quarta-feira, abril 30, 2014

Só naquela

Hoje vou ali "surfar" a Carcavelos.
Disclaimer: Prezado continua a ser designer, a viver em Lisboa. 2 pés esquerdos, uma mão esquerda melhor que 2 pés esquerdos. É autor publicado. Fotografa como obrigação moral, desenha quase todos os dias, segue 80 blogs, 2 deles diariamente, de notícias americanas  (são mais cómicas que as nossas ) . Não faz dos hobbies bandeiras nem tem necessidade de os promover incessantemente em jeito de aprovação ( para isso tem o o facebook ) e nãos os promove quando estão na moda.
Até tem uma bicicleta mas não se gaba muito disso.

terça-feira, abril 29, 2014

Sinais do tempo

Um gajo ter uma app para controlar a tensão arterial. Mas sempre é melhor que ter uma para contar maratonas.

sábado, abril 26, 2014

Lisboa é boa para turistas

Sair de casa para apanhar a marcha do 25 de Abril, chaimites incluídas, minis ginjas e gente, voltar ao escritório, base para descansar um bocado nem que seja a trabalhar, trocar bitaites, parar meia hora, voltar à rua depois de já ter passado pelo cais do sodré, ver o chiado à noite, descer até ao rio com banda sonora de 94, nine inch nails, subir até ao restaurante, voltar a descer para a ZDB e as tretas neo-qualquer coisa e mais o pessoal habitual, perder meia hora ao pé da rua do Ferragial a tentar fotografar qualquer coisa sem andaimes e guindastes, comer no Carmo com os turistas e voltar às ruas ainda cheias de camaradas e burgueses anafados e voltar a casa, que isto de ser revolucionário não é para todos.

25A II

Passados uns anos, devido aos avanços técnologicos próprios da sociedade, o argumento "eles vão para as manifs de iPhone = não há crise" deixou de ser utilizado, até pelos taxistas mais ferrenhos. Próximo passo: perceberem que - apesar da crise - as pessoas podem rir-se numa manifestação.

O Passos tem a vida tão facilitada, porra.

sexta-feira, abril 25, 2014

25A


Não vou a comícios, como sempre. Desço a Avenida como sempre, encontro as pessoas do costume, uma espécie de família alargada, unida pela mania de que isto pode ser muito melhor e pela vontade de brindar a isso com uma ginja.
Até amanhã camaradas.

quinta-feira, abril 24, 2014

Como ficar rico em 2 passos

Nos States fui, no engano, a uma palestra de Marketing que afinal era uma venda de banha da cobra. A formula do sucesso estava num só livro, inteligentemente condensado e fácil de encontrar em qualquer livraria. Enquanto ouvia o homem a debitar exemplos em que o método dele funcionava infalivelmente e esquecendo-se de referir a quantidade de vezes que falhou, - pelo meio dizia umas coisas acertadas mas de uma forma tão histriónica que era impossível um português normal não se sentir mal - pensava naqueles gajos que batem punho e como o segredo para, seja qual for, sucesso, felicidade, dinheiro, fama, só é usado pelos próprios de maneira tangencial.Assim como um vidente nunca adivinha os numeros do totoloto para si próprio - há um código moral rigido entre videntes e mediuns, provavelmente são policiados por espiritos - quem nos ensina a ficar rico só o conseguiu à conta de vender a banha da cobra que ensina a ficar rico. É um catch 22, reparei agora.
Lembrei-me disto porque tenho gente a encher-me o facebook de dicas para ser mais produtivo. O dia todo. 

sábado, abril 19, 2014

Dar ideias é mau

Tarde com amigos e sobrinhos emprestados.
Altura do tio Prezado dar cabo da educação dos pais e de pré-concepções básicas a putos de 4 anos. A idade dos porquês não mete medo a ninguém e aproveito para criar ainda mais porquês. Uma tarde com os putos dá para perceber porque é que o babyTV só tem borboletas a andar muito lentamente e a dizer olá. Ir apanhar um Ferry, que aparentemente parece linear, pode ser algo bastante confuso. Para ajudar, deixo a dica: a cada perguntam, introduzam mais uma variável na resposta.
Sim, vamos apanhar um barco. Mas, o barco leva carros. Carros dentro de um barco? sim. Aliás, até podemos ir dentro do carro dentro do barco. Puf.
A partir daqui o cérebro dos putos funde. A realidade já não tem alicerces e depois de à pergunta seguinte eu acrescentar como funciona um submarino, os pais já não têm como agarrar os putos. Dar ideias aos putos é como dar-lhes cavalo ( a ressaca é finalmente dormirem no carro ).
Agora que chego a casa, depois de autocarros, ferrys, carros, cadeiras, cafés e as perguntas dos putos, tenho de ir bater uma sorna para conseguir ir sair. Um dia de trabalho cansa-me menos.

quinta-feira, abril 17, 2014

Discussão em progresso

Uma discussão recorrente, mantém-se há uns meses, é se há uma tipologia de cérebro certa para alguma actividade intelectual específica ou se a partir de certo nível - leia-se acima da burrice - , tudo é igual e toda a gente tem uma capacidade inata de fazer qualquer operação. Diz-me a observação e a experiência que toda a gente é capaz de fazer tudo - acima da burrice - e que a incapacidade de fazer tudo pertence ao campo da mania, a qual sei que se pode dobrar e vencer. Se um tipo quer, um tipo pode.
Mas, deve haver manias que são muito profundas porque apesar de saber perfeitamente que isto de não conseguir fazer algo só pode ser uma imposição do cérebro enquanto orgão preguiçoso de procurar soluções novas, há actividades que este se recusa a resolver atempadamente, por mais teimoso que eu seja.
Isto tudo para dizer que sou uma besta no Excel.

quarta-feira, abril 16, 2014

Mais um

O PPC faz 8 anos.

Neste ultimo ano foi complicado manter o blog. Os blogs, como media online, são antigos. Seguimos blogs para notícias ou debates, hobbies, mas os blogs pessoais estão a morrer.
Hoje a atenção dissipa-se - tanto para quem escreve como quem lê - em meios diferentes. Em 2006 a persona-online estava só no blog. Era a unica plataforma de expressão online. Ainda nesse ano apareceu o Twitter. Que reclamou um espaço. Não serve para bloggar, mas faz sentido para notícias. Depois o Facebook começou a tirar tempo e atenção a todos, depois o Flickr, depois fomos para os telemóveis, o Instagram, depois o Snapchat, depois milhões de apps diferentes para partilhar receitas, fotos de gatinhos, receitas com fotos de gatinhos, receitas com gatinhos. E agora segue-se a internet of things e se calhar volta tudo ao início.
Agora a história que se conta online está dispersa por estes meios todos e os blogs são um meio anacrónico, arcaico, pesado, um meio já a puxar para o literário. Só pessoas obstinadas é que podem ter um blog nestes dias. É ser casmurro, insistir nisto.
Siga.

terça-feira, abril 15, 2014

Síndroma de Estocolmo

Fui ao tasco à espera de ser bem atendido e o gajo não respondeu "você não quer isso, coma antes o ensopado de borrego, que está daqui." ( gesto da mão na orelha ) e deu-me o que pedi.
Granda bosta de serviço.

segunda-feira, abril 14, 2014

Exercício matinal

Exemplo de notícia normal em Portugal:

"Número de clientes dos ginásios aumentou em 2013, apesar da crise" no Público.


Título objectivo e realista:

"Número de clientes dos ginásios aumentou em 2013" no Público.

 
Título normal, invertido:

"Apesar da crise, número de clientes dos ginásios aumentou em 2013" no Público.


Exemplo de notícia normal nos States:

"Número de clientes dos ginásios aumentou em 2013, latinos e afro-americanos são uma minoria".


Título à States, objectivo e realista:

"Número de clientes dos ginásios aumentou em 2013".



domingo, abril 13, 2014

Areeiro, 2014

Branding e product placement num só exemplo



sexta-feira, abril 11, 2014

Objectividade

Depois de ver tantas notícias sobre o avião desaparecido, é altura de fechar o assunto. Relato o que aconteceu, como fazem os jornalistas e o canal história: Mas, e se o avião...
Partisse às 14 horas do dia 12 de Março, do Tenerife e de Austin, levantando voo já atrasado. A bordo iam 250 pessoas. Logo à saída, perdem-se 3 malas, cada uma com 5 versões desta história, uma das quais acaba com um ministro recusando-se a comentar. As outras 3 perdem-se já no pacífico. Ao fim de 3 minutos, o trem de aterragem recusa-se a fechar. Era um emigrante clandestino preso à roda da frente. Só depois de um médico confirmar o óbito é que se pode fechar o trem de aterragem.
Já estabilizado, continua a comunicar com a torre de controlo regularmente. Tudo seguia normalmente até aqui.
A 12 gigas  de altitude, o sistema de navegação do computador de bordo indicou uma despressurização na cabine. O piloto fez automático o download de um patch. 200 passageiros eram um bug e são purgados em segundos. Já na ilha, um urso branco é morto à ultima da hora.
A esta altura, baixa, o avião está num celeiro em Marco de Canavezes. A viagem, até agora sem sobressaltos, é interrompida pelo aviso do piloto, Amélia Rey Colaço, de uma zona com turbulência, pedindo aos passageiros que apertem os cintos. Nesta altura, uma das hospedeiras revela que 3 dos passageiros nasceram em Dusseldorf. O primeiro ministro recusou-se a comentar.

Pelo meio disto, lembrei-me que os jornalistas por cá não cobrem o voo desaparecido com muito sensacionalismo, mas compensam, deixando toda a classe política num paraíso à beira-mar plantado, em que não há perguntas difíceis nem se encara nada de frente. Só ainda não tenho uma teoria para o que vai acontecer ao tema "crise" agora que o governo diz que vai acabar. Como é que os Telejornais vão começar as notícias?

quarta-feira, abril 09, 2014

Amanhã há mais

Quando um gajo está no meio de americanos e canadianos numa zona onde o ordenado médio tem muitos zeros, é com um misto de vergonha  e oportunidade que se revela que lá longe no burgo nos orientamos com muito menos. A vida é mais barata, mas os ordenados não sao proporcionalmente mais baixos. Se falarmos do ordenado mínimo, a coisa fica ainda mais vergonhosa. Descobre o Daniel Oliveira no Expresso, "É por isto que apenas 17% dos portugueses alguma vez participaram numa ação cívica coletiva. A média europeia é de 41%. Na Escandinávia é de 70%. Não há democracia saudável com grandes níveis de desigualdade" acerca dos efeitos do ordenado mínimo - que em Portugal é bastante próximo do médio - na sociedade.
Elipse: Estava nos States e achava piada ao modo como comemoravam vitórias no football: com motins. Geralmente queimavam um carro ou uns caixotes, partiam umas paragens de autocarro, ocupavam uma praça. Isto eram as vitórias. Uma derrota era motivo para celebrarem da mesma forma. Mas não tão habitual. Fim da elipse.
Nunca vi tanta acção cívica como nos estados unidos. Os americanos juntam-se à volta de qualquer causa com facilidade. Se vi muita miséria nas cidades grandes, também vi muita gente a ajudar. Têm esta mania de fazer coisas. Fazem tantas que quando há uma catarse por fazer, optam por destruir qualquer coisa.

( Os U.S. têm um ordenado mínimo de cerca de 8 dólares por hora ( depende do estado) que é bastante mau e visto como digno de empregados de mcdonalds, estudantes universitários, trabalhadores em condições abaixo de cão )

terça-feira, abril 08, 2014

Voltei a ver televisão

O telejornal diz:
"Se aproveitou estes dias de calor para esquecer os dias cinzentos..."

Isto é a psicose da crise aplicada ao tempo. Um dia de calor não é bom só por si, é-o porque faz esquecer dias cinzentos. Curtir um dia só por curtir é demasiado leviano. Há que agradecer aos céus não viver num dilúvio permanente.

Parece que há cada vez menos gente a ver televisão e mais gente a ver videos de gatinhos. Eu fico-me pelo Spotify.

Publicidade e semiótica II

6 macacos inertes

Vamos analisar devagarinho, para que o director de arte e o director criativo percebam: O primeiro tipo está a olhar para o lado. A vocalista está de boca fechada e olhos abertos a pensar no que comeu ao pequeno almoço. O baixista está concentrado. O baterista está a dormir/ olhar para o infinito/ nuca do guitarrista. Pelo modo que que está a tocar, deve ser bossa nova. O guitarrista tá no flow. E o segundo guitarrista está minimamente entusiasmado. O fundo, um arco-iris de fumo delicodoce e uniforme, plácido e calmo.
Visto o cenário: onde está a energia?

Sobre trabalho

Mea culpa, ontem meti-me num debate online, ainda mais com gente que não é da minha geração e vota nos partidos errados. Sabendo que é uma perda de tempo, lá aprendi que uma das teorias do Prezado não é nova e tem nome.

Lei de Parkinson: O trabalho expande-se de modo a preencher o tempo disponível para a sua realização.

( Onde trabalho actualmente verifica-se o fenómeno, mas na forma aditiva, em que se estima o tempo que uma tarefa vai demorar e invariavelmente ultrapassa-se o tempo estimado, o que deu origem à regra Somar-50%-a-cada-estimativa-de-tempo. )


Isto é uma teoria que denuncio de tempos a tempos no trabalho porque a observei durante anos e anos. Trabalhando em publicidade, já sabia que não valia a pena fazer noitadas - mas fazia-as na mesma, porque "é assim a publicidade", geralmente aumentando o número de horas que trabalhava a cada dia que me fazia mais próximo do prazo. Isto é, quanto mais tempo tivesse para fazer um trabalho, mais trabalho teria, não se revendo isto em qualidade, porque essa como é fácil de imaginar só existe na primeira versão que entregamos: Tendo uma campanha para fazer e algum tempo, muito provavelmente faremos o melhor que podemos, já que o trabalho não é fruto de uma só iteração mas de várias. Ninguém faz uma só versão de uma campanha e fica contente com a primeira. Iterar sobre ela melhora-a, mas não com feedback do cliente, como é sabido. Provavelmente não é um feedback absolutamente errado, já que corresponde a uma visão e a necessidades reais do cliente - que até podem ser apenas ao nível pessoal, inseguranças, necessidade de afirmação, feedback externo, pressão hierarquica - mas a forma amadora com que o fazem, sem um esforço de entender conceitos básicos de comunicação, design, Gestalt, contribuem para que naturalmente o designer fique com vontade de lhes espetar um murro nos cornos e gradualmente a qualidade do trabalho vá diminuindo, por deriva da atenção do designer para coisas mais interessantes, como blogs sobre cerdas de pincel ou fungos raros da Macedónia.

segunda-feira, abril 07, 2014

Publicidade e semiótica

Versao 1: Uma pessoa oferece uma bola
Versão 2: Um cartaz oferece uma mensagem dúbia.
Qual é a cena com aquela cabaça de melão? não é para fazer raccord com a bola?


Soluções 2.0

Se trocássemos o nome à Segurança social e ao SNS e lhe déssemos uma roupagem modernaça tipo Crowd-source, os neo-liberais de pacote já eram capazes de bancar o que tanto choram que não é justo pagar todos os meses.
Sobre aquele tipo que pelos vistos era um porreiro e que morreu no fim de semana: Talvez seja da minha vida - ou antes, da do meu pai - mas esta ansia de encontrar heroismo numa doença soa-me sempre a sentimentalismo bacoco.
Assim como um touro não tem nem mais nem menos honra em morrer numa arena do que teve a vida toda, sobre isso da honra a natureza pouco diz, uma pessoa ter um cancro ( ou uma vida, para todos os efeitos ) e tentar sobreviver-lhe não é mais do que todos tentam fazer. Se uns o fazem mais graciosamente, tanto melhor. No fim, morrer não é um acto muito inspirador.
Pelo que o meu pai dizia, até dispensava essa parte.

domingo, abril 06, 2014

Lisboa aqui ao pé

Betos e o Santini. A simbiose perfeita.
Há coisas que não mudam. Aliás, em 3 meses, a maior parte das coisas não mudaram. Este fim de semana voltei à minha rotina: Vejo televisão. Vou para os copos com o pessoal. Descubro um bar novo. Volto à cerveja antiga. Ouço as piadas habituais do taxistas. Ouço gente a queixar-se da vida. Curo uma ressaca. Vou passear ao Domingo.
E apanho os betos na fila para os gelados. Esta simbiose dos betos e dos gelados de betos devia ser estudada.

A cerveja

Hoje, depois de ter inundado o meu sistema operativo de superbock - uma cerveja suave, com aroma simpático - voltei a ser tuga. Isto depois de 3 meses a beber cerveja a sério.
Pois é. SuperBock é tão boa como a pior das cervejas que podem ter. É um default. Assim como a Sagres. Sim, em Portugal é como perguntar se gostam mais do benfica ou do Sporting. Mas em qualquer outro lado, onde não há apenas 2 cervejas para escolher, é mais como perguntar de quem gostam menos, do pai ou da mãe.
O mundo da cerveja não é dicotómico. Nos estates - sim, estou novamente a falar dos states e faço-o com a propriedade que em lá viveu 3 anos e não 3 meses - as cervejas são às dezenas. Ficar-me pela superbock é o mesmo que só beber Budweizer e dizer que é a melhor de todas. Não é. É só a default.
Num bar americano há pelo menos 10 cervejas de barril. Num bar bom há 20. Num bar extraordinário há 50.
Revelação: a Superbock não é a melhor cerveja do mundo. Mas não é má.

Nota: falem-me de Duvell, Shock Top, Blue Moon, Fat Tire e derivados. O resto é bom, mas não digam que é o melhor.

sábado, abril 05, 2014

Cenas que me fazem confusão em 2014

New-new-age.

Venho dum restaurante da moda onde, a meio do jantar, topo um casal com um puto a sair. Ele, um marmanjo com idade para ter juízo, a demorar 10 minutos a amarrar o puto à volta dele com um pano às cores, tipo chefe tribal de Alvalade.
Puto ao colo, segura o puto, puxa toalha, enrola, cruza, enrola, dá nó enrola cruza. Demorou o suficiente para pensar o que aconteceria se o gajo se esquecesse do telemovel no bolso da camisa ou como é que ia mijar, a cabeça do puto à frente foda-se não vejo a gaita ops já mijei uma perna não a minha a do puto raisparta apetece-me um cigarro agora tenho de desamarrar o puto e agora não posso correr se houver um incendio fico aqui com este bagulho a tropeçar-me nas pernas querida coça-me aí os rins que já estão dormentes troca-me a fralda do puto que já tenho a pança a cheirar mal isto era mais fácil noutros tempos mas espera:
Já inventaram os carrinhos de bebé e essas tretas.
Mas não, o verdadeiro conhecimento está numa tribo perdida em África, eles é que sabem como é que se cuida de um bebé, porque o verdadeiro conhecimento perdeu-se no tempo e vivemos numas trevas tecnocratas, felizmente eu eu e eu só eu, encontrei-o o conhecimento novamente num livro que só iluminados conhecem, um círculo gigante de iluminados que redescobriu as soluções medievais, - mas como é um medieval não-ocidental já é válido, só porque é distante e desconhecido - melhores que aquelas modernices imperialistas que a televisão vende,

Ok, já chega.

sexta-feira, abril 04, 2014

O excepcionalismo tuga

Infelizmente é muito focado no fado, o tuga é determinista desde que nasce por culpa do fado. A sina, a morte a dor a saudade, essa treta toda que fica bem em poemas, o D. Sebastião que não volta, é todo um povo à sombra de um destino para lá do nevoeiro. No fundo, temos orgulho de ser uma espécie de Jamaica pouco optimista.

nota: inadvertidamente, este post é determinista.

quinta-feira, abril 03, 2014

O humor

Eu pensava que tinha a coisa controlada. Apesar da quantidade de Monty Python, ia consumindo mais e mais stand-up americana, e cada vez mais visceral: comecei no Louis CK, passei para o Carlin, depois Bill Hicks, Richard Prior e cada vez mais para trás.

Mas mesmo assim não percebo bem o humor daquela gente. Deve ser todo observacional. Piadas com pretos, deficientes, indianos, asiaticos - já nem uso "chineses" -, minorias no geral, nem pensar nisso, qualquer coisa no ar da California faz com que piadas politicamente incorrectas sejam todas borderline, mas fazer piadas com Deus ou com o Jesus já é tolerado. Fiquei sem perceber onde é que ficava o humor negro, parece que não tem expressão. A título de exemplo: uma noite joguei este jogo, que aconselho a toda a gente, e a equipa portuguesa era a melhor a jogar. Porque, lá está, não tinha o chip do politicamente correcto implantado.

basicamente, uma carta diz MATA e a outra diz ESFOLA



quarta-feira, abril 02, 2014

Culturas

Na verdade a maior diferença cultural que encontrei está nas sanitas. Não é uma análise superficial, não, a cultura de um país vê-se nos detalhes do dia-a-dia. Isto pode parecer conversa, mas atentem:
Uma sanita americana tem água até acima e cada descarga manda um chapão de uns 30 litros. Praticamente dá para lavar os tomates naquilo, não estou a exagerar.
Uma sanita europeia tem um resto de água no fundo e descarrega 10 litros.
É isto.

Morra a cultura morra. Pim.

Fui ao supermercado

Já não pagava tão pouco à saida há 3 meses.

Não é que as coisas estejam baratas. Mas lá do outro lado são o dobro. Menos a junk food.

Exemplo

Aqui na minha zona, houve obras na rua.

A minha rua é agora o sonho de um empreiteiro de conluio com um presidente de Junta, arquitectado por um estagiário.
Pavimentos vários. Rampas para cadeira de rodas. Lombas. Mais lombas. Raias. Traços contínuos, interrompidos e mistos. Pinos de plástico. Pinos de metal. Passadeiras. Estacionamento em espinha diagonal. Sinalização horizontal sortida.
Isto tudo na mesma área que estava disponível antes, que não era muita. Uma rua de sentido único, apertada. Agora atravesso a minha rua e parece que estou no Portugal dos pequenitos. 3 passos e já passei 4 tipos de sinalização diferente.

terça-feira, abril 01, 2014

Ser tuga é ser mais alto

E apanhar gelados com a testa.

Constatações

  • Aqui nem toda a gente anda de iPhone no metro.
  • Aqui comem-se doses generosas mas ao tamanho do país.
  • Aqui perde-se muito tempo a discutir com anões mentais.
  • Aqui não há muita honestidade intelectual.
  • Aqui não se resolve nada.
  • Aqui gostam de adiar.
  • Aqui perde-se muito tempo no micro-management.
  • Aqui há bicas.
  • Aqui chove o tempo todo.
  • Aqui o tédio cheira a bolor.
  • Aqui tenho mais que fazer.