Declara-se: "vou desenhar um porco.". esta frase deve ser proferida solenemente como quem dita um discurso sobre a influência do FMI na política portuguesa actual.
- Desenha-se um porco. Não é importante a qualidade formal.
- Apresenta-se o desenho.
- Volta-se a pegar no desenho, nomeia-se o porco. Os nomes devem ser tradicionais portugueses. A reter: Alberto. Horácio. Anibal. Fernando. Artur. Alfredo. Andrade.
- Escreve-se o nome do porco por baixo do porco.
- Declara-se "vou desenhar-lhe um prato com batatas.".
- Desenha-se um prato com batatas.
Explico o processo cognitivo, Piaget roi-te palhaço andaste a escrever merda durante decadas e isto com desenhos de porcos tava tudo resolvido grunho. A palavra "porco", ao proferida, instala o gene do duplo-sentido nos cérebros incautos: Porco - sujo e Porco - animal, os dois conceitos chocam-se, entrando o cérebro em confusão e incerteza. Instalada a dúvida, aumenta-se a parvoice com seriedade, fazendo o desenho numa postura grave, cavaquiana. Findo isto, volta-se então a inserir a parvoice, oferecendo um nome austero, simples, mas reconhecido como sendo impróprio para um porco - animal. Finalmente, acrescenta-se um prato de batatas. As batatas conferem acção - inesperada - ao desenho, criando um tensão anímica elevada. Neste momento o cérebro tenro e incauto do sujeito rebola de incerteza, não conseguindo processar o que poderá ou não acontecer, debatendo-se com questões que não está habituado a debater, como por exemplo, como é possível comer de garfo e faca com chispes em vez de mãos. Todo este processo cognitivo faz o sujeito colocar em causa toda uma série de convenções, culminando na mais importante: Será possível haver gente assim tão parva e com esta idade?
4 comentários:
Muito bom! Vou fazer isso com os meus alunos. LOL
Já tenho experiência para a hora de jantar!
Adorei... :)
:) É possível. Confirmo.
Basta um gajo dizer Palo Alto e pensam logo que funciona... Tentem tentem.
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