Diário de uma vértebra, passando por diálogos com outra anatomia:
Deixei-me de tretas e fui falar com duas vertebras mais acima, que afinal não são nada tímidas. Andava a empatar, a enganar-me. Queria meter conversa e não sabia como. A meio de um entorse da semana passada, falava de tendinites com um pulso viciado em canetas e teclados em angulos estranhos e ele disse-me para me deixar de coisas. Não tinha na altura a noção de que a meio de um entorse as coisas se tornam muito relativas e o que numa altura é impossível de fazer, por exemplo tocar com as mãos nos pés, abrir uma mão completamente ou olhar para trás sem dor, rapidamente pode passar a ser o habitual. Dei-lhes uns dias, encolhido meio torto na cadeira e lá fui. Já devia ter ido antes, mas tinha uma omoplata inchada a chatear-me.
3 comentários:
o caos da escrita :| Gosto
Portanto, sem espinhas.
sim, venham esses exercícios! (literários ou outros)
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