terça-feira, julho 31, 2012

Só para esclarecer

Timelines sobrepostas, ando entre emails, frascos de yorgurte de litro, escovas de dentes, desenhos, fichas de leitura rosacrucianas, bilhetes de autocarro para Évora, fotografias aos montes, roupa a forrar os cantos do quarto, uma praga de mosquitos na cozinha, pincéis na casa de banho, cartas por abrir, o curso logo à noite, o computador que se recusa a desligar para fazer sempre restart isso é bastante como eu, que uso o sono como um castigo para aprender a não parar, 3 cartões do professor karamba foda-se que não consegui parar ainda, mais o iPod com um jogo que me tira a atenção do importante o sol, as costas que folgam no entanto, mas transferem tudo para um pulso à beira da tendinite e em confronto com os 2 ultimos dedos da mão mais 3 ideias penduradas e falta-me o post sobre Évora que tem mais do que a capela dos ossos mas queria falar dela mas do ponto de vista das caveiras que têm de aturar tudo e mais alguma coisa e sem querer, ditar memento mori a todos quando queriam era descanso como eu.

quinta-feira, julho 26, 2012

Autópsia para Alzheimer

Afio e faca e zás.
Começo o corte canhoto pelo perímetro longitudinal máximo. Dou-lhe a volta aos poucos até quase fazer uma volta completa, parando no pé. Repito, na direcção oposta, seguindo o sulco gravado antes. Acabado isto dou-lhe um jeito com a faca, usando-a como alavanca. Nada. A carne é mole mas o caroço agarra-se a ela. Mais uma volta, agora a delinear bem o caroço com o fio da faca. A carne amarela espreita. Faço mais força sentem-se os veios de dados de jogar o seis de um dado de jogar é especialmente texturado, a faca assobia como quando passa num osso de uma galinha e arrepia-me pelos canhotos. A faca é alavanca novamente fulcro dado mas no 3, 9noves fora nada vai à mão. Espeto-lhe os dedos dentro primeiro a medo depois com força nada, o contorno do corte já aberto, perdeu a forma, o que era uma linha feita à imagem do fio da faca é agora bulbosa, pisada. Separo os hemisférios já quentes das mãos as minhas não. Dos hemisférios nada nada nunca vi puta de fruta assim. Volto à faca, sigo a geometria sagrada feita a bissectriz faça-se uma outra quartos feitos quartos cheios. Arranco-lhe a pele rasga cima abaixo, desfia-se como as costas de um gato que se arrepia.
Pensei sempre que fosse um abacate.

Playboy Portugal, bastião do neo-realismo

( Click para zoom )
Nos olhos, O medo de parecer acabada
 janelas da alma esse terror congelado no tempo.



Nada a acrescentar.

quarta-feira, julho 25, 2012

Que se lixe a política

Acho piada a este pessoal. O Passos dita uma frase escrita por um copy manhoso e passa a estadista.

Há muitos anos, um professor que tive dizia que na escola deviamos aprender a ler, mas que também deveriamos aprender a ver. A ver televisão. Para percebermos que é um meio, que por trás há realizadores, há redatores, há editores, actores, há ideias e há ideais. Que podemos transformar a realidade no que nos apetecer. É só uma janela temporária para qualquer coisa. Pá, quando o Passos - ou outro banana qualquer - diz uma frase que soa bem demais e até parece sincera, mas há uma câmara na mesma sala, ele não está a ser estadista, está a fazer televisão. Não me lixem.

Arte.

segunda-feira, julho 23, 2012

Arroios Urban Beach

Daqui da janela vejo e ouço a algazarra constante dos vizinhos da frente. Têm um terraço grande que chegue para passarem lá o tempo todo em festa e animada conversa. É uma versão urbana, low-cost e segura de um aquaparque: Andam todos de calções e molham-se com uma mangueira.

sábado, julho 21, 2012

Dica

Evitar mexer em alho e coçar as orelhas. Se bem que oferece surpresas.

sexta-feira, julho 20, 2012

Aviso à Digestão

O capitalismo pleno ainda não se instalou e a prova é que aqui ao lado eu vou a um sushi muito mau, daqueles que é uma evolução de um restaurante chinês, que é como eu ser espanhol e dizer que sei fazer cozido à portuguesa só porque estou a menos de 15 minutos da estação de Badajoz, mas pronto é aquela treta, não dá para mais. Entretanto dão-me a conhecer um outro sushi ali para o Campo Grande Pequeno, 10 minutos de distância, sítio como deve ser, burguês como manda a lei, dondocas e engenheiros, um ex-publicitário que já não via há 4 anos e que largou a prostituição e tal, pelo mesmo preço. Aqui fica a dica: lá por ter bom aspecto e um logotipo bem feito, não quer dizer que é caro. É só bem feito.

quinta-feira, julho 19, 2012

O calor, Arroios, A cidade


Um passeio nocturno aqui à volta é simples. Como em Coimbra, aplica-se a regra descer-é-sempre-a-direcção-do-rio, mas em Arroios o rumo é para a padaria. Desce-se para ali para a praça do Chile para esticar as pernas e ocupar esse espaço acabado de esticar com um croissant ou um mil-folhas ou uma cena assim ( hoje reparei que têm pirâmides, eu sei que são feitas de restos sim ). O truque é subir de volta a casa rápido que chegue para que já tenha deglutido os bolos para não ter de perguntar a ninguém se é servido.


Jukeboxe. Kizomba, samba, pop-rock. É escolher


Ferramentas para dobrar a esquina

Bolos. Aqui converge tudo o que é lisboeta.

quarta-feira, julho 18, 2012

O calor, o Relvas, as minhas costas, a verdadeira Crise

Estou a repetir-me mas isto chateia-me profundamente. Ando com esta dor fininha a agudizar-se dia a dia, tento truques que me receitam, mudo de posição, vou apanhar ar, mas nada. Fui a Coimbra, pensei que uma mudança de ritmo podia ajudar, pelo menos distraía-me, mas nada:
O Relvas continua ministro e vai continuar. Esta campanha ( sim é mesmo uma campanha, o Relvas tem razão ) contra o Relvas bem pode durar, o Marcelo pode vir dar dicas, o pessoal pode ir fazer manifs - eu não fui e já digo porquê - mas não vai resultar. O truque do Relvas, também já mo aconselharam, é manter as costas quentes. Mas se a mim elas ainda doem mesmo com o calor e os emplastros, as do Relvas folgam ( obrigado Passos. Eu sabia que o Passos era assim, lembram-se? fiz uns versos à maneira do povinho desinformado mas que encerravam a verdade toda ). Esta pica de mostrar e comentar a mesma manif de 400 pessoas durante dias é o exemplo perfeito. Perguntei-me porque é que não foi dada a importância devida à notícia. Quaisquer outras manifs de 400 pessoas são ignoradas, remetidas para nota de rodapé ou classificadas de acções dos comunistas. Mas algures há quem veja um limite para a coisa: o tipping point da decência ou da ética. De tempos a tempos lá há alguém numa redacção ou num boletim de voto que se lembra que entre a lei e a ética deve ir uma distância maior do que o retrovisor aparenta. No entanto lá andam o Isaltino, a Fátima, o Relvas, o Sócrates, todos cantando e rindo. A crise é esta: Se estão a perseguir o Relvas pelo que se sabe, não podem parar aqui. Continuem. E vão ver que não param.

Adenda: Quando o bispo das forças armadas diz aquela parvoice dos diabinhos negros, só serve para me confirmar a teoria: acabem com o Relvas, mas acabem também com o bispo. Bardamerda.

domingo, julho 15, 2012

Coimbra tem mais um cano

Prezado esteve em Coimbra a descobrir a verdade sobre a lenda de Pedro e Inês. Terra de cantos encantos e fados que não gosto de ouvir, Coimbra pinta a coisa de modo a capitalizar um namoro meio acidentado para parecer uma história de amor impossível mas na verdade é uma pornochachada. Por exemplo, a fonte dos amores esconde o que realmente interessa, o cano dos amores. É mesmo ao lado.
" Pipe of love"... Sabias muito tu.
Porco do caralho, a Inês ria-se muito não era?

Pedro, de cognome o porco, é o autor de piropos históricos como "limpava-te os canos bebé!" ou a versão de andaime, "limpa-me os canos linda!", como descobri neste field study.
Já no hotel que serviu de escritório, acordava todos os dias às oito e meia da madrugada a ouvir os canos do amor  bonk bonk bonk bonk bonk do quarto do lado em acção mas depois descobri que não, eram mesmo os canos da água a vibrar em contínuo. Ninguém conseguia aguentar aquele ritmo mais de 13 segundos. Coimbra tem um problema com canos, no geral.

Coimbra tem muralhas e torres

Coimbra tem Sés. Novas e velhas.

Tem Republicas. Conseguem ser mais respeitosas que a Portuguesa.

Coimbra tem fatos de anjos.

Coimbra consegue ver-se a distâncias consideráveis.


sexta-feira, julho 13, 2012

Standard

- Então trabalhas onde, és criativo?
- Sou, tu também és. Somos todos.
- Ah pois, sim acho que sou uma pessoa até sou uma pessoa criativa.
- Pois, é uma capacidade, não é uma profissão.
- Sim mas fazes isso como trabalho, todos os dias.
- Sim, todos os dias, mas se calhar até sou mais criativo fora do trabalho.
- Fazes outras coisas?
- Sim, mas no fundo é mais do mesmo mas para mim. A maior parte das pessoas mais "criativas" - aqui fiz aquele gesto com os dedos, sim -  que conheço não trabalham em publicidade.
- É?

quinta-feira, julho 12, 2012

Google Brain

O ideal era ter uma extensão por bluetooth e googlar informação retida dentro do meu cérebro, que não tenho como vasculhar.

quarta-feira, julho 11, 2012

Estava a reparar que nos últimos tempos tive um vislumbre do que me vai acontecer caso chegue a velho: Todo lixado das costas, cheio de dores nos tendões e com os músculos avariados, dedicar-me-ei a ver as notícias e a passar-me com a classe política na qual nunca mais votei, lixado dos cornos com isto tudo fico um velho dos marretas sempre contra tudo, começo a marimbar-me na 15ª versão deste blog - já pensaram, ter a paciência de corno de escrever mais outros 6 ou 12 anos - e a marimbar-me em tudo, trancado em casa e só a comer atum e arroz com caldos knorr.

Licença

Processo de equivalências, como usadas no caso Relvas

Devo dizer que esta história do Relvas deixa-me mesmo envergonhado de viver nesta terra. Uma terra onde a vergonha já é tão pouca que já nem é preciso disfarçar a trafulhice que se faz. Digo eu, que nunca me lembraria sequer de chegar a uma universidade e impingir a minha experiência profissional como moeda de troca para arrecadar uma licenciatura mas isso claro é por isso que eu que sou assim simples na minha pequenez. Se o Sócrates já tinha ficado mal no retrato, estes - o Passos e os amigos - ficam já fora do enquadramento.
E indignação, é vê-la a passar ao largo, diz-se que foi vista para lá do Bugio, encalhada no lodo.

terça-feira, julho 10, 2012

Políticas económicas para crianças fatalistas

Estamos em 2012. Sabemos que a terra vai acabar em meses. A todos os humanos ainda no planeta é pedido que criem a sua própria fuga. Os que já estão a caminho ou a viver em Melmac dizem que é preciso esforço e trabalho, mas que com imaginação e criatividade, qualquer pessoa arranja maneira de sair daqui. Individualmente ou em grupos, encontram-se soluções. Uns não conseguem arranjar material para as construir, infelizmente. Uns rebentam logo na descolagem, infelizmente. Outros passam da descolagem mas não têm rumo, infelizmente. Outros conseguem traçar uma rota para planetas inabitáveis, infelizmente. Outros ficam sem energia a meio do caminho, infelizmente. Quatro acertam na direcção para Melmac e salvam-se.

sábado, julho 07, 2012

As minhas costas continuam a desafiar a geometria euclidiana e como tal não vejo mundo. Lisboa tá porreira? Ainda se paga para entrar no Castelo?

sexta-feira, julho 06, 2012

O progresso

Soma e segue
Neste ultimos dia tenho acompanhado as notícias do país e ouvido a análise dos taxistas, a classe profissional em que mais confio. Eles sempre me disseram a verdade e eu teimei muitos anos em não os ouvir, por preconceito meu.
Os taxistas não são ouvidos porque não tiraram o mesmo curso que Miguel Relvas, estando habilitados para tal. Os taxistas não são ouvidos quando declaram ipsis verbis o que a oposição diz do governo. Os taxistas não têm equivalência para psicossociologia nem gestão empresarial. Os taxistas já sabiam e diziam que a troika era uma cambada de chulos antes dos doutorados do BE o declararem. Os taxistas já sabiam que a subtração dos subsídios de férias e Natal aos funcionários públicos ser declarada inconstitucional por quebrar o príncipio da igualdade seria resolvida pelo governo com a extensão do roubo a QUASE toda a gente. Os taxistas, finalmente, sabem quando volta D. Sebastião, onde está a bruma e onde estão as armas.
Espero francamente que se unam e criem um partido, o partido mais português de todos, sempre parcial e bacoco, retrógrado no seu progressismo, fascista nas suas liberdades. A povo agradecia.

terça-feira, julho 03, 2012

Ideia grátis - se fosse boa era a pagar

Conceito: um livro reciclável ( tipo escritos Margarida Rebelo Pinto, auto-citados ) , a ser editado todos os 20 anos, mudando apenas as personagens e um ou outro factoide incidental, aproveitando fases da vida comuns a 99% da população mundial ( adolescência, p(m)aternidade, morte etc etc etc ). Exemplo:
Relato sobre adolescente ou pré adolescente e a sua entrada na vida adulta mais cedo do que seria desejado pelos pais, ligeiramente exagerada ou vulgarizando episódios raros ou extraordinários, condensando varias estórias extremas ouvidas aqui e ali de casos diferentes. Presença de selo "baseado numa história real" seguido de legenda "Pensava que conhecia o(a) seu(ua) filho(a)?".
Coordenar o seu lançamento com agenda noticiosa com temas relacionados.

Agora que vejo, este esquema explica mais livros do que pensava.