sábado, junho 19, 2010

A impermanência do ser face ao meta-conhecimento artístico no cenário pós-11 de setembro e outros eventos arquetípicos

Ontem fui a uma vernissage de uma exposição de arte. Lembrei-me logo da crítica de arte do Expresso. Rezaria assim:

A genialidade que encontrei, só possível de encontrar a quem percebe a concordância ontológica da movimentação de carros de madeira em chamas, carregando eles o divino - e ipso facto, o pagão próprio do materialismo das industrialização e do pastiche fácil. Estas esculturas que, à priori, seriam estáticas, revelam-se cinéticas pela intervenção corporal, empírica e atempadamente definida pelo homem-autor. A intervenção, clara mas breve alusão ao Dada, dividia-se ainda numa segunda parte, onde a música como elemento de coesão - já Jung a diria plena em significados - completava a performance. improvisada a música, o espaço dado ao improviso era assim duplo e ambíguo, transcendendo as barreiras do formato arquetípico primordial. O sentido de humor, próprio da obra, não é no entanto castrador ou repressivo, deixando ao público a possibilidade de explorar um caminho original e/ou ávido de originalidade.

Mas na verdade, eram só 4 rappers a improvisar em cima de uma beatbox e um 5º a pontapear uns caixotes de madeira com rodas, cada um com 1 Buda da loja do chinês. Uma valente merda, digo eu.

Os acentos deste post foram patrocinados pela fundação Ricardo Espírito Santo e Fundação Oriente.

9 comentários:

este gajo é bom disse...

que este gajo é muito bom

S* disse...

Ouve lá, isso é muito rebuscado para um Sábado à noite...

Prezado disse...

S*, o predicado assume-se neutro ou acessório conforme o distanciamento necessário à sua apreensão. Não é a temática que reprime, mas a sua ausência. I.e. Se há forma, logo haverá conteúdo .
Se o conteúdo é assim aparentemente inacessível, não se faça caso. Prossiga-se com a sua exploração, até à metastificação dos significados. O rebuscado dentro de cada obra não é mais que o reflexo de pré-conceitos bastante similares e comuns. Encontrados parietalmente entre cultura e empirismo, em culturas modernas com a nossa,- albeit as devidas e necessárias ressalvas próprias do pós-modernismo - os mais humildes símbolos, seguem-nos seguros e formosos. É sábado sim. E depois?

Anónimo disse...

Olha lá, mas tu queres ir comigo à Modern tate ou ali à Rainha Sofia? fazes-me um desenho. Eu fico caladinha e ver se consigo entrar no esquema...

Prezado disse...

Capitu,

Há anos que procuro uma parceria. Um faz a obra e outro escreve criticas que a validem, especialmente a parte delas serem um trabalho de paixão e como só mediante uma larga soma monetária será possível apartar-me dela.

A Tate Modern parece-me um bom começo.

S* disse...

Prezado, obrigada pelo esclarecimento igualmente rebuscado. Eu mereci.

Prezado disse...

S*

Foi tão bom para mim como foi para ti, de certeza.

Anónimo disse...

Mas sabes... eu na Tate Modern fico-me por dois pisos. Tu querias ir ao quinto, não?

Eu sou mais menina da Tate Britain, do Prado e ali da National Gallery.
Trapos e néon não são propriamente a minha onda.

Ainda temos parceria?

*sim, sim... percebi a boquinha, percebi.

Prezado disse...

Boquinha? nada pitu.

Tomara eu ter perspicácia para as construir.