Fui ao Terreiro do Paço para pedir cumprimento de promessas e medidas inteligentes à nossa classe política. Infelizmente - eu sei, não sou urso - não me ouviram. Ouviram ( espero que não ) o pessoal que lá estava com altifalantes e tal. Tive de ouvir muita coisa muito alto, coisas que provavelmente a geração anterior à minha ouviu igual. Muito se enganou o zarolho ao situar os velhos no Restelo: Não há sinédoque onde caiba tanta gente. Se calhar é por isso que os sindicatos são tão populares como os políticos, agora. Tolerante como sempre, a manif acabou quando ouvi o apelo a uma manif "contra o desemprego". Haja paciência para estes mentecaptos todos.
Eu vou fazer uma pelo nascimento diário do Sol, já agora. Ou contra. Numa esplanada. É o mesmo.
Mas era preciso que saísse à rua. Quando for mesmo muita muita muita
gente para a rua - já aconteceu e desta vez foi muita gente que não tem
nada a ver com sindicatos, o metro esteve cheio - não podem dizer que
são só sindicalistas.
domingo, setembro 30, 2012
sábado, setembro 29, 2012
Margem sul
Fui à margem sul. Foi uma visita rápida mas pelo que percebi, é igual a Benfica mas com mais espaço. A única grande diferença é que não há vendedoras ambulantes de maçarocas na brasa.
quinta-feira, setembro 27, 2012
Lautreamont sabes lá o que é vida
Chuvas de bigornas eternas
chuvas de bigornas infinitos mais mil
com sangue infinito
Marés
Golfinhos brancos afogados em sangue eterno
Dragões a cuspir fogo p'lo horizonte fora
asfixiam em sangue os golfinhos olhos raiados de chumbo
Eterna correria de ratazanas enfermas
Hordas de elfos e nazgul a partir bocas
Árvores podres a cair debaixo do peso das bigornas
a mais forte e frondosa acácia tomba debaixo da bigorna
Elefantes albinos de joelhos a beber sangue de golfinho
Unicórnios de 6 patas o Humpty Dumpty a cair do muro
deus ri-se de tudo
e a Alice a subir p'lo buraco acima
em vez de cair
montanhas de pardais mortos
e ratos
cometas despedaçados
Sangue de cometa nos elefantes
A Alice dá de comer a zebras
já mortas
deus morre debaixo de uma bigorna
Ratos zombies liderados por um flautista cadáver
Fazem uma ilha dos seus próprios cadáveres
Milhões morrem para 4 poderem ainda morrer debaixo de uma bigorna
Os cavaleiros do apocalipse recusam-se a avançar (4x)
Átila borra-se de medo
Caligula vomita actimel
Ulisses faz croché
Caliope inventa o hidromel
E penelope macramé
Gengis Cão quer voltar ao utero da mae
Nero vomita fogo
Aquiles ronpe um tendao na fuga
Cleópatra é obesa e feia como a noite
César manda-a empalar por piedade
Uma chuva de ibis sagrados afoga o tejo
um manto de penas vermelhas tapa lisboa até ao Socorro
mas ninguém lhe acode.
O Castelo de São Jorge levanta voo
para cair sobre o de Sintra
Transportado por um bandos de flamingos
que morrem de elipse no dia seguinte
( não, eu vejo tudo negro, petróleo e sangue )
Depois do sangue todo escorrer
leva a realidade que restava que de má
arrasta as folhas, as cores e fica só um xadrez no chão
um tabuleiro imenso sem peças
mármore gretado
lentamente afundando-se na lama primordial,
levando a Vida consigo.
...E é isto que eu sinto quando um cliente me diz para mudar uma fonte.
Prezado com parceria da Bluesy, Crónicas de mal das dores.
chuvas de bigornas infinitos mais mil
com sangue infinito
Marés
Golfinhos brancos afogados em sangue eterno
Dragões a cuspir fogo p'lo horizonte fora
asfixiam em sangue os golfinhos olhos raiados de chumbo
Eterna correria de ratazanas enfermas
Hordas de elfos e nazgul a partir bocas
Árvores podres a cair debaixo do peso das bigornas
a mais forte e frondosa acácia tomba debaixo da bigorna
Elefantes albinos de joelhos a beber sangue de golfinho
Unicórnios de 6 patas o Humpty Dumpty a cair do muro
deus ri-se de tudo
e a Alice a subir p'lo buraco acima
em vez de cair
montanhas de pardais mortos
e ratos
cometas despedaçados
Sangue de cometa nos elefantes
A Alice dá de comer a zebras
já mortas
deus morre debaixo de uma bigorna
Ratos zombies liderados por um flautista cadáver
Fazem uma ilha dos seus próprios cadáveres
Milhões morrem para 4 poderem ainda morrer debaixo de uma bigorna
Os cavaleiros do apocalipse recusam-se a avançar (4x)
Átila borra-se de medo
Caligula vomita actimel
Ulisses faz croché
Caliope inventa o hidromel
E penelope macramé
Gengis Cão quer voltar ao utero da mae
Nero vomita fogo
Aquiles ronpe um tendao na fuga
Cleópatra é obesa e feia como a noite
César manda-a empalar por piedade
Uma chuva de ibis sagrados afoga o tejo
um manto de penas vermelhas tapa lisboa até ao Socorro
mas ninguém lhe acode.
O Castelo de São Jorge levanta voo
para cair sobre o de Sintra
Transportado por um bandos de flamingos
que morrem de elipse no dia seguinte
( não, eu vejo tudo negro, petróleo e sangue )
Depois do sangue todo escorrer
leva a realidade que restava que de má
arrasta as folhas, as cores e fica só um xadrez no chão
um tabuleiro imenso sem peças
mármore gretado
lentamente afundando-se na lama primordial,
levando a Vida consigo.
...E é isto que eu sinto quando um cliente me diz para mudar uma fonte.
Prezado com parceria da Bluesy, Crónicas de mal das dores.
Amigo
Pedro Passos Coelho, amigo, venho dar-te uma dica. Lembrei-me disto ainda agora, estava ali distraído a fazer o pequeno almoço e achei que devias ser o primeiro a ouvi-la: Tens na mão a oportunidade de ser um grande estadista. As pessoas agora usam o youtube e lembram-te o que disseste o ano passado e o que fazes agora. Queres ser lembrado como o melhor político de sempre? Corta nas regalias e nas gorduras como disseste que ias fazer. Daqui a 100 anos ninguém usará o Salazar como exemplo do político que morreu pobre, mas sim o teu nome. Pensa nisso, mais do que ser recordado nos livros, todos os dias seres lembrado num qualquer autocarro apinhado, a caminho de casa. Lembra-te que os caixões não têm bolsos e a glória é eterna.
Caso não ligues e para ser coerente comigo mesmo, Sábado lá estarei a mandar-te mamar um quadrupede especialmente dotado qualquer, que nas manifs ninguém tem compaixão por ti.
Caso não ligues e para ser coerente comigo mesmo, Sábado lá estarei a mandar-te mamar um quadrupede especialmente dotado qualquer, que nas manifs ninguém tem compaixão por ti.
quarta-feira, setembro 26, 2012
Pump up the Jam II
E agora chego a casa e tenho um Audi amarelo canário com estofos com bolas magnéticas e jantes com pneu Mabor com o Mabor pintado a branco e pergunto ao universo "meu, este carro é obviamente do dono do ginásio, não é? ". Mente sã em corpo são o tanas.
Homeopatia caseira
Aplicando os princípios da homeopatia ao banho matinal, fui diluindo o sabonete liquido em água durante alguns dias - os dias em que não me lembrei de ir comprar outro - aumentando assim a sua eficácia até ao infinito. Este ultimo banho, com uma parte de sabonete para dez milhões de partes de água, valeu por 20 banhos. Quer dizer, só daqui a um ano e meio volto a tocar na água.
Pump up the jam
Há meses que as obras no prédio do outro lado da rua me acordam, até ao Sábado, dia de ressaca. Martelos pneumáticos, rebarbadoras betoneiras, berros, ferros. Estão a chegar ao fim e vejo que é um ginásio. Vai praticar-se Zumba, Cardiofunk, Step, Body Combat, tudo ao som de techno de carrinhos de choque, kizomba e technotronic. Ainda vou ter saudades das obras.
Feira da Ladra
Casal mitra vai vender |
Não há fome que não dê |
Arte |
Os vistos para Angola continuam a ser lixados |
Os joanetes são lixados também |
Os putos da crinabel a pintar com a boca também é lixado |
Um Sinclair era uns 100 euros há 30 anos, um cambio lixado |
Onda-choc, tá tudo lixado |
Deu-se aqui um fenómeno qualquer porque consegui ter todas as fotos horizontais quando é um formato que raramente uso, a minha máquina é das verticais.
terça-feira, setembro 25, 2012
A verdade tem de ser dita
Conheci a sobrinha monopolar da Polo Norte.
E não vou ficar calado.
À exma. dir. da segurança social da área de Cascais:
Pude observar que a criança - não é um urso - , obviamente subnutrida, não fazia metade da massa corporal do Manuel. O Manuel e a criança - ainda não tem nome, sendo desprovida de estruturas de suporte para uma individualidade saudável - partilham um mesmo berço, a mesma coberta e a mesma boina. A criança não desenvolveu ainda qualquer expressão verbal, tendo também dificuldade de se fazer entender por gestos. Teme-se que o Manuel, também ele introvertido, esteja a comprometer o desenvolvimento cognitivo da criança numa fase em que a interacção social deve ser experimentada ao máximo. Pude observar que usam um pedaço de salmão fresco como chucha. Ainda não anda e só borra fraldas ajudada. Tem uma pelada nas costas. Os progenitores bebem Kima à sua frente.
A criança não tem qualquer contacto com os progenitores, salvo por intervenção do Manuel. A criança deve ser protegida destas influências nefastas, em especial do Manuel, que após observação cuidada, relevou ter uma inteligência quase ao nível da debilidade mental, demasiado baixa até mesmo sendo um peluche. Aconselho o afastamento do Manuel e a uma primeira substituição compulsiva por Passos Coelho, de modo a que se afeiçoe a indivíduos gradualmente mais inteligentes.
Tio Prezado
( "tio" = golpe baixo para marcar pontos )
E não vou ficar calado.
À exma. dir. da segurança social da área de Cascais:
Pude observar que a criança - não é um urso - , obviamente subnutrida, não fazia metade da massa corporal do Manuel. O Manuel e a criança - ainda não tem nome, sendo desprovida de estruturas de suporte para uma individualidade saudável - partilham um mesmo berço, a mesma coberta e a mesma boina. A criança não desenvolveu ainda qualquer expressão verbal, tendo também dificuldade de se fazer entender por gestos. Teme-se que o Manuel, também ele introvertido, esteja a comprometer o desenvolvimento cognitivo da criança numa fase em que a interacção social deve ser experimentada ao máximo. Pude observar que usam um pedaço de salmão fresco como chucha. Ainda não anda e só borra fraldas ajudada. Tem uma pelada nas costas. Os progenitores bebem Kima à sua frente.
A criança não tem qualquer contacto com os progenitores, salvo por intervenção do Manuel. A criança deve ser protegida destas influências nefastas, em especial do Manuel, que após observação cuidada, relevou ter uma inteligência quase ao nível da debilidade mental, demasiado baixa até mesmo sendo um peluche. Aconselho o afastamento do Manuel e a uma primeira substituição compulsiva por Passos Coelho, de modo a que se afeiçoe a indivíduos gradualmente mais inteligentes.
Tio Prezado
( "tio" = golpe baixo para marcar pontos )
segunda-feira, setembro 24, 2012
O método
Não foda-se, Mulfenobis já te expliquei 2 vezes, esta merda tem de ser entregue hoje sem falta. Vamos ter de ir pelo mais simples. |
Idolos. |
Fui à feira, encontrei 2 ídolos, o grande Artur Gonçalves, estrela dos anos 70, a oscilar entre o fadista, o mitra e o cantor de intervenção, e o Vilhena, um gajo que sempre disse que os padres são imorais, as freiras putas e o políticos chulos corruptos e que à conta disso nunca errou muito.
O Problema
Esta semana apanhei uns artigos a falar da incoerência das mensagens nas manifs. É bom sinal, a incoerência. É alguma esquerda que as promove, mas aparece todo o tipo de gente. Falta ouvir-se ainda mais o apartidarismo, que só pede soluções novas, pessoas novas e a moralização da política ( é a posição mais ignorada, vá-se lá saber porquê ).
Mas a incoerência no povinho tem de ter limites. Se estou numa manif onde gritam 10 minutos de
Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! que deixa passar uma ideia bem definida, não podem logo de seguida mudar o disco para Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! É grave. Se ir para o caralho é uma certeza geográfica, para ir ver se chove, como se provou no Sábado muito facilmente, basta sair de casa. É este tipo de tiradas que é aproveitada pelo governo, pelos boys e pelos políticos em geral para provar que são imprescindíveis e que para lá deles próprios é só dragões. O calão expressa o nível certo para estes senhores e se formos a listar todos os itens na lista oficial das coisas que tiram a razão ao povinho-que-tem-muita-razão, sobra ficar calado. Por mim, é mandá-los sempre para o caralho.
Mas a incoerência no povinho tem de ter limites. Se estou numa manif onde gritam 10 minutos de
Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! Ó cavaco vai pro caralho! que deixa passar uma ideia bem definida, não podem logo de seguida mudar o disco para Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! Ó Cavaco, vai ver se chove! É grave. Se ir para o caralho é uma certeza geográfica, para ir ver se chove, como se provou no Sábado muito facilmente, basta sair de casa. É este tipo de tiradas que é aproveitada pelo governo, pelos boys e pelos políticos em geral para provar que são imprescindíveis e que para lá deles próprios é só dragões. O calão expressa o nível certo para estes senhores e se formos a listar todos os itens na lista oficial das coisas que tiram a razão ao povinho-que-tem-muita-razão, sobra ficar calado. Por mim, é mandá-los sempre para o caralho.
sexta-feira, setembro 21, 2012
Sinal dos tempos é ir espreitar o acidente à Pipoca mais doce - sim, não digo "aquele blog" - para ver a opinião política dos apreciadores de sapatos e ter uma surpresa: até esses ganharam uma consciência social. E a Pipoca foi à manif. Só isso dava um post.
Adenda: já no Arrumadinho - "aquele blog" - é só reaccionários.
Adenda: já no Arrumadinho - "aquele blog" - é só reaccionários.
Fica a certeza
Não tenho de me preocupar com nada aqui no quarto. Se estiver desarrumado, ninguém o arruma. A dona Conceição que vem cá de 15 em 15 dias nunca o poderia arrumar, só eu estudo e projecto a semantica das prateleiras, deixo-a no mestrado no resto da casa e aqui limpo o cotão com a 4ª classe. Os papéis leva-os o vento, pela janela que está aberta desde Julho. As traças entram e saem, as melgas idem. As que não saem, os gatos comem-nas, hão-de finalmente servir para alguma coisa. Estão mais viçosos, acho. Deixo as formigas arrumarem tudo. Todos os dias me passa uma por cima do teclado, olho bem para ela, julgo que é sempre a mesma - não vou ser burro e dizer que são todas iguais - espero que um dia destes, quando tiver estudado a posição de tudo, meta no sítio só o que interessa.
quinta-feira, setembro 20, 2012
quarta-feira, setembro 19, 2012
A partir de agora as manifestações já não são lugar para crianças: não pela violência, mas pelo linguajar. Graças às ultimas declarações da classe política - sim, toda a classe, não há um único que diga qualquer coisa que me deixe satisfeito - vejo com alegria, nas ruas, nos cafés, nos restaurantes, no metro, o regresso do calão. Ouço com força e entusiasmo, sem rodeios, caralhadas infindáveis, asneiredo que julgava perdido no tempo ou só cá por casa - somos adeptos do asneiredo livre - mas agora nas bocas de toda a gente. A pseudo-eugenia lisboeta perdeu-se e parecemos agora felizes portugueses do norte, de vernáculo fácil e constante. Tudo porque nos estão a enrabar, a foder e esses cabrões filhos da puta devem ir, sempre que possam, para a merda, para a putacospariu ou para o caralho.
terça-feira, setembro 18, 2012
Novas políticas
Depois de ter descoberto o nacionalismo de esquerda e o fascismo de esquerda, surge a solução política final desta nova concepção de governação: O neo-populismo.
O neo-populismo será a maior novidade e a maior utopia em termos de governação, porque praticamente não há em Portugal pessoas formadas para o aplicar.
Medidas populistas, cujo efeito prático é apenas superficial, cosmético, para agradar a um instinto básico do povo ou a um grupo de influencia poderoso estão sempre a ser ouvidas. Por exemplo, propor que os desempregados vão trabalhar de borla para empresas. Nem eles iam trabalhar bem, nem se ia ganhar muito com isso, mas aqueles ressabiados que acham que os desempregados ( um milhão deles ) não gostam de trabalhar ou não trabalham por opção ficam contentes. E a segunda maior força política em Portugal são os ressabiados.
Com o neo-populismo, a ideia é aplicar medidas populistas que agradam a toda o povo - sim, falo de unanimidade - menos à classe que as aplica e que tem resultados enormes ao nível da moralização da política e do país, eliminando a força dos ressabiados. Assim, quero deixar aqui exemplos do programa neo-populista:
* Temporária, durando tanto tempo como os cortes temporários aplicados pelo governo
* Todos é todos.
* muitos: não sei quantos, não me cabe saber. É populismo.
* a brincar a brincar, era mais ou menos isto, sim. Vão para a rua e exijam 2 ou 3 daqueles pontos.
O neo-populismo será a maior novidade e a maior utopia em termos de governação, porque praticamente não há em Portugal pessoas formadas para o aplicar.
Medidas populistas, cujo efeito prático é apenas superficial, cosmético, para agradar a um instinto básico do povo ou a um grupo de influencia poderoso estão sempre a ser ouvidas. Por exemplo, propor que os desempregados vão trabalhar de borla para empresas. Nem eles iam trabalhar bem, nem se ia ganhar muito com isso, mas aqueles ressabiados que acham que os desempregados ( um milhão deles ) não gostam de trabalhar ou não trabalham por opção ficam contentes. E a segunda maior força política em Portugal são os ressabiados.
Com o neo-populismo, a ideia é aplicar medidas populistas que agradam a toda o povo - sim, falo de unanimidade - menos à classe que as aplica e que tem resultados enormes ao nível da moralização da política e do país, eliminando a força dos ressabiados. Assim, quero deixar aqui exemplos do programa neo-populista:
- Eliminição temporária* de ajudas de custo para todos* os cargos políticos.
- Corte temporário* de ordenados acima de 600 euros ( esta ouvi na TSF, é real ).
- Eliminação de muitos* lugares no parlamento.
- Fim de acumulação de reformas.
- Fim de reformas obtidas ao fim de 15 dias de trabalho.
- Tecto máximo de reformas.
- Deputados sem direito a baixa por doença - só para deputados, gravidez passaria a ser doença, só um gajo doente é que os reproduz.
- Deputados em regime de contratação dita de "oportunidade". ( vulgo recibos verdes )
* Temporária, durando tanto tempo como os cortes temporários aplicados pelo governo
* Todos é todos.
* muitos: não sei quantos, não me cabe saber. É populismo.
* a brincar a brincar, era mais ou menos isto, sim. Vão para a rua e exijam 2 ou 3 daqueles pontos.
domingo, setembro 16, 2012
Ainda a manif pois pois
Depois da manif tentei colher opiniões. Para as parvas, optei pela televisão. As mais sérias, tentei com amigos. Regra geral, anda tudo à volta do mesmo. Há uma falta de moral generalizada na classe política, há sede de soluções novas e há a certeza que estes tipos são tão bons que até velhinhas com a 4ª classe estão habilitadas a opinar sobre macro-economia.
E estas são as conclusões. A partir daqui começo a discordar nas soluções porque nisto sou adepto do taxismo há muito: Os políticos são todos iguais. Quando demonstrarem* que não são, eu calo-me.
* aceito método cientifico. Em ambiente controlado, os mesmo resultados devem ser obtidos vezes repetidas, provando-se exactos.
E estas são as conclusões. A partir daqui começo a discordar nas soluções porque nisto sou adepto do taxismo há muito: Os políticos são todos iguais. Quando demonstrarem* que não são, eu calo-me.
* aceito método cientifico. Em ambiente controlado, os mesmo resultados devem ser obtidos vezes repetidas, provando-se exactos.
Ainda a manif pois
Há um argumento - ainda o considero argumento só para não arrumar muita demasiada gente no canto do débil-mental-de-nascença - usado pelo pessoal que não vai a manifestações que não consigo mesmo perceber: o "vão mas é trabalhar que a trabalhar é que isto se resolve". Isto faz-me sempre lembrar aquele caracol dos problemas de matemática da segunda classe. Sobe 2 metros durante o dia mas enquanto dorme escorrega 1,5 metros para baixo. Mas se trabalham caladinhos sem dizer nada e vos roubam metade, acham que algum dia vão deixar de roubar? Tenham juízo.
Ainda da manifestação
Fui entrevistado para um directo, na manifestação. Já estava de saída, tinha voltado por causa de rebentarem 2 petardos pouco antes.
Estou distraído a olhar para tudo e aparece uma repórter pequenina e fofinha:
Deve ter sido a entrevista mais rápida que já fez. Ouviu isto e virou costas e ala. O problema é que agora, dado que eu sei que os jornalistas só perguntam coisas assim a frio - quando ouvi "em directo" quase dizia que não queria falar - a bimbos escolhidos a dedo para os enterrarem e fazer as pessoas pensar que TODA a gente na manifestação é bimba, mal informada, inculta, burra, manipulada, etc, tentar sempre nivelar pelo comum e pelo mais básico, fica esta pergunta no ar: Tenho cara de bimbo, ou foi só uma má escolha de roupa?
*não disse isto ipsis verbis porque gaguejei um bocado
Estou distraído a olhar para tudo e aparece uma repórter pequenina e fofinha:
- ... vamos aqui recolher mais uma opinião.... boa noite em directo para a TVI24, os ânimos aqui estão um bocado tensos..?
- ehhhhhh... bem, ehhh nem por isso.
- Mas já houve confrontos, já rebentaram 2 petardos, há muita tensão.
- ah pois, ainda não está muita tensão, tá aqui esta gente toda quieta. Não chega. Mas isso dos petardos mete mais medo ao pessoal que tá do lado de cá. Os políticos é que têm de ter medo.*
- ....
Deve ter sido a entrevista mais rápida que já fez. Ouviu isto e virou costas e ala. O problema é que agora, dado que eu sei que os jornalistas só perguntam coisas assim a frio - quando ouvi "em directo" quase dizia que não queria falar - a bimbos escolhidos a dedo para os enterrarem e fazer as pessoas pensar que TODA a gente na manifestação é bimba, mal informada, inculta, burra, manipulada, etc, tentar sempre nivelar pelo comum e pelo mais básico, fica esta pergunta no ar: Tenho cara de bimbo, ou foi só uma má escolha de roupa?
*não disse isto ipsis verbis porque gaguejei um bocado
sábado, setembro 15, 2012
Pós manifestação
A origem do problema |
Um archote de papel finge arder, a ameaçar a paz no país, a ameaçar a assembleia, o poder, a tomar para o povo o papel de decisor principal do seu destino. Mas é de papel. É que uma a sério ainda tinha consequências. E o medo que temos delas é muito.
Dissonância cognitiva
Um conhecido, PSD convicto - ou só borrego, que fico sempre na dúvida face a algumas opiniões - proclamou que vai à manifestação. Estão tão revoltado com esta treta toda que o cérebro arranjou uma defesa para superar a ideia de que vai participar em algo que é próprio de quem não quer trabalhar / comunas: invocou a pátria, os filhos e renomeou "manif" para "intervenção cívica".
Era só isso? Embora lá todos intervir civicamente então.
Era só isso? Embora lá todos intervir civicamente então.
quinta-feira, setembro 13, 2012
Premonição
Há pouco mais de um ano, escrevi:
Sendo que
Deus disse para amarmos tudo por igual
Sócrates disse que preferia cicuta
Margarida Rebelo Pinto diz que escreve
Carolina Salgado escreveu a puta
A Jerónimo Martins diz não há greve
O gajo do PNR nem me dou ao trabalho
O Ronaldo continua um rico grunho
Paulo Portas sumarinos e o caralho
Os pepinos espanhois matam muitas
Os alemães já não têm tomates
O universo em si contrai-se
Garcia Pereira quer 180 debates
Francisco Louçã já enjoa
Sousa Tavares não vale um chavelho
Este país ainda é lindo mas
Tudo menos o Pedro Passos Coelho
Este poema não só é considerado por mim como o pináculo da poesia prezadiana como é também uma janela para o presente, o ano do governo de Passos Coelho. Não recorri a nenhum método próprio de oráculos como Nostradamus, que olhava uma tina de água, ou como os antigos que adivinhavam nas entranhas de animais, mas de alguma maneira, pressenti o pior. Podem perguntar-me como é que sabia que este homem, que nunca trabalhou a sério, que foi um jotinha, que foi subindo na vida em paralelo ao que subia no partido - ou vice versa nisto dos tachos não dá para distinguir trabalho e favor é um putedo - que é amigo do peito do Relvas, que é um molusco, que fez uma campanha de promessas que sabia que não podia cumprir, que é um menino, que é mentiroso e fraco e que no fim é apenas um reles peão, ia dar um mau primeiro ministro, que eu não sei dizer.
Sendo que
Deus disse para amarmos tudo por igual
Sócrates disse que preferia cicuta
Margarida Rebelo Pinto diz que escreve
Carolina Salgado escreveu a puta
A Jerónimo Martins diz não há greve
O gajo do PNR nem me dou ao trabalho
O Ronaldo continua um rico grunho
Paulo Portas sumarinos e o caralho
Os pepinos espanhois matam muitas
Os alemães já não têm tomates
O universo em si contrai-se
Garcia Pereira quer 180 debates
Francisco Louçã já enjoa
Sousa Tavares não vale um chavelho
Este país ainda é lindo mas
Tudo menos o Pedro Passos Coelho
Este poema não só é considerado por mim como o pináculo da poesia prezadiana como é também uma janela para o presente, o ano do governo de Passos Coelho. Não recorri a nenhum método próprio de oráculos como Nostradamus, que olhava uma tina de água, ou como os antigos que adivinhavam nas entranhas de animais, mas de alguma maneira, pressenti o pior. Podem perguntar-me como é que sabia que este homem, que nunca trabalhou a sério, que foi um jotinha, que foi subindo na vida em paralelo ao que subia no partido - ou vice versa nisto dos tachos não dá para distinguir trabalho e favor é um putedo - que é amigo do peito do Relvas, que é um molusco, que fez uma campanha de promessas que sabia que não podia cumprir, que é um menino, que é mentiroso e fraco e que no fim é apenas um reles peão, ia dar um mau primeiro ministro, que eu não sei dizer.
quarta-feira, setembro 12, 2012
By the way
Ainda não é desta, claro. Se formos a ver bem, assim de fora, lá em baixo no vale vêem-se tipos a refilar no facebook, mas só refilam, cá fora são só meia dúzia e têm mais que fazer, a vida não pára. O tempo das revoluções selvagens com que sonham foi há muito, nunca passou por cá. Para aplacar isto tinhamos de ter guilhotinas na Praça das Flores, no Terreiro do Paço, na praça do município, no Campo Pequeno e parece-me que nunca fomos amigos de nos magoarmos assim, aquilo corta e é uma chatice se calha no pescoço de quem vá distraído e sem culpa. Passado há muito o tempo das guilhotinas que nunca usámos sobra-nos andarmos chateados, mas um tipo ou vinte tipos chateados não é o mesmo que uma turba de camponeses ávidos de brioches. Nos anos 70 do século passado, não havia guilhotinas mas havia revolução selvagem. O Punk foi uma revolução, não era só música, a raiva era real, a gritaria era real, os dentes partidos, as guitarras, os amplificadores as cabeças o mosh e as biqueiradas também. Passados uns anos, uns vinte, apareceram uns punks novos. A música era parecida, as botas também, mas quando era a hora de partir a guitarra, escolhiam pousá-la no chão.
Hoje, quarta feira, estamos todos quietos à espera. Nunca mais é Sábado para a revolução.
Hoje, quarta feira, estamos todos quietos à espera. Nunca mais é Sábado para a revolução.
Um
Boa noite.
Esta tarde, 2 homens encapuzados entraram numa sucursal do Banco de Fomento e Comércio de Vila Nova de Milfontes levando consigo todo o dinheiro depositado no cofre e ferindo um segurança. A brigada anti-criminalidade organizada da Polícia Judiciária foi chamada ao local, onde recolheu impressões digitais para posterior análise. Os homens, depois de fazer refém um dos caixas, retiraram todo o conteúdo dos cofres fugindo de seguida a pé.
Esta tarde em Lisboa, a Comissão de Libertação Nacional continuou a limpar os gabinetes da assembleia despejados no passado sábado, depois do levantamento popular apartidário. Temos imagens e um comentador em estúdio, como temos vindo a fazer desde esse dia, marcado pela implosão do Arco da Rua Augusta, sinal de partida para o que aparentava ser apenas mais uma manifestação. Uma comissão de ética recém-nomeada já aprovou novos estatutos para os novos constituintes da assembleia, tornando todas as regalias para cargos políticos ilegais. Recorde-se que no antigo regime os deputados tinham direito a despesas de representação, recebiam mais do que um ordenado mínimo e podiam requerer a reforma, nessa altura acumulável, ao fim de poucos anos de mandato. Temos connosco José Silva, medievalista e professor primário em Valpaços, para comentar as imagens e os acontecimentos dos últimos dias.
No Porto, vamos ficar a saber depois do intervalo como é que num quintal no centro da cidade se pode criar uma horta pedagógica. É já de seguida.
Isto é que me deixava dormir como um anjo e com afinco para trabalhar 20 horas por dia. Até nem me importava de ganhar menos 8%.
Esta tarde, 2 homens encapuzados entraram numa sucursal do Banco de Fomento e Comércio de Vila Nova de Milfontes levando consigo todo o dinheiro depositado no cofre e ferindo um segurança. A brigada anti-criminalidade organizada da Polícia Judiciária foi chamada ao local, onde recolheu impressões digitais para posterior análise. Os homens, depois de fazer refém um dos caixas, retiraram todo o conteúdo dos cofres fugindo de seguida a pé.
Esta tarde em Lisboa, a Comissão de Libertação Nacional continuou a limpar os gabinetes da assembleia despejados no passado sábado, depois do levantamento popular apartidário. Temos imagens e um comentador em estúdio, como temos vindo a fazer desde esse dia, marcado pela implosão do Arco da Rua Augusta, sinal de partida para o que aparentava ser apenas mais uma manifestação. Uma comissão de ética recém-nomeada já aprovou novos estatutos para os novos constituintes da assembleia, tornando todas as regalias para cargos políticos ilegais. Recorde-se que no antigo regime os deputados tinham direito a despesas de representação, recebiam mais do que um ordenado mínimo e podiam requerer a reforma, nessa altura acumulável, ao fim de poucos anos de mandato. Temos connosco José Silva, medievalista e professor primário em Valpaços, para comentar as imagens e os acontecimentos dos últimos dias.
No Porto, vamos ficar a saber depois do intervalo como é que num quintal no centro da cidade se pode criar uma horta pedagógica. É já de seguida.
Isto é que me deixava dormir como um anjo e com afinco para trabalhar 20 horas por dia. Até nem me importava de ganhar menos 8%.
segunda-feira, setembro 10, 2012
Quem quiser pode pegar nisto porque me vai fazer feliz
Pitch para um programa de televisão:
Eu seria espectador disto todos os dias.
- Programa de uma hora, em formato de noticiário. Mesma estrutura, mesmo tom de comunicação, mesma linguagem.
- Apresentador conhecido, algum dos canais recentemente privatizados.
- Notícias generalistas.
- Opiniões com convidados semanais, sempre pessoas diferentes e não descendentes de figuras do antigo regime, diplomatas e intelectuais da praça. Professores, escritores novos, pintores. Nada de gente dos tedtalks nem empresários.
Feature principal: Relato diário de um golpe de estado em Portugal, com descrição progressiva dos efeitos desse golpe de estado nas maiores instituições ( justiça, poder legislativo, banca, autarquias ). Diferenças visíveis no quotidiano do Portugal pós-golpe. Entrevistas de rua, depoimentos, opiniões de envolvidos. - Programa low budget visto ser possível resolver a falta de imagens - por exemplo uma chaimite a atropelar 24 BMW's num stand na EXPO depois de ter saltado uma fonte em turbo boost - com a frase "não temos imagens deste acontecimento" como era feito nas notícias reais em 89.
Eu seria espectador disto todos os dias.
sábado, setembro 08, 2012
Amanhã já ninguém se lembra
Ontem o Passos disse umas coisas que toda a gente achou mal nos 5 segundos seguintes, mas que rapidamente perceberam que tem de ser assim porque qualquer coisa, qualquer coisa menos contestar, não ter mais que uma opinião de café, não dar vazão ao que se pensa.
Arrumo aqui as botas do povinho: nunca vai haver o tal dia em que nos fartamos disto tudo e mandamos estes cabrões bardamerda. É triste, mas é verdade: basta dividir o povinho. E o povinho é fácil de dividir quando assiste a tanta desigualdade.
Novamente, sinto que quem votou PSD devia sentir-se bem mais enganado e revoltado que eu, lembro-me tão bem daqueles discursos de mão no peito, a ideia da moralização da política, da diferença, do corte com o passado, o pack completo, todas as tretas incluídas.
Depois de ler umas opiniões muito bem fundamentadas e com ideias bem estruturadas pela blogosfera, resta-me confirmá-las com a opinião de quem nunca falha e nunca se engana mas que nunca tem voz, os taxistas: Passos, vai ser aldrabão para a puta que te pariu.
Arrumo aqui as botas do povinho: nunca vai haver o tal dia em que nos fartamos disto tudo e mandamos estes cabrões bardamerda. É triste, mas é verdade: basta dividir o povinho. E o povinho é fácil de dividir quando assiste a tanta desigualdade.
Novamente, sinto que quem votou PSD devia sentir-se bem mais enganado e revoltado que eu, lembro-me tão bem daqueles discursos de mão no peito, a ideia da moralização da política, da diferença, do corte com o passado, o pack completo, todas as tretas incluídas.
Depois de ler umas opiniões muito bem fundamentadas e com ideias bem estruturadas pela blogosfera, resta-me confirmá-las com a opinião de quem nunca falha e nunca se engana mas que nunca tem voz, os taxistas: Passos, vai ser aldrabão para a puta que te pariu.
quarta-feira, setembro 05, 2012
Eureka
Uma epifania matinal* depois de acordar uma hora mais cedo do que devia, por causa das obras no prédio em frente e dos gatos aos pinotes.
Hoje devo trabalhar mais descansado.
*soa a eufemismo para masturbação, pois.
Hoje devo trabalhar mais descansado.
*soa a eufemismo para masturbação, pois.
terça-feira, setembro 04, 2012
Mantra
Renovando diariamente e mesmo várias vezes ao dia o mantra "queres ter razão ou ter trabalho?" pasmo perante uma espécie de corte francesa a que alguns clientes almejam pertencer, um neo-absolutismo, é isto que o Passos gosta e pensa quando diz que somos piegas, uns caguinchas que somos, em vez de simplesmente trabalhar cegos e obedientes filhos da puta ainda usamos o cérebro que teimámos em encher de trampa num curso ou dois, mestrados e pós-graduações, perdas de tempo quando tudo o que é preciso é ser bem mandado. Nisto o Passos, tenho a certeza, deve ser dos melhores profissionais, culambista até ao 14º mês, limitou-se a fazer o que lhe mandavam e a fazê-lo calado, é sabido que muita gente chega a director assim, é só dizer que sim e amochar, se a coisa der para o torto sacode-se a água do capote. Quando se tem coluna vertebral de amiba, passamos mais facilmente debaixo do radar e outras capicuas. Olha, voltaste atrás para ler radar.
domingo, setembro 02, 2012
O ar do tempo
Um bom trabalho nunca bastou porque ele não fala por ele, é preciso vendê-lo dizem-me, ok eu vendo eu vendo mas vendo caro, ah caro não querem querem o mesmo trabalho mas barato? como é que posso metê-lo mais caro, é que me dá mesmo trabalho foda-se ah o quê se demonstrar que estou-lá posso pedir mais? seja. A bicicleta fixed gear com jantes brancas está aqui, o logo hipster abstracto está aqui já, faço street art já posso cobrar mais? É que eu só quero é ser pago normalmente.
O Tejo o rio o cais
O Cais do Sodré tem aquele monte de bancos com oliveiras onde um gajo podia sentar-se a olhar o rio. Podia porque deu-se o mesmo fenómeno que aconteceu este ano com as praias: há um terror pelo silêncio, parece que o descanso é pior que o tédio ou que a morte e meteram lá uma merda de um DJ Set permanente de Forró, Reaggaton e afins, tudo manifestações artísticas por classificar pela Unesco como não-causadoras de cancro ou debilidade mental.
sábado, setembro 01, 2012
Depois dos copos
Segue-se notável discussão sobre os malefícios da publicidade que corrompe e mata, sim é verdade corrompe e mata mas como uma nota de 10 que vale mais que uma de 5, rasgam-se as duas e nada valem, assim é a publicidade, outra coisa como outra qualquer, a ilusão de um sentido, a simulação de uma necessidade, a negação de outro. Não é relativo, mas é absoluto na sua incoerência ou na sua volatilidade: Se o espelho na floresta reflecte o que lhe aparece primeiro, também deixa de o fazer pela mesma ordem. Tudo depende de quem esteja como observador. Tirem o espelho ou a gente e nada sobra senão palha que não serve ninguém, especialmente quem a fez.
Post escrito ao abrigo do acordo ortográfico aumentado, versão 6 da manhã para quem pode.
Post escrito ao abrigo do acordo ortográfico aumentado, versão 6 da manhã para quem pode.
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