quarta-feira, dezembro 21, 2016

Lista para o pai natal, uma procrastinação


o trump num iceberg
matrioskas cromadas
chemtrails de sobretudo
matrizes de dar os parabéns
o album novo da uefa
paz no mundo
canivete suiço daqueles
um telemovel sem internet
metropolitano de lisboa em bom
um saco de platinados
má fama para diabeticos
trotinete mascaradas
oculos escuros
impressora de jacto de tinta barata
cobertura 4G em gulpilhares
três bolas de gelado da sociedade protectora dos animais
um radiometro sem gaivotas
acordo ortografico revisto
tempo
uma matricula de baixa impedancia
canetas
arroz à valenciana de janeiro para a frente
cabides pasteurizados
guitarra de 2 litros
coincidencias
merdas aos pontapés
uma tarola a puxar para o pesado
kalkitos de alfama
10 garrafas de feltro
procopio novo
uma primeira edição de esferografica
réguas de valpaços
uma resma de papel almaço
um teclado com maiusculas e acentos
umas meias azuis que vi no Ramiro
paciência
e descanso

sexta-feira, dezembro 09, 2016

Isto do Trump

Lembram-se daqueles trolls apanhavam a comentar as notícias online e normalmente bloqueariam no facebook? Basicamente, vamos todos passar os próximos anos a debater, de igual para igual, pacientemente, todos os fenómenos observáveis nos próximos 30 anos, até todas as partes chegarem a acordo sobre o que define um facto, assimilarem todas as regras da lógica, e finalmente seguir em frente. Pensei nisto depois de me lembrar do trabalho mental que tive para conseguir explicar a alguém com os copos que o Twilight não era um filme digno de um oscar sem chegar ao insulto. Não consegui.

quarta-feira, dezembro 07, 2016

Piramide da empresa boa

Depois de encontrar a notícia do fecho do Elefante Branco, tenho de divulgar um estudo feito há tempos sobre o fenómeno da hierarquia moral para empresas, onde podemos encontrar a razão de ainda não ter começado um movimento #salvemoelefantbranco.




segunda-feira, dezembro 05, 2016

Método para detecção de notícias falsas e vendedores de banha da cobra

Como detectar notícias falsas em 3 passos simples:


Passo 1: O título. Como assim, "médicos"? Que médicos? Há muitos médicos. "Mídia"? quem é mídia? que mídia? 5 perguntas, tenho dúvidas, logo isto é uma notícia duvidosa.


Passo 2: A fonte confirma que é uma notícia falsa.


​Passo 3: a pessoa que o partilha provavelmente vende banha da cobra, mas raramente compra.

Às vezes nem eu acredito como é fácil detectar notícias falsas. O que ainda é mais supreendente é haver gente que perde tempo com métodos muito complicados e cientificos para desmontar estas notícias quando na realidade o método Silva é igualmente válido, criado usando exactamente os mesmos métodos que se usam para em tratamentos como a homeopatia, por exemplo.

Falta-me paciência, mas é isto

Não é que não tenha tema, mas parece-me tudo tão relativo... Chego ao fim deste ano com a sensação que não há nada que possa afirmar com certeza absoluta. Acho que começo a relativizar tudo o que encontro, um dia destes faço um post a explicar como abri a mente para os mediums e a homeopatia, as vibrações dos cristais e a astrologia e de como tudo está ligado e eu apenas não estava a juntar dois mais dois.
Não, nem a gozar. A unica verdade que liga estas ideias é tudo ser a mesma merda.


terça-feira, novembro 29, 2016

Tecnofobia para sempre

Pessoas, não percam tempo a associar algumas actividades humanas exclusicamente a plataformas analógicas e a tentar descriminar pessoas por isso.
Os Smartphones não são Belzebu e o futuro do mundo não está comprometido porque as pessoas "passam a vida" ( aspas no ar com as mãos muito grandes aqui) no telemóvel ou nas tablets, ou no portátil. O mundo vai mudando pouco a pouco, é só isso.
Os livros não vão morrer, tomem um calmante.

segunda-feira, novembro 28, 2016

Livros para crianças, o mantra

Pseudo-absurdistas, depositários de prosa maneirista, mentes confusas, povo: Não, nem toda a gente pode escrever livros infantis. Os textos que o mantra triplice da Árvore e do Filho refere não são para para miudos, assim como a Árvore não pode obviamente ser um eucalipto ou um zambujeiro e o filho tem de fazer a 4ª classe e saber usar garfo e faca, pelo menos.
Não infantilizem os miudos com os vossos livros feitos para vocês próprios. Essa ideia que os miudos gostam mais de adjectivos do que adverbios de modo é só projecção. Deixem lá os miudos ver só os bonecos e lerem só as maiores. Eles não precisam de manteiga para o cérebro, ficam demasiado moles. Se quiserem provas dos efeitos devastadores dos maus livros infantis, é só conviver 10 minutos com pessoal com idade para ter juizo mas que gosta do Principezinho.

sexta-feira, novembro 25, 2016

Sexta feira preta

Vamos lá rever isto, porque temos o dia de Ano Novo, dia de Reis, o dia de S. Valentim,  o carnaval, o ano novo chinês, os oscares, o dia da mulher, o dia da mãe, o dia do pai, o dia dos avós, a Páscoa, os Santos,  as férias de verão, o 15 de Agosto, o regresso às aulas, o S. Martinho, o Hallowen e depois o Natal.
Com isto tudo, não desprezem a Black Friday e o Cyber Monday, são os únicos eventos anuais que só existem exactamente para o que todos os outros são usados: vender tralha. Ninguém vai ao engano.

segunda-feira, novembro 21, 2016

Coisas do trabalho, lá fui ouvir simulações de entrevistas de emprego/estágio - não perguntem, isto existe, só tem um nome em inglês para soar melhor - de betos universitários. É uma combinação impossível: Eu pessoalmente tenho cenas contra betos e não acho que há truques para boas entrevistas. A cena dos betos é uma coisa de infância, fui educado em escolas secundárias fodidas e isto está-me no sangue, mas não tenho nada contra eles profissionalmente, não têm de ser meus amigos, só precisamos trabalhar juntos. Claro que eles me topam à distância, eu sou o gajo que tem uma relação informal com a objectividade e não tem necessidade de fazer sentido o tempo todo e vive bem com isso. Quanto a entrevistas, não acredito que se possam trabalhar: Só a honestidade funciona.
Explicando isto rapidamente, porque este assunto me chateia, fico ressabiado, este putos betos não querem nada de especial para eles. Querem só manter no nível de vida com que nasceram. Todos dizem os anos que praticam ou praticaram hipismo, esgrima ou natação, como são voluntários no Banco Alimentar ou na igrejae isso para mim lê-se "os-teus-pais-bancaram-bem-essa-tua-vidinha", junte-se isto aos polos Lacoste e só penso "estes putos precisam de uma fase Jorge Palma na vida".  Objectivamente, não precisam. Mas lá está, eu tenho uma cena pessoal contra betos.
Seguindo: o importante é que acho que conheci a próxima presidente da Unilever ou da Deloitte, uma miuda mesmo gira - se calhar é por aí que a coisa vai falhar, espera - que disse que estudou para ser enfermeira mas que viu que não ia a lado nenhum e que agora tinha ido para economia e que era algo que tinha futuro, tudo numa frase só, não disse que queria ajudar pessoas, não disse que ser enfermeira era mal pago mas recompensador, não disse que queria salvar bebés em áfrica, não fazia voluntariado,não pestanejou, não se riu, nada. Vou adicioná-la no linkedin e daqui a 10 anos vou lembra-la que fui o gajo que ela não percebeu nada do que disse numa entrevista. Talvez tenha uma boa dica para eu me safar melhor.

quinta-feira, novembro 17, 2016

Acerca daquilo das notícias falsas no facebook

Há uns anos, notei que os meus critérios para links com interesse tinham descido. Já não tinha paciência para vasculhar blogs tão obscuros como inteligentes e limitava-me a ver o que alguém (ou alguma coisa) escolhia por mim. Passei a usar muito mais esse funil magnético espiralado que só apanha o que já conheço.

Mas hoje de manhã alguém denunciava a corrupção de que os jornais falavam ontem, num daqueles blogs cujo título é a mensagem e que escapa ao meu funil. Corrupção no Banco Alimentar, tudo em caixa alta. Fui ler, só para confirmar se devia confiar no título do blog como critério de selecção. A corrupção era explicada ponto por ponto: os alimentos oferecidos ao Banco Alimentar pagam IVA como todos os outros alimentos, o Estado - esse bandido - fica com o IVA,  os supermercados com o lucro da compra dos alimentos, a Jonet tem um ordenado. Nos comentários à notícia confirmava-se a trama, claro. E até se descobriam mais alguns detalhes que escapavam a esta investigação de fundo.
E assim se constroi a propaganda reaccionária mais eficaz de sempre.


sexta-feira, novembro 11, 2016

Web Summit do ponto de vista de quem sabe tudo

Como hater do empreendedorismo* como fenómeno televisivo, mas estando dentro do assunto, tenho de aproveitar para desfazer alguns mitos:

• O que se faz no Web Summit, mesmo?
Contactos. Imaginem como se fosse um festival: Ouvem gente com ideias interessantes. Conhecem gente. Combinam copos. No fim, em vez de cama, faz-se negócio. Pode haver cama na mesma.

• Os geeks vão lá para engatar gajas, não é?
Larguem essa piada, sério. O Markl esteve casado com a Ana Galvão. Já deviam ter percebido que o mundo é dos geeks.

• Os geeks vão lá para engatar gajas, não é?
Também.

• Toda a gente vai lá vender apps que não servem para nada?
Não, as apps são só uma pequena parte do que se passa. Sim, há muita que para mim não serve para nada.

• Mas vão para lá ouvir falar de quê, aquilo não é só lavagem cerebral?
Que tenha reparado, é tão eficaz como ouvir podcasts, congressos de farmaceuticas ou Ted Talks. Há gente para tudo.

• E os políticos todos lá a cheirar?
É melhor que ir beijar bebés a feiras da Beira Baixa. Fica mais em mão e tem o mesmo efeito.


*O "empreendedorismo" é foleiro como termo porque os telejornais têm explorado este termo normalmente vazio de conteudo e objectivo de uma maneira exaustiva. Tanto chamam empreendedor ao Belmiro de Azevedo como ao Miguel Gonçalves como à Isabel de Santo Tirso que vende bases para copos feitas com tampas de Nespresso. Eu entendo. Também me passo quando chamam Running a "correr", é o que temos.

quarta-feira, novembro 09, 2016

Agora é tarde

Há 4 anos, muito revoltado com a sociedade e vendo a necessidade de agitar o modo como éramos governados,  publiquei uma série de posts que promoviam uma solução honrada para o problema: apaziguar o povo com populismo de esquerda, porque o de direita seria impossível de aturar. Como eu não sou o Nuno Rogeiro, acharam que eu estava no gozo. Aqui fica o link para essa colecção de análises políticas profundas: http://perdidopelacidade.blogspot.pt/2012/09/novas-politicas.html?m=1

terça-feira, outubro 11, 2016

No dia seguinte

Lembram-se daqueles que há uns anos disseram que nunca mais iriam fazer compras ao PIngo Doce?

São os mesmos que nunca mais vão andar de taxi e vão passar a andar de Uber. Não tenho interesse nenhum em defender empresas que não aquela em que trabalho. Tanto a Uber como a Antral parecem-me defender o mesmo (uma é só mais inteligente a fazê-lo). Podem dizer de ambas o que Maomé não disse do toucinho que não mudará em nada o caminho que levam: o processo da Uber tornar-se-á no standard para o serviço de taxis (pedido, definição do caminho e pagamento via app), os taxistas vão adaptar-se e aprender alguns modos (talvez não se lembrem, mas tomem o exemplo da PSP, que melhorou em várias ordens de grandeza o serviço que presta).
Quanto ao modo de que usam para garantir a qualidade do serviço, as tais estrelas que controlam o comportamento dos condutores, estão condenadas a desaparecer e o serviço, no fim, será igual ao provido por um taxista, com todas as vantagens e desvantagens conhecidas.

Daqui a uns anos, o que funcionará, Blade Runner ou 5th element?

segunda-feira, outubro 10, 2016

Uber VS Taxis do ponto de vista do utilizador

Como power-user de Ubers e taxis - Nem carta nem carro, yo - tenho de deixar aqui uma análise rápida do uso de ambos os serviços. Seguem-se mais tarde as habituais notas pseudo-sociológicas que não podiam deixar de fazer parte do relatório, feito num dia de greve de taxis:

Taxis, do ponto de vista do utilizador:

A favor:
Estão por todo o lado e podes mandar parar na rua
Acessíveis a qualquer hora.
Apesar de tudo, são baratos.
Conhecem tudo, sabem tudo.
Ouves Radio Amália.

Contra:
Se fores preto, cigano ou comuna és evitado por sistema
Se não gostas de falar (mal) sobre pretos, ciganos, comunas, políticos no geral, mulheres, futebol e putas, podes ter alguns dias dificeis, por vezes.
Arriscas serviços maiores do que esperavas, por vezes.
Nunca têm troco, enganam-se nas contas com facilidade.
Cobram taxas conforme calha.


Uber, do ponto de vista do utilizador:

A favor:
Basta pegar no telemóvel para ter um em 10 minutos.
Não têm de andar com dinheiro.
Não têm de ficar parados no transito a pagar.
Não falam sobre pretos, ciganos, comunas, políticos no geral, mulheres, futebol e putas.
É mais barato que um taxi, se não o apanhares quando toda a gente quer apanhar um.
Os carros são o mais confortáveis possível.

Contra:
Se não tiveres um smartphone, cartão de crédito ou confiança para juntar os 2, não andas.
Se não tiveres bateria no smartphone, não andas.
Sabem onde andas, sabem o teu nome, sabem onde vives.
Não conhecem Lisboa. Se o GPS falhar, fazem caminhos maiores do que esperavas, por vezes.
Quando falam, o tema é Uber.
Apertos de mão/abrir portas: nem quero um chaufer privado nem quero um amigo.
Só ouves a Smooth FM.


quarta-feira, setembro 21, 2016

Classe média state of mind

Parte 1
Percebi finalmente que ser classe média é um estado mental.
A Mariana não se deve preocupar muito porque não poderia ter dito o que disse de forma mais eficaz.
Não se pertence a, é-se classe média. Ser classe média não é definido pelos números ouvidos no telejornal da noite nem pelo ministro das finanças. Toda a gente sabe com quanto chega na conta ao fim do mês, e isso é que importa, o estado mental. Assim como em Portugal ninguém se reconhece rico ou beto, toda uma outra gente sabe que é classe média. Isto vem do Salazar, como sempre (as pessoas que negarem este facto e qualquer outro relatado neste post, estão como é óbvio sob o alcance do mesmo fenómeno): Pobretes e alegretes, antes pobre e com saúde do que rico e doente, pobre mas honesto, e assim por diante. Eu já desisti de fazer dinheiro porque me dizem sempre que não vou ser feliz. Experimentem olhar nos olhos alguém que diga de outrém que é rico e vejam a cara com que o faz. Eu só faço aquela cara se tiver de dizer que alguém tem hepatite B ou impotência.
Enganados os economistas que indexavam o termo a valores conhecidos e verificados, deixemos o debate aberto aos antropólogos e sociólogos que tentarão encontrar o campo comum em que os que sabem pertencer à classe média trocam ideias sobre quem tem superioridade moral para o ocupar.

Parte 2
Há quem já tenha relatado isto com mais destreza, mas mesmo coxo não consigo deixar de escrever umas coisas (positivas) sobre o espantoso livro de um tipo que não merece link sequer. É positivo que o nosso tabloidismo não vá além do Correio da Manhã, um jornal que vende muito mas cujo foco não passa do esfaqueamento-de-feira ou do vizinhos-atacam-se-com-sachola ou de demonstrar que certos políticos são sanguessugas nazis socialistas.
Por isso dúvido que haja público para este livro. Não há escandalo sexual que pegue em Portugal porque felizmente programas de televisão e revistas cor de rosa juntos fizeram mais pela emancipação sexual deste país que qualquer outra coisa. Normalizadas as stripers, os broncos de ginásio e tudo o que fazem combinados - aqui inverteram-se os papeis, os taxistas chamam-nas de dançarinas porque lhes reconhecem o mérito profissional e a burguesia de Arroios chama-as de putas - parece-me que ninguém quer saber da vida sexual dos politicos. Vou andar atento ao top Fnac.

quarta-feira, agosto 31, 2016

Pensem nas crianças

Se há uma disciplina que gostava de dominar absolutamente e que gostava que toda a gente entendesse como é importante, é o Naming. Pela subjectividade e pela facilidade de aproximação, pelo uso da criatividade, o Naming é o parente mais pobre do design. Se toda a gente é capaz de criar, antes disso toda a gente é capaz de dar um nome a algo que nem sequer criou. Assim como o outro virou o urinol, pessoas todos os dias podem tranformar toda a ordem de coisas em urinois com o poder do Naming. Pessoas todos os dias condenam outras a nunca mais conseguirem virar o urinol de volta à posição devida. Daí o perigo do Naming:
Pessoas, dar nomes é uma tarefa complexa, de enorme responsabilidade. Qualquer Fábio pode dizer-vos isso, se tiver estudado o suficiente para notar. Quando alguém vos chama Fábio, está a condenar-vos. Não é chamar-vos urinol, entendam. Mas é virar-vos de cabeça para baixo. Um Fábio nunca é observado pelo angulo certo. E desenganem-se, não estou a ser elitista. Se forem a um pequeno almoço na Graça, podem ver por lá a quantidade de Noas a serem educadas à Montessori e que estão igualmente condenadas. Infelizmente, não são só os humanos que estão condenados. Todos os produtos, instituições, marcas, discos externos, redes de WIFI ou pens USB estão à mercê de mau naming.
Da próxima vez que ouvirem alguém dizer "não tenho jeito para dar nomes", aceitem essa frase como uma chave de um auto-conhecimento profundo: Só alguém com a noção de que não sabe dar nomes, que digo eu, é a mais básica das funções - pior, só não saber usar um dedo para apontar - tem o conhecimento mínimo para o fazer, porque pelo menos entendeu a diferença entre os 2 estados do urinol.
Ajudem o mundo a ser melhor.

A tormenta

Imaginem um tipo acessível, pronto ao diálogo, prestável, que apoia as decisões dos outros, que reforça positivamente, que dá espaço ao improviso, que resolve problemas, que é empático, que tem e reconhece os seus erros, e finalmente trabalha as suas falhas e o seu ego para melhorar o seu e o trabalho dos outros, dia a dia. É tão mais fácil ser um labrego como patrão que já nem consigo censurá-los.

terça-feira, agosto 23, 2016

Urgências


Lá fui eu ao hospital às tantas da manhã, o cenário é sempre igual, por mais que eu ache que vou morrer, logo esbarro em alguém que está realmente a morrer e posso dar-me ao luxo de apreciar como funciona um hospital e como é que pode ser melhorado. Desta vez percebi que há problemas simples e comuns aos que encontro todos os dias no trabalho. É mesmo só porque não meteram um designer a pensar em tudo. Dito isto, as urgências funcionam. Podiam funcionar melhor? sim, mas também todas as empresas que por aí andam.

quinta-feira, agosto 18, 2016

Entrei no ginásio um banana e saí um capitalista 2

(Continuação)
De repente, percebi.
Tudo estava construido para pessoas que não sou eu. Eu era o gajo mais gordo do ginásio e eu não sou uma batata. Toda a gente que lá andava já estava em forma. Eu não. Eu sou o gajo que quer ficar vivo. Quero fazer uma corrida para apanhar o 27 e não cuspir os pulmões a meio. Quero baixar-me para apanhar uma caneta do chão.
Eu não sou o target, eu só quero durar mais uns anos. Assim como não vou a discotecas da Praia da Rocha, não devia entrar em ginásios destes.

Porque é que entrei neste? explico: O anterior, que aguentei bastante tempo no engano, era impossível. Na minha inocência fiz-me crer que a falta de vontade de entrar no ginásio era só o meu cérebro a dizer-me "volta para o sofá, caralho!" mas hoje posso dizer a verdade: sim, aquele ginásio cheirava a um composto de borracha velha, suor, sovaco e chulé que me atacava o nariz. E sim, aguentei. Eu e mais um punhado de atletas olimpicas e um instrutor que nao desistiam também. Eu só fiz o possível.

Vim para este novo ginásio porque é ao pé do trabalho e vou continuar nele, apesar de ele me estar a tentar expulsar todos os dias: não vou ligar aos slides projectados com dicas moralistas sobre como a minha vontade de apanhar o autocarro é poucochinha e que eu devia almejar apanhar o Everest todos os dias antes das 6 da manhã com um PT a desviar-me para umas aulas extra de zumba. Ou como um tipo que não tenha um sixpack não tem confiança. Não vou dizer ao PT que quero ser uma pessoa nova até ao fim do ano ou até às férias de Verão e definitivamente, não vou fazer spinning e qualquer as actividades que tenham marca registrada, ou voluntariamente ter de aturar pessoal que gosta de tropa. Eu só quero é que não me chateiem.


quarta-feira, agosto 17, 2016

O inferno é já aqui

Um cliente do inferno mesmo profundo, é aquele que depois de mostrar, duas vezes, que sabe o que quer, pega nos frutos dessas duas vezes e cria um Frankenstein. Para os não-designers, um Frankenstein é um clássico do trabalho criativo, que ocorre sempre que um cliente tem acesso a várias soluções para um problema e não sabendo bem o que quer, as mistura todas numa nova solução que garantidamente, não funciona.

Entrei no ginásio um banana e saí um capitalista

Novamente, entrei no ginásio.
Já andei neste ginásio há uns anos, mas pareceu-me diferente. Ou se calhar sou eu:
À já habitual musica do inferno a passar alto, somaram-lhe televisões e projecções em barda. Corri 15 minutos a ver o reality show que é agora a MTV, meio episódio do NCIS, um debate na CNN, imagens dos fiordes noruegueses, uma projeção de testemunhos de clientes famosos do ginásio, um instrutor aos berros para virem para a aula de zumba, quotes do Elon Musk, quadros de honra e o cu da miuda da passadeira da frente. Tudo isto enquanto ouvia NIN em repeat para abafar a musica de carrinhos de choque.
Dei por mim em paz.
Como é que adivinharam que é assim que consumo media em casa?

Entretanto, fiz uma pausa na elíptica*, voltei à passadeira e dei por mim a reler com atenção os testemunhos das celebridades e a entrever um nicho de mercado por explorar. Um dia destes volto ao ginásio para confirmar.

*Escrevi esta frase de propósito, para se notar como é estranha se for escrita por mim.

terça-feira, agosto 09, 2016

Sê a diferença que queres ver no mundo

Ontem tive de informar um grupo de pokemon-haters que, verdadeiramente chato, é o Game of Thrones. Não estava nada a espera disto, disseram-me "isso é diferente".

quinta-feira, julho 28, 2016

Erros meus, má fortuna

Num acaso do destino, o novos ambientador da casa de banho do escritório cheira ao perfume de uma ex. Cada vez que lá vou lembro-me dela.

Clientes do inferno

Boas notícias: há clientes que não são o inferno. Até os há bacanos. E sim, são tão raros que tenho de confirmar que existem.

quarta-feira, julho 27, 2016

Estagiários

Numa das ultimas voltas que o mundo deu, passei a ter a meu cargo, pela primeira vez na vida, um estagiário.
Eu nunca fui estagiário e explico porquê:
1. É uma chulice.
2. Um gajo deve ser pago pelo seu trabalho.
3. É uma maneira das empresas terem mão de obra barata.

Agora, no ponto de vista do utilizador de estagiários, tenho de dizer que todos os pontos acima são verdade, mas não são a verdade toda:

1. Não é uma chulice. A produtividade de um estagiário é baixa.
2. Eles podem e devem ser pagos. Digo "podem" porque há gente que não precisa do dinheiro mesmo e claramente nunca ia entrar naquela empresa se não fosse de borla - Eu quando descobri que a professora de design tinha estagiado num atelier de nível mundial durante uns meses sem ganhar um tostão também pensei "assim também eu", mas na verdade eu nunca ia ser estagiário porque está ali o ponto 2 que eu não consegui abdicar.
3. Consome-me metade do meu tempo porque tenho de ter a certeza absoluta do que anda a fazer o tempo todo. Enquanto sou totalmente desorganizado a solo, vou vivendo com isso. Com o estágiário, tenho de ser organizado pelos dois, sob pena de dar em doido rapidamente e não fazer mais nada senão listas a outra metade do tempo. Portanto sim, uma empresa está a dar formação ao estagiário. Barato é capaz de ser, mas sai-me caro a mim.

Disto isto, o que se passa nos ateliers de Design em Portugal é uma experiencia totalmente diferente daquela que vejo todos os dias. Os recém-licenciados são carne para canhão e nenhuma empresa deveria poder manter-se à conta de trabalho não-remunerado anos a fio, abusando da falta de oportunidades que o mercado nos habituou. Paguem, chulos.

terça-feira, julho 26, 2016

Resolver o problema do terrorismo pode custar apenas €0.99, descubra se é verdade

Desde há anos que recebo SMS's com as ultimas notícias. Esta semana, reparei nisto: em 10 sms's, 2 eram sobre crise financeira e 8 eram sobre facadas, bombas, terroristas e suicidios. Como o meu objectivo quando subscrevi o serviço não era ter uma versão global do Correio da Manhã, finalmente tomei 2 passos importantes: cortei na minha dependência de notícias e acabei com o terrorismo cá em casa.

segunda-feira, julho 25, 2016

A moral e os bons costumes do Pokemon


Eu sei que isto não é novo, mas ainda assim está a fazer-me confusão: Pessoas, quem anda por aí a jogar Pokemon Go não deve nada ao mundo.

Dizer que quem anda a jogar uma treta de um jogo a apanhar pokemons devia estar a apanhar refugiados é só parvo. Dizer que quem anda a jogar uma treta de um jogo a apanhar pokemons devia era adoptar animais a sério é só parvo.
Mas isto é também um sinal do quão diferente é este jogo dos outros. Um jogo que consegue ser tão diferente e ocupar tanto espaço real além do virtual, que consegue meter muitas pessoas a confundir os dois.

(no fundo os jogos estão a ocupar o espaço deixado pelos albuns de metal dos anos 80, que sempre serviram de bode expiatório para os males do primeiro mundo)

quarta-feira, julho 20, 2016

Pokemon, a vingança do chinês

Confesso que ver pessoal que gosta de Game of Thrones (toda a gente, parece-me) enjoado de ver Pokemons me dá alguma satisfação. Infelizmente não se tocam e já se esqueceram daquela fase estupida de há uns tempos em que todos os memes eram à volta de portas. Haja cu.
Se gostam de Pokemons e Game of Thrones: get a life.


segunda-feira, julho 18, 2016

Arautos do fim dos tempos, acalmai



Como é provavelmente sabido por quem segue este blog, não gosto de rebanhos. Embarcar em coisas só porque estão a dar não é a minha praia. Não passei a gostar de gin só porque tenho mais de 30 anos e tenho a mania que sou um lorde, continuo a desenhar em cadernos mas não sou urban sketcher, trabalho em esplanadas mas não sou digital nomad, andei de bicicleta e só fui a uma Massa Critica. Faço fotografia quando calha e não tenho aspirações a mais que as minhas fotos de tampa-de-caixa-de-bombons.
Mas, fui à procura de Pokemons (encontrei um nos Anjos).
Sem medos.

Tenho visto como muita gente reagiu ao aparecimento deste jogo e tenho de escrever qualquer coisa para compensar esse terror.
Sim, este jogo já foi aprovado pelo telejornal e isso é um sinal claro de que este jogo está aprovado para o rebanho. Mas é um jogo estupido e bem feito. Não transmite cancro, não causa guerras nem fome e está provado que quem gosta de pokemons também pode gostar de animais, beber copos com os amigos e ser a favor do fim do conflito israelo-arabe.
Para os que se queixam que o telemóvel aliena, - nunca precisei de telemóveis para me alienar, sempre o consegui fazer com pouca tecnologia, livros do Asterix bastavam - aqui está um jogo que combina o mundo real com o virtual, o primeiro a esta escala.
Não tenham medo, é só um jogo estupido e bem feito.

quarta-feira, julho 13, 2016

Também gosto

Aquelas notícias de "adepto francês que vive em aldeia perdida na ex-Jugoslávia escreve post em que fala mal de Portugal/selecção/Ronaldo" a terem tracção.
Imagino que algures numa aldeia remota da China um post meu está a gerar polémica sem eu saber e a dar clicks ao Observador de lá do sítio.

A vista da parede

No euro 2004, odiava activamente a bola. Este ano não me aquece nem arrefece (mas ver aquele golo fez-me o dia). Agora ando a ver a minha wall e a ver a reacção às condecorações atribuídas à selecção. O pessoal de extrema esquerda ficou ressabiado porque todos os atletas que chegaram ao podium a semana passada também deviam ter condecorações. O pessoal de extrema direita ficou ressabiado porque  3 militares da força aérea morreram num acidente de aviação e deviam ter condecorações.
Eu acho que ninguém devia ser condecorado porque no fundo foi só um aproveitamento político do momento. Mas pronto.

sexta-feira, julho 08, 2016

Ser freak é moderno

Estavamos ali a discutir o caminho que a internet leva, os sms's, os live feeds, a hiper-conectividade (que vai ser muito maior, isto é só o começo), teorias é comigo, tenham nexo ou não - desde há muito é que as notícias e os factos vão morrer - como o dinheiro, vão ficar para quem der valor a isso - e a humanidade entraria então numa era de comunicação digital pós-factual, hiper-emocional, assíncrona. Isto não é necessariamente mau: tanto podemos ser uma sociedade distópica governada por um algoritmo impiedoso como podemos fazer parte de uma comuna hippie global. Infelizmente, tenho cada vez menos paciência para hippies sem cérebro.

sexta-feira, junho 24, 2016

Isto não vai lá com paninhos quentes

A internet promove a troca de ideias e isso é uma clara vantagem para a humanidade. Infelizmente isto só é possível porque democratiza o discurso de todos, reduzindo-o a um pedaço de texto, preto, Arial, tamanho 14, umas centenas de caracteres e 8 segundos de atenção para cada pessoa.
Este jogo é complexo do ponto de vista de quem tem mais de 2 dedos de testa e sabe que estruturar uma ideia ou pensamento de modo a serem entendidas por todos é complexo e demorado. Já veicular ideias mal formadas é bastante mais simples.
Uma demonstração disto são os comentários online do Correio da manhã e o twitter do Trump.
Mesmo sabendo que isto é só um problema que me atormenta por achar que tenho uma moral de melhor qualidade do que o habitual e que no plano maior do universo, a humanidade está muito melhor assim, deixo aqui o meu apelo à sociedade para que promova o desenvolvimento de um código linguistico politicamente incorrecto progressista de esquerda, a unica forma de ideias racionais terem seguidores na internet.
Seguem alguns exemplos práticos:

"Não vacinar os meu putos? Havia de ser bonito, esses gajos do SNS arranjam tudo para não ir além das 35 horas semanais!"
"Tens de ver este video que o meu vizinho fez a expor a maneira como o estado usa o teu guito pra fazer estradas e hospitais. E ainda dizem que não há conspirações."
"Sair do Euro? isso é coisa de rotos."
"No outro dia vi uma gaja a passar com uma saia do tamanho de um cinto. Se não estivesse em cima do andaime, tinha-lhe mandado uma boca."
"Esses gajos do Correio de Manhã são uns meninos, na secção de comentários do Le Monde Diplomatique é que dizem as verdades."
"Um amigo meu no outro dia apanhou um taxista que foi o caminho todo a contar-lhe como foi bem tratado num centro de saude público. Aqueles gajos às vezes até acertam umas."
"Agora fazem as vontades todas aos putos, havia de ser como no meu tempo, no infantário subsidiado pela junta de freguesia quem mandava eram as educadoras."

terça-feira, junho 21, 2016

Os States lá longe

Felizmente, e não parecendo se derem ouvidos ao pessoal do PC, há uma moral de de esquerda de esguelha, socialmente progressista, que orienta Portugal silenciosamente. É isso que faz com que, por exemplo, não haja tempo de antena nos jornais e nos canais de televisão portugueses para o pessoal do PNR, que também tem direito ao seu ponto de vista. Olho daqui para os EUA e fico contente de sermos moralistas, é um descanso.

quinta-feira, junho 16, 2016

A alegoria da caverna com o dragão

Pessoas: o Game of Thrones são só sombras. Lá fora há um mundo de pessoas (eu) que se estão a cagar para histórias com dragões que duram séculos e onde (não sei porquê, toda a gente sabe tudo de antemão porque 1) está na net 2) é uma rotina conhecida) recorrentemente morrem (e ressuscitam) personagens badass. Ainda assim, não tenho nada contra esta bosta desta série, só estou cansado de tentar explicar que ver esta série não é obrigatório, ainda.
Bons tempos em que ver televisão era considerado alienante.

quarta-feira, junho 15, 2016

Não, espera, volta: Rui Sinel de Cordes e as redes sociais

Rais parta, não percebem que o rapaz é sensível?
O rapaz não pode sair das redes sociais, é necessário. Talvez ninguém esperasse que o rapaz se fartasse, pelos manifestos que faz cada vez que leva bordoada. O rapaz lá no fundo só quer ser compreendido e não ter de explicar, nestes manifestos cada vez mais extensos e explicativos, todas as piadas que faz. Claro que cada manifesto era uma chamada de atenção; primeiro a proverbial cabeça no forno, depois a overdose de comprimidos, mais à frente os pulsos cortados. Todos os manifestos gritavam "ajuda, por favor" e agora foi mesmo a sério. A esta hora o rapaz está trancado na garagem a queimar gasolina em vão.
Eu julgava que o rapaz ia estar cá para sempre, porque julgava que os manifestos eram mesmo manifestos. Pessoas com convicções remam contra a maré porque sabem que estão certas.
É por isso que precisamos, todos, de ter o rapaz de volta no Facebook. Por causa de convicções. As mesmas que muitas outras pessoas, mais obstinadas que o rapaz, teimam em não largar: homofobia, xenofobia, sexismo, racismo (e infelizmente, mau gosto, que a tal piada era fraquinha). Pessoas que encontram neste rapaz um ombro amigo, onde o humor se confunde com opinião. Precisamos do rapaz no facebook para poder encontrar as pessoas que têm estas opiniões.
O rapaz é um aqueles galos que mudam de cor com o tempo. Não diz nada que eu não esteja à espera, mas diz muito sobre as pessoas que gostam de ter um galo que muda de cor em casa.

quinta-feira, junho 09, 2016

Pessoas com tempo a mais: um estudo rápido

Tenho ouvido gente com tempo a mais. Têm ideias mas demoram muito a executá-la. A tal da obsessão com a produtividade é uma falácia: simplesmente não há nada que garanta que uma ideia precise de muita maturação para ser boa. Diz-se que Cossery escrevia uma linha por semana, tudo bem eu respeito na boa mesmo conheço gente assim e já lá estive um gajo estar em casa desempregado e com subsídio dá uma margem de manobra porreira e descobre-se que a má vida é boa dependendo de dias mas voltando de certeza que o tipo conseguia sentir-se bem usando o resto do tempo para o que lhe era mais importante -  fazer nada - o que é bastante meritório porque a mim fazer nada custa-me, e agora quando vejo o tempo que se perde com medo de arriscar ou na ilusão de que toda a gente está tão atento aos detalhes para notar essa tal maturação faz-me comichão. Arrisca. Rápido.

terça-feira, maio 31, 2016

O Gu-lag

Nas redes sociais, José Cid e Nuno Markl estão a ser fustigados, ameaçados, perseguidos, obrigados a pedir desculpas, por causa de uma entrevista feita há 6 anos, no canal Q.

Há seis anos, no canal Q. Eu insistiria nesta parte.

segunda-feira, maio 30, 2016

Devagar com o andor

Estive uma semana fora e não apanhei estas manifestações do pessoal dos colégios privados que querem continuar a ser financiados pelo estado, mantendo alunos que, por opção, querem que o estado pague a sua educação. Algumas notas sobre isto:

1. O nosso ensino público é bom.
Pude ver videos das manifs feitas pelo pessoal dos colégios e constatar a diferença: ninguém vindo de uma escola pública faria aquela figura porque sabia que levava na tromba. Amarelo? Mais beto não dá. Palavras de ordem? Onde é que andaram quando havia manifs a sério para tirar notas?
2. A Dupla-Tributação está entre nós.
Dupla tributação é um argumento fraquinho. Não me lembro de ser bem usado. Neste caso é bem mal usado. Vejam lá: "Eu já pago impostos, nao posso pagar o colégio do meu filho para ter acesso a ensino de qualidade.". Porque depois aparece um outro tipo, tipo eu (com filhos na escola pública, por exemplo) e diz "eu já pago impostos, os meus putos estão na escola pública, não posso pagar a minha pública e a tua privada", estão a ver como é fácil. Corolário do argumento da dupla-tributação: A única coisa que não pagas duas vezes é o sol, porque não pagaste uma primeira. (Atenção: Como não tenho filhos sequer, ainda acho isto mais parvo).

3. Os impostos são de todos. A gestão dos dinheiros públicos não funciona como um kickstarter. Eu não tenho poder de escolha sobre para onde vão os meus impostos. Para isso é que voto num programa de governo. Sim, sociologicamente era mais interessante. Mas duvido que fosse bonito de ser ver. Eu, por exemplo, nunca ia ajudar o funding do exercito, dos hospitais a sul de Benavente e dos transplantes de orgãos para pessoas com multas de transito por pagar.

4. Dependendo da ocasião, a esquerda portuguesa é mais neo-liberal do que a direita
Ver a esquerda em bloco defender que o mercado é que manda e ver a direita preocupada com os professores que perdem o seu emprego e a perda de qualidade de vida das pessoas implicadas é refrescante. Se ao menos houvesse memória para perceber como também é irónico.

5. Tudo acontece por um motivo
Portugal é um país pick-and-chose. Não interessa a ideologia, ela adapta-se caso a caso, conforme o que for preciso resolver. Vivemos numa espécie de ditadura regida pelo Paulo Coelho.

quinta-feira, maio 19, 2016

Malucos do Riso, Versão brasileira pós-Dilma


Um dia destes foi jantar uma amiga brasileira lá a casa. Em vez de lhe dar as boas noites, dei-lhe os pêsames.

terça-feira, maio 17, 2016

Na volta, este tipo escreve assim, com crowdsource. Não consigo notar a diferença.



Genética renovada precisa-se

Há coisas que não mudam, nomeadamente as pessoas com que esbarro na Cinemateca. Parece que não mudaram desde 98. Metade bebe copos na Bica. A outra metade no Damas. Se pensar que a cultura funciona como a genética, chego à conclusão que todos os filmes portugueses são filhos de primos direitos.

Descobri um filão

No facebook, os comentários dos fans às citações do Pedro Chagas Freitas dão-lhe uma continuidade inesperada. É uma espécie de cadáver esquisito com sentido. Tanto quanto é possível.

segunda-feira, maio 09, 2016

domingo, maio 01, 2016

Tipos de humor

Historicamente, tive uma dificuldade extrema de fazer conversa de circunstância com uma ex-patroa. E na altura não percebia porquê. Sempre que tentava fazer uma piada era levado a sério, sempre que falava a sério achava que estava a fazer uma piada. O mesmo acontecia no sentido oposto. Hoje vi que partilhou uma citação do Pedro Chagas Freitas. E como esperado, não foi no gozo.

domingo, abril 17, 2016

Este blog tem 10 anos.

10 anos. Não há nada que eu faça, tirando cortar as unhas dos pés e guardar as unhas em frascos, que tenha feito durante tanto tempo.
Da boa à má vida, do desemprego ao patronato. Assistiu à queda do Sócrates, do Passos, do Cavaco. E ainda vai assistir a mais umas coisas.
Amanhã: top 10 dos fenómenos a que este blog assistiu nos últimos 10 anos.

quinta-feira, abril 14, 2016

Estava aqui a ver


Trabalhar com os outros é o inferno. Toma-me o tempo todo, é cansativo, tudo tem de ser negociado todos os dias. Cansa-me.
Agora lembrei-me de outros tempos em que tinha de fazer o mesmo mas com gente burra.
E afinal isto é um descanso.

sexta-feira, abril 08, 2016

Ainda a gorda


Começo a gostar da gorda. A gorda, contra quem pouca gente se envergonha de ser sexista, baixo ou politicamente incorrecto, é uma artista. Os artistas, historicamente, são de polémicas. Se noutros tempos este campo pertencia aos iconoclastas, agora pode ser ocupado por qualquer um, desde que o faça na internet, onde há sempre muitas almas sensiveis dadas a fuzilamentos públicos. Uns fardos de palha colocados estrategicamente à volta das caixas de comentários servem de abrigo e ajudam a que isto aconteça.
A gorda é insultada. A gorda dá a cara por uma campanha. A gorda faz a campanha ser um sucesso. A gorda soma e segue. A gorda cumpre-se.

Um sinal dos tempos, como nota: Há muitos anos, num incêndio em toda a família sobreviveu por mero acaso, um amigo meu perdeu tudo o que tinha. Todo o apartamento ardeu. Sempre que me fala disto, a unica coisa que lamenta foi ter perdido as fotografias da família. Onde é que as pessoas guardam as fotos hoje, mesmo? Dica: não é no iPad da gorda.

#esefosseeu

Na mochila, levava:

As canetas.
Alguns lápis.
Um canivete.
Cadernos.
Cabos USB.
Dinheiro.
O portátil.
A máquina fotográfica.
Os documentos.
O telemóvel.
Uma garrafa de água.
Benurons.

A minha lista, reparei, não é muito diferente da lista da Joana Vasconcelos. É menos totó porque me prolongaria o conforto por mais do que 20 minutos. Não gosto de tricot mas gosto de desenhar. Ser obrigado a fugir do meu país só me obriga a deixar o que não preciso, não sou obrigado a deixar para trás o que sou, faço ou gosto e pode obrigar-me a deixar muito do que sou, faço ou gosto, mas não tudo. Também não gosto da Joana Vasconcelos e não a meteria na mochila. Mas com o que é que vocês sairiam de casa que coubesse numa mochila? Ética? Coisas que outras pessoas gostassem?


sexta-feira, março 18, 2016

O mais importante é o motivo

O que eu quero mesmo é fazer a um happening numa instalação de land art com um filme super 8 de litografia de uma serigrafia pontilhada de uma fotografia digital tirada a um timelapse do processo de construção de um filme em stop-motion em exposição prolongada de várias esculturas em materiais mistos cinéticas e interactivas com movimentos definidos pelas quantidades geolocalizadas de tweets com o hashtag #trump em tempo real, movidas sequencialmente por operadores de marionetas bunraku em resposta aos movimentos do publico numa sala toda pintada de branco, filmada noutro ponto do mundo, feitas a partir de fotocopias de espectogramas pintados a óleo tirados da visualização do som passado por um pedal de efeitos ligado a uma talkbox analógica de um sample re-masterizado de um album de eletrónica alemã dos anos 70 passado numa aparelhagem a válvulas com pré-amplificador passada para cassete distorcida manualmente, depois de ter passado por um gravador de oito pistas a partir do lado B de um vinil de 33 polegadas comprado aleatoriamente numa loja online por um bot anonimizado via Tor, tudo pago por crowd funding.

quinta-feira, março 10, 2016

Jamaica, Tokio e Europa: 3 canos, Cais do Sodré ao fundo

O Cais do Sodré vai deixar de ser o que era. Não vou levar isto pessoalmente apesar de tudo o que estas discotecas querem dizer. Vou antes explicar o que quer dizer o fim destes 3 sítios para Lisboa.
A perda do Jamaica é grave, mas somar-lhe a perda do Tokio e do Europa é declarar o fim da função reguladora do Cais do Sodré.
Ir ao Jamaica é voltar ao tempo das cavernas. Quase literalmente: Está sempre quente demais com luz de menos, e é sobrelotado por natureza. O suor escorre nas paredes. E entrar continua a ser um misto de golpe de sorte, encontrar par para tentar enganar o porteiro, e a sua boa vontade. Sem Jamaica estamos entregues à lei do mercado. Entrar no lux, por exemplo, é uma questao de dinheiro, a entrada compra-se. Entrar no Jamaica é lutar pela sobrevivência da espécie.
O Tokio era o "buffer" do Jamaica. Podem dizer que são iguais mas desenganem-se. O Tokio atende os rejeitados, os quarentões e todos aqueles que levam o Jamaica a sério e não conseguem lá entrar. Também é uma versão com menos suor e mais holofotes do Jamaica. É um paliativo.
Parecendo desconexo dos outros, o Europa é o destino de quem, continuamente, teve de confontrar-se com a realidade do mundo fora do binómio Jamaica/Tokio. Deep house e Drum&bass anacrónico às 7 da manhã não são uma opção, são mesmo um ultimo recurso. Toda a gente que está num after hours do Europa queria estar em casa a ouvir Jorge Palma.
Por isto, prevejo suicídios em massa, agitação social, terramotos e luto. Mas posso estar enganado.

PS. Acabar com estes e outros sítios - ouvi dizer que vai fechar o Estádio, o Ateneu e o Scandy - é acabar com o bas fond do centro de Lisboa e com o que ainda havia de genuino, os ultimos restos da noite (meio) indie. A próxima cena ainda vai ser beber copos nos bares africanos do Intendente. Aí a coisa ainda é brava.

terça-feira, março 08, 2016

Quero ser cliente

Quero dizer a alguém "olhe, essa fotografia tirada com o telemóvel, quero que tenha bom aspecto. Vá ao photoshop e faça a miuda loura em vez de morena e vire um pouco mais a cara para cá. E esse folheto, quero que tenha o dobro do texto, mas com o dobro do tamanho, mantendo o ar minimal nórdico que me disseram ser porreiro mas que não tenho ideia do que será. E quero isto em bilingue. E tudo em Times New Roman, mas que fique com um ar moderno. Se tiverem ainda tempo, isto é para entregar daqui a 30 minutos, ainda podem dar um jeito no texto para ser mais claro, ok? ". Mas não consigo.

Lisboa que amanhece


Na mesma semana, ouvi dizer que o Estádio, o Scandy, o Jamaica, o Tokio e o Europa vão fechar. No grande plano das coisas, não é importante. Tiveram o seu papel. Mas a acontecer, significa que praticamente todos os sítios onde cresci - ou não, é uma questão de ponto de vista - vão desaparecer. Sobra o Mahojng, que como ficou uma boa merda, ajuda a manter uma boa perspectiva sobre o assunto.

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

O Cliente Português

Há que dizê-lo:
O cliente português é uma besta. É um burro.
O cliente português é naturalmente egocêntrico. Como todos os clientes portugueses de todas as nacionalidades.
O cliente português anda a brincar aos escritórios. Vibra quando compra clips, fotocopiadoras ou correntes de plástico vermelhas e brancas para impedir a passagem. O cliente português não tem noção.
O cliente português, habituado a um mundo pequeno e uniforme, espelho dele mesmo, assume a sua posição de cliente como um Gargantua que se senta à mesa.
O cliente português vê-se como um nobre. O mundo é seu.
O cliente português sabe que o tempo é igual para todos, mas o seu tempo pode ser preenchido de reuniões umas atrás das outras, quanto mais longas melhores e quanto menos decisivas melhor. Ai do cliente português que tenha de decidir algo numa reunião, fechando um ciclo que se quer aberto.
O cliente português não quer ser cliente: quer fazer parte da empresa.
O cliente português não quer ser cliente: quer ser um amigo.
O cliente português não quer ser cliente: quer ser ouvido.

O cliente português reclama em diferido. O cliente português acha que paga sempre a mais.

O cliente português é uma nódoa.
Todos somos clientes portugueses.




sexta-feira, fevereiro 12, 2016

A Galp

Só agora reparei nos mupis com o novo logotipo da Galp.
A Galp, pronta a avançar para novos mercados, avança a todo o vapor para a joalharia: o novo logo parece um daqueles berloques para pulseiras das betas. Mas como queriam apelar a outros mercados, transmuta-se em berliindes e em relva. No fim, parece um pechisbeque barato.
Terem convencido o cliente que aquilo tem alguma lógica deve ter sido um granda broche.

sexta-feira, fevereiro 05, 2016

Vamos lá ver

Não me lixem com a conversa anti-GMO's. Se não papam a conversa de sites manhosos sobre refugiados, usem os mesmo critérios para as notícias sobre outros temas. Geneticamente modificado não é veneno, é comida. Se acham que daqui a 20 anos ainda vai andar tudo a comer truta selvagem, desenganem-se.
Agora ponho aqui aquele som do disco riscado e passo a dar-vos a conhecer alguns pontos interessantes de um pitch a que pude assistir o ano passado, de uma startup cheia de boas intenções:
Claramente, daqui a uns anos o planeta deixa de ser sustentável, se continuarmos a comer o que andamos a comer. Temos de mudar de dieta. Dizem vocês, "ah, isso sei eu, só ando a encher-me de chanfana e escabeche de frango" e que deviam comer outras coisas e mais frutinha. Esperem.
Ao que parece, a tal da comida biológica é pouco sustentável: na verdade ocupa terrenos bons com produções nada rentáveis. Ser vegetariano não-GMO também está fora de questão. Cada humano precisaria de 3 toneladas diárias de pistachio, nozes, alpiste, tofu e maçãs do tamanho de nozes para sobreviver, triste e cabisbaixo, - sim, que não comer bifes ia deixar tudo cabisbaixo - um cenário apócaliptico sem bomba H.
A solução apresentada pela startup, era simples, barata e eficaz: Insectos. Farinha de insectos. Google it.
Eu ouvi o pitch, percebi que o mundo tem de mudar rapidamente, saí e fui a correr comer um bitoque.

quarta-feira, fevereiro 03, 2016

Reunite

Uma doença típica dos humanos que se acham importantes - não vou dizer "tugas" porque posso confirmar que é um mal presente em todos - é a reunite. A reunite tem origem numa infância mal resolvida, dizem estudos feitos por.
Se o chefe precisa de marcar muitas reuniões onde aparentemente há pouco a decidir ou já está tudo decidido, dica: poupa tempo da tua vida, pede-lhe ajuda e opiniões diariamente. Mesmo que seja sobre a cor ou densidade do papel higienico, o número ideal dos agrafadores ou a melhor password para o wifi. Qualquer coisa serve, inventa. Tudo para que sinta que afinal querem jogar às escondidas, aos polícias e aos ladrões, à macaca, seja, com ele.
Nota: A Reunite é contagiosa da cabeça para os pés, seguindo a hierarquia da empresa. Na forma ascendente, somatiza.

terça-feira, fevereiro 02, 2016

Groupies são sempre groupies

Introdução: Fui a um concerto muito pequeno, agora dito intimista, do Sérgio Godinho. Este post é dedicado às groupies desse senhor. Pode ser trauteado fora de salas de espetáculo.

Alto lá, que vejo eu
A groupie nem bebeu
Está sóbria vejo bem
antes fosse, minha mãe
metam-lhe uma mordaça
ai o tempo não passa

A groupie não se cala
A groupie não se cala
incomoda toda a sala
A groupie não se cala
A groupie não se cala
incomoda toda a sala

Desengane-se quem vem
ouvir o Sérgio Godinho
vão ouvir cantar baixinho
o segredo já sabido
a zumbir-me no ouvido
"Sérgio faz-me um filho"

A groupie não se cala
A groupie não se cala
incomoda toda a sala
A groupie não se cala
A groupie não se cala
incomoda toda a sala

Bebem-lhe cada palavra
vão sempre vê-lo ao Avante
40 anos vão-se num instante
Desafinando pela causa
as groupies na menopausa

A groupie não se cala
A groupie não se cala
incomoda toda a sala
A groupie não se cala
A groupie não se cala
incomoda toda a sala

Mandem-na calar
A groupie não se cala
meta-lhe uma mordaça
A groupie não se cala
cortem-lhe o pio
A groupie não se cala
Deitem-na ao rio
A groupie não se cala.

terça-feira, janeiro 26, 2016

Não tenho tempo para nada

Há desvantagens em estar num trabalho que se gosta: Tirar a energia desse trabalho para outras coisas é muito mais difícil.
Noutros tempos, saía daquele trabalho de merda e tinha energia para tudo. Andava mais, postava mais, desenhava mais, fotografava mais mas também bebia muito mais e ressacava muito mais.
Agora isto corre tão bem que só queria ter tempo para me dedicar a mais alguma coisa.

segunda-feira, janeiro 25, 2016

O monólito

Sim, o Expresso limpou a frase para ficar mais curta e legível - não é uma conspiração, é uma opção de estilo - do que "Nós podíamos apresentar um candidato ou uma candidata assim mais engraçadinha, enfim, em que fosse fácil, com um discurso..." mas a frase foi dita pelo secretário geral do PC. Os alvos não são claros: na categoria de engraçadinho, ponho o Marcelo e o Tino de Rans, ex-aequo (Tino teve menos 30000 votos que o candidato do PC, o equivalente a 3 blocos de apartamentos em Benfica). Na categoria de engraçadinha, eu até acho que Maria de Belém, baixinha e com uma voz particular, se pode encaixar nela, mas dizem-me que afinal o alvo seria Marisa Matias, que teve o melhor resultado de sempre pelo BE.
Clama o facebook que é sexismo, mas isso parece-me acessório. Antes disso, há muito mau perder.
nota: De forma inédita, o PC conseguiu dizer que "os resultados ficaram aquém das expectativas", quebrando uma tradição que sigo desde que sou gente. O que de certa maneira, é o sinal do fim de uma era.


quinta-feira, janeiro 21, 2016

Custa muito?

- Este produto não tem qualquer defeito de fabrico, mas não estou satisfeito com ele. Quero devolvê-lo. Deixei passar algum tempo, mas só o abri e usei uma vez.
- Tem o cartão que usou para o pagar?
- Está aqui.
- Reembolsei-o agora, deve receber o valor na conta associada a esse cartão. Boa tarde.




sexta-feira, janeiro 15, 2016

Je ne suis Je suis

Parece que no último número do Charlie Hebdo, há um cartoon que causa polémica entre a esquerda obtusa. Parece que afinal há limites para o humor, dependendo do quintal em que entra. Tenho de saudar estes tipos pela capacidade de serem coerentemente anti-tudo. Alguém tem de ter este papel de estar contra as convicções alheias, sejam elas quais forem. Tem piada? Não muita. Mas isso é questão de gosto, ou falta dele.






domingo, janeiro 10, 2016

Navegação por instrumentos

Ficam os táxis, experiências analógicas, seguem os Ubers, bidimensionais e automáticos, uns atrás dos outros. O espaço mental que percorrem é gentrificado como a cidade e retirá-los dessa área nobre da cidade retira-lhes ainda mais a humanidade. Se conduzir para a Uber é uma vigília permanente, fora dessa zona de conforto o silêncio é absoluto e passam a olhar mais para o GPS que para o caminho, sabendo que não podem confiar completamente na máquina, sem um mapa mental comum com os passageiros. Leia-se, para lá do Califa é só dragões.

quarta-feira, janeiro 06, 2016

A criar excêntricos

Viagem de taxi. Espero a habitual xenofobia, racismo, homofobia e sexismo de um taxista. Mas dêem-lhes um fim de ano e os taxistas transformam-se, não se conseguem conter, contam como foi espetacular, quanto fizeram este ano, o ano passado, o ano antes, quanto fizeram os amigos, os truques para ganhar mais, o lingo, tudo. No fundo aquela conversa habitual nem sequer é raiva mal direccionada, é só ganharem pouco.

segunda-feira, janeiro 04, 2016

Começar o ano

Tenho uns calotes por resolver. São lendários, dados os anos que já passaram. Fazem parte de ser freelancer. Uns ja nem tento, - meteriam tribunais e chatices a longo prazo - prezo muito o meu descanso mental e felizmente, orientei-me. Só perco tempo com uma coisa: trabalhar. O resto, por mim passava-o no sofá a ver o Agora Escolha.
Agora tenho um calote que é como um sonho recorrente, quase um hobbie. Vou enviando emails, não faço ameaças porque sei que só vale a pena se for para as cumprir ( e eu não tenho perfil para partir um joelho a ninguém ) e vou coleccionando respostas. Vou afinando os emails que envio, sempre entre o sério, o objectivo, o humorístico e o irónico, de maneira a não escalar para a violência.
Decidi que a partir de hoje farei um relatório para mim mesmo sempre que houve novidades sobre este assunto. Nota: isto dura desde 2011.