Na mercearia que tenho ali a meio da rua, invariavelmente apanho o sr. dono-da-mercearia - até lhe descobrir o nome, chama-lo-ei Vlad-o-impalador, para facilitar - à espera duma freguesa, sentado ao lado da máquina registradora. Assim que chegam para pagar, a conversa é sempre semelhante.
- Então sr. Vlad-o-impalador, já viu, há tantos anos que a gente se conhece...
- É verdade, dona Conceição. Mas olhe que já não tou cá muito tempo.
- Ah, não diga isso, sr. Vlad-o-impalador. Está rijo que nem um pêro!
- Mas tou cansado. Eu quero é ir pra terra. E quem vier atrás que feche a porta.
O sr. Vlad-o-impalador está, à vontade, há 30 anos a atender a mesma freguesia, no mesmo sitio. Nunca fez um Erasmus, nunca foi às novas oportunidades. Não aderiu a nenhum apoio ao comercio tradicional. É por isso que as conversas vão ter todas ao Sócrates, - vou chamar-lhe Vlad-o-impalador até descobrir um nome melhor - ao fim de pouco tempo.
3 comentários:
O Vlad o Impalador não lhe cai nada bem.
Este é como o outro, nem usa óleo nem nada. É a frio.
E impala a Dª Conceição? :P
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