segunda-feira, julho 19, 2010
E bota abaixo.
A casa está ligeiramente mais vazia, o chão está menos atulhado de tralha, mas mais sujo. A mesa de cabeceira está mais leve, já não tem chaves que não conheço, papeis, cartões de visita alheios. Os livros já não estão na estante, deixei 4 livros por ler, com marcadores improvisados, enfiados para dentro de um caixote, são os últimos que me deram. O material de desenho está à espera da última da hora. Meti para dentro de um saco os medicamentos, o creme de barbear, os transformadores dos ex-telemóveis e telemóveis, o corta-unhas e o termómetro. Descobri um monte de camisas com diagonais, padrões, bolinhas no fundo da gaveta das toalhas. Nunca as usei. Desmanchei a cama. O estirador já não tem os esboços feitos nas costas das contas do super-mercado espalhados por todo o lado. As moedas pequenas foram para dentro das 3 taças respectivas, que também já meti para um caixote. Amarradas umas nas outras a fazer conchinha a 3, - bonito, olha a referência sexual feita com copos de barro - cobertas de fita cola. A toalha da praia nem quis saber de superstições, que com isto da crise não se brinca, e meteu-se para dentro de um saco também, este ano a praia é racionada. As paredes do quarto já não têm fotos de hangares de aviões, notas, receitas de granizados de morango, eletrocardiogramas ou desenhos antigos. O frigorifico está mais vazio e sei agora por que os solteiros insistem nas bebidas. É a única coisa que não ganha bolor, nem perde qualidades.
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5 comentários:
muito bom, raro Prezado
Obrigado, Mil-folhas
Mas olha que as bebidas têm prazo de validade e às vezes curtos ;)...descobri há pouco tempo, da pior forma :)
heheheh mas essas eu não deixo passar o tempo....
que só dura 3 dias no frigorífico
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