Indo buscar mais uma mini, reparei na roliça da casa. Não sei se propositadamente ou só porque calhou aqui no escrito ou no pensamento, a miuda, além de roliça também era noviça e também podia ser vitima de rimas brejeiras na linha a seguir, já o tinha feito com a Clarissa.
Mas não, era só roliça. Cara de menina, pensei se não seria um esquema de captura de pedófilos, parecia uma adolescente ucraniana - o que quer dizer que pode conseguir rebocar um cacilheiro com os dentes - movimentos pouco soltos, quase tímida, olhos azuis, um velho de cabeça no colo dela, devia estar a descansar. Ela, não o velho.
Um bocado na conversa mas baixo, ainda temiamos sermos escolhidos para algum ensaio sado-maso da dona Kikas e começa outro strip. Desta vez era a virgem de há 3 linhas atrás.
Farda de hospedeira de bordo a rebentar pelas costuras, timidez pois só se for eu, a pobre de Deus deve ter perdido a timidez nos Urais em 84 e rola na argola presa no tecto, em pontas. Muitas curvas, mamas empinadas a flor da idade que não percebi qual seria. Palmas palmas, dona Kikas puxa pelo público. Aproxima-se, troca algumas palavras com o Pascoal.
Pascoal admirado diz que se quisermos podemos ir visitar a zona das meninas. " eu venho cá há que tempos e nunca me tinha convidado! É uma sorte. É uma honra, pá.". Pensando como o conceito de honra é algo estranho quando estou a meio metro de uma fonte com anões de jardim e golfinhos e neons, claro que temos de ir ver na mesma honra caguei na honra quero é ver o backstage desta cena. Esperámos pelo ok da dona Kikas, deu sinal ao segurança que guardava a porta branca ao lado do palco, subimos 3 degraus, Pascoal à frente, entrámos.
Por momentos só me lembrava do Avatar.
Eu, Pascoal e Januário de queixo à banda. Entramos num pátio interior, misto de garagem, jardim suspenso e estaleiro onde tudo é é o cataclismo visual as minhas retinas não aguentavam tanta coisa o cérebro estalava com informação: do tecto a uns 6 ou 7 metros um laser azul que pintava umas mesas de esplanada com flores de plástico com 2 metros de altura com uma mesa central com uma palmeira gigante tudo azul laser azul apocalipse à frente estão empilhadas parece a frente de um navio empilhadas cabines pre-fabricadas com passadiços de metal a unir escadas e portas, cada uma tem uma menina à porta, apocalipse, à direita uma piscina redonda azul com nenufares, boias e lotus de plástico com 2 golfinhos às cavalitas um do outro para não dizer a enrabarem-se a cuspir água para a piscina, os golfinhos feitos de cimentos pintados de azul, a mota do strip anterior à esquerda, tudo isto com o laser azul a flashar por cima de tudo e a palmeira azul do avatar e 3 gajos que achavam que já tinham visto de tudo não conseguiam falar sequer.
- ... Tás a conseguir apanhar tudo o que se tá a passar? - Perguntou o Januário.
- ...Ainda estou a absorver. Nunca vi nada assim.
- Epá, isto é altamente.
3 gajos parados no meio deste jardim suspenso da realidade, uns minutos calados, acho que foi como ver um ufo ou uma santa em cima de uma oliveira ou sarças a arder, tenho de dizer obrigado à Kikas, fui criança por uns minutos, vi algo mágico e que nunca vou esquecer. Estafados com a experiência despedimo-nos e arrastámo-nos até ao carro, prontos a continuar.
- Achas que te consegues lembrar de tudo?
- Epá, eu tentei, mas até me doi a cabeça.
3 comentários:
Acho que vou ter pesadelos com "A Odisseia".:D
Sarças a arder... isso é drogas, pá!!
:D
"Ela, não o velho". Priceless.
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