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Outro Mandela |
A tal insegurança no trabalho. Recibos verdes? já desbundei. Anos. ( Aliás, nunca fui efectivo de uma empresa ). Só na inconsciência voluntária ou disfarçada do pessoal que é efectivo ou deputado é que um recibo verde é um pagamento de um serviço e mais nada.
Mas agora parece-me que estamos numa nova fase que não sei caracterizar bem:
a) na mesma
b) nunca houve tão pouco para pagar
c) não há assim tão pouco para pagar
Quando ouço todo o tipo de falcatruas das agências com hype para contratar designers - e aqui não deixa de ter alguma ironia as condições estarem a ficar parecidas com fábricas de calçado em Moimenta da Beira - oferecendo recibos ad aeternum, ordenados de 700 euros, 600 euros, estágios em barda, pagamentos por fora cada vez maiores, e finalmente a possiblidade de terem alguém interno pago a acto único, somado a conviverem com salários 6 ou 7 vezes maiores ( afinal há dinheiro ) dentro da mesma empresa, só posso dizer: bardamerdapraestescabrões.
Sempre achei que empresas cool são as que pagam bem. O resto é peanuts.
Este é um daqueles posts que serve de registo de um tempo em particular e a que vou voltar daqui a 3 anos para ver o que mudou entretanto. Provavalmente vou dizer "vês? isto já era uma merda há 3 anos. Crise? Nada de novo."
6 comentários:
Até me assusta ter sido este o curso que a minha mais velha escolheu...ou antes duplamente assustada porque o filho do meio vai pelo mesmo caminho.
O melhor é manter a esperança, dias melhores virão!
Ouvi uma muito "boa" nesse aspecto: um gajo foi chamado para fazer o trabalho X. Fez um orçamento, como o prazo era apertado, foram passando o trabalho e disseram que o orçamento não seria problema.
Depois de entregue o trabalho, disseram que o cliente não avançou com o budget previsto e que só lhe podiam dar X pelas ilustrações.
O gajo mandou-os levar no apartheid e disse que então não usavam nada do que ele tinha feito.
Eles cagaram na cena, não lhe pagaram nada e usaram à mesma o que ele fez.
Uma vez que legalmente é uma embrulhada das antigas, o tipo está a fazer campanha nas redes sociais e afins...
Ah, já vi isso do trabalho X no Facebook, sim.
O pessoal facilita para não dizerem que é má onda e lixa-se. Been there done that.
O tuga na sua nacional-porreirice marimba-se sempre em contractos de tal, porque é tudo para o dia a seguir e é uma perda de tempo...
e tal*
E que tal trabalhar por conta própria, arricar o próprio dinheiro e assumir os custos mas também os possíveis lucros (tão invjados por todos)?
Os clientes são de todos, basta atraí-los como o que eles querem ouvir/ver. E para quem está no meio é muito mais fácil pois sabe bem quais são. E há os mais pequenos que por vezes são muito melhores para trabalhar. Os que não vão às agências cool nem dão o prestígio almejado por todos os "artistas" mas que pagam as contas.
É preciso explicar o que é preciso fazer? Quase toda a gente quer apenas a garantia da transferência no fim do mês e limita-se a criticar o patrão por tudo e mais alguma coisa. E fazerem sozinhos? Se o fizerem, todos vão perceber e fazer o mesmo que criticavam. Pagar o menos possível para tentar ganhar alguma coisa. O cliente também "espremeu" até ao mínimo possível e depois ainda demoram 6 meses a pagar. Quem é que assume os pagamentos entretanto?
Pode ser Rui,
A resposta é simples: isso, como tudo no mundo, não é para todos. Por isso é que o mundo não é justo.
Se alguém sabe que não tem/nao quer ter/ nunca vai ter/ habilidade/dinheiro/tempo para se lançar em conta própria já não pode almejar ser pago honestamente pelo seu trabalho? parece que não.
Os clientes não são de todos porque há clientes de vários tipos. Há clientes e clientes. O mesmo trabalho, feito para o cliente Y e para o cliente Z, tem valores diferentes em várias grandezas. Isto só não é verdade se trabalhar por conta de outrém. Aí têm todos o mesmo valor, recebemos o mesmo no fim do mês.
As agências cool só são cool porque o portfolio é cool. Não é por terem salas com playstation com sofás às cores. Esse tipo de fumo e espelhos nunca quer dizer nada.
O cliente, percebo muito bem o coitado do cliente, um pobre de Deus, cada vez tem menos dinheiro para gastar. Mas o que é que os fornecedores têm a ver com isso? Peça o que possa pagar. é o que eu faço.
Nota: essa do arriscar o próprio dinheiro é bastante ouvida, mas onde é que está esse dinheiro quando se ganham 700 euros por mês. Caso conheçam rendas de 100 euros em Lisboa avisem.
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