A piadola numero um já não era ouvida há algum tempo. O taxista, gordo e grisalho, olha-me malandro, pelo retrovisor panorâmico, e pergunta se vou a esta hora trabalhar ao cemitério.
Cara séria, respondo-lhe:
- Vou para o segundo turno, já lá estive hoje. - hoje quero conversa.
- eheheheh o amigo já viu, ir para um sítio desses a esta hora? - ri-se, a olhar para trás.
- ah, sempre vivi ali, é igual ao molho.
- Mete algum medo, algum respeito, não é amigo? temos medo do desconhecido...
A conversa estendeu-se. Amena. Não lhe ouvi uma asneira, coisa rara. O tema vida-após-a-morte foi o seguinte. O taxista diz que desde que o pai morreu, passou a ir ao cemitério. Eu confesso que desde que o meu pai morreu, já não vou a cemitérios como cenários melancólicos para ensaios fotográficos, como era hábito. Deixei de ir por sistema, mesmo.
Continuamos a conversa. Religião, agora. O taxista de Nossa Senhora com íman no tablier confessa-se católico, mas avesso a missas. Falava com convicção, da forma como as igrejas têm afastado as pessoas da religião:
- Pois, e agora veja lá, como é que querem que vão à missa. A ultima vez que lá fui, veja lá o amigo, meteram lá pretos. Eu quero ouvir a missa e não percebo nada do que eles dizem.
Calma, há como dar a volta a isto.
- Bem, até aos anos 60, a missa era dada em latim... Não pode ser melhor que crioulo.
-pois... não se percebe nada, amigo.
2 comentários:
Aaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrrrggggggghhhhhhhhh!
HAHAHAHAHAHA
Como é que uma pessoa pode ser católica assim? Com tanto preto à solta? Deus nos livre e nos guarde.
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