Saio de casa na bisga, passo as obras que não acabam, a romena que pede à frente do mini-mercado, passo aos prédios antigos, apanho sol no Saldanha, desço às profundezas do metro.
Meto-me a pensar no post que vou fazer daí a bocado. Bolas, que teoria vai o Prezado encontrar? Em quê? num saco de plástico bucólico levado pelo vento ou na velhinha que fica entalada no Marquês, numa treta dita por um bate-chapas de Valadares que teve de vir para Lisboa para pagar a escola especial à filha que é surda depois de um acidente numa fábrica de pirotecnia em Oliveira de Azeméis, ou um palhaço de fato e gravata que pisou cocó de cão bonito karma dirão, ou outra coisa menos chata. Penso penso tanto tempo nisso, uma dará bom tema. Afinal, se eu não contar a história, o vizinho conta. Ou o taxista. Ou o gajo da bomba de gasolina. Mais vale ser eu, que já vi mundo.
Saio, subo as escadas a correr. A porta entala-me pela 4ª vez de seguida. Vejo o marquês enquanto olho para trás. Passo o franjinhas, mais um dia de trabalho.
5 comentários:
muito bom mesmo!
Explica-me lá como é que um saco de plástico consegue ser bucólico? No campo, nós temos verdura, man! Sacos de plástico têm vocês na urbe... ai, ai, ai...
a poesia do saco de plastico a voar com o vento, o logo do supermercado a revelar-se num golpe de rins repentino.... é todo um bailado.
Mas isso não é bucólico! Bucólico refere-se aos costumes rurais, aqui da província...
vide poético-pastoril. é o termo completo.
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