Barbara Guimarães - Boa noite e bem vindos a mais uma noite de talentos. Não saia do seu lugar, já de seguida vai poder ver o que de melhor se faz em Portugal, aqui, em directo. As vossas palmas para Jorge Silva, de Matosinhos, que vem declamar Alberto Caeiro. Com vocês, Jorge Silva, A espantosa realidade das coisas!
Público grita, agita cartazes, a cada estrofe ouvem-se guinchos e o barulho de melenas de cabelo a cair no chão. Corta para co-apresentador, o Marco Horácio, na lateral do palco. - O Jorge tem um delivery sem mácula - diz para a segunda camara. O juri ainda não conseguiu fechar a boca de espanto. O público começa a levantar-se, à medida que reconhece mais e mais versos, à medida que entende a simplicidade inerente à poesia, o desprendimento das palavras e a sua certeza. Mais palmas, Marco Horácio faz um sinal de "fixe" para a camara secundária. O público grita por mais heterónimos, não quer ficar por aqui. As palmas já quase não deixam ouvir a ultima estrofe. O juri aplaude de pé também, Manoel de Oliveira com algum esforço mas ainda assim, de pé. Barbara Guimarães dá por fechado o primeiro número, que agradece a força dos colegas de estudos avançados de literatura medieval da faculdade de letras que o convenceram a participar. Diz que anda a estudar o cancioneiro de D. Dinis mas que tem tempo ainda para outras coisas, nomeadamente esgrima. Na primeira fila, uma senhora claramente amante do cancioneiro da Ajuda grita alto "ainda assim fazia-te um filho. A ti e ao Álvaro de Campos".
1 comentário:
Eu assistia.
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