A passar por Sete-Rios, antes das notícias do dia, ouviam-se os desabafos da senhora do banco de trás, carregada de sacos de plástico, a denunciar os óbvios culpados da quantidade de água na rua, os Almeidas. Essa corja de preguiçosos, que andam só a passear a vassoura pela cidade, que desentupir sargetas tá de purga. Infelizmente, ninguém fazia um sinal de aprovação, pelo que a senhora repetia a sua certeza uma e outra vez. Ouviam-se os telemóveis do pessoal xunga, com as músicas em alta-voz, sempre ausentes dos tops da televisão, mas sempre conhecidas dessa longinqua maioria. A avó marialva, voz de baritono, metia o neto na ordem, que apesar do ar rufia e das madeixas, piercings e boné teso no alto da cabeça, continua a ser só um puto de 13 anos. Palhaço.
E continuava a chover como o raio.
3 comentários:
Olha, tornei-me tua leitora! E tens jeito, pá! Continua! Beijinhos
obrigado pela preferência, MJ. Como é sabido, os escritos deste blog só são visíveis a pessoas inteligente com pouco que fazer.
bjs
Gosto...
Vou voltar mais vezes!
Bjinhos
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