terça-feira, novembro 04, 2008

Deus é taxista.

Devo dizer que tenho alguma vergonha de mim, pela forma incorrecta como retrato os taxistas de Lisboa. Por vezes, terei dado a impressão que são rudes putanheiros, bárbaros ao volante capazes de violar todo o código de estrada em 65 metros, labregos racistas e preconceituosos. E é verdade, são.
Mas, do meio da bruma, num corcel negro ( e verde em cima, com uma cena com luzes a dizer "1" ) , surge o Paulo. O Paulo, assim que pára no primeiro semáforo, levanta orgulhoso o calhamaço "Direito Constitucional", revelando que vai saber se entrou no curso um dia destes, e como tem caimbras na mão de fazer resumos do calhamaço todas as noites. "Custa menos a ler que um Tolstoi, este ainda só tem umas 600 páginas." diz ele.
A meio da viagem, diz-me que tem uma Nikon zê pê tê doze trinta e dois com uma vinte e oito oitenta e uma cem quinhentos. - Eu cá tenho uma Pentax K1000, com uma 28-80, e uma 80-300 - e que agora já não tem muito tempo, mas ainda fotografa em analógico, digital é tanga, e vai à loja fazer digitalização dos negativos quando precisa. ( pré-historia perante os meus olhos ). Paga a tarifa, ficamos a discutir especificações técnicas sobre máquinas mais um bocado. Chatice, lá tive de acabar com a conversa.

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