Mea culpa, ontem meti-me num debate online, ainda mais com gente que não é da minha geração e vota nos partidos errados. Sabendo que é uma perda de tempo, lá aprendi que uma das teorias do Prezado não é nova e tem nome.
Lei de Parkinson: O trabalho expande-se de modo a preencher o tempo disponível para a sua realização.
( Onde trabalho actualmente verifica-se o fenómeno, mas na forma aditiva, em que se estima o tempo que uma tarefa vai demorar e invariavelmente ultrapassa-se o tempo estimado, o que deu origem à regra Somar-50%-a-cada-estimativa-de-tempo. )
Isto é uma teoria que denuncio de tempos a tempos no trabalho porque a observei durante anos e anos. Trabalhando em publicidade, já sabia que não valia a pena fazer noitadas - mas fazia-as na mesma, porque "é assim a publicidade", geralmente aumentando o número de horas que trabalhava a cada dia que me fazia mais próximo do prazo. Isto é, quanto mais tempo tivesse para fazer um trabalho, mais trabalho teria, não se revendo isto em qualidade, porque essa como é fácil de imaginar só existe na primeira versão que entregamos: Tendo uma campanha para fazer e algum tempo, muito provavelmente faremos o melhor que podemos, já que o trabalho não é fruto de uma só iteração mas de várias. Ninguém faz uma só versão de uma campanha e fica contente com a primeira. Iterar sobre ela melhora-a, mas não com feedback do cliente, como é sabido. Provavelmente não é um feedback absolutamente errado, já que corresponde a uma visão e a necessidades reais do cliente - que até podem ser apenas ao nível pessoal, inseguranças, necessidade de afirmação, feedback externo, pressão hierarquica - mas a forma amadora com que o fazem, sem um esforço de entender conceitos básicos de comunicação, design, Gestalt, contribuem para que naturalmente o designer fique com vontade de lhes espetar um murro nos cornos e gradualmente a qualidade do trabalho vá diminuindo, por deriva da atenção do designer para coisas mais interessantes, como blogs sobre cerdas de pincel ou fungos raros da Macedónia.
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