelo menos um quarto dela. Ultimamente tenho tentado a muito custo ocupar o resto da casa. Infelizmente, sempre que há movimentos de ocupação em direcção à optimização do custo imobiliário a que me sujeito, os gatos reocupam o meu quinhão - é mesmo quinhão - do espaço que habito. Explico:
Tenho caixas com fotos antigas e óculos de mergulho no quarto dos arrumos. Tenho também algumas caixas com revistas tralha papéis dobrões de ouro - é mesmo dobrões - pantufas cobertores e coiso. Mas isso é um espaço garantido contratualmente.
Seguindo apenas as minhas convicções políticas, que julgo serem as mais lógicas e as mais indicadas na fase que o país atravessa, comecei a ocupar outros espaços mal geridos, em especial a mesa de café da sala que poderia estar em regime de pousio mas está ao abandono, com serventias em mau estado ( vide pelo de gato ). Sendo que o locador em causa - a menina do trombone - não usa este espaço cerca de 80% do tempo dizem os sensos - arrisquei a okupação, largando nela canetas e cadernos de desenho, tendo feito o mesmo com a arca dos enchoval que se encontra a poente desta. À mesa de café central, reservei-me, pelos mesmos motivos acima descritos, o direito de ocupar precisamente PI r2 26.3 cm2 relativos a um copo grande, 2 canetas um telemóvel e um lápis. Carece esclarecer que sendo a mesa de café central uma propriedade vertical, tenho ainda revistas no andar inferior, que como tal não estão à vista e tudo que não está à vista já não é alvo de políticas da menina do trombone. A fim de adquirir direitos de usucapião de todas as partes da casa que considero em desuso, passo portanto a usar toda a casa durante a sua ausência, finda esta os bens lato sensu são retirados da vista da dita locadora para debaixo das ditas mesas e coiso.
Posto isto e dado viver em quarto alugado, sinto-me ainda na obrigação de seguir os conselhos do Passos e instaurar uma reforma agrária, fazendo pelo menos cultura hidropónica em pelo de gato nos cantos da casa.

sexta-feira, junho 08, 2012

Purgatório

Andei por ali pelos Santos, no Campo das Cebolas. Há churros farturas algodão doce pipocas chouriço manjericos bailarico o diabo tudo. O que há mais e que é mesmo diferente?
No campo das cebolas, as pessoas são escolhidas a dedo por deus, que se diverte como um puto a coleccionar cromos da selecção do paísondenãoháselecçãogenética ou de Aquinãohágentecomosdentesdafrente. No campo das cebolas, há uma suspensão da qualidade que torna a realidade num mau filme.
Tenho dificuldades em eleger a figura da noite: se o senhor que anda sempre de pandeireta a manter o compasso desde 1997 ou se o xunga da barba rapada em estilo de raia de auto-estrada.

quarta-feira, junho 06, 2012

Não sei mesmo

Não consigo perceber como é que o Cavaco declarou que não concorda com um corte nos salários. Mesmo. Não sei.
Todos os dias nos fodem - pelo menos a cabeça fodem-me a cabeça toda todos os dias que só de os ouvir fico fodido - e de repente ficam-se em apenas mais uma questão? Como já não diferencio, parto do principio que vivem todos a iludir o povinho e isso deixa-me seguro na minha opinião.
Cavaco, assim fico confuso.

Inception V2

Sonho lúcido dentro de sonho normal com cenários Ridley Scott. Assim as dores nas costas já servem para alguma coisa.

segunda-feira, junho 04, 2012

Log off [ temporário ]

Derivado dos efeitos secundários de excesso de desenho em má postura, - podem dizer que é masturbação, claro - a demasiadas horas em pé, sentado no chão, deitado no chão, a bater palmas, a berros, exposição a publicidade entre actos, exposição a ecrans de computador, estou a dar uma folga ao computador de casa enquanto recupero da temida tendinite-do-festivaleiro.

domingo, junho 03, 2012

Rir, dúvidas


Prezado foi ao RIR sim.  Não tendo estofo para conseguir colocar em palavras todo o enjoo que todo o conceito de concerto-centro-comercial me faz e estando ainda sob o efeito do concerto do Stevie Wonder, fico-me por aqui. Abaixo, não são fotografias: são videos que só começam a andar depois do leitor perceber o sentido da imagem e da vida. É esperar um pouco, portanto.

Percebo a ideia de haver uma loja de discos num concerto.
Não percebo haver uma de perfumes.
E bancos. E cabeleireiros.

Humanos a ouvir Brian Adams. Cada luz representa um neurónio.

Povo de Plástico. Tribo urbana.

Stevie. Infelizmente só 8 pessoas sabiam as letras e o homem queria que todos cantassem.
Podia ter uma religião se quisesse.

sexta-feira, junho 01, 2012

Hoje é dia da criança, eu gosto

eu gosto do dia da criança em Portugal é a terra dos meus avós. No meu país as crianças são bem tratadas, quando as crianças não querem comer a sopa chama-se 3 coisas o homem do saco, o polícia ou o Passos, e todos comem a sopa a correr. O homem do saco é cigano e ninguém gosta de ciganos têm facas e burros. Da polícia ainda gostam menos mesmo que andem atrás dos ciganos não chega há sempre muitos e como todos os portugueses têm mais ou menos cara de ciganos estão sempre a apanhar nos cornos por isso é que é mau estar ao pé de polícia podemos sempre apanhar e doi nas costas. O passos é mau porque não paga aos polícias que chegue nem aos ciganos e eles têm de roubar para dar às crianças deles e depois ele junta-se com mais homens do saco e leva todo o dinheiro de todos os papás e mamãs dos meus não porque o meu pai tem um pau.