O meu Pai trabalhava na F.A., no COFA, na secção de cifra, num bunker a cheirar a ar condicionado e ao chão de cortiça, onde dezenas de telexes em fila, encontados à parede, recebiam quilómetros de papel de códigos alfanuméricos por decifrar, que eram passados para quilómetros de fitas picotadas para arquivamento. O barulho que saía deste escritório era qualquer coisa de mágico. bips, margaridas das máquinas de escrever eléctricas a bater, as fitas a serem lidas, o ruido de fundo dos telexes gigantes, género spectrum em continuo. Ficção cientifica.
Os posts cripticos têm razão de ser.
E haviam uns tubos aspiradores, mágicos também, que enviavam canudos com mensagens para secções diferentes do edificio. De tempos a tempos, lá em cima recebiam desenhos feitos numa máquina de escrever antiga.
2 comentários:
Ainda bem que, pelo menos, as memórias não se tornam nunca obsoletas como as máquinas.
Nunca. E cada vez mais presentes, parece.
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