Fui a uma jantarada de uma república. Das boas, não destas onde vivemos. Daquelas de universitários. Habituado a dividir casa, pensei que era mais uma casa dividida por mais pessoas que o habitual, mas não. É uma casa dividida entre universitários, numa idade longínqua que agora me parece uma adolescência com mais bebida, mais sexo e mais livros, tudo numa espécie de gruta pitoresca com cheiro a pó e chulé no ar, pouca luz e muitas camas e sofás. Uma camarata. Pois, é bastante parecido com uma camarata. Se tivessem candeeiros às cores, também seria algo parecido com um bar hipster.
Faziam-se 2 jantares. Um rápido - o meu - e a Jantarada. A Jantarada implicava uma óbvia dose gargantuesca de bolonhesa. Contei 8 pacotes de esparguete inteiros. E depois vi uma receita escrita à mão, ao lado do fogão industrial. Ia ler quando apanho o diálogo entre uma menina e o cozinheiro.
- Estás a fazer tudo tu?
- Sim, estou a seguir essa receita aí.
- Ah é tua?
- Não, é do Jamie Oliver. Gosto muito das receitas dele.
Espera. Depois de ter visto este gajo despejar 2 litros de molho de tomate na panela com tamanho para um borrego inteiro, mais meio frasco de sal na carne, a receita é do Jamie Oliver? Ainda têm papilas gustativas? Deve ser uma edição especial para regimentos de infantaria do burkina faso.
Adenda: ainda há quem use banha.
4 comentários:
ai fodaaaseee cuspi o cafe todo....
Andei mais de trinta anos a tentar reproduzir os fabuloso ovos mexidos que comia na creche, e não compreendia o que podia haver de tão difícil em fazer uns simples ovos mexidos. Até que lá pensei que, talvez, pudessem ser feitos em banha.
Bingo!
Andei mais de trinta anos a tentar reproduzir os fabuloso ovos mexidos que comia na creche, e não compreendia o que podia haver de tão difícil em fazer uns simples ovos mexidos. Até que lá pensei que, talvez, pudessem ser feitos em banha.
Bingo!
Lá que dá sabor, dá. E assim percebi como dar um sabor a tasco a todos os pratos...
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