A calçada no Bairro pegava da mistura de mistelas várias cerveja vodka vinhaça vinho cachaça, ali ao pé do Portas Largas, cheiro a bafos de erva no ar, mais gente na rua que pedras no caminho ( mas sem chegarem para fazer um castelo ), metade estrangeiros. Cruzámos com Sinriva Gurvinder, o que faria ali a esta hora? Vendia óculos de sol à noite. 5 eram vermelhos, 2 amarelos, azuis, roxos, laranjas, pretos eram apenas um de cada. Costumes estranhos mas não tanto, já que na esquina uma trupe de wrestlers ingleses teimava em dobrar carros ao meio ou seriam copos, já não via bem a esta hora é tarde, relógio embrulhado no bolso como um rebuçado atrasado, já me esqueci das horas, outra vez desembrulha o celofane uma da manhã. Ainda é cedo. No grupo há pessoal que veio de fora, de Londres. Lá sai-se cedo.
- Uma vez Churchil saiu para ir ao Caldo Verde para descobrir que ainda estava fechado. - Assim quase chegou ao fim a mais antiga aliança do mundo. À laia de vingança muito fria, o reino, todo unido, recebeu ordem de que se colonizassem os bares do Bairro lá longe com uma tropa especial: Tosca, bebe bastante, mais 58% dizem estudos britânicos e brutos como cossacos. A minha admiração, depois de ainda estar a pensar na quantidade de óculos escuros que se vendem à noite - deviam estudar isso - é haver gente portuguesa que procura estes bares e esta companhia. Se é certo que perco muito tempo com o Sr. José Lopes, 62 anos, vejo-o sempre por trás do balcão, trapo a tiracolo, nunca seco, director executivo na tasca mais ramelosa do Cais do Sodré, pergunto-me se, indo eu a outro país, procuraria propositadamente os bares e gente mais manhosa propositadamente - abro aqui a excepção a Barcelona onde andei nos bairros piores à procura dos melhores bares e devia ter feito o oposto, bares maus em bairros bons mas foda-se - seja por boa fé ou curiosidade científica.
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