sexta-feira, dezembro 31, 2010
terça-feira, dezembro 28, 2010
Do Natal - versao 2
O Natal está mais leve. Longe dos tempos de missas à meia noite e caras pesarosas à mesa, os putos vão infernizando toda a gente, guincham, pulam, babam-se, os mais velhos jogam incessantemente no telemóvel ou no computador, os velhos resmungam sobre os tempos que correm e riem-se com vontade de coisas que se passaram há 50 anos. E estão nisto uma noite inteira. Só assim é que se aprende a fazer ginja à mesa de jantar, alternando licores. No dia seguinte, ainda o estômago a remoer coscurões, vá de voltar à mesma sorte, noutra casa. Mais uma dose. E depois, não sei como, chegar à cama e ter fome.
Claro que voltar ao Saldanha e ficar sozinho, depois de 3 dias de almoços e jantares com 15 pessoas à mesa, é um descanso. Abençoado.
E mais uma novidade: Missão Take Us to iPod Touch chegou ao fim. A seu tempo, o PPC vai fazer uma comunicação à altura do acontecimento. Prezado é um homem feliz, vai a pé do trabalho a casa, de phones nos ouvidos a degustar fado, assobiando deliciado o caminho todo e assim que chega a casa o filho da puta do gato - não tem outro nome - atira com o iPod ao chão passados 4 segundos de o pousar na mesa. Bom, não vou descrever o que fiz ao gato. E não vou descrever o que tive vontade de fazer ao gato. Já passou (apenas porque o iPod saiu imaculado da queda) .
Mas a menina do trombone vai ouvir a famosa intro "Temos de falar. Agora.".
Claro que voltar ao Saldanha e ficar sozinho, depois de 3 dias de almoços e jantares com 15 pessoas à mesa, é um descanso. Abençoado.
E mais uma novidade: Missão Take Us to iPod Touch chegou ao fim. A seu tempo, o PPC vai fazer uma comunicação à altura do acontecimento. Prezado é um homem feliz, vai a pé do trabalho a casa, de phones nos ouvidos a degustar fado, assobiando deliciado o caminho todo e assim que chega a casa o filho da puta do gato - não tem outro nome - atira com o iPod ao chão passados 4 segundos de o pousar na mesa. Bom, não vou descrever o que fiz ao gato. E não vou descrever o que tive vontade de fazer ao gato. Já passou (apenas porque o iPod saiu imaculado da queda) .
Mas a menina do trombone vai ouvir a famosa intro "Temos de falar. Agora.".
segunda-feira, dezembro 27, 2010
Do Natal - versao 1
Bom, o Natal já não é o que era. Na verdade tentei encará-lo com humor, mas não tem piada, é simplesmente trágico o Natal não ser o que era. É um Natal sem nata, um Natal sem jeito. Natal natal Natal Porra Natal farto Natal.
Uma trampa de Natal. Nem dá para rir. Não foi mau, atenção. Mas não foi Natal. O Natal é suposto ser um monte de coisas e não uma altura em que não consigo encontrar-me com os amigos que vejo porque quero ver porque estão todos num stress, à procura de prendas para pessoas com quem não estão. É um Natal desnaturado. Natal manhoso, cada vez mais. Felizmente empanturramos os miúdos com prendas e alguns deles ainda têm entusiasmo nisto tudo do Natal. Natal a chegar ao fim e eu com prendas por entregar ainda porque não dá para encontrar as pessoas que interessam. Natal sem pica nenhuma.
Um Natal de bazar.
Uma trampa de Natal. Nem dá para rir. Não foi mau, atenção. Mas não foi Natal. O Natal é suposto ser um monte de coisas e não uma altura em que não consigo encontrar-me com os amigos que vejo porque quero ver porque estão todos num stress, à procura de prendas para pessoas com quem não estão. É um Natal desnaturado. Natal manhoso, cada vez mais. Felizmente empanturramos os miúdos com prendas e alguns deles ainda têm entusiasmo nisto tudo do Natal. Natal a chegar ao fim e eu com prendas por entregar ainda porque não dá para encontrar as pessoas que interessam. Natal sem pica nenhuma.
Um Natal de bazar.
Processo de rejeição felina avançado
É que se destruindo coisas que não são minhas eu já brindo o pequeno prédio onde vivo com berros a horas erradas, imaginem com coisas minhas. De que gosto. Rachá-los ao meio é o mínimo que me apetece fazer. Mas já passa...
domingo, dezembro 26, 2010
Deformação profissional
Prezado regressa do Natal na terrinha, com mais 3 kg. Posts gargantuescos estão na calha. Até lá, fiquem com uma breve explicação sobre o que é CMYK.
CMYK é um sistema para reprodução de cor. C é Cyan, M é Magenta, Y é Yellow e K é Black. Compondo estas cores, obtém-se a cor que podemos observar em material impresso, nomeadamente por sistemas planográficos, como o offset. Exemplo de cor:
"Essas filhós estão mesmo 0/30/100/0! "
E o colesterol está a 1000. Já volto.
CMYK é um sistema para reprodução de cor. C é Cyan, M é Magenta, Y é Yellow e K é Black. Compondo estas cores, obtém-se a cor que podemos observar em material impresso, nomeadamente por sistemas planográficos, como o offset. Exemplo de cor:
"Essas filhós estão mesmo 0/30/100/0! "
E o colesterol está a 1000. Já volto.
sexta-feira, dezembro 24, 2010
fade out
Vou afastar-me lentamente, sabendo que o terror da ausência se vai instalar aos poucos, prolongando esta ansiedade que teima em alapar-se a mim. Sei que custa, mas não consigo largar de uma vez. Vou. Sim, vou de uma vez. Até amanhã ligação à internet.
Apre como custa.
Apre como custa.
quinta-feira, dezembro 23, 2010
Já começaram as prendas
Longe vão os tempos da surpreendente sageza e agilidade dos gatos. Outrora discretos ocupantes das suas casas, pouco alarido faziam. Tomavam o seu espaço, pé ante pé, ludibriando espaço, frestas e gravidade sem denunciar a sua tão desejada presença. Por isso, no Natal, tinham por hábito esconder prendas no sapatinho dos mais pequenos. Os movimentos audazes e discretos dos gatos mantinham viva a lenda do velhinho de barbas brancas, pois nenhuma criança os via ajudando na árdua tarefa de plantar presentes nos sapatinhos sem ninguém ver.
Bons tempos.
Já hoje, topei-os. A sageza e habilidade desgastou-se. Muita comida de lata, dirão. Incautos e lerdos, fui dar com eles a preparar uma prenda para a menina do trombone, na cozinha. Não é que os 3 juntaram-se para lhe oferecer uma Vista Alegre?
Estes serviços modernos deixam-me meio estúpido, mas eles conhecem melhor a dona que eu. E com tanto esmero os vi a juntar as peças do serviço no chão que não quis incomodar. Tirei a foto às escondidas. Xiu. Que bela surpresa ela vai ter.
Bons tempos.
Já hoje, topei-os. A sageza e habilidade desgastou-se. Muita comida de lata, dirão. Incautos e lerdos, fui dar com eles a preparar uma prenda para a menina do trombone, na cozinha. Não é que os 3 juntaram-se para lhe oferecer uma Vista Alegre?
Estes serviços modernos deixam-me meio estúpido, mas eles conhecem melhor a dona que eu. E com tanto esmero os vi a juntar as peças do serviço no chão que não quis incomodar. Tirei a foto às escondidas. Xiu. Que bela surpresa ela vai ter.
à chuva também
Trabalhar ao pé de casa é uma garantia que o caminho de volta a ela será mais longo e apreciado. Memória de outros tempos, chegar tão depressa a casa é quase um desperdício. Meto-me a inventar o caminho mais longo possível, feito em slalom gigante a subir avenidas, travessa esquerda, travessa direita.
O tempo da família
A minha família foi desfalcada. Há alguns anos.
Desde aí o Natal é sempre um manhoso substituto do Natal que me lembro.
A família vai sendo desfalcada aos poucos, muitos no fundo, e vai sendo cada vez mais estranha. Os miudos fazem mais barulho que os velhos, mas nem o barulho me distrai muito.
E assim a família vai sobrando.
Fruto de muito fado e alguma família a ler o blog - provavelmente, digo -não me estendo. Porque o potencial da família para histórias à PPC é algum, disseram-me hoje. Talvez no Carnaval. Agora não. A nostalgia está a tomar conta do estaminé.
Desde aí o Natal é sempre um manhoso substituto do Natal que me lembro.
A família vai sendo desfalcada aos poucos, muitos no fundo, e vai sendo cada vez mais estranha. Os miudos fazem mais barulho que os velhos, mas nem o barulho me distrai muito.
E assim a família vai sobrando.
Fruto de muito fado e alguma família a ler o blog - provavelmente, digo -não me estendo. Porque o potencial da família para histórias à PPC é algum, disseram-me hoje. Talvez no Carnaval. Agora não. A nostalgia está a tomar conta do estaminé.
terça-feira, dezembro 21, 2010
segunda-feira, dezembro 20, 2010
Eu até queria ser bom menino
Eu até queria ser bom menino. Não é que do emprego enviei trabalho para casa para acabar ( trabalho extra, diga-se ) e quando chego a casa, vejo que me enganei no zip. Agora resta-me ir para a cama e descansar. Sabendo que me vão tentar dar nas orelhas por não ter sacrificado a minha vida por um trabalho extra, fora de horas. Ah, a vida é tão injusta tão injusta. Não vou ter nada no sapato este ano, por este andar.
Mas vocês podem compensar: Adiram à promoção Take us to iPod Touch. Não custa quase nada e ainda podem ganhar o melhor cabeçalho que poderão ter na vida. Afinal, é feito por um profissional vintage muito dedicado à profissão. Cliquem no botão laranja.
Mas vocês podem compensar: Adiram à promoção Take us to iPod Touch. Não custa quase nada e ainda podem ganhar o melhor cabeçalho que poderão ter na vida. Afinal, é feito por um profissional vintage muito dedicado à profissão. Cliquem no botão laranja.
domingo, dezembro 19, 2010
A antecipação do evidente
O Tolan falou disso e acertou. O pipoco também. Eu digo que ontem descia o Chiado e vejo 99% do pessoal de uma empresa, conhecidos de outros tempos, completamente tortos, efusivamente celebrando o encontro fortuito, pegando-me ao colo, tentando 4 vezes 4 fazer um high five mas nunca conseguindo acertar com a mão na minha, pegando um desconhecido ao colo depois de me largarem a mim, 10 minutos de riso a ocupar a rua toda e lá seguiram.
Lição numero um para jantares de natal de empresas? toda a gente deve estar bem etilizada, patrão incluído, como foi o caso. É a única forma de evitar team-building.
Ainda falta o meu jantar de Natal da empresa, mas isso conto com algo bastante sóbrio, sem espalhafato. Team-building sei que não há. O que já é óptimo.
E agora vou ali perder-me a outro lado.
Lição numero um para jantares de natal de empresas? toda a gente deve estar bem etilizada, patrão incluído, como foi o caso. É a única forma de evitar team-building.
Ainda falta o meu jantar de Natal da empresa, mas isso conto com algo bastante sóbrio, sem espalhafato. Team-building sei que não há. O que já é óptimo.
E agora vou ali perder-me a outro lado.
sábado, dezembro 18, 2010
A mais longa odisseia
Metro às 11 da madrugada de Sábado. Direcção a Norte. Todos com o mesmo objectivo. Corrida. Passo largo. Corrida. Entrar no centro comercial à pinha. Corrida. Passo largo. Atropelo. Elevador. Escada rolante. Loja de livros do logótipo amarelo. Corredor. Corrida. Loja de brinquedos originais. Loja de brinquedos mais originais. Loja de desporto. Livraria indiferenciada.
Do topo, perscruto o horizonte.
Mapa. Corredor à direita, elevador, loja com versão carrinhos-de-choque de red hot chilli peppers. Barretes para pilas. Sim vendem-se barretes para pilas foda-se para a minha vida mas ca coisa tão estúpida senhor quem é que paga 10 euros - olha lá vão duas compradas pela mesma menina - por uns barretes ridículos para a gaita nao percebo isto ah e aquilo são velas em forma de mama uau como é que a humanidade chegou a 2010 sem isto deve ter sido difícil nem sei. Corredor. Hipermercado do engenheiro Belmiro. Compro almoço. Compram-se prendas não pá um lego com 7 peças não poderia ser vendido a esse preço e ninguém o devia comprar mas lá vão mais 3 e por favor deixem lá passar eu tou aqui por acaso e porque tenho fome porra. Metro. Casa. Paz. Gatos foda-se não há um segundo de paz nesta casa enforco o gato mais pequeno com o cinto das calças um dia destes cabrão tira as unhas das minhas pernas estou só a escrever um post comes daqui a bocado cabrão.
É Natal.
Adenda: já sei quem compra barretes pra pilas e velas em forma de mama: universitários.
Do topo, perscruto o horizonte.
Mapa. Corredor à direita, elevador, loja com versão carrinhos-de-choque de red hot chilli peppers. Barretes para pilas. Sim vendem-se barretes para pilas foda-se para a minha vida mas ca coisa tão estúpida senhor quem é que paga 10 euros - olha lá vão duas compradas pela mesma menina - por uns barretes ridículos para a gaita nao percebo isto ah e aquilo são velas em forma de mama uau como é que a humanidade chegou a 2010 sem isto deve ter sido difícil nem sei. Corredor. Hipermercado do engenheiro Belmiro. Compro almoço. Compram-se prendas não pá um lego com 7 peças não poderia ser vendido a esse preço e ninguém o devia comprar mas lá vão mais 3 e por favor deixem lá passar eu tou aqui por acaso e porque tenho fome porra. Metro. Casa. Paz. Gatos foda-se não há um segundo de paz nesta casa enforco o gato mais pequeno com o cinto das calças um dia destes cabrão tira as unhas das minhas pernas estou só a escrever um post comes daqui a bocado cabrão.
É Natal.
Adenda: já sei quem compra barretes pra pilas e velas em forma de mama: universitários.
quarta-feira, dezembro 15, 2010
Mundo Perdido
Em 2010, a fotografia digital, contra a qual resisti algum tempo - a paixão pelo P/B e pelos negativos, o carregar a máquina, o peso da Pentax, as lentes de baioneta muito custaram a largar - andando com 2 máquinas ao mesmo tempo quando ia fotografar e muitas vezes a fotografar temas em duplicado, com as duas, feito teimoso, finalmente conseguiu trazer-me uma sensação igual à fotografia analógica:
A menina do trombone pediu-me uma máquina emprestada. Fui desenterrar a minha segunda digital.
- Vê se não tem fotos de gajas nuas. - disse ela, esperando vaga pista sobre o que estaria lá dentro.
- Não deve ter muitas, não uso essa máquina há anos. - O tanas que lhe digo o que lá está.
- Vê lá.
Prezado descarrega a máquina e descobre que realmente tem fotos. Não tinha de gajas nuas, maldição! Mas tinha muitas fotos.
E ao fim de muitos anos digitais, tive aquela sensação de rolo-esquecido-na-máquina, de tesouro perdido, fotografias espectacularmente anacrónicas e felizes de dias de festa esquecidos há muito.
E assim sendo, estarei nostálgico o resto da noite.
A menina do trombone pediu-me uma máquina emprestada. Fui desenterrar a minha segunda digital.
- Vê se não tem fotos de gajas nuas. - disse ela, esperando vaga pista sobre o que estaria lá dentro.
- Não deve ter muitas, não uso essa máquina há anos. - O tanas que lhe digo o que lá está.
- Vê lá.
Prezado descarrega a máquina e descobre que realmente tem fotos. Não tinha de gajas nuas, maldição! Mas tinha muitas fotos.
E ao fim de muitos anos digitais, tive aquela sensação de rolo-esquecido-na-máquina, de tesouro perdido, fotografias espectacularmente anacrónicas e felizes de dias de festa esquecidos há muito.
E assim sendo, estarei nostálgico o resto da noite.
Só depois dos 30 aprecio I
O Neon Bible dos Arcade Fire, hipermercados com corredores largos e lápis mina 2B.
segunda-feira, dezembro 13, 2010
Ao natal futuro ( próximo )
A Lívia tem uma nobre causa. Chamou-a Take us to Mais Livros Pá . Não sei porquê, empatizei logo com o nome. Quer 13 livros. porque? porque eu quero um iPod e porque a Maria quer ir para Bruges.
Como eu sou totó, meto aqui o link para o blog dela e apelo a todos para a ajudarem: carreguem no botão cor-de-laranja - recta final para o Natal - e ajudem com tudo o que puderem, o iPod está longe de pago e eu quero vê-lo no sapatinho deste ano. Seguidamente vão ao estaminé dela e ajudem. É só um livro. Ajudem. É o mínimo que posso fazer. Ajudem. Afinal, partilhamos profissão e eu posso dizer-vos que, legalmente, é a coisa mais próxima de prostituição. Vida dura. Ajudem.
Como eu sou totó, meto aqui o link para o blog dela e apelo a todos para a ajudarem: carreguem no botão cor-de-laranja - recta final para o Natal - e ajudem com tudo o que puderem, o iPod está longe de pago e eu quero vê-lo no sapatinho deste ano. Seguidamente vão ao estaminé dela e ajudem. É só um livro. Ajudem. É o mínimo que posso fazer. Ajudem. Afinal, partilhamos profissão e eu posso dizer-vos que, legalmente, é a coisa mais próxima de prostituição. Vida dura. Ajudem.
Cadáver por descrever
Eu até queria contar qualquer coisa do fim de semana, mas não me lembro dos pormenores porque não tinha a máquina fotográfica. Às vezes calha sair de casa todo contente de máquina fotográfica, e ao primeiro tema de interesse na rua, descubro que está sem bateria.
Insulto a minha reduzida memória e sigo, a remoer a minha estupidez momentânea que me vai custar tanta foto genial. Tanto prémio Magnum perdido, Deus.
Deixei assim de poder recordar o que se passou neste fim-de-semana inteiro, estando agora dependente das informações que me possam dar sobre onde andei. Espero que possam partilhar comigo todas as informações que possam ter. Tentarei juntá-las todas e fazer disso o post de fim de semana, em jeito de cadáver esquisito.
Insulto a minha reduzida memória e sigo, a remoer a minha estupidez momentânea que me vai custar tanta foto genial. Tanto prémio Magnum perdido, Deus.
Deixei assim de poder recordar o que se passou neste fim-de-semana inteiro, estando agora dependente das informações que me possam dar sobre onde andei. Espero que possam partilhar comigo todas as informações que possam ter. Tentarei juntá-las todas e fazer disso o post de fim de semana, em jeito de cadáver esquisito.
sábado, dezembro 11, 2010
A Cidade da Luz
Depois de passear pelo Chiado, pela Baixa e voltar a pé para casa a ver as decorações de Natal, devo dizer que se queremos ter os olhos a brilhar de fascínio, não podemos contar com a CML para isso. Felizmente há quem leve a iluminação de Natal a sério. Levem os míudos à Alameda e deixem-nos deslumbrar-se.
sexta-feira, dezembro 10, 2010
Wiki Leaks
Vou ali e já venho. Amanhã também é dia.
Até lá, lembrem-se que cada dia deve ser vivido como o ultimo, que devemos ser frontais assertivos honestos e afoitos, que não deve ficar nada por dizer sob pena de se arrependerem mais tarde, que no meio está a virtude, que a felicidade está ao virar da esquina, que não há formulas mágicas, que o importante é o percurso e não a meta e que por vezes dão a volta ao mundo à procura da flor mais bela e ela afinal esteve sempre no vosso jardim.
Porra, sem querer dei-vos o sentido da vida em todas as versões vendidas na secção "espiritualidades" da livraria do logo amarelo. Olha, que se foda. Processem-me, agora que revelei a Verdade, já não me ralo. Aproveitem antes que mandem o blog abaixo ao abrigo de uma legislação bilderberguesca qualquer.
Até lá, lembrem-se que cada dia deve ser vivido como o ultimo, que devemos ser frontais assertivos honestos e afoitos, que não deve ficar nada por dizer sob pena de se arrependerem mais tarde, que no meio está a virtude, que a felicidade está ao virar da esquina, que não há formulas mágicas, que o importante é o percurso e não a meta e que por vezes dão a volta ao mundo à procura da flor mais bela e ela afinal esteve sempre no vosso jardim.
Porra, sem querer dei-vos o sentido da vida em todas as versões vendidas na secção "espiritualidades" da livraria do logo amarelo. Olha, que se foda. Processem-me, agora que revelei a Verdade, já não me ralo. Aproveitem antes que mandem o blog abaixo ao abrigo de uma legislação bilderberguesca qualquer.
Deitado-morto
Um dia ganho o hábito de me deitar a horas decentes. Mas é que nunca, mas nunca na vida, gostei de dormir. O apelo da cama, para lá do óbvio, é apenas o da ronha. Usar uma cama para dormir e dizer que é bom dormir é tão bom, é tão obviamente errado como dizer que uma operação ao coração a céu aberto é bom é tão bom. Estamos a dormir. Não o sabemos. Não notamos. Estarmos inconscientes com uma almofada debaixo da cabeça ou com um bisturi espetado num orgão vital, é igual. Nunca saberemos. Estamos a dormir.
Já a ronha, reservada aos que sabem apreciar um colchão, é o prazer supremo, é como ter um ferrari testa grossa em ponto morto no mais liso dos alcatrões e nada fazer. Saber que o verdadeiro gozo é ficar enterrado nos estofos de pele a olhar para o tecto.
Dormir? Não me lixem.
iPod Touch, essa maravilha da tecnologia - porque é que não há um tipo na Apple que veja isto e aproveite a minha obsessão para criar uma camapanha inteligente, promovendo-me como personagem kafkiana, perdida no autocarro a desenhar compulsivamente, na casa-de-banho porta fechada a desenhar , no elevador a desenhar, no bar a desenhar? eu sei que isto não é bem o género de campanha da marca, mas daria uma boa publireportagem, um feature no fim de um telejornal ou num digest de tecnologia, bem light. Mostravam o Prezado sempre a desenhar, vendiam-me como maluquinho e eu contente, com um iPod Touch dos novos. Botão cor-de-laranja.
Já a ronha, reservada aos que sabem apreciar um colchão, é o prazer supremo, é como ter um ferrari testa grossa em ponto morto no mais liso dos alcatrões e nada fazer. Saber que o verdadeiro gozo é ficar enterrado nos estofos de pele a olhar para o tecto.
Dormir? Não me lixem.
iPod Touch, essa maravilha da tecnologia - porque é que não há um tipo na Apple que veja isto e aproveite a minha obsessão para criar uma camapanha inteligente, promovendo-me como personagem kafkiana, perdida no autocarro a desenhar compulsivamente, na casa-de-banho porta fechada a desenhar , no elevador a desenhar, no bar a desenhar? eu sei que isto não é bem o género de campanha da marca, mas daria uma boa publireportagem, um feature no fim de um telejornal ou num digest de tecnologia, bem light. Mostravam o Prezado sempre a desenhar, vendiam-me como maluquinho e eu contente, com um iPod Touch dos novos. Botão cor-de-laranja.
quinta-feira, dezembro 09, 2010
Gato novo
Arranjei um gato para mim. A menina do trombone que fique com os dela.
Raça chinesa. Branco. Vantagens claras, muitas. Menos pêlo. Tão fácil de treinar e tão ou mais obediente que os outros gatos - obedece a dois comandos fulcrais, "parado" e "quieto" - casmurros e lerdos. Aquece-me a cama. Não mia. Não arranha. Aquece-me a toalha de banho de manhã, sem largar pêlo. Come pouco. Não ataca o frigorífico. Chamei-lhe Orfeu.
Raça chinesa. Branco. Vantagens claras, muitas. Menos pêlo. Tão fácil de treinar e tão ou mais obediente que os outros gatos - obedece a dois comandos fulcrais, "parado" e "quieto" - casmurros e lerdos. Aquece-me a cama. Não mia. Não arranha. Aquece-me a toalha de banho de manhã, sem largar pêlo. Come pouco. Não ataca o frigorífico. Chamei-lhe Orfeu.
quarta-feira, dezembro 08, 2010
A margem sul
Esse oásis distante, a margem sul. Se eu fumasse, estaria a dizer isto sentado à beira rio, no Cais do Sodré, calmamente, o fumo levado pelo vento, sem esforço. Perscrutava o horizonte, o olhar sereno registava o casario distante, as gaivotas, os cacilheiros no seu lufa-lufa eterno, a bruma a dissolver tudo isto numa mescla de rio e de cidade.
E é assim que vejo a margem sul. À distância. Só com distância surgem laivos poéticos.
A bruma denuncia a distância, aliás.
- "Bruma? foda-se, aquilo deve ser já longe, não?"
Eu já vivi longe de Lisboa. Bem longe. A distância era (como no caso da margem sul ) psicológica, mas também era física e bem física. E dizia eu a toda gente:
- Longe? não, apanho o autocarro e estou cá em 15 minutos.
- 15 minutos? ó pá. São 90km tás parvo?
- Juro. Podes perguntar por aí.
Estão a ver o padrão. Porque por mais que me digam "ah, é só apanhar o barco.", atravessar o Tejo é dobrar o Cabo das Tormentas. Não há quem dobre cabos por dá cá aquela palha. Sem dose extra de coragem e sede de desafios. Muita fibra. cascos dela.
E este rio que separa as cidades faz a diferença. Construiram pontes, obrigam-nos a pagar a entrada na Cidade a euros, mas o regresso no cacilheiro a óbolos - apesar do barqueiro ir de trimaran.
A margem sul é diferente. É isso que define a margem sul. E se eu fumasse, acabava o cigarro agora.
adenda: o Prezado é um cidadão do mundo. Mas vive em Lisboa, de momento. Mas vê-se em qualquer lado. Paris, Chelas.
E é assim que vejo a margem sul. À distância. Só com distância surgem laivos poéticos.
A bruma denuncia a distância, aliás.
- "Bruma? foda-se, aquilo deve ser já longe, não?"
Eu já vivi longe de Lisboa. Bem longe. A distância era (como no caso da margem sul ) psicológica, mas também era física e bem física. E dizia eu a toda gente:
- Longe? não, apanho o autocarro e estou cá em 15 minutos.
- 15 minutos? ó pá. São 90km tás parvo?
- Juro. Podes perguntar por aí.
Estão a ver o padrão. Porque por mais que me digam "ah, é só apanhar o barco.", atravessar o Tejo é dobrar o Cabo das Tormentas. Não há quem dobre cabos por dá cá aquela palha. Sem dose extra de coragem e sede de desafios. Muita fibra. cascos dela.
E este rio que separa as cidades faz a diferença. Construiram pontes, obrigam-nos a pagar a entrada na Cidade a euros, mas o regresso no cacilheiro a óbolos - apesar do barqueiro ir de trimaran.
A margem sul é diferente. É isso que define a margem sul. E se eu fumasse, acabava o cigarro agora.
adenda: o Prezado é um cidadão do mundo. Mas vive em Lisboa, de momento. Mas vê-se em qualquer lado. Paris, Chelas.
terça-feira, dezembro 07, 2010
Wishlist
Só quero é saúde e paz no mundo.
edit> Agora que cheguei ao trabalho, posso acabar o post com tempo.
Quero o iPod Touch, óbvio.
Quero um iPad, só pelo gozo de ter um touch gigante.
Quero um telemóvel novo, que o antigo é uma miséria.
Quero um relógio decente. Tipo Lip.
Quero posters. daqui.
Quero uns óculos novos.
Quero uma Herman Miller mas não tenho onde a por.
Quero uma máquina digital nova.
edit> agora que voltei a casa, posso acabar o post.
Quero uns Toys. Daqui.
Quero um relógio de parede.
Quero um pogo stick.
edit> Agora que cheguei ao trabalho, posso acabar o post com tempo.
Quero o iPod Touch, óbvio.
Quero um iPad, só pelo gozo de ter um touch gigante.
Quero um telemóvel novo, que o antigo é uma miséria.
Quero um relógio decente. Tipo Lip.
Quero posters. daqui.
Quero uns óculos novos.
Quero uma Herman Miller mas não tenho onde a por.
Quero uma máquina digital nova.
edit> agora que voltei a casa, posso acabar o post.
Quero uns Toys. Daqui.
Quero um relógio de parede.
Quero um pogo stick.
segunda-feira, dezembro 06, 2010
Stevie, explica-me.
Quando estou prestes a fundar a Igreja do Stevie dos Grandes Dias, tenho uma crise de fé. Das graves.
Estava eu hoje a trabalhar e ouvia o Stevie. Ouvia uma música das mais singelas, o My Cherie Amour. Nela, Stevie Wonder conta genialmente como sonha com uma miúda que encontra no café. Reza mais ou menos isto:
"Num café ou numa rua cheia de gente, estive perto de ti e não reparaste em mim. Ó pequenina linda, diz-me como podes ignorar que por detrás do meu sorriso, desejo que sejas minha."
Vamos lá ver. Por partes.
Começo pela parte que pode passar mais despercebida: O Stevie Wonder é bastante cego. Muito mesmo. No entanto, ele anda atrás de uma miúda bonita, linda diz ele. Factos 1 e 2.
Depois, Stevie diz que ela não repara nele. Não acreditando que ele parte do principio que ela é cega, coincidência macabra, fico a pensar que é um pouco arrogante de um tipo bastante cego - e preto, mas isso é outra conversa - queixar-se que uma miúda gira não olha para ele. Facto 3.
Finalmente, lembro-me da primeira mulher do Stevie. É linda. Facto 4.
Conclusão: O Stevie é um sabido. Nunca viu a mulher mais gorda, mas ela é gira. Ora o Stevie é como todos os outros, provas cegas, só de vinhos. Não escolheu ele, pediu a ajuda do público ou a de casa e assim acertou. Assim também eu. Alguém aqui arrisca escolher uma mulher pelo cheiro? eu não.
E pergunto: Um tipo bastante cego precisa de uma mulher bonita? bah.
Isto é um ovo
Este fim de semana, descubro que o mundo é muito pequeno, graças a duas manias dos humanos: fazer amizades e ter filhos. Assim, pessoas que não deveriam ter qualquer ligação descobrem que têm amigos em comum, primos em comum, namoradas conhecidas, irmãos amigos de conhecidos de amigos de amigas em comum e assim. Basicamente: toda a gente se conhece em Lisboa.
Excesso
Depois de um amigo de infância desaparecido redescobrir que as capacidades sociais do Prezado estão em forma, vá de abusar. Agora vejo-me num despique semanal, género troca de cromos, em que cada um mostra - lá está a típica cena de gajos, o desafio a-minha-pila-é-maior - o bar mais bizarro que se lembra. A parada está alta e acho que mais uma saída e perco o concurso. Sou um menino. Esta sexta foi por pouco e tive de abdicar do Sábado para sobreviver.
E como sempre, a culpa foi do croquete.
E como sempre, a culpa foi do croquete.
sexta-feira, dezembro 03, 2010
Da semana
O trabalho em certas alturas assemelha-se ao mecenato e é nessa altura que tenho a certeza que estou na área certa. Mas também com a certeza que isto ou uma fábrica de enlatados, pouco difere. Bom fim de semana.
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Pois que...
Saio de casa na bisga, passo as obras que não acabam, a romena que pede à frente do mini-mercado, passo aos prédios antigos, apanho sol no Saldanha, desço às profundezas do metro.
Meto-me a pensar no post que vou fazer daí a bocado. Bolas, que teoria vai o Prezado encontrar? Em quê? num saco de plástico bucólico levado pelo vento ou na velhinha que fica entalada no Marquês, numa treta dita por um bate-chapas de Valadares que teve de vir para Lisboa para pagar a escola especial à filha que é surda depois de um acidente numa fábrica de pirotecnia em Oliveira de Azeméis, ou um palhaço de fato e gravata que pisou cocó de cão bonito karma dirão, ou outra coisa menos chata. Penso penso tanto tempo nisso, uma dará bom tema. Afinal, se eu não contar a história, o vizinho conta. Ou o taxista. Ou o gajo da bomba de gasolina. Mais vale ser eu, que já vi mundo.
Saio, subo as escadas a correr. A porta entala-me pela 4ª vez de seguida. Vejo o marquês enquanto olho para trás. Passo o franjinhas, mais um dia de trabalho.
Meto-me a pensar no post que vou fazer daí a bocado. Bolas, que teoria vai o Prezado encontrar? Em quê? num saco de plástico bucólico levado pelo vento ou na velhinha que fica entalada no Marquês, numa treta dita por um bate-chapas de Valadares que teve de vir para Lisboa para pagar a escola especial à filha que é surda depois de um acidente numa fábrica de pirotecnia em Oliveira de Azeméis, ou um palhaço de fato e gravata que pisou cocó de cão bonito karma dirão, ou outra coisa menos chata. Penso penso tanto tempo nisso, uma dará bom tema. Afinal, se eu não contar a história, o vizinho conta. Ou o taxista. Ou o gajo da bomba de gasolina. Mais vale ser eu, que já vi mundo.
Saio, subo as escadas a correr. A porta entala-me pela 4ª vez de seguida. Vejo o marquês enquanto olho para trás. Passo o franjinhas, mais um dia de trabalho.
quarta-feira, dezembro 01, 2010
Ronha
Depois de escavar um buraco na tralha em cima da mesa, encontrei o teclado. E pronto, já estou cansado.
Descanso.
Descanso.
Nisto da vida
Percebam que a questão de andar a pé, mais do que dar para com este tempo manter a parka forma e ajudar a digestão, é fulcral para ser Prezado.
Andar pela rua não é só não ter carro nem carta.
Andar pela rua é achar por não procurar.
Andar pela rua é ter a vida dos outros.
Hoje vou ficar em casa. Acho.
Ficam estas de outros dias. O iPod continua a ter contos de Napalm. A contabilidade do PPC está optimista. Mas, ainda não chega. Força no botão laranja. Vocês sabem que eu preciso.
Andar pela rua não é só não ter carro nem carta.
Andar pela rua é achar por não procurar.
Andar pela rua é ter a vida dos outros.
Hoje vou ficar em casa. Acho.
Ficam estas de outros dias. O iPod continua a ter contos de Napalm. A contabilidade do PPC está optimista. Mas, ainda não chega. Força no botão laranja. Vocês sabem que eu preciso.
terça-feira, novembro 30, 2010
O fim da entropia
Casa sem a menina do trombone, noves fora fica nada. O caos instalou-se: Sem um elemento de ordem, a louça empilha-se - é sempre mais interessante ver filmes na cama que lavar louça, lei da termodinâmica da casa fria - a roupa empilha-se, o aquecedor novo é a nova mascote da casa. Gosto mais dele do que do gato mais pequeno.
Estou à espera do vosso conto de Napalm. Nos ultimos dias recebi alguns contos de Napalm, não se sintam estranhos, pensem que isto é mais de fiar que o banco alimentar. Eu vou MESMO ter um iPod Touch, não vou tirar a fome a ninguém que não precisa.
Estou à espera do vosso conto de Napalm. Nos ultimos dias recebi alguns contos de Napalm, não se sintam estranhos, pensem que isto é mais de fiar que o banco alimentar. Eu vou MESMO ter um iPod Touch, não vou tirar a fome a ninguém que não precisa.
sábado, novembro 27, 2010
Tascos
Descobri um tasco congelado no tempo ao pé da embaixada de Espanha, na Rua do Salitre. Uma antiga casa de chá, leitaria, o que for. As mesas em fila, de toalha aos quadrados, sem espaço para almoços a dois, a parede ao fundo com as fotos do tempo da sociedade recreativa, a cabeça de touro de louça, as plantas caquécticas à janela, os tectos amarelos, o mesmo verde em todas as paredes. Tudo arcaicamente arrumado. tudo alinhado. Sem acessórios. E depois de quase 40 minutos a olhar para as paredes, a espera justifica-se: um bitoque feito à mão. À antiga.
Só como bifes assim quando é a minha avó a fazer.
Só como bifes assim quando é a minha avó a fazer.
sexta-feira, novembro 26, 2010
Estrógeneo
Há uns meses, As doses de estrogéneo em casa eram controladas. Havia alguns problemas com a ASAE, com a sociedade protectora dos animais - os bolores têm direitos e não posso fazer criação sem autorização - e com a PJ, mas a coisa seguia, graças a essas fadas do lar. Agora, o palacete tem sempre estrogéneo. Isto é: Os bolores praticamente estão em extinção. Assim que o milagre da vida desponta no frigorifico, só ouço um "olha, o teu queijo da serra tá a ficar com bolor, vou deitar isto fora." e pronto. Coiso interrompido.
Os neurónios da tampa-da-sanita-para-baixo, das meias-fora-do-chão-da-casa-de-banho, da toalha-a-secar-no-estendal, dos pêlos-da-barba-no-lavatório nunca estiveram tão activos.
quinta-feira, novembro 25, 2010
ainda sobre a greve
Só gostava que o pessoal percebesse que o significado de greve geral deve ser protesto público geral. Mas pronto. Como hoje vi uma sondagem a dar maioria absoluta ao PSD, não me parece que valha a pena gastar latim. Perolurum a cerdum oc.
quarta-feira, novembro 24, 2010
Este blog está em greve
G'EVE GE'AL
Há 3 anos também esteve. Este ano o PPC alinha novamente com os desempregados, os desregrados, os despauperados, os despenados, os desalinhados, os des-chauferizados, os descontentes, os descontantes, os descretos. Entalem o Sócrates por mim, pá. Que eu hoje não posso.
terça-feira, novembro 23, 2010
Um Conto de Napalm
Na linha editorial do PPC, há algumas regras. Nenhuma é fixa porque eu sou um patrão psicótico, mas uma é recorrente: Não aprovo o Natal. É uma época que me aborrece até à ponta dos cabelos. Farto farto farto tão farto deus tão farto que eu estou do Natal e ainda nem começou sim porque não vou nessa tangas publicitárias que metem o Natal a começar em Agosto um dia destes e para mim Natal é só depois da primeira semana de Dezembro.
Este ano, o Prezado quer o famoso iPod Touch no sapatinho. Por isso, lanço hoje - sim, ó incoerência, antes da primeira semana de Dezembro - um peditório.
Um Conto de Napalm. É tudo o que vos peço. Peço a cada um de vós, pessoal farto do Natal, um conto - são só 5 euros - para o napalm. Este ano, é a vossa oportunidade, única e última, de tornar este Natal inesquecível. E como o PPC é um tasco desprovido de ética, propõe isto: Quem doar mais contos de napalm, ganha um header um pouco menos espetacular que o do PPC.
Juntem-se a esta causa. É só mais uma e há aí tantas com sentido.
Sou burro
Largo os layouts do trabalho e chego a casa e meto-me a fazer mais layouts, só para aquecer.
segunda-feira, novembro 22, 2010
Fases
Hoje fiz outra vez as pazes com Deus. Tranquei um gato - o mais pequeno - num quarto da ala Oeste para ter sossego. Comi salada com molho picante. Tomei ben-u-rons. Estive no chat a destilar ódios, cobiças e desencontros. Andei pouco. Comi espetadas de peru. Dei comer aos gatos. Fiz esboços nas costas de contas do pingo-doce. Bebi Coca-colas. Tranquei-me da menina do trombone. Enganei-me numa paragem. Continuo a gostar de leggings, mas nunca usei. Comi rebuçados peitorais do Doutor Bayard. Os gatos usam o portátil como assento. Eu não meto metade dos assentos que devia. Deixei roupa por estender, a esta hora essa roupa será uma cama de gato. Sonhei com batalhas com alemães no Algarve. Matei uns 5 - devo avisar que mesmo em sonhos, ou especialmente em sonhos, dado nunca ter experimentado carregar uma Luger, que estas são particularmente rijas a armar - à queima roupa. Estou farto de ver o Gmail com 4000 mails por ler, mas não estou para fazer muito quanto a isso. Tenho sono.
domingo, novembro 21, 2010
Só para ver se o cognome funciona
Os gatos da menina do trombone fazem-me a vida num inferno. Estou capaz de meter o mais pequeno no caixote. O cabrão mete-se em cima do fogão a cheirar os hamburgueres, com o lume aceso? filho da puta.
Puro Malte
Neste ultimos 4 meses fiz uma importante transição: mudei de casco, e com isso, passei de velho a datado, de datado a vintage, vintage a malte. A má escolha de ténis destoa ainda, mas é a excepção que confirma a regra. Troquei o action men e os legos de uma vez por todas por computadores. Deixei de usar perfume e passei a tomar banho todos os dias. Troquei saladas de rucula e vinagre balsamico por pizzas e lasanha do pingo doce. Deixei de fazer posts e passei a escrever crónicas. Tornei-me fransciscanamente humilde. Uma degradação graciosa.
Há quase 4 meses que me mudei para o Arco do Cego. E posso dizer que se vive muito bem na ala este do palacete Prezado-Flatmate.
Tenho de arranjar um nome de código para a flatmate, facilita. Abri um catálogo de livros e escolhi o titulo de um, ao calhas: "A rapariga do trombone". Assim será.
Há quase 4 meses que me mudei para o Arco do Cego. E posso dizer que se vive muito bem na ala este do palacete Prezado-Flatmate.
Tenho de arranjar um nome de código para a flatmate, facilita. Abri um catálogo de livros e escolhi o titulo de um, ao calhas: "A rapariga do trombone". Assim será.
quinta-feira, novembro 18, 2010
Futebol, esse mundo
Prezado mais calmo, relata agora a ida a Campo de Ourique.
Subido o Sol ao Rato ( o tempo que passo nesta rua ), umas voltas ao quartel e dou com a sociedade recreativa onde assisti ao jogo de ontem.
Todas as faixas etárias, todas as raças - exceptuando chineses, indianos, esquimós e mongóis - todos os estratos sociais - exceptuando Champalimauds - estavam presentes. Imagine-se agora uma sala com 40 pessoas a beber imperiais a 65 cêntimos durante 90 minutos. A cada golo, a berraria. Mas o mais impressionante:
Cada adepto é um cómico de stand-up de excelência. A espantosa capacidade de improviso deixava-me zonzo. Tudo porque o domínio do tema faz do adepto um Nuno Rogeiro altamente focado, um ninja da piada da bola. Comecei a imaginar como o mundo seria belo se houvesse adeptos de politica, adeptos de economia, adeptos do trabalho. Também havia falhas. Por vezes, a argumentação mais rápida não era tão certeira:
- eh meu o gajo teve muita mal!
- cala-te pá.
-"cala-te" és tu, pá.
Cada adepto é um cómico de stand-up de excelência. A espantosa capacidade de improviso deixava-me zonzo. Tudo porque o domínio do tema faz do adepto um Nuno Rogeiro altamente focado, um ninja da piada da bola. Comecei a imaginar como o mundo seria belo se houvesse adeptos de politica, adeptos de economia, adeptos do trabalho. Também havia falhas. Por vezes, a argumentação mais rápida não era tão certeira:
- eh meu o gajo teve muita mal!
- cala-te pá.
-"cala-te" és tu, pá.
Depois de uma troca mais azeda de quem-diz-é-quem-é e mais umas imperiais, a coisa acalmou, a tempo de ver o ultimo golo em paz.
Para mim é algo recente, isto de assistir a jogos de futebol voluntariamente. Por isso, fui incapaz de aplaudir um golo sem me rir. Daí ter chegado a casa a doerem-me os maxilares de rir tanto.
É a crise.
Assoberbado pela vitória da selecção, não consigo escrever sobre o tema, tal é o estado esfuziante em que me encontro. Prefiro assim descrever o almoço e os novos efeitos da crise nos restaurantes de Lisboa, para me acalmar.
Como sabem, há restaurantes só para almoços, ao lado dos escritórios, geralmente. Neles, temos doses. Quem tem fome, come doses. Os gajos comem DOSES.
Com a emancipação feminina, surgiu a meia-dose, feita para a mulher que nunca tem fome para uma dose, porque passa o tempo a comer bolachas de água-e-sal e peças-de-fruta durante a manhã.
Depois, surgiu o mini-prato. O mini-prato é mais pequeno e mais barato que uma meia-dose, mas não tem relação nem com pouca fome, nem com economia. Tem a ver com falta de amor pela vida. Um português que peça um mini-prato, não tem tempo para perceber o que é que comeu e já está a pensar nos impressos que tem por preencher na secretária e se não leva uma pissada por levar mais que 7 minutos a comer.
Depois, surgiu um género de prato inesperado: O que comi hoje. Ignorando e tentando toldar o critério Quantidade - suprema grandeza que define todo o comportamento humano - surge-me à frente o prato MEIO FEITO.
Suprema merda, em que ao invés de receber um prato de redondas e elástica argolas de choco, vem uma puta de uns chocos ainda com aquilo-que-se-dá-aos-piriquitos-e-não-sei-o-nome, a porra das entranhas todas, e ainda - Prezado, lobo dos 7 mares e ex-visitante do aquário Vasco da Gama lembra-se - o bico, feature anatómico digno de filme sérvio, 3 chocos 3, inchados como lontras, largados em cima do prato e bombardeados com 3 batatas cozidas inteiras ao lado. A ideia é fazer o prato mais barato não pelo tamanho, mas pelo corte de mão-de-obra. O tempo de arranjar chocos já lá foi. O tempo de escrever este post, podia ter arranjado 4 chocos. Não arranjei? azar. Como-os inteiros que me lixo.
Preparem-se, a crise veio para ficar e se começarem a servir-vos pratos de coelho ainda com os olhos, frangos com cabeça no churrasco, chispe ainda com pêlos - espera, isso é habitual e desejável - ou cabeças de peixe com o resto do peixe ainda agarrado, não se admirem. É o FMI.
Como sabem, há restaurantes só para almoços, ao lado dos escritórios, geralmente. Neles, temos doses. Quem tem fome, come doses. Os gajos comem DOSES.
Com a emancipação feminina, surgiu a meia-dose, feita para a mulher que nunca tem fome para uma dose, porque passa o tempo a comer bolachas de água-e-sal e peças-de-fruta durante a manhã.
Depois, surgiu o mini-prato. O mini-prato é mais pequeno e mais barato que uma meia-dose, mas não tem relação nem com pouca fome, nem com economia. Tem a ver com falta de amor pela vida. Um português que peça um mini-prato, não tem tempo para perceber o que é que comeu e já está a pensar nos impressos que tem por preencher na secretária e se não leva uma pissada por levar mais que 7 minutos a comer.
Depois, surgiu um género de prato inesperado: O que comi hoje. Ignorando e tentando toldar o critério Quantidade - suprema grandeza que define todo o comportamento humano - surge-me à frente o prato MEIO FEITO.
Suprema merda, em que ao invés de receber um prato de redondas e elástica argolas de choco, vem uma puta de uns chocos ainda com aquilo-que-se-dá-aos-piriquitos-e-não-sei-o-nome, a porra das entranhas todas, e ainda - Prezado, lobo dos 7 mares e ex-visitante do aquário Vasco da Gama lembra-se - o bico, feature anatómico digno de filme sérvio, 3 chocos 3, inchados como lontras, largados em cima do prato e bombardeados com 3 batatas cozidas inteiras ao lado. A ideia é fazer o prato mais barato não pelo tamanho, mas pelo corte de mão-de-obra. O tempo de arranjar chocos já lá foi. O tempo de escrever este post, podia ter arranjado 4 chocos. Não arranjei? azar. Como-os inteiros que me lixo.
Preparem-se, a crise veio para ficar e se começarem a servir-vos pratos de coelho ainda com os olhos, frangos com cabeça no churrasco, chispe ainda com pêlos - espera, isso é habitual e desejável - ou cabeças de peixe com o resto do peixe ainda agarrado, não se admirem. É o FMI.
terça-feira, novembro 16, 2010
Filípedes não faria melhor
Fosse Lisboa terraplanada e o Prezado seria o homem da maratona. À hora de almoço salta da Rotunda do Marquês ao Rato, sobe ruas de sol ao prato acima com os bofes de fora, almoça com o pessoal, amigos de outros tempos, gajos gajas e afins, velhos a cair, empregados xicos-espertos, directores financeiros pançudos carecas, chineses em catadupa mais que as mães, desvia-se à ultima do café, consegue deglutir uma mousse em 17 segundos e volta a descer em corrida, a dor de burro a matá-lo mas não pára sabe que tem de chegar antes que todos se matem como combinado apre.
O botão laranja está à vossa espera. O apelo é o novo, no entanto. Gostava de impor a partir de hoje uma taxa PPC, funcionando assim: mesmo que não gostem e não leiam o blog, pagam um valor simbólico. Podia inclui-lo na vossa factura da EDP, mas não tenho meios para isso. Se acham o processo estranho, perguntem à RTP se tem funcionado.
O botão laranja está à vossa espera. O apelo é o novo, no entanto. Gostava de impor a partir de hoje uma taxa PPC, funcionando assim: mesmo que não gostem e não leiam o blog, pagam um valor simbólico. Podia inclui-lo na vossa factura da EDP, mas não tenho meios para isso. Se acham o processo estranho, perguntem à RTP se tem funcionado.
Deixar a rotina instalar-se
É ir para o trabalho depois de obrigar os gatos a subir a escada de volta para casa, apanhar o metro e fazer o caminho em people-watching. Andar mais uns metros e apreciar o franjinhas, prémio Valmor não sei porquê, beber o café no sitio do costume, - espero que mais uns tempos e saibam que bica é cheia e traz sempre uma copo com água atrelado - dizer bom dia ao segurança e trepar para o andaime.
Trabalhar.
Sair com calma e ir andando a pé avenida acima, como sempre descobrir uma rua nova pelo caminho ( já não sobram muitas ). Podia fazer isto mais vezes como fiz ontem, ao telefone na conversa. Passar no super, passar pelos mesmos putos a fumar brocas, passar pela velhota que está sempre à janela no rés do chão, subir a casa, voltar a descer para obrigar os gatos a subir a escada de volta para casa.
Descansar.
Trabalhar.
Sair com calma e ir andando a pé avenida acima, como sempre descobrir uma rua nova pelo caminho ( já não sobram muitas ). Podia fazer isto mais vezes como fiz ontem, ao telefone na conversa. Passar no super, passar pelos mesmos putos a fumar brocas, passar pela velhota que está sempre à janela no rés do chão, subir a casa, voltar a descer para obrigar os gatos a subir a escada de volta para casa.
Descansar.
segunda-feira, novembro 15, 2010
Perdido por Queluz
Depois de um jantar com pessoal de universidade, uma geração à frente, num restaurante onde uma dose dava para 12, acabámos aqui ao pé do Saldanha. Não sei porque, pareceu interessante desprezar o Lux e entrar num daqueles bares quase incógnitos, de porta branca e letreiro discreto. Quarentões e trintões à dezena, mulheres poucas e a nadar em rios de baba. Vou dizer que esta noite marcou a minha transição para a idade adulta, depois de às 5 da matina se sentarem ao meu lado à laia de meninos-à volta-da-fogueira e perguntarem ao avô Prezado as grandes questões: o sentido da vida e se pinto o cabelo.
A segunda prova de transição é que estando lá a minha sobrinha, olhei mais para ela do que para os copos. Alguém que faz a mesma cara de fascinação depois de ver a mesma careta 15 vezes merece atenção.
Um dos convivas no jantar tratou-me por "senhor". Ainda dizem que ja não há jovens educados.
iPod, iPod. Olhem o prezado a chegar ao Natal e a ter de vender a mãe para ter um iPod.
A segunda prova de transição é que estando lá a minha sobrinha, olhei mais para ela do que para os copos. Alguém que faz a mesma cara de fascinação depois de ver a mesma careta 15 vezes merece atenção.
Um dos convivas no jantar tratou-me por "senhor". Ainda dizem que ja não há jovens educados.
iPod, iPod. Olhem o prezado a chegar ao Natal e a ter de vender a mãe para ter um iPod.
sábado, novembro 13, 2010
Basicamente é isto
O trabalho vai de vento em popa, que é uma frase que pode dizer muito e dizer nada, como é o caso. Já a casa, não se parece com nada. E perdido, só por instantes, à volta do trabalho. Já descobri os tascos, tudo.
Na quinta feira fui ao famoso cabo-verdiano e falei sobre isso. A Crente quis saber mais e eu que tou bem disposto apesar de ter guardanapos de papel rasgados no chão pelos cgatos, conto: Voltei ao restaurante encalhado num oitavo andar na Avenida da Liberdade. Dos tais que toda a gente ouviu falar mas que adia a ida. Desviei para lá os meus estimados colegas de trabalho. O primeiro impacto é o melhor. Ninguém espera aquilo. Não há menu. ou é bife de atum ou é cachupa. Chegámos tarde, já só há cachupa. Ainda ouvi uma boca do género "isto parece comida de pobre", comentário que só podia ser mais verdade caso se dissesse a seguir "isto parece comida de preto", porque como é sabido, todas as comidas tradicionais são de pobre. Nunca me pareceu que cozido à portuguesa fosse aute-cuisine e no entanto pelo-me por uma pratada a um domingo. Às quintas, o restaurante - no fundo é um andar de escritórios - tem o extra da musica ao vivo. Por isso, está sempre cheio de mulheres impecavelmente vestidas e penteadas, nos seus vestidos domingueiros. Diria que a maior parte do casais que lá encontro a dançar são patrão-secretária.
Na quinta feira fui ao famoso cabo-verdiano e falei sobre isso. A Crente quis saber mais e eu que tou bem disposto apesar de ter guardanapos de papel rasgados no chão pelos cgatos, conto: Voltei ao restaurante encalhado num oitavo andar na Avenida da Liberdade. Dos tais que toda a gente ouviu falar mas que adia a ida. Desviei para lá os meus estimados colegas de trabalho. O primeiro impacto é o melhor. Ninguém espera aquilo. Não há menu. ou é bife de atum ou é cachupa. Chegámos tarde, já só há cachupa. Ainda ouvi uma boca do género "isto parece comida de pobre", comentário que só podia ser mais verdade caso se dissesse a seguir "isto parece comida de preto", porque como é sabido, todas as comidas tradicionais são de pobre. Nunca me pareceu que cozido à portuguesa fosse aute-cuisine e no entanto pelo-me por uma pratada a um domingo. Às quintas, o restaurante - no fundo é um andar de escritórios - tem o extra da musica ao vivo. Por isso, está sempre cheio de mulheres impecavelmente vestidas e penteadas, nos seus vestidos domingueiros. Diria que a maior parte do casais que lá encontro a dançar são patrão-secretária.
sexta-feira, novembro 12, 2010
Prioridades
Infelizmente, trabalho num sitio onde a unica forma de ouvir o wild wild life sem headphones e com um volume decente é ser um menino atinado e vir mais cedo. Estou a ver se converto os meus estimados colegas ao PPC way-of-life ( almoços, copos e conversa ). Ontem já os desviei para um restaurante cabo-verdiano conhecido pelas danças à hora de almoço. Depois de 2 imperiais e 3 doses de cachupa, vi que já tinham cinto vermelho na especialidade. É dar-lhes tempo.
quinta-feira, novembro 11, 2010
No dia do Adeus
Foi o dia em que o senhor do adeus faleceu. Para mim, uma fraude, porque nunca me disse adeus e só o vi uma vez. Sim, o senhor do adeus discriminava as pessoas. Por classes. Sim, quem andava de carro, ele dizia adeus. Quem andava a pé - como eu, heroi da classe operária -, ele já não dizia adeus.
E tenho para mim, que um dia o vi acenar um pouco mais efusivamente para um gajo que ia de Mercedes branco.
Acabei de passar pelo Saldanha, estão cerca de 50 pessoas a dizer adeus aos carros. 11 de Novembro? Feriado nacional, no mínimo.
E tenho para mim, que um dia o vi acenar um pouco mais efusivamente para um gajo que ia de Mercedes branco.
Acabei de passar pelo Saldanha, estão cerca de 50 pessoas a dizer adeus aos carros. 11 de Novembro? Feriado nacional, no mínimo.
terça-feira, novembro 09, 2010
Obrigadinho aí
Para quem está esquecido, que eu não estou, a campanha Take us to iPod Touch continua. Felizmente tenho pessoas que me ajudam, e não falo da Maria. Ela ajudou, mas agora consegui um patrocínio bem mais impactante, graças à maravilhosa internet. Estes senhores souberam do meu sonho e escreveram esta música especialmente para mim, lembrando o objecto em falta. Todos os lucros deste concerto seriam para o iPod Touch mas altruísta eu, doei tudo para uma minoria qualquer num país qualquer, uma a sofrer bastante. A cada doação que façam no botão laranja, o sofrimento dessa minoria não diminuirá. Ilusão. Pelo contrário, até pode ser que aumente. Visto estar fora das minhas e das vossas mãos fazer algo por alguém do outro lado do mundo, metam lá qualquer coisa para eu poder desenhar coisas inconsequentes e bonitas. Convosco, invisible Touch:
O centro
Homem da cidade e homem de contrastes, passei de distâncias relatadas em herculeos trabalhos para uns simples 15 minutos de distância do trabalho. As redondezas oferecem-me bonitos cafés onde o pessoal come mini-pratos, ainda não descobri nenhum tasco, já encontrei o mini-mercado, o segurança que já sabe que estou no 6º andar, já vi que no prédio em frente há um restaurante no topo e que tenho de descobrir se dá para ir lá, tenho o frog instituição milenar ao pé, e tenho uma máquina de café com aqueles botões às cores e tenho um teclado rijo como cornos que já me está a dar uma tendinite e por isso tenho de parar de escrever já.
segunda-feira, novembro 08, 2010
Fim de semana, fecho para balanço e afins
Perdido na LX Factory, a ver os eventos e os pseudo eventos que só acontecem no Facebook, andei às voltas para encontrar o pessoal do costume. O D.J. oldschool de serviço, fonte de cultura musical inesgotável, mas que foi incapaz de passar isso ao filho - D.J. também - que faz sets de musica de carrinhos de choque. Encontrar pessoal conhecido e amigos da universidade. Mais 10 anos em cima, mas as conversas não mudam muito. Leituras pontuais da "Kodakização e despolarização do real : para uma poética do grotesco na obra de Fialho de Almeida" ao som de Bowie e debaixo de imperiais, na Ler Devagar.
Salto para o Cais do Sodré. Dança-se. Sol nasce e da Bica vai-se para casa, andando.
Guronsan, o amigo japonês, ajuda-me a levantar para mais um dia.
Jantar marcado, a companheira de casa pergunta-me se a túnica preta com berloques é melhor que a túnica preta sem berloques. Na verdade não faz diferença, não gosto de túnicas pretas. Entrada em jantar com amigos muitos: " Prezado, temos aí uma supresa para ti. Tens aí um amigo de infância na cozinha."
Pensei, estes cabrões estão a gozar, tá ali um zx spectrum ligado na sala?? não pode. Ah, afinal não, era mesmo um amigo de infância na cozinha. Segue-se animada conversa onde se encontram as memórias de há 15 anos - interessante como são comuns em tantos pontos: as férias onde eu me estatelei de bicicleta de uma gare de um comboio abaixo, armado em cromo da BMX, as passeatas num 2CV reconstruido à mão, um engate falhado em 1991, as férias no Algarve, as aulas - e as devidas mazelas com o que o tempo nos agraciou, nomeadamente pais a menos, peso a mais, paciência a menos.
Desencontros dançados no Cais do Sodré, interrompidos pelo corte do som pelo dono do bar, clamando pelo silêncio à hora que manda a lei. Acho que não era essa a preocupação real, o problema real era a má qualidade da dança e o mau nível de Air-guitar.
Sendo que ainda há pouco assisti ao Benfica a levar na pá à grande e que sendo o 3º jogo que vi este ano, reitero que a visualização de jogos deve ser feita numa tasca repleta de ferrenhos, de preferência bem regados. Depois, levei uma cabazada no snooker tão grande como o Benfica levou na bola mas não jantei sapos.
A partir de amanhã, o Prezado começa uma nova fase de trabalho. Wish me luck.
Salto para o Cais do Sodré. Dança-se. Sol nasce e da Bica vai-se para casa, andando.
Guronsan, o amigo japonês, ajuda-me a levantar para mais um dia.
Jantar marcado, a companheira de casa pergunta-me se a túnica preta com berloques é melhor que a túnica preta sem berloques. Na verdade não faz diferença, não gosto de túnicas pretas. Entrada em jantar com amigos muitos: " Prezado, temos aí uma supresa para ti. Tens aí um amigo de infância na cozinha."
Pensei, estes cabrões estão a gozar, tá ali um zx spectrum ligado na sala?? não pode. Ah, afinal não, era mesmo um amigo de infância na cozinha. Segue-se animada conversa onde se encontram as memórias de há 15 anos - interessante como são comuns em tantos pontos: as férias onde eu me estatelei de bicicleta de uma gare de um comboio abaixo, armado em cromo da BMX, as passeatas num 2CV reconstruido à mão, um engate falhado em 1991, as férias no Algarve, as aulas - e as devidas mazelas com o que o tempo nos agraciou, nomeadamente pais a menos, peso a mais, paciência a menos.
Desencontros dançados no Cais do Sodré, interrompidos pelo corte do som pelo dono do bar, clamando pelo silêncio à hora que manda a lei. Acho que não era essa a preocupação real, o problema real era a má qualidade da dança e o mau nível de Air-guitar.
Sendo que ainda há pouco assisti ao Benfica a levar na pá à grande e que sendo o 3º jogo que vi este ano, reitero que a visualização de jogos deve ser feita numa tasca repleta de ferrenhos, de preferência bem regados. Depois, levei uma cabazada no snooker tão grande como o Benfica levou na bola mas não jantei sapos.
A partir de amanhã, o Prezado começa uma nova fase de trabalho. Wish me luck.
sexta-feira, novembro 05, 2010
Uma semana
Depois do filho-da-puta-do-gato me empurrar o portátil da cómoda e de eu o ter chamado 36 nomes ainda antes do portátil se estatelar direitinho no chão, vi com agrado que não o matei, se bem que foi apenas porque ele foi bastante rápido a fugir. Já recomposto, e em jeito de fecho da semana e desta fase - Segunda feira há novidades - deixo as fotos desta semana, relatando a melancolia do outono, em jeito de Diário de Marilu mas sem aquela folha sempre colada nos dedos.
Os taxis. Sempre. Esta semana andei de taxi mas não consegui arrancar nenhuma info.
Andei de volta dos trabalhos manuais. Segundo o PEC3, o canivete que vêem acima é agora ilegal. Não o denunciem, temo não ter verba para comprar outro e tenho muita estimação neste, era do meu avô.
Fui jantar a um conhecido indiano, tentei impingir este retrato do cozinheiro que fiz enquanto tomava o café, mas ele não apreciou especialmente. Insisti bastantes vezes. Voltei a insistir. Ele dizia que não. Ainda lhe disse que fazia mais 5 desenhos e que ele podia levar todos, mas ele mesmo assim disse que não. Nisto, entra a minha companheira de casa, clamando que já conhece o restaurante desde a libertação de Goa e que eu devia ter ido para outro lado. Foi à vida dela, mas em casa insistiu muitas vezes sobre a identidade da pessoa com quem eu estava. Insisti: "se ela só sai à rua com um saco de papel a tapar a cabeça, é por um bom motivo."
Segui o apelo de William H. Burroughs "smash the control images - smash the control machine". Não fui de modas: Vandalizei esta máquina de control. Lisboa está cheia destes dispositivos de control. Fiel leitor de Huxley e Orwell, como eles detesto regimes totalitários e fiz a minha parte, sabotando a máquina com uma mensagem de subversão e revolta. Coelho estrábico, faz o teu papel.
Os taxis. Sempre. Esta semana andei de taxi mas não consegui arrancar nenhuma info.
Andei de volta dos trabalhos manuais. Segundo o PEC3, o canivete que vêem acima é agora ilegal. Não o denunciem, temo não ter verba para comprar outro e tenho muita estimação neste, era do meu avô.
Fui jantar a um conhecido indiano, tentei impingir este retrato do cozinheiro que fiz enquanto tomava o café, mas ele não apreciou especialmente. Insisti bastantes vezes. Voltei a insistir. Ele dizia que não. Ainda lhe disse que fazia mais 5 desenhos e que ele podia levar todos, mas ele mesmo assim disse que não. Nisto, entra a minha companheira de casa, clamando que já conhece o restaurante desde a libertação de Goa e que eu devia ter ido para outro lado. Foi à vida dela, mas em casa insistiu muitas vezes sobre a identidade da pessoa com quem eu estava. Insisti: "se ela só sai à rua com um saco de papel a tapar a cabeça, é por um bom motivo."
Segui o apelo de William H. Burroughs "smash the control images - smash the control machine". Não fui de modas: Vandalizei esta máquina de control. Lisboa está cheia destes dispositivos de control. Fiel leitor de Huxley e Orwell, como eles detesto regimes totalitários e fiz a minha parte, sabotando a máquina com uma mensagem de subversão e revolta. Coelho estrábico, faz o teu papel.
quinta-feira, novembro 04, 2010
Limpar a casa, segunda edição
Prezado foi ao Chiado meter a conversa em dia. Pelo caminho tropeçou em 4 fashion victims, tropeçou em 2 hipsters ( espera isto são fashions victims também bolas ) e um daqueles jovens que andam com malas de senhora, - expliquem-me isto, por favor - tropeçou ainda no Arrumadinho, uns metros à frente tropeçou no senhor que toca sempre as mesmas três notas no Casio mas que insiste em seguir uma pauta, tropeçou no Alfaiate, que não lhe tirou uma foto apesar de estar vestido com uma saca de sarapilheira Gucci e uns Nikes vermelhos. Acho que foi porque não trazia uns Wayfarer. Almoço ao sol, Prezado chega a casa com a mulher-a-dias já a trabalhar. Trabalho para acabar, isola-se dos gatos, da mulher e da realidade. Mete Foo Fighters. Passado um bocado, julga ouvir a mulher-a-dias a falar com alguém, em animado e complexo diálogo. Mas não. É ela a falar com os gatos.
Lei das probabilidades
Quais são as hipóteses de ir jantar fora e passado um bocado entrar a companheira de casa no mesmo restaurante? Vade retro.
quarta-feira, novembro 03, 2010
Professor Datado
Fui dar uma aula, ou tentar fazer esse papel. Apresentar o meu trabalho, a "carreira". Nunca fui professor, apesar de ter estado na lista de profissões a seguir, ao lado de sniper e operador de guindaste.
Dar aulas é uma trabalheira. Isso já sabia. Metade do pessoal que conheço é professor e vejo a vidinha que levam.
Mas é divertido, porque quando achamos que vamos partilhar conhecimentos válidos e absolutos porque estamos a viver o nosso tempo em pleno, reparamos que estamos a fazer a mesma figura anacrónica que os nossos professores faziam, dado que:
Estes putos sempre tiveram computador. Sempre tiveram net! Sempre tiveram impressoras. Eu só tive net a partir dos 21 anos!
E eu, pobre fóssil, dei por mim a falar do-tempo-em-que-fazíamos-tudo-à-mão. E cheguei a começar uma frase com "no meu tempo...". Alguém me abata a sangue frio.
Constatações: Estou datado. Tenho um discurso desadequado. A maior parte das coisas que aprendi no 12º já estão fossilizadas.
Felizmente os putos são mais pequenos e enfezados e posso dar-lhes calduços e gozar com aquele cabelo ridículo.
Datado é eufemismo para velho, mas não uso aqui velho novamente, dado usar ténis com mais cores que os miúdos e ter menos barba que eles.
Dar aulas é uma trabalheira. Isso já sabia. Metade do pessoal que conheço é professor e vejo a vidinha que levam.
Mas é divertido, porque quando achamos que vamos partilhar conhecimentos válidos e absolutos porque estamos a viver o nosso tempo em pleno, reparamos que estamos a fazer a mesma figura anacrónica que os nossos professores faziam, dado que:
Estes putos sempre tiveram computador. Sempre tiveram net! Sempre tiveram impressoras. Eu só tive net a partir dos 21 anos!
E eu, pobre fóssil, dei por mim a falar do-tempo-em-que-fazíamos-tudo-à-mão. E cheguei a começar uma frase com "no meu tempo...". Alguém me abata a sangue frio.
Constatações: Estou datado. Tenho um discurso desadequado. A maior parte das coisas que aprendi no 12º já estão fossilizadas.
Felizmente os putos são mais pequenos e enfezados e posso dar-lhes calduços e gozar com aquele cabelo ridículo.
Datado é eufemismo para velho, mas não uso aqui velho novamente, dado usar ténis com mais cores que os miúdos e ter menos barba que eles.
terça-feira, novembro 02, 2010
segunda-feira, novembro 01, 2010
Terror médio
Fui ao Halloween em frente ao Maria Caxuxa, tentei fazer com que os actores contractados para andarem mascarados por lá se desmanchassem, mas é dificil. Ogres, fantasmas, talhantes, zombies e bruxas não se deixam levar por bocas fáceis género "ontem acordei com tão bom aspecto como tu" ou "Fazes-me lembrar a minha ex-mulher, juro."
Para assustar, fui mascarado de Prezado, óbvio. Implica não tomar banho, apenas.
O mais assustador que vi foi o preço da imperial ter aumentado.
Para assustar, fui mascarado de Prezado, óbvio. Implica não tomar banho, apenas.
O mais assustador que vi foi o preço da imperial ter aumentado.
sábado, outubro 30, 2010
Este Halloween
Temos o monstro aprovado. Bom fim de semana.
Adenda: deixo aqui uma banda sonora possível para isto.
Adenda: deixo aqui uma banda sonora possível para isto.
A vossa ajuda continua a ser precisa. É graças ao iPod Touch que serei capaz de fazer ilustrações com mais piada que a amostragem acima.
O Prezado é viciado em desenho, vive em Lisboa, com 3 gatos e uma flatmate com TPM permanente, já votou em branco, não tem carta de condução e gosta de iPods Touch.
O Prezado é viciado em desenho, vive em Lisboa, com 3 gatos e uma flatmate com TPM permanente, já votou em branco, não tem carta de condução e gosta de iPods Touch.
sexta-feira, outubro 29, 2010
Depois de conversas longas
Depois de um chat longo - que isto de conversas ao vivo está em desuso - sobre o eterno tema das relações, a almofada ofereceu-me sonhos bizarros metendo eléctricos de madeira de 2 andares, bairros decrépitos, um almoço num tasco onde eu usava a minha faca dos legumes enquanto duas chinesas sem cabelo andavam à porrada, passando por um reservatório de água gigantesco que era um estudio de som, uma homenagem clara ao encontros imediatos de 3º grau e um encontro com um casal de meia idade com 2 filhos. Mas a conversa anterior foi reveladora, depois de uma meia hora só a discutir um só álbum do Stevie Wonder. Fica aqui o conceito geral.
Dica: não abusem do queijo ralado do Dia.
Dica: não abusem do queijo ralado do Dia.
quinta-feira, outubro 28, 2010
Expliquem-me esta treta
Somos tão campónios que às vezes deixa de ter piada. Qual é a cena com os macarons e os cupcakes? De repente tudo quanto é blog descobre que não podia viver só com garibaldis, rins ou palmiers recheados e que a vida só tem sentido com aqueles bolos que é costume ver muito bem fotografados num Tumbler qualquer na net.
Eu gosto de pirâmides. sim, o tal bolo que se deve evitar. Já falei com pasteleiros, eles confirmam, não é lenda urbana, é verdade. Mas sabem bem.
As melhores são as da Evian, de Benfica. Como são feitas de restos e raspas de bolos bons, ficam óptimas. No entanto, e mesmo com aquela poia de creme branco e uma cereja em calda em cima, não perdem o ar de poia no seu todo, coberta de chocolate, em toda a sua glória. São inestéticas, dir-se-á.
Já estes bolos que ficam bem para a foto e que estão na moda, são género filha-do-néné: têm um ar porreiro, muito bem conseguido, mas no fim nunca sabemos bem o que estamos a comer.
É minha convicção que foram inventados por fotógrafos de alimentos e são feitos de esferovite, creme de barbear, pó de extintor, fita isoladora e dan-cakes. O que for preciso, desde que tenha bom ar.
E ainda perdem tempo a discutir orçamentos de estado.
Vou ali mamar uns pastéis de Belem e já venho.
Eu gosto de pirâmides. sim, o tal bolo que se deve evitar. Já falei com pasteleiros, eles confirmam, não é lenda urbana, é verdade. Mas sabem bem.
As melhores são as da Evian, de Benfica. Como são feitas de restos e raspas de bolos bons, ficam óptimas. No entanto, e mesmo com aquela poia de creme branco e uma cereja em calda em cima, não perdem o ar de poia no seu todo, coberta de chocolate, em toda a sua glória. São inestéticas, dir-se-á.
Já estes bolos que ficam bem para a foto e que estão na moda, são género filha-do-néné: têm um ar porreiro, muito bem conseguido, mas no fim nunca sabemos bem o que estamos a comer.
É minha convicção que foram inventados por fotógrafos de alimentos e são feitos de esferovite, creme de barbear, pó de extintor, fita isoladora e dan-cakes. O que for preciso, desde que tenha bom ar.
E ainda perdem tempo a discutir orçamentos de estado.
Vou ali mamar uns pastéis de Belem e já venho.
quarta-feira, outubro 27, 2010
ciuminho bobo
A minha companheira de casa trocou as voltas à casa: fechou os hamsters ( sim, além de gatos tem ratos ) noutro quarto, na ala oeste, deixando o quarto dela aberto, na esperança que os gatos fiquem na cama dela. É que ontem percebeu que o gato mais pequeno, albeit a quantidade de pontapés que leva, prefere a minha companhia.
Gostos adquiridos
Em vez do Galeto, vou à Mexicana. E perguntam-se: Este tipo só vai a pastelarias de velhos? Bom, sim. É raro ir beber café a estabelecimentos com menos de 50 anos. Por isso cada vez vou mais longe. Temo que até ao fim do ano passe a tomar café em Benidorm, depois de ter esgotado todos os "café central" nacionais.
terça-feira, outubro 26, 2010
Sobre o tédio
Fui até ali ao Galeto, beber um café e enquanto estou nisto, rabisco uns desenhos no caderno ou escrevo frases soltas que ouço. Ou fico a olhar para a rua. Noutros tempos, estaria de headphones, a ouvir a musica habitual. Mas habituei-me a andar sem mp3. E assim notei como o silêncio se tornava raro. Não só para mim, como para todos. E o tédio, que não é só não ter o iPod para poder ouvir musica a todo o momento ou desenhar, agora é a ausência de entretenimento. Eu e todos, desabituámo-nos de simplesmente parar e estar. Existir.
Como vi por aí escrito, se temos um minuto morto à espera de algo, pegamos logo no telemóvel para nos mantermos de cabeça ocupada.
segunda-feira, outubro 25, 2010
Tédio de morte
Hoje não estou com paciência para escrever, por isso deixo só o cabeçalho de Halloween. É sabido como gosto de comemorações impostas pelo imperialismo americano, por isso vejam isto apenas como um grito de protesto.
O PPC precisa de um iPod Touch. Estudos norte-americanos revelam que os bloggers são mais felizes quando utilizam musica para bloquear a realidade social de um 50 em hora de ponta.
O PPC precisa de um iPod Touch. Estudos norte-americanos revelam que os bloggers são mais felizes quando utilizam musica para bloquear a realidade social de um 50 em hora de ponta.
domingo, outubro 24, 2010
A noite está a ficar maior que o dia
Saí de casa directo à Culturgest, para ir ao doclisboa, depois de ter estado parte da tarde na ronha a ver outra referência do documental, o Zorro. Esperava-me um grupo de meninas não muito amante do documental, dada a displicência com que apreciaram o Galeto, onde fomos antes da sessão começar. Depois, Culturgest.
- Hoje estive a ver um filme que é capaz de os surpreender, amei aquilo, é surpreendente, vão ficar chocados. - Prezado desperta logo, quando dizem isto, porque já viu 70% da internet que ninguém quer ver.
- Força. Duvido que me consigas chocar, mas chuta. - Prezado confiante, a certeza, a convicção inabalável.
- É uma obra genial. Não sei se são do género romântico - oh merda - mas é o... Twilight.
Segue-se longa e apaixonada descrição sobre as qualidades cinematográficas, estéticas, narrativa e apreciação estética sobre os actores. Imaginem alguém a descrever a cinematografia de um Wong Kar-Wai ou de um Coppola, mas no fim descobrem que estão a falar do Twilight. Ainda fiz saber de vários modos que gostos não se discutem. Enfim, ganhei uma fan e descobri que há trepanações que correm mal.
Já em desespero, dado o espancamento que é ouvir "Twilight é um grande filme", recebo o sms que me salva a noite, um amigo numa discoteca gótica ao pé do Saldanha.
Grande sessão de metal, industrial e afins, a fechar com o Final Countdown com uma discoteca inteira a rir-se. Genial.
Deixo aqui o que foi o momento alto da noite de ontem, no seu todo:
E ainda passei pelo grande Jorge Palma, sóbrio.
(eu, não ele )
- Filme: My Joy, de Sergei Loznitsa. É uma ironia, disse o director do festival. Tinha razão. O filme é cru, árido, longo, feito a golpes de machado. A vastidão do cenário a tomar uma grande parte da tensão. Uma ficção feita por um documentarista. Um filme que gostei. Uma história muito simples, um conjunto de retratos feios. -Com a vizinha do lado esquerdo a desesperar de sono e a não conseguir ver o filme, algumas pessoas a sair a meio, comecei a achar que planos de 3 minutos de estradas com neve podem realmente dar cabo da paciência de um santo. Mas é assim que também se ganham palmas em Cannes. Depois, Bairro Alto. De carro. Tarde. Isto equivaleu a percorrer o mesmo bloco de edifícios durante 45 minutos, aos círculos, até finalmente o carro ficar em cima de uma passadeira. Depois, subir a pé até à Mercearia. O género de bar que nunca entraria sem intermediários. Depois, o diálogo da noite, entra em cena a romântica de um metro e vinte:
- Hoje estive a ver um filme que é capaz de os surpreender, amei aquilo, é surpreendente, vão ficar chocados. - Prezado desperta logo, quando dizem isto, porque já viu 70% da internet que ninguém quer ver.
- Força. Duvido que me consigas chocar, mas chuta. - Prezado confiante, a certeza, a convicção inabalável.
- É uma obra genial. Não sei se são do género romântico - oh merda - mas é o... Twilight.
Segue-se longa e apaixonada descrição sobre as qualidades cinematográficas, estéticas, narrativa e apreciação estética sobre os actores. Imaginem alguém a descrever a cinematografia de um Wong Kar-Wai ou de um Coppola, mas no fim descobrem que estão a falar do Twilight. Ainda fiz saber de vários modos que gostos não se discutem. Enfim, ganhei uma fan e descobri que há trepanações que correm mal.
Já em desespero, dado o espancamento que é ouvir "Twilight é um grande filme", recebo o sms que me salva a noite, um amigo numa discoteca gótica ao pé do Saldanha.
Grande sessão de metal, industrial e afins, a fechar com o Final Countdown com uma discoteca inteira a rir-se. Genial.
Deixo aqui o que foi o momento alto da noite de ontem, no seu todo:
E ainda passei pelo grande Jorge Palma, sóbrio.
(eu, não ele )
sexta-feira, outubro 22, 2010
E com esta me vou
As discussões politicas continuam e prevejo que ainda tenha mais umas quantas, enquanto tiver amigos fascizoides, pró-Socráticos e afins. Quando os escolhemos na infância nunca sabemos que um dia eles vão votar no Manuel Monteiro. E isso, pá, é pior que bater na avó. Ou ser escuteiro. Ou ter uma ressaca à Jorge Palma.
Felizmente ter genética de um avô salazarista e monárquico ajuda nestes casos.
Para descansar do debate, apanhei a Filipe Folque, rua que gosto não só porque não tem "R's" complicados e assim toda a gente percebe à primeira o nome da rua se tiver de o declamar em voz alta, como tem uns belos exemplares de arquitectura e escultura, e a ridícula embaixada de Israel, com os seus 45 pinos de cimento e duas cancelas a fechar a estrada em menos de 15 metros de rua.
O Prezado continua viciado na música dos Junior Boys de há 3 posts atrás. Já a ouviu 36 vezes, 14 delas de uma empreitada. Vão lá, e ao botão.
Felizmente ter genética de um avô salazarista e monárquico ajuda nestes casos.
Para descansar do debate, apanhei a Filipe Folque, rua que gosto não só porque não tem "R's" complicados e assim toda a gente percebe à primeira o nome da rua se tiver de o declamar em voz alta, como tem uns belos exemplares de arquitectura e escultura, e a ridícula embaixada de Israel, com os seus 45 pinos de cimento e duas cancelas a fechar a estrada em menos de 15 metros de rua.
O Prezado continua viciado na música dos Junior Boys de há 3 posts atrás. Já a ouviu 36 vezes, 14 delas de uma empreitada. Vão lá, e ao botão.
quinta-feira, outubro 21, 2010
Treino de gatos
Pela primeira vez na vida, tive uma mulher-a-dias em casa. E no meio do universo de mulheres-a-dias possíveis, porque teve de calhar uma que gosta de gatos, mas no sentido retardado-mental do termo?
Tive de sair, não por causa do barulho do aspirador - turbina meio pifada - , mas por causa do barulho da senhora a falar com os gatos.
Eu falo com os gatos, claro. Eles respondem, até. Porque os trato com respeito. Falo como falo com um colega de copos, na boa. "Olá gato, tudo na boa? a curtir o sol, não é? cabrão, grandes vidas...". E assim. Mas, e quando a dona dos gatos já tem este problema que tanto trabalho me dá a corrigir, o falar como se eles fossem parvos, ainda aparece a mulher-a-dias com um vocabulário ainda pior. Não admira que eles achem que isto é tudo deles.
Bilu bliu meu pequenino meu querido quem é o meu querido quem é ai que gatinho mais lindo da mãe que lindo nhi nho nho nhi farrusco lindo miau miau meu rico bichaninho lindo lindo meu amor
Ela junta o fofo com o infantil-retardado. Tenho albuns de Napalm Death e Corrosion of Conformity que me custam menos a ouvir. Foi da maneira que fui apanhar sol.
A senhora merece tudo o que ganha, aspira mais tempo uma divisão do que eu a casa toda.
Não pensem que estou distraído. O Take us to iPod Touch está à vossa espera e à espera da vossa valiosa contribuição.
Tive de sair, não por causa do barulho do aspirador - turbina meio pifada - , mas por causa do barulho da senhora a falar com os gatos.
Eu falo com os gatos, claro. Eles respondem, até. Porque os trato com respeito. Falo como falo com um colega de copos, na boa. "Olá gato, tudo na boa? a curtir o sol, não é? cabrão, grandes vidas...". E assim. Mas, e quando a dona dos gatos já tem este problema que tanto trabalho me dá a corrigir, o falar como se eles fossem parvos, ainda aparece a mulher-a-dias com um vocabulário ainda pior. Não admira que eles achem que isto é tudo deles.
Bilu bliu meu pequenino meu querido quem é o meu querido quem é ai que gatinho mais lindo da mãe que lindo nhi nho nho nhi farrusco lindo miau miau meu rico bichaninho lindo lindo meu amor
Ela junta o fofo com o infantil-retardado. Tenho albuns de Napalm Death e Corrosion of Conformity que me custam menos a ouvir. Foi da maneira que fui apanhar sol.
A senhora merece tudo o que ganha, aspira mais tempo uma divisão do que eu a casa toda.
Não pensem que estou distraído. O Take us to iPod Touch está à vossa espera e à espera da vossa valiosa contribuição.
Bom dia
Depois dos gatos me acordarem a arranhar a porta, descubro que cheios de boa vontade, andaram a tentar lavar o chão da cozinha com a água das tigelas. Mas devem ter tido dificuldades com a esfregona e deixaram a coisa a meio.
De qualquer forma, hoje deve vir cá uma senhora dar um jeito na casa. Digo "dar um jeito", porque isto é um trabalho inglório. Eles vão tentar arrumar a casa à maneira deles assim que a mulher virar costas.
Resta-me meter uma banda sonora para começar bem o dia. A senhora não foi avisada que a parte complicada não era aturar os gatos, mas a dose de Stevie. E o meu cheiro.
O botão cor-de-laranja que vos separa de uma doação e me separa de um sonho é à direita. Não custa nada.
De qualquer forma, hoje deve vir cá uma senhora dar um jeito na casa. Digo "dar um jeito", porque isto é um trabalho inglório. Eles vão tentar arrumar a casa à maneira deles assim que a mulher virar costas.
Resta-me meter uma banda sonora para começar bem o dia. A senhora não foi avisada que a parte complicada não era aturar os gatos, mas a dose de Stevie. E o meu cheiro.
O botão cor-de-laranja que vos separa de uma doação e me separa de um sonho é à direita. Não custa nada.
quarta-feira, outubro 20, 2010
No barbeiro
Fui ao barbeiro, ouvir a rádio na comercial, pente 1, ler a Bola e ver como anda o Jesus. O senhor Zé pergunta-me se o corte é o do costume e eu pergunto-lhe se o Simão ainda é do Benfica. Pois. Qualquer dia, nem o Nuno Gomes, eu ( incrivelmente ) sei.
É que eu não percebo uma porra de bola.
E na verdade nunca entrei num barbeiro. E não li a Bola. Li a Tokion. E não ouvi a comercial, ouvi Junior Boys e por acaso uma que gosto e fica no ouvido.
E cada vez mais, o Chiado faz Lisboa parecer uma capital europeia.
Adenda: Hoje já ouvi esta música 20 vezes. Compulsivo.
A vossa ajuda continua a ser precisa. Dos 9 milhões de leitores, eu estimo que pelo menos 37 têm Paypal. Não se acanhem. Cor de laranja. Direita. Nenhuma doação é pequena demais - já tive uma que terminava em.12 cêntimos.
É que eu não percebo uma porra de bola.
E na verdade nunca entrei num barbeiro. E não li a Bola. Li a Tokion. E não ouvi a comercial, ouvi Junior Boys e por acaso uma que gosto e fica no ouvido.
E cada vez mais, o Chiado faz Lisboa parecer uma capital europeia.
Adenda: Hoje já ouvi esta música 20 vezes. Compulsivo.
A vossa ajuda continua a ser precisa. Dos 9 milhões de leitores, eu estimo que pelo menos 37 têm Paypal. Não se acanhem. Cor de laranja. Direita. Nenhuma doação é pequena demais - já tive uma que terminava em.12 cêntimos.
terça-feira, outubro 19, 2010
100 clientes
A Rute foi a centésima pessoa - reparem que digo centésima, e não "numero 100", como se ouve nos telejornais todos - a tornar-se seguidora deste tasco. Como prometido, vou vilipendiá-la.
Rute, tens pouco que fazer. Seguir este blog? há aí tanto blog melhor. Aqui raramente tenho piada, embora tente. Não falo de sexo. Não falo de sapatos. Não falo do Benfica. Raramente ofereço passatempos e se o faço , é para meu proveito ( vide Take us to iPod Touch ). Não podes ser boa pessoa.
Rute, tens pouco que fazer. Seguir este blog? há aí tanto blog melhor. Aqui raramente tenho piada, embora tente. Não falo de sexo. Não falo de sapatos. Não falo do Benfica. Raramente ofereço passatempos e se o faço , é para meu proveito ( vide Take us to iPod Touch ). Não podes ser boa pessoa.
faltam 2
O centésimo cliente do PPC tem direito a ser vilipendiado on-line ainda hoje. Aproveitem.
Adenda1: falta 1.
Adenda2: O 100º cliente é a Rute.
Adenda1: falta 1.
Adenda2: O 100º cliente é a Rute.
segunda-feira, outubro 18, 2010
Ora cá está
Depois de ouvir o estafado argumento "e o guito que vai para esses filmes portugueses que ninguém vê?", argumento próprio de quem anda a recolher informação de taxistas, gajos do PP e guionistas frustrados, encontrei esta infografia no Público.
Ali o pontinho na constelação é o orçamento para o ministério da cultura.
Desculpem lá, não podemos ser conhecidos lá fora só por causa do Eusébio e do Ronaldo. Deixem lá os chulos dos realizadores ganharem umas palmas em Cannes.
Adenda: O circulo correspondente não está à escala correcta. Foi aumentado, para facilidade de leitura, esclarece a legenda que só vi depois.
Ali o pontinho na constelação é o orçamento para o ministério da cultura.
Desculpem lá, não podemos ser conhecidos lá fora só por causa do Eusébio e do Ronaldo. Deixem lá os chulos dos realizadores ganharem umas palmas em Cannes.
Adenda: O circulo correspondente não está à escala correcta. Foi aumentado, para facilidade de leitura, esclarece a legenda que só vi depois.
domingo, outubro 17, 2010
Fingerpainting
O Take us to iPod Touch não é a busca por um leitor de mp3, é a busca pela melhor plataforma portátil para fingerpainting e o mais parecido com um amigo invisivel depois dos 30. No post de lançamento falei disso por alto, agora quero mostrar o processo, que só posso fazer num Touch. Percebam como me é dificil viver sem esta máquina e como estão a privar a humanidade de ver nascer mais obras como esta com que vou explicar o processo:
Primeiro, um Touch. Ou um iPhone. Ou um iPad. Qualquer um funciona, mas há um que é melhor, pois depois de perdido, lembramo-nos que é o mais barato da gama: é o Touch.
Depois, o software. Os melhores apps são o SketchBook Mobile, o Brushes, o Layers ou o Inspire. Eu usava o Sketchbook Mobile e um dedo. Comigo funciona o indicador esquerdo. Uso-o bastante, é o meu preferido.
A interface do SketchBook é esta. Simples e com tudo o que o photoshop tem, praticamente.
Depois, desenhar. O meu processo é assim: esboço, cores gerais, detalhes. Isto muito resumido. A minha amiga Susy é a mestra nisto e explica a técnica dela - com a qual aprendi um bocado - neste tutorial.
Primeiro, um Touch. Ou um iPhone. Ou um iPad. Qualquer um funciona, mas há um que é melhor, pois depois de perdido, lembramo-nos que é o mais barato da gama: é o Touch.
Depois, o software. Os melhores apps são o SketchBook Mobile, o Brushes, o Layers ou o Inspire. Eu usava o Sketchbook Mobile e um dedo. Comigo funciona o indicador esquerdo. Uso-o bastante, é o meu preferido.
A interface do SketchBook é esta. Simples e com tudo o que o photoshop tem, praticamente.
Depois, desenhar. O meu processo é assim: esboço, cores gerais, detalhes. Isto muito resumido. A minha amiga Susy é a mestra nisto e explica a técnica dela - com a qual aprendi um bocado - neste tutorial.
Post comuna
O Prezado é de esquerda, mas detesta rótulos. Não sendo apolítico, é quase um a-anarca. É que até esse pessoal dos capuzes que parte montras de McDonalds o chateiam. Da mesma forma que não vota no Bloco nem no PC. Mas sonha com a reforma agrária. Especialmente se for dourada.
E educado por uma longa linhagem de fascistas, com muita honra. Freud explica.
A campanha Take us to iPod Touch continua. Cliquem no botão do donate para todos juntos, fazermos um mundo melhor.
Cansado
Não da night, mas do fascista com quem tive de debater horas até que ele descobriu a pólvora:
- Mas isso que estás a dizer é à comuna!
- eh, pois. Eu sou um bocado comuna em algumas coisas, se calhar é por isso.
Não é que seja. Longe disso. Mas fascismo é que não.
Eu tenho sempre a mania de tentar educar os outros, sou um chato do caralho com uma paciência infinita.
- Mas isso que estás a dizer é à comuna!
- eh, pois. Eu sou um bocado comuna em algumas coisas, se calhar é por isso.
Não é que seja. Longe disso. Mas fascismo é que não.
Eu tenho sempre a mania de tentar educar os outros, sou um chato do caralho com uma paciência infinita.
sábado, outubro 16, 2010
De uma colina à outra
Descendo daqui do Saldanha em direcção à Estefânia, lembrei-me de um caminho diferente do habitual para ir ao Martim Moniz. Segui o declive das ruas, fui parar ao Campo dos Mártires da Pátria. Continuando a descer, estou no fim de uma das colinas de Lisboa. A de Sant'Ana. Depois de passar o hospital de São José, consigo ver mais duas colinas, a de São Roque ( o Bairro Alto ) à direita, a de Santo André ( Graça e Senhora do Monte ) à esquerda. Daqui deste topo, escolho por onde descer: a rua mais bonita da zona, a Calçada de Santana - onde passo pela casa da foto, importante - , que depois de algumas travessas, me leva à Igreja de S. Domingos. Almoço multicultural no Ali Baba Kebab, ali ao lado. Prezado fica a divertir-se com a facilidade com que várias pessoas com lingua mãe diferente se entendem só com um inglês minimal.
Tendo este blog passado dos habituais 3 milhões de visitas para uns 7 milhões em 3 dias, acho impossível como ainda não cheguei à minha meta. Acredito que seja porque só 15 de vocês é que têm paypal. Mas isso resolve-se: www.paypal.com e depois donate, aqui ao lado direito.
Tendo este blog passado dos habituais 3 milhões de visitas para uns 7 milhões em 3 dias, acho impossível como ainda não cheguei à minha meta. Acredito que seja porque só 15 de vocês é que têm paypal. Mas isso resolve-se: www.paypal.com e depois donate, aqui ao lado direito.
É sabido como gosto de posts etilizados
Faço o caminho a pé. Deixei-me de metros, que não têm vista, e de autocarros, que me tremem a máquina fotográfica. Vou a pé. Pelo caminho, passo pelo grupo de queques que vão não sei para onde, pelos camones que saem do hotel e pelo pessoal que sai do teatro. Mais abaixo, passo pelo Licas. A memória visual é infalivel, mais do que a dos nomes. Este, por acaso, lembrei-me. O Licas era um daqueles rufias da preparatória. Quando todos fumavam cigarros às escondidas, o Licas fumava erva ou outra merda qualquer que não sabia distinguir na altura. Tinha chumbado tanta vez que tinha o caparro de um boi, comparado com os choninhas como eu, sempre a passar de ano, meninos ainda a tentar fazer do buço um bigode - ainda hoje não consegui, foda-se - e a não levarem tanto calduço. O maioral da escola. Estava o Licas na Avenida da Liberdade e lavar a rua, de farda retro-reflectora e mangueira. Não é karma, não. É mesmo a vida.
Depois passei pelo taxista, a olhar para o casal de lésbicas em romance, na rua, a dizer "que perda de tempo".
Bebi a minha superbock mais à frente.
Ouvi um cover de Stevie Wonder com ela, grande companhia.
Fui dançar. Sentei-me um bocado nos bancos do balcão, os das putas. E descobri que enquanto lá estou, ninguém me atende. Não servem para pedir bebidas, mas de trampolim para outro lado.
Vou.
E ajudem-me na porra do iPod. Será um grande acontecimento, o dia em que ele me vier parar às mãos. Juro. Donate. um euro. Não aceito dolares, tenham paciência.
Depois passei pelo taxista, a olhar para o casal de lésbicas em romance, na rua, a dizer "que perda de tempo".
Bebi a minha superbock mais à frente.
Ouvi um cover de Stevie Wonder com ela, grande companhia.
Fui dançar. Sentei-me um bocado nos bancos do balcão, os das putas. E descobri que enquanto lá estou, ninguém me atende. Não servem para pedir bebidas, mas de trampolim para outro lado.
Vou.
E ajudem-me na porra do iPod. Será um grande acontecimento, o dia em que ele me vier parar às mãos. Juro. Donate. um euro. Não aceito dolares, tenham paciência.
sexta-feira, outubro 15, 2010
Take us to Bairro Alto
Sim, também o levava para o bairro. Como eu sou um tipo extremamente calado e introvertido, um mono, usava-o como desbloqueador de conversas, como quando tinha 6 anos e fazia desenhos às meninas da escola para poder meter conversa com elas. Era isso ou apanhar na tromba.
Assim, subia ali a Rua da Rosa, perdia-me como sempre, porque não vale a pena fazer de conta que sei orientar-me no bairro, não sei mesmo, é impossivel, quem sabe é totó e deve ter pouco em que pensar e lá dava com as Catacumbas. É o bar de jazz onde vou conversar um bocado e desenhar. Às vezes com óptima companhia, outras vezes com amigos. Nessa altura, fazia desenhos como este aqui, inspirado no gajo na cadeira ao lado.
Querem ver mais desenhos? Ajudem a tornar um iPod uma realidade. Vão até ao botão à direita e cliquem no donate. É fácil.
quinta-feira, outubro 14, 2010
Cabelo branco é saudade IV
Vou ouvindo no telejornal da uma a discussão à volta do orçamento de estado para este ano, indignando-me, respirando fundo e aceitando, enquanto me vão ao bolso.
Desde miúdo que não perco a abertura dos telejornais. Agora que posso, voltei a esse hábito: Ver telejornais, só de bucho cheio. Almoço e janto a ver telejornais. Um telejornal da TVI, por exemplo, é como um shot de GoldStrike: se cair um no estômago em jejum, estamos lixados.
Depois saí, fui ao super-mercado e a menina que era invulgarmente bonita e com uma voz delicada, sorri e pergunta-me onde é que fui buscar as natas. Infelizmente, fê-lo tratando-me por "senhor", o que me leva a ver-me como inquilino de um lar de idosos em Idanha-a-Nova num futuro próximo e a dizer duas ou três asneiras aos meus botões.
No tasco ao pé de casa, bebem-se imperiais de seguida.
Gostam de posts com piada? não percam muito tempo por aqui.
Vão até ao botão à direita.
E lá estava
O cabrão do gato dentro da gaveta dos boxers, a lixar-me a roupa toda, deitado em cima de tudo e eu só a ouvir o gajo a afiar as unhas na roupa, sem perceber onde ele estava encafuado. Cabrão!
Take us all
A Maria tem sentido de humor - temos todos, óptimo - e já veio cá desejar-me sorte. O mínimo que posso fazer é oferecer-lhe um gato daqui - o mais pequeno, que é meio incontinente e tem umas unhas fodidas quando me trepa para as pernas, quando estou a jantar - como torcionário para acelerar a ida a Bruges. Mas antes disso, já sabem: iPod. Não se percam.
Almoço
Lisboa é bonita, mesmo só à hora de almoço. Vão até ao Chiado, passem à Brasileira, desçam para o lado do rio, passem ao Cais do Sodré, espreitem o rio. Enquanto há sol.
De volta a casa, dou com um email avisando-me da primeira doação no Take us to iPod Touch, ali no botão à direita. O marcador foi inaugurado. À benemérita, bem haja. Agora, é continuar, porque há causas que valem a pena.
De volta a casa, dou com um email avisando-me da primeira doação no Take us to iPod Touch, ali no botão à direita. O marcador foi inaugurado. À benemérita, bem haja. Agora, é continuar, porque há causas que valem a pena.
Take us, é oficial.
A campanha está lançada e conto com vocês e os vossos links, comentários e ajuda:
Lancei ali ao lado a conta de apoio ao Take us to iPod Touch, o meu instrumento de trabalho mais importante desde que larguei o Spectrum. Fazer chamadas? não. iPhone é uma treta. iPod Touch é o iPhone menos a parte má e cara. Faz o que eu sempre quis.
A campanha poderá fazer lembrar uma outra, uma take us to Bruges, mas qualquer semelhança é propositada, obviamente. Eu também preciso de ajuda, como muita gente.
O PPC é o que é à conta de muito post no iPod Touch; o saudoso Arrumadinho, - aqui lembrado pelo meu vizinho das microondas - tem aquele header , trabalho meu de fingerpainting, criado num iPod Touch; este desenho aqui ao lado é feito num iPod Touch e se não for o iPod, não tenho remédio senão fazer contacto visual com toda a gente enquanto vou no autocarro. Tempo útil em que podia estar a ouvir Stevie Wonder e a desenhar o retrato da dona Marta.
Por tudo isto: Barra à direita, mais abaixo, campanha Take us to iPod Touch, botão donate. Façam o que entenderem. Eu agradeço.
No meio disto, descobri que a inspiração para o meu logo "take us" foi trabalho de uma amiga minha, designer, à qual agradeço não me retirar todos os proveitos da campanha num moroso processo de direitos de autor.
Lancei ali ao lado a conta de apoio ao Take us to iPod Touch, o meu instrumento de trabalho mais importante desde que larguei o Spectrum. Fazer chamadas? não. iPhone é uma treta. iPod Touch é o iPhone menos a parte má e cara. Faz o que eu sempre quis.
A campanha poderá fazer lembrar uma outra, uma take us to Bruges, mas qualquer semelhança é propositada, obviamente. Eu também preciso de ajuda, como muita gente.
O PPC é o que é à conta de muito post no iPod Touch; o saudoso Arrumadinho, - aqui lembrado pelo meu vizinho das microondas - tem aquele header , trabalho meu de fingerpainting, criado num iPod Touch; este desenho aqui ao lado é feito num iPod Touch e se não for o iPod, não tenho remédio senão fazer contacto visual com toda a gente enquanto vou no autocarro. Tempo útil em que podia estar a ouvir Stevie Wonder e a desenhar o retrato da dona Marta.
Por tudo isto: Barra à direita, mais abaixo, campanha Take us to iPod Touch, botão donate. Façam o que entenderem. Eu agradeço.
No meio disto, descobri que a inspiração para o meu logo "take us" foi trabalho de uma amiga minha, designer, à qual agradeço não me retirar todos os proveitos da campanha num moroso processo de direitos de autor.
quarta-feira, outubro 13, 2010
Vão a Bruges, sim. Mas antes....
"Quem não chora, não mama." - Steve Jobs, C.E.O. da Apple, inc.
O Prezado é totó. Perdeu o iPod Touch que tanto amava. E desde aí, o desgosto assola-lhe os dias. Como já vendeu todo o conteúdo da sua casa para levar alguém a Vila Nova de Famalicão e mesmo assim ainda ficou a dever, o Prezado vai lançar a campanha Take us to iPod Touch ( eu e... o meu ouvido esquerdo e o meu ouvido direito, já são 3 ) . Pensem nisto como mecenato em favor de um artista multifacetado. É uma ferramenta de trabalho, um amigo, um estilo de vida. Toda a ajuda é preciosa. Dicas sobre como chegar lá aceitam-se : On parle français, prezadoprezado@gmail.com.
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