Clientes nunca param de surpreender. Mas após anos de investigação, começo finalmente a perceber como funcionam. Esta semana comprovei a existência de uma cliente-o-vision. Algo parecida com a visão da Matrix, a cliente-o-vision é uma forma de visão não-gráfica. Onde um designer vê todo o tipo de relações visuais, semânticas, emocionais, comunicacionais, um cliente vê apenas manchas uniformes de "grafismo", uma espécie de white-noise de conteudo trabalhado previamente, que apenas representa horas ou dinheiro gasto. Descobri isto depois deste diálogo ( só designers percebem, paciência ):
- Bom, o layout não tá assim espetacular... - A olhar para o meu layout implementado pelo programador.
- Ah, esse. Mas esse também não está como eu desenhei.
- Como assim?
- Bem, o entrelinhamento não está igual. Os espaços brancos também não. Os blocos de texto não têm espaços em cima. As fontes não são aquelas. Muitos detalhes. Se o design é feito de uma soma de detalhes e eles não estão lá... Claro que não funciona.
- Mas a fonte não é a mesma?
- Não, aquela é uma Helvetica. Eu ali meti uma Futura.
- Zé, vê lá se é. - diz para o programador.
- É, é uma Helvetica.
- Porra, este gajo tem olho.
2 comentários:
quando te leio fico feliz por ter deixado o desaine e ter ido para um escritório de insolvencias.
mas só mesmo nestas alturas.
Esta não é muito má. É só incompreensão. Pior é quando juntam incompreensão com arrogância. ( o mais habitual ).
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