quinta-feira, novembro 29, 2012

A história da arte

Pegando num tema em voga aqui na vizinhança, apetece-me divagar sobre a estética dos amputados. Os tais postais pintados com partes do corpo que se deviam ficar pelas suas funções iniciais.
Acima podem ver um postal pintado com a mão direita do blogger mais canhoto deste blog. Claramente a sua mão direita devia ficar-se pelas funções a que foi destinada - Sou canhoto, sim. Essa também é uma função da esquerda é - coçar a orelha direita, mandar parar o autocarro e fazer sinal de pisca para a direita na bicicleta. Contrariar ou forçar o corpo a mais do que as suas funções primárias é o ponto de partida para a violência estética. O cogito, violado no seu direito à não-criação fruto de um impedimento anatómico indesejado - amputação ou simples falta de jeito - responde de forma inesperadamente semelhante em todos os seres humanos, sem distinção de culturas estratos sociais ou nível de formação: a ausência de temas que interessem a alguém, a repetição de paisagens canadianas inóspitas, a escolha de cores fora do espectro agradável ao ser humano, as composições puramente figurativas, tudo caracteristicas transversais a todos os autores desta corrente estética em voga no Natal e cada vez mais presente devido ao carácter low-fi inerente à produção de todas as obras. Na escultura, Moore terá dito que o apogeu da estética amputada ocorreu com o figurativismo analítico encontrado em obras como "Árvore de Natal em cápsulas nespresso recicladas" não encontra par no ocidente industrializado, ao que alguns pensadores do primitivismo - ver Jansen - aquiesceram neste aspecto coiso.

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