quinta-feira, maio 31, 2012

Pelo Carmo, estavam a fumar cenas meio ilícitas em frente às crianças

A bina abana diz o bacano.
Olha menina como abana a bina.
O banco da bina também é bacano.
Bacano como o banco abana uma beca.

A bina da menina é boa
é boa a menina
a bina é que eu tou farto de binas
foda-se então estas binas da moda
até me passo, fixed gear o caralho quero vê-la a trepar da Rua de S. Bento até à Rua da Escola Politécnica ali a passar pela Praça das Flores ya isso é que eu gostava de ver era o trepavas pois era fónix não posso mais com esta moda de andar com binas que não dão jeito a ninguém só porque são bonitas

terça-feira, maio 29, 2012

Relvas

Aquele senhor escorregadio tem vindo a afundar-se a cada dia. Os camaradas defendem-no, dizem que é normal um membro do governo consultar os serviços secretos. Mas, como é hábito, o senhore prefere negar que tinha algum tipo de relação pessoal profissional atribuição ou distribuição de tachos - deve estar a proteger importantes segredos de estado para ameaçar uma jornalista - e a cada dia vai afundando mais a bela terra em que eu vivo.

segunda-feira, maio 28, 2012

Mistérios do sobrenatural

Em miúdo, li todos os livros sobre sobrenatural paranormal extraterrestre anormal a que consegui deitar a mão - foram 3 - e depois de uns anos a ler sobre os mesmo casos, comecei a suspeitar de que aquilo era tudo uma tanga. Os autores citavam testemunhas e eu ficava na mesma, quem seria a dona P. de Montpellier que viu S. Agostinho em cima de um ovni ou Papadoumos Kvoratis da ilha de Creta que tinha ânforas num metal extraterrestre, como é que eu sabia quem era aquela gente, não vinha o B.I. junto com o relato, nem um número de telefone, nada.
Agora já os ovnis me parecem sempre pratos e candeeiros, os fantasmas truques de ilusionismo, o Yeti um bacano vestido com peles de coelho, o Chupacabra um cão com fome, os Crop Circles uma brincadeira de putos, os cranios de cristal não são nada de especial, o Hitler está morto e não tinha uma távola redonda, os Maias muito provavelmente não tinham foguetões nem vieram do espaço. A minha dúvida que resiste são os Poltergeists porque são mais interessantes, destroem tudo são chatos e uma vez em casa ouvi uma chicotada no ar vinda do nada, o que me deixou a pensar 1. o Freud é fodido 2. o Freud é fodido. durante um bocado. Há testemunhas e elas asseguram que Freud é fodido.
Hoje acrescento à lista de ocorrências estranhas - ao nível do Triângulo das Bermudas e da respectiva ligação do mesmo ao grupo Bilderberg e ao KKK - e por explicar o desaparecimento de 4 instrumentos vulgo goivas que começo a pensar terem um uso um pouco mais inquisitório do que o original,  quando descobrir que foram os gatos que desapareceram com aquilo. E nessa altura até fica explicado o caso do Poltergeist.

sábado, maio 26, 2012

Riscos Pedidos XI

Tensão alta, a partir de certo ponto é como ter
um lança-chamas nas artérias que nos implode
as veias 98 vezes por minuto, cada bombada
são mil agulhas a furar todos os poros que não temos,
ou se calhar estou a exagerar um pouco e é só chato.


Riscos Pedidos sim

O que é que desenho?

sexta-feira, maio 25, 2012

Interludio realista

Uma ex cof cof pessoa cheia de virtudes com quem trabalhei postou no facebook esta imagem e eu não posso concordar mais com ela.

isto aplica-se essencialmente a políticos e a patrões
No caso, dado onde chegou, diria "mamar na 5ª pata do cavalo".

Eu percebo

A Izzie e eu partilhamos a devoção à preguiça e às sua virtudes. Aqui fica como funcionaria uma sessão do seu Couching, coaching para pessoas que sabem o que é importante.

- Não sei o que fazer mais para progredir na carreira. O que é que posso fazer para ser promovido?
- Sente-se confortável. Há quanto tempo anda a tentar?
- Há 5 anos. Já merecia um aumento, pelo menos. Farto-me de trabalhar.
- Estou a ver. Acha que merece melhor, então. Diga-me, o que é que sente quando vê alguém que não merece receber esse aumento ou essa promoção.
- Atão fico fico parece que não vale a pena chatear-me mesmo.
- Guarde esse sentimento, já lá vamos. Diga-me, gosta de esplanadas, copos, sol, praia, estar com os amigos, esticar-se no sofá, viajar, descobrir terras que não conhece?
- por mim isso era a minha vida...
- Muito bem, então vamos agora juntar esses dois sentimentos: não vale a pena chatear-se com o seu trabalho e gosta de ter tempo para si, para os seus...
- [ pausa ] ahhhhhhh já percebi acho que sim que já entendi sim ah sim tudo é mais claro é óbvio porra como é que não pensei nisto antes, obrigado!

quarta-feira, maio 23, 2012

Chiado

Subi, desci, subi, desci.
A quantidade de hipsters é impossível. Ninguém pára este fenómeno?
Pá não não é bonito usar calções e sapatos sem meias não é pá meu sapatos sem meias é fónix nem tenho termo para isso sem ser meio prontos meio preconceituoso mas eu não sou preconceituoso, sou assim bué tolerante mas fónix aqueles casacos com calções ah é ironia pois é isso pois e os óculos pá não chegavam os ray ban agora vão buscar daqueles à arquitecto de 1939 fónix não sei se notam mas a cena da originalidade é que o pessoal só é original aos bandos, vocês pertencem a mais um bando de originais, como os originais das tatoos, dos piercings, dos bigodes, das fixed-gear e assim por diante não pá esses óculos são iguais aos da miuda que acabou de passar há 10 segundos não meu não larga a mala, não uma mala mas isso é uma ó lá vai uma freak dos djambés, tás a ver tem um daqueles cintos com uma bolsa ou uma bolsa que é um cinto? todos os freaks que vão ao boom festival e já meteram ácidos têm uma podes crer tás a fazer o mesmo mas com óculos é igual, és tão original como a ana malhoa podes crer não tacreditas pronto, continua lá, cuidado com a poça aí que molhas a corda dos sapatos e depois não andam.

segunda-feira, maio 21, 2012

carapauzinhos fritos

Esquema de imobilização de arco
A semana passada pude acompanhar a primeira visita de um americano a Lisboa.  Servir de cicerone é das coisas a que um português mais rapidamente se presta, digo que é das suas actividades preferidas, praticamente taco-a-taco com com servir de Carrasco do país. Isto porque ouvindo o inglês - que não é mau, tirando tempos verbais e expressões correntes escorridas à letra - de toda a gente com quem contactou, imagino a bela imagem que leva do país.
Não é por nada que temos a esfera armilar como símbolo dos tempos mais gloriosos da nação.  Não tem a ver com a expansão das rotas comerciais como normalmente é relatado por saudosistas-optimistas. É apenas um esquema visual de como se procede à imobilização de um arco em movimento. Como é sabido, é o imobilismo o produto mais produzido em Portugal. Aos olhos de um americano, vivemos num oldie: a comida que gostamos é feita numa caixa com brasas, ouvimos fado, somos tristes pobres mas sem ambição e vícios caros, as paredes do restaurante estão cheias de charruas, a zona nova da cidade está lá longe e não interessa a ninguém e quem tentar demonstrar o oposto eu próprio confirmo que está é parvo. Alfama, pois claro. Que a expo só serve para andar de bicicleta vintage.
 Todos os portugueses que a título de trabalho se lhe dirigiram e com quem pude participar em conversas, confirmaram-lhe o óbvio: estamos pelo menos 30 anos atrás dos Estados Unidos. O Passos nesta tentativa parva de que cheguemos ao capitalismo pleno em 15 dias está claramente a dirigir-se às pessoas erradas - eu sei isso, tu sabes isso, mas ele não vive neste mundo - devia experimentar dirigir-se aos empresários, aos gestores, enfim. Tuga após tuga, os lamentos habituais. O americano está cá para falar de empreendedorismo real, tangível, processos de trabalho, optimização, criatividade e as perguntas todas que ouviu, reduzidas a uma pergunta média, seria algo como "como é que eu convenço o meu cliente que o meu trabalho serve para alguma coisa?".  E por aí adiante. É verdade, é um país parado no tempo. Mas não é pelos miúdos. São os pais deles. Ao contrário do país do filme de onde veio o estrangeiro, este país é para velhos. Primeiro alaparam-se ao poder, depois alaparam-se ao dinheiro. O monopólio à base de xico-espertismo é um só e espalha-se em todas as áreas, o importante é manter a produção pensada à maneira de 1970 ( ou anterior, de preferência ), como a aprenderam. Assim se mantém o mercado, a cultura, o trabalho, a criatividade, a arte. Tudo isto porque há bocado li esta entrevista e o que é dito sobre o humor - ninguém diria, mas é um tema que eu gosto - e lendo este trecho, vi-o a ser a imagem de qualquer outra área de trabalho neste país.
"Ainda falta desenvolver o humor em Portugal?
Imenso. Estamos décadas atrasados. O público geral descobriu os Monthy Phyton 30 anos depois de eles terem feito o “Flying Circus”, através do Gato Fedorento. Agora já só há uma discrepância de dez ou 15 anos. A malta que está a começar a fazer coisas em televisão está a descobrir o Ricky Gervais, quando o deviam ter descoberto há dez anos. (...) O que eles querem ouvir é que “isto é tipo o (inserir nome de série que fez sucesso no estrangeiro há dois anos atrás) mas com o (actor X que está a fazer sucesso agora)” (risos). O principal problema da nossa comédia é que de um lado da barricada tens a malta que ainda vive com os fantasmas da Revista e daquele humor brejeiro que já devia ter morrido há 20 anos atrás; e do outro lado tens os renovadores, que são renovadores cá, mas que estão a pegar em Jerry Seinfeld, Larry David ou Ricky Gervais e a tentar fazer as versões portuguesas daquilo que eles já fizeram. É uma pena porque nós temos identidade própria. Podemos ter boa comédia portuguesa, não precisamos de ir buscar tudo a Inglaterra ou aos Estados Unidos."
 O americano levou a ideia de um país com gente esforçada mas muito limitada, agarrada ao passado, que é a única coisa que pensamos que nos distingue. Se levasse outra imagem daqui, não seria a real.

domingo, maio 20, 2012

Preguiça

Hoje não sei porquê resisti à preguiça, à chuva e ao compacto de episódios do Max o cão polícia e fui ao Museu do Azulejo de manhã. Fiquei a ganhar: Não se pagava entrada e pensam sempre que sou camone.

sexta-feira, maio 18, 2012

A eternidade numa mão

O título é só para distrair dos verdadeiros objectivos deste relato: a certeza de uma morte inglória e a proximidade absoluta e não relativa a que ela espreita. Tudo isto porque um gajo não só pode ter problemas sérios como não tendo, pode morrer com um ataque de hipocondria ou de overdose de placebos até.
Estava eu bem em casa e o tecto se fez chão e tecto novamente tecto fez-se texto reli as tábuas do soalho em diagonal refiz o testamento a rasurar o chão comi linhas com medo de não o acabar a tempo. Fui à janela apanhar ar. Fechei-a com medo de uma pneumonia. Abri as portas para não esbarrarem no cadáver entalado nas ombreiras, enrolei o tapete para não escorregarem os paramédicos. Limpei o estuque da camisa preta. Lavei a camisa branca. Encolhi a barriga. Pisei um gato e pedi desculpa aos outros dois para me redimir. Fiz o sinal da cruz na testa e pintei um pentagrama na cozinha. Lancei búzios pela escada abaixo. Fui buscar um gato ao segundo andar. Apanhei a espiga. Preguei uma fechadura na porta, tranquei a ferradura com pressa. e enrolei uma na testa. Procurei o número do 115, rasguei a meio uma lista telefónica. Parti uma dentadura. Devolvi-a. Bebi um copo de tinto da casa e um chá de menta.
Depois vi que tinha a tensão alta.

quinta-feira, maio 17, 2012

Lisboa

Assim, estive mais uma vez a fazer de turista em Lisboa. Praticamente já não ando de transportes, a zona onde passo mais tempo durante toda a semana vai do Cais do Sodré a Alfama, ando sempre de máquina fotográfica cadernos canetas ipod com fado anoto nomes de ruas que nunca vi, se posso andar mais 50 metros para descobrir outra travessa ando e no entanto se me perguntam "onde é que se vai em Lisboa?", acabo por responder os sítios do costume. Será que há assim tanta unanimidade? Sim, toda a gente gosta de pastéis de Belém, mas... O que é que recomendariam visitar a um turista em Lisboa?

quarta-feira, maio 16, 2012

Taxismo

Ontem, ao estrangeiro a visitar Portugal pela primeira vez,  perguntaram-lhe em que hotel ficava disse ele o waldorfastorialifstatlerhiltonqualquer coisa. Ah, é perto do aeroporto, quanto é que foi o taxi?
- Foi 10 euros.
- 10? tanto?
- Bom o taxímetro marcava 6 mas eu apontei isso e ele disse não, que era 10, "taxas".



*Fiz tradução simultânea para facilitar a compreensão do ocorrido.

segunda-feira, maio 14, 2012

Ainda isto

No fim de semana descobri que tenho menos de 6 graus de separação do Daniel Oliveira e por causa disso concordo com o que ele diz.


Risco perdido


Antes do tempo
Depois de encontrar a palavra segundo Sr. José Vieira da Silva, segui-o à distância para saber mais. De comentário em comentário percebi-o: Informado, percebeu a subreptícia propaganda à literatura de cordel com ligações directas à potência mundial que organiza em Portugal (e em todo o mundo) sequestro de pessoas e tráfico de crianças. Mais: descobriu que a promoção da literatura de cordel não está fundada em motivos comerciáveis, fundados ou infundados, o que indicia uma acção obscura para fins obscuros. Sabe-o porque foi sequestrado há uns anos a mando do grupo Jerónimo Martins. Denunciou-o ao  El País mas não teve a divulgação esperada. Depois de perceber que os trabalhadores do Pão de Açucar que tomam conta das máquinas de pagamento self-service (ou lá como se chamam) o queriam enlouquecer anulando a sua compra cada vez que ele passa o produto na máquina - os mentecaptos, a cada vez que reclama, emendam o erro sem ele ver, miraculosamente terá dito -  à saida, como qualquer outra pessoa. Farto disto, resolveu denunciar esta Verdade. Sem problemas e com a certeza de quem tem a justiça e deus do seu lado, envia faxes, afixa queixas em paragens de autocarro, envia cartas, envia faxes a quem de direito, escreve em todos os livros de reclamações em que mete a mão. O tribunal constitucional, decerto receoso das implicações de ser público tão magistral conluio, teima em ignorá-lo mas não é isso que o cansa. Denuncia o mal de cartaz em punho por ali pelo Saldanha, mostrando que é na rua que se operam as revoluções e as mudanças. Se o PR, o PM,  o Tribunal Constitucional ou os partidos políticos não o ouvem até agora, não será por falta de esforço mas também não será por falta de razão.

sexta-feira, maio 11, 2012

Eu até percebo

Eu percebo, Passos. Estás a falar com os miúdos e queres que eles espevitem, que não sejam lorpas encostados ao estado, sempre à espera de um tacho que lhes resolva tudo pelo caminho fácil, ajudados por padrinhos e a vingar ou, deus os livre, desamparados a cair no fado do trabalhador por conta de outrem. Eu percebo, queres um país de patrões. Até já alteraste a lei do trabalho de forma a proteger essa classe social emergente que vai substituir a classe média. É ler qualquer revista nas bancas e é só empresários. Estás num processo de democratização em curso e eu gosto disso. Da minha parte, posso confirmar-te que até hoje tentei ser um bom trabalhador por conta de outrem mas não me dei bem. É que dão muito valor a lorpas encostados. A grande frase que aprendi o ano passado foi "queres ter razão ou ter emprego?". E como eu insisto em ter razão - sou teimoso nisto - fiquei sem o emprego. Claro, dizes tu. Mas aprendi que posso ter uma empresa, já reparei que dava muita importância à questão do falhar: falhar pagamentos, falhar ética, falhar senso comum. Infelizmente falta-me aquela coisa, é ... tomates, não espera era qualquer coisa era qualquer coisa do Marx, bolas não me Capital isso capital, falta-me capital. Claro que não me deixei abater, tás a brincar? Não. Todos os dias tenho ideias novas. Sou humano e como tal preguiçoso, não consigo colocar todas em prática e desisto de muitas, mas tudo bem, todos os dias tento outra coisa. Ninguém me mandou parar de fingir que sou lorpa. Mas isso para ti é fácil, ó Passos.

quinta-feira, maio 10, 2012

hoje não há post

Podia acusar falta de ideias mas seria treta, é mesmo excesso de temas, cada uma mais importante que o outro. Por isso não sei que dite se da manif do pessoal do cinema ontem, mas estou farto de política, é a conversa do povinho à volta do Pingo Doce como quem conversa à volta da fogueira mas cada brasa .99 cents, mas isso agora já não é economia é política, é ter conseguido 2 habilidades de seguida na cozinha, arroz solto que é um milagre de deus, agradeço a uma tagide qualquer que me inspirou, é deixar queimar uma cafeteira durante meia hora até à incandescência quase começando a minha própria fundição de Oeiras, é os gatos que todos os dias dão trabalho mas já nem conta porque são previsiveis na sua imprevisibilidade, é uma semana de trabalho à moda antiga mas que deu pica e bons resultados, é chegar a casa e continuar a trabalhar claro que com 12 redes sociais abertas ao mesmo tempo, é ter aberto um Pinterest, que quero subverter claro meter lá escorpiões e lacraus e esquemas de geometria euclidiana abri aquilo para ver como era, tanta gente tem um afinal é um paliativo para as mulheres que não podem ir às compras, marcam sapatos vestidos cabelos vestidos de noiva dou uma semana para não postar lá mais nada windowshopping virtual já faço e aquilo tá tudo filtrado, seca, é o calor que ontem já dava para ir beber um copo à esplanada do Galeto à noite, é o caminho para Fátima, gostava que percebessem que os bolhas nos pés são sinais de deus para que voltem a casa e pensem menos nas mamas da vizinhas são melhores que a minha, os cabrões a quem enviei CV e que não respondem e que dava jeito, que o escritório é a 10 metros da minha porta, são 3 livros que tenho por ver com olhos de ver porque não são de ler, é mesmo só bonecos, tenho um assinado pelo Sérgio Godinho incha, tipo simpático, esqueci-me de lhe perguntar o que foi aquilo da campanha dos restos, e é uma dor de cabeça permanente que me está a acompanhar desde 3ª feira. E não sei que dite.

quarta-feira, maio 09, 2012

Arroios

Trova do tempo que passa

Há uma crise de valores mas ainda há pessoas honestas, eu sei. Mas começo a mete-las no mesmo plano do éter, da Cinderela, do Pai Natal , Santo Agostinho, Deus e do Bip Bip, sei que existem ainda que não acredite neles.

terça-feira, maio 08, 2012

Achado

Anda a escapar-me qualquer coisa.

Folheto espalhado por Lisboa.

domingo, maio 06, 2012

Statler sans Waldorf

Às vezes pergunto-me porque adoptei como ritual sagrado ouvir as notícias às oito, desde sempre, sempre que posso, quando cada vez mais passo o tempo a falar e a resmungar sozinho "olha-me estes cabrões", "chulos de merda" e afins. Este masoquismo tem de ter um fundo freudiano.

sábado, maio 05, 2012

2012

Já vamos em Maio e se o fim do mundo já foi, não dei por ele. Em 2011 não se falou doutra coisa. Tanta coisa falam e escrevem e ditam, tudo para iludir a enorme sombra da fatalidade que paira sobre todos mas não adianta. Não há fait-divers que me distraia; começaram aos poucos, hoje é o que se vê, os mercados a cair, a crise, a gasolina, os juros, o iva, superlativos, tudo, e eu ? Desde Janeiro que não durmo a pensar nisto.
Vou novamente tentar adormecer. Durmam bem, se conseguirem.

sexta-feira, maio 04, 2012

Ainda sobre aquele mini-mercado

De repente, as ideologias voltaram e nunca pensei  que estivessem escondidas onde estavam. Hoje leio artigos que metem frente a frente Marx e mini-mercados. Já não ouvia falar de Marx há muito tempo e sempre pensei que os supermercados fossem meros negócios. Mas hoje já li que a promoção daquele mini-mercado foi uma derrota do comunismo.

Genial. Passados tantos anos, com descontos de 50% em charcutaria e ainda há pessoal com medo que lhes comam os miúdos.

quinta-feira, maio 03, 2012

Acto de denúncia

Chegado a casa tarde e a más horas, esfaimado e com dores de cabeça - trabalhar dá-me dores de cabeça, mesmo - com o jantar por fazer.
Daqui para a frente deste post, a partir da extremidade infetior do t de post, haverá uma separação clara entre caminhos: Hemisfério direito ou esquerdo, carne ou peixei, vida ou morte.
Chego à cozinha e parece uma batalha campal, louça pratos copos tachos mais tachos forno fogão gatos comida restos é o caos. Praticamente não há talheres nem pratos por usar. Diz a tradição desta casa que há 2 ou 3 reacções possíveis:
  1. Há um leve autoritarismo maternalista-fascista seguido de discussão e lavamento de pratos compulsivo;
  2. Há um leve comentário sobre a impossibilidade de usar o fogão e ter de esperar o lavamento de pratos voluntário;
  3. Há a ideia de pegar num prato e em vez de cozinhar o jantar, aproveitar para rapinar os restos ainda quentes no fogão.
Das 3 hipóteses acima descritas, devem imaginar qual tomei.
Só espero que o facto de que quando cheguei todas as luzes estarem acesas e não estar cá ninguém não seja fruto de uma gastroentrite fulminante, porque já comi um prato daquilo que tava no fogão.

Sugestão

Quero propor estes combos feriado + promoção para 2013:

  • Dia de Ano Novo / 50% de desconto guronsan em farmacias só de Idanha-a-Nova
  • Terça de Carnaval / 50% de desconto guronsan em farmacias só de Idanha-a-Nova
  • Sexta Feira Santa / 50% de desconto em bifes do lombo no Continente
  • Páscoa / 50% de desconto em lojas de chocolates e sex shops
  • 25 de Abril / 50% de desconto na ginjinha do Rossio
  • 1º de Maio... isto já está resolvido
  • Corpo de deus / 50% de desconto no toys r us
  • Dia de Portugal / 50% de desconto em viagens
  • 15 de Agosto / 50% de desconto na água pé
  • Implantação da Republica / 50% de desconto na loja do cidadão dos Restauradores
  • Todos os Santos / 50% de desconto na CP
  • Restauração da independência / 50% de desconto no Corte Inglés
  • Imaculada Conceição / 50% de desconto em sex shops
  • Natal / 50% de desconto em todas as lojas, a nível nacional

E eu da janela a ver.

quarta-feira, maio 02, 2012

Problemas de saúde

Descobri que trabalhar me dá dores de cabeça. É verdade. Estou na cama, a ver televisão, a ler, a jogar, nada. Assim que começo a trabalhar, tenho dores de cabeça gigantes. Os cientistas chamam-lhe cefaleia para parecer tão grave como é. É incapacitante. Atroz. Espero que algum técnico do SNS ou um médico género House leia este post e me passe um papel atestando este problema de modo a que depois de emigrar para o principado do Mónaco, possa viver lá à custa de uma taxa especial dos casinos para os cidadãos mais pobres e incapacitados. Cruzem dos dedos.

terça-feira, maio 01, 2012

1º de Maio

Ah foda-se, como eu gostava de desligar do mundo mas não deixam. Então o Pingo Doce - a partir daqui passo a referir-me a este supermercado como entidade abstracta para não fazer ainda mais publicidade, já chegou a de hoje, o pessoal do marketing da jerónimo martins já deve ir na décima garrafa de champomix com a tourada de hoje - faz uma promoção - o tal que não tem cartões nem faz promoções - de 50% de desconto e o povinho foi aproveitar? Acho óptimo.
Agora vou falar de neo-liberais e capitalistas, pá gente que não é diferente dos outros mas que me mete especial nojo porque abusa da situação de poder que ocupa no sistema político em que vivem - chama-se ter-guito - e faz o que entende para manter essa posição de vantagem. Vou tentar explicar, nos termos que conheço e do que sei de economia e mercado, o que acho deste episódio:
Filhos da puta dumping cabrões chupistas do caralho imoral abuso atropelo aos direitos laborais cartelização monopolização palhaços crime económico manobra gratuita terrorismo publicidade fantástica ética de minhoca palhaços fascistas
Obviamente.

Edit: se alguém acha que isto é o melhor que se pode fazer com o capitalismo ou outro ismo qualquer e que o caminho do progresso passa por aqui, lamento.

Faltam 45 minutos para as notícias

E cerca de 60 para o meu comentário sobre aquela merda - faccioso - do Pingo Doce.

A diáspora feita em casa

Acabem com a praça das Caldas e vão ver
 Saí da cidade e fui de volta ao campo que me viu não me viu nascer como diria o Tony Carreira, que para aqueles lados o campo é pouco dado a lamechices: é mais currais adegas e vacarias. O fim de semana: Perdido no Oeste.
Voltei passados 30 anos. Cedo desterrado, habituado às duras e rudes gentes da cidade, estranhei estas gentes do Oeste. Quase todos família, as gerações mais novas a fugir para as cidades mais a sul - traidores a quebrar as nobres linhagens que prestavam homenagem a Salazar e ao PSD ( dentro de portas é Salazar Salazar Salazar, a votar é psd psd psd lagarto lagarto lagarto ) - e os campos ao abandono, é que a última vez que obedeceram ao Cavaco ele disse-lhes para largarem a terra e foderam-se, agora querem que ele se foda obviamente.
Metendo a mão dentro do manto, sente-se
algo como o êxtase de Santa Teresa
mas na óptica do utilizador
Pantocratores
Política à parte, assuntos sérios sobram no Oeste: há um excesso de igrejas e religiões. Pior só lá para o Norte. Mas as do Oeste são pioneiras e por isso mais influentes, é terra de profetas. Muitos foram para lá para fora e levaram o método deOeste. Meca presta vassalagem à Nazaré, por exemplo.
É também da Nazaré a origem do verdadeiro Pantocrator. Cientes da sua importância, repetem-no até à exaustão e expôem-no, nas praças.
Arco iniciático da nacional 4, direcção sul


Mais a sul, depois de passar o aqueduto iniciático de Óbidos e dar 7 voltas à rotunda sagrada, passando o cruzeiro e a porta da Vila, acedemos ao umbigo do mundo, a Igreja de Santa Maria. É aqui que Prezado é baptizado no século passado, ritual inventado a propósito a fim de salvar a humanidade dos seus pecados depois de alguém jejuar no topo de uma montanha durante quarenta dias e quarenta noites até uma agulha dum camelo passar o mar vermelho ou qualquer coisa assim, não me lembro bem porque era mesmo pequeno e não pude dizer que não, o que é certo é que assim é meu o reino dos céus.
Sic transit gloria platanus
Deixando Óbidos para trás com a certeza que fui abençoado que fui, foi com bonomia e um franco sorriso que consegui então passar a prova de fogo do circuito iniciático do Oeste, a observação do Arranjo de mesa Sagrado. A certeza que as manifestações do divino também se processam pelo caminho da falta e do erro convexa neste ponto. Vou deixar a imagem falar por si:
É sagrado porque ninguém lhe toca, foda-se.

 Observado o jejum obrigatório, dividiu-se a terra em partes iguais, benzendo-a com uma auto-motora em direcção a Lisboa. Oeste on my mind.

A Linha do Oeste.