sexta-feira, setembro 05, 2014

Armadilhas para turistas

A ideia é viajar. A ideia de ser turista, nem por isso.

 Se viajar pode ser como desenhar, ser turista é ler bd's velhas. Desenhar é ver às coisas à minha maneira. Parte-se de um papel em branco e segue-se.
Andar a ler é ter mapas e guias. Quando a ideia é viajar, isto mata a ideia de descobrir um sítio novo. A ideia do caminho certo não tem jeito, digo eu. Andar de um lado para o outro com certezas é o que fazemos todos os dias. Perder o caminho é perder o fio à meada. O que tem piada é refazer a meada e pelo caminho, entrar num buraco qualquer que nunca se viu e que provavelmente nunca mais se vai voltar a ver.

Há uns anos, fui a Amesterdão com metade de um mapa. A impressora deu-mo assim. Tinha o local do hotel, mas não tinha as ruas que chegavam até ele. Só sabia que era para Norte de outro sítio.

Amanhã vou desenhar para uma cidade nova mas quando chegar lá já imagino o que me vão oferecer: BD's velhas. O Turismo é isto, uma praga, não nos deixa desenhar, já vem tudo mastigado e digerido, as histórias são sempre iguais, umas tretas que o turista de chinelos e meia gosta de ouvir, tudo menos que genuino, só a espuma da cerveja, só o lado certo da noite, só ruas limpas ( a vida sem ser roubado nas Ramblas não seria pior, mas tinha uma história a menos ).

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