Acho esta história do leão interessante porque toca em vários pontos sensíveis e insensíveis: Use-se uma escala linear de 0 a 100 para medir o que me estou a cagar para um leão em particular e poder-se-á ler um 74 nessa escala. O facto de lhe ter sido dado um nome deveria fazer diferença mas por hábito, limpo os animais das coisas que os humanos teimam em dar-lhes: nomes, emoções, valores. São bichos. Não são mais que isso. Por isso é que na escala linear de 0 a 100 para burrice absoluta, o caçador em causa está nos 90 e muitos.
Tenho de medir finalmente a escala da granularidade mediática, a importância disto: de 0 a 100, vivemos não sei bem onde, mas como estamos no começo disto da net, diria que nos 45, este tempo em que notícias de factos de cada vez menor impacto ( continua a ser um só leão ) conseguem atingir proporções gigantescas e poderão mudar realmente alguma coisa ( por exemplo, crianças nascidas em 2010 nunca vão imaginar que havia um tempo em que não havia polvos que adivinhavam resultados de jogos de futebol ) . Devia acrescentar-lhe outra dimensão para representar a lamechice.
8 comentários:
Os bichos não importam, trabalhar com pessoas é difícil (post dos estagiários)... Começo a ter medo de passar por aqui e ler estas coisas!
Ultimamente o tema é exactamente esse, a tendência para as generalizações.
Qual poderá ser o tema do próximo post?
Nós também somos bichos. Mas com nome. Isso muda tudo?
Nós somos bichos com nome e ainda por cima, temos a habilidade de nomear, por isso somos milhões de vezes mais importantes que os outros bichos todos.
Depois temos outra habilidade, que é a projecção. Atribuimos valores e nobreza aos bichos, mas só baseados na percepção que temos do bicho. Um leão é valente. Uma cegonha é melhor que um pombo, um cavalo é melhor que um burro, um elefante é melhor que uma perdiz, etc. Topar as diferenças tem piada.
chiça que mau feitio, é defeito????????????????????
Prezado querido, o tema do próximo post pode ser o amor.
Beijo no <3
Eu acho que deve haver respeito por toda a vida animal, mesmo a que não tem nome.
Mas também acho que falar mal de tudo e de todos é uma óptima forma de projecção.
Eu também. Não gosto é de idolatria. E de humanos.
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