domingo, dezembro 28, 2008

Ano a fechar

Fui aos arquivos, e dou por mim a escolher os posts que gostei mais este ano, e a pensar no que ficou por postar.
Foi um ano enorme.
O ano em que firmei uma sólida relação com os taxistas, ganhei um alter-ego e passei a assinar "Sr. Cruz, taxista". Apanho com o Silêncio dos inocentes na tromba e safo-me, mesmo desinfectado com Piralvex. Viajei. Não muito, mas o suficiente para perceber que é o que mais gosto de fazer. Estive de férias no Vietname português, Albufeira. Fui assaltado em Barcelona, como um turista exemplar. Fui a Estocolmo. Fui a Coimbra, onde as conversas estão sempre paradas no tempo. Por Lisboa, encontrei coisas fofas. No Algarve, estive num programa de rádio, o que me deu um gozo enorme. Como designer, fiz uma analise séria e fundamentada ao Branding do Ano. Resolvi de vez a minha falta de hiperconectividade, que tanto sofrimento me trouxe ( Apple rules! ).

E o próximo ano, vai ser maior ainda.

sexta-feira, dezembro 26, 2008

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Taxista, Xmas edition

Os últimos presentes são comprados de rajada, a pressa para chegar a casa é muita. O taxista é mal-encarado, mas não resiste a um desabafo.
-Grande confusão, toda a gente nas compras ainda....
-Eu não comprei nada.
-Pois, mais vale oferecer uma prenda com piada, feita pra cada um..
-Nem isso. Isso é o pessoal que tem dinheiro, a arranjar desculpas pra não darem nada. Dizem que é a "crise".
-Realmente... - A conversa lá desvaneceu. Até que o rádio fala do BPN, e o homem ganha alento para disparar novamente, quando já vou quase a sair e posso dizer que este é o desejo secreto de muitos portugueses, a começar pelos taxistas ( já ouvi esta umas vezes ) :
-estes gajos... sabe o que era? era meter uma bomba na assembleia com eles todos lá dentro. Isso é que eu gostava.

É reconfortante saber que podemos contar com um taxista quando toda a gente já nos abandonou ao materialismo. Boas Festas, fiquem bem.

domingo, dezembro 21, 2008

Notícias no mundo real

Estou eu a ver as notícias e aparece qualquer coisa parecida a este pequeno texto em rodapé: "Jovens portugueses colocam primeiro video do género na internet".
Fico a saber que o "género" é uma dança que em França já tem 8 anos, e os míudos meteram um video deles no youtube. É assim que vejo que enquanto não desligarmos a televisão e formos para onde as coisas acontecem, seremos sempre pequeninos...

Quando é que os telejornais voltarão a ter notícias?

Filmei-me a dar um arroto com o telemóvel, e coloquei online. A minha secreta esperança é que apareça nas notícias.

sábado, dezembro 20, 2008

A idade é lixada II

Estou na paragem do costume, a caminho da agência. Tudo normal, até ver alguém a pedalar lentamente, no meio da estrada. Muito lentamente. Lentamente, como um jovem de BMX que de pois de ter trepado um half pipe doze vezes, pára no topo e exibe o feito. Assim, mais ou menos. Mas, aqui estou a falar de um cidadão bastante senior, de boné amarelo com lantejoulas, óculos escuros e parte de uma grelha de um Opel Tigra soldada ao guiador. Reflectores em barda. Até nos pisa-pés. Levou, à vontade, 10 minutos para percorrer cinquenta metros.

terça-feira, dezembro 16, 2008

Ao cais do Sodré

Encontram-se as personagens do costume, sem-abrigo, bebâdos, o preto gordo anão do fato de treino verde ( anda lá sempre, género personagem lynchiana ), sempre agarrado a duas putas. À porta do tasco, as garrafas de litro de cerveja amontoam-se, os copos de plástico continuam pousados nos carros, à espera. Na pastelaria, comem-se os bolos errados às horas certas: Folhados de salsicha com meias de leite, croquetes com imperiais, cafés com Garibaldis. Leites com chocolate. Água das Pedras. Os turistas sobem a rua do Alecrim de máquina fotográfica. Cá dentro, cobiçam-se as roupas, a máquina, a energia e a lata para estar a pé aquela hora, para gozar o sol de sábado. Há quanto tempo sábado não tem dia?

sábado, dezembro 13, 2008

Ainda sobre...

Teambuilding.
Aos directores de pessoal, profissionais da área, interessados em geral, deixo aqui o que é um evento empresarial de Natal ao agrado de todos, inclusivé dos anti-sociais, dos psicopatas e dos carneiros.

Viagem: Saiam da cidade. Vão para longe. Toda a gente tem familia, mas até dia 30, vão enjoar de tanto os ver. Mais vale deixar crescer a saudade. Filhos pequenos? é altura de conhecerem aquela tia afastada com alzheimer.

Transporte: dêem boleia uns aos outros. Aluguem um autocarro, mas desliguem os microfones.
A evitar: Não deixem ninguém da contabilidade oferecer-se para pôr música.

Estadia: Um hotel pequeno ou mais xunga, mas exclusivo, é sempre melhor. Aluguem os quartos todos. Se num hotel grande, andares inteiros e os de topo.
A evitar: Não partilhem quartos, ninguém quer ver o Parreiras de pijama. Deve no entanto haver um quarto atestado de bebidas, snacks e camas para pelo menos 12 pessoas. 13.

Actividades: preferência por desportos individuais. Tiro, patinagem, moto4, paintball, ski, kayaks, roleta russa são todas boas opções.
A esquecer: corridas de sacos, jogar aos países, Trivial, qualquer coisa a atribuir pontuações.

Relax: Massagens, discoteca, piscina, almoços, jantares. Contratem um D.J. para dar ambiente. Nunca deixem ninguém da contabilidade pôr música. Mandatório, em tudo: Bar aberto.

Horários: nenhuma actividade pode começar antes das 10H. Horas de fecho, é com cada um.

Dica final: cada homem é uma ilha.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Vai começar

Os almoços e jantares de Natal começam a alinhar-se cosmicamente. Neste ambito, no emprego, pedem-me que escreva uma quadra, e que a cante ( sim, team-building ;). Na minha cabeça, vislumbro um episódio de Extras ou the Curb your Enthusiasm em potencial. Toe-curling.

Porque é que team-building é sempre sinónimo de figuras-de-urso-que-nunca-fariamos-na-vida?

A sério. Eu posso assegurar que vivendo eu 200 anos, não me lembraria um dia de fazer quadras de Natal e cantá-las. Juro. Eu nunca soltei uma nota, nem na banheira. Eu sou o género de gajo que não se ri, sequer. Eu posso beber 12 horas de seguida e mesmo assim não me vêm um canto de um dente. Eu até tento. E as minhas capacidades de escrita, estão à vista...
O que é espantoso é haver muita gente que não percebe em absoluto o que estou para aqui a debitar, porque adora estas coisas. Catarse?

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Stockholm III - perdido

Elevador panoramico em Slussen, onde passamos a ver que temperatura temos de aguentar no dia.

Perdi-me por Estocolmo, e não o confesso metaforicamente, a tentar passar uma poética ideia de um suposto enamoramento com a cidade como de uma mulher se tratasse. Não. Perdi-me mesmo. Era suposto ter ido para sul, para Sodermalm, e troquei as referências, poucas que tinha. Como não ando de mapa, não sei sueco ( todas as ruas chamam-se qualquer-coisa-gatan ) e não vou perguntar a ninguém o caminho, lá conheci os subúrbios de Estocolmo. O que não é propriamente mau, quando me lembro que qualquer suburbano pode ganhar o mesmo que um primeiro-ministro. Lá como cá, a referência é a água. Se andarmos muito sem ver água, quer dizer que estamos a embrenhar-nos numa ilha infestada de alces, lobos, raposas ou ursos ( perigo real, sim. Por cá, o máximo que apanhamos é uma melga ou uma carraça. ) e é altura de encontrar a costa. Aqui, as ilhas são trinta e quatro milhões, setecentas e cinquenta mil, duzentas e sessenta e uma, por isso só um lorpa é que se deixa perder.
Lá voltei ao caminho certo, rumo a Gamla stan, passando pelo Riksdag. Ainda vi umas lojas na Vasterlanggatan, ao pé da igreja alemã, a Tyska kyrkan. Daí a Sodermalm, é um pulo. Depois de ver as lojas de Slussen, a subir o único declive na cidade, já se vê o Skrapan ao fundo da rua.

Quero agradecer à Wiki o último parágrafo deste post. Sem ela, isto não seria possível de maneira nenhuma.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Live from Stockholm II - o povinho

Em Estocolmo, não há povinho, parece-me. Naquela definição que temos como habitual. É díficil encontrar desvios comportamentais a uma postura cordial própria de um mestre de yoga. Imaginem todos os suecos como um Julio Machado Vaz. São calmos, falam e gesticulam devagar, com aquela voz de cama. Como tal, os condutores não aceleram, não businam. Os deallers não oferecem. Os pedintes não pedem. Os policias não existem. Os punks são asseados. Os queques são muitos. As mulheres são giras. Os cães não ladram. Os semáforos avisam que vão ficar verdes. Não fumam. Os putos não gritam. Não há gatos na rua.
O único consolo que tenho, é saber que eles se matam aos milhares.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Live from Stockholm I - as horas

Acordo com o nascer do sol, às 8. Vejo-o por 2 minutos e ele depois sobe para se cobrir num cobertor de nuvens cinza permanente. Do 21º andar em Sodermalm, vêem-se as pistas de esqui lá ao fundo, em contraste com a planicie escura feita de ciprestes. Os blocos de apartamentos café-com-leite repetem-se. As cores berrantes e originais estão nos topos, já fora de vista, não vão contangiar algum estrangeiro de uma subita alegria de viver.
Passado pouco tempo, anoitece. Às três horas da tarde. As horas seguintes, para uma pessoa como eu, que associa noitinha com o jantar, são de espera. Sim, vou vendo uma cidade espantosa, linda, funcional, calma, parada, mas a minha mente está no jantar. É que desde que me lembro de jantar, até ao jantar em si, vão umas 5, 6 horas. Não admira que eles se suicidem aos milhares.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Impressionante

É reconhecer o Alvim, a 20 metros, de costas, só por causa daquele cabelo. Será que tem a patente?

domingo, novembro 30, 2008

Roupa não é prenda

Mais um tema tipico de blogs de gajas. As gajas escrevem sobre os trapos que ambicionam. Sobre os trapos que vêm nas lojas e não compram. Aliás, as gajas são capazes de ir ver dezenas de lojas só para namorar ( casamentos e uniões de facto também acontecem ) as roupa que não têm tomates para usar.
Os homens não escrevem sobre a roupa que ambicionam, porque simplesmente não ambicionam roupa. Seguem uma linha próxima do Caçador-Recolector.

- Estas calças já me tão pequenas. Tanta alheira e Coca-cola... Tenho de comer umas saladinhas...
- ehehehe paneleiro, queres manter a linha, é? Panasca.
- A sério, já apertam, pá. Devia comer melhor, isto não é bom.
- Pois, tou a ver... epá, lá tem de ser, tens de ir comprar umas calças novas.


Depois de terem um alibi decente para entrar numa loja de roupa, os homens compram uma peça de roupa ( podem chegar a duas ), um pack de 12 boxers, um pack de 12 meias e só voltam daí a um ano.
Eu já entrei numa este ano, posso dizer que levei uns 7 minutos a fazer as compras.
Feedback é importante, porque um gajo não volta para trocar nada.

- É isto. Vá, diz só: pareço beto?
- não.
- Boa, embora pagar.


Compra feita. E um blog que adoro debruçou-se sobre o tema.

segunda-feira, novembro 24, 2008

domingo, novembro 23, 2008

Sólidésaroc

Só ao fim de 4 vezes é que consegui perceber o que cantam no maldito anúncio. A musica não apresenta nada de sólido, pá. Parece-me uma mistura de "age of aquarius" com uma outra musica má. A tentativa de criar um hino épico passou um pouco ao lado.


Edit --> só vendo mais uma vez, consegui perceber de que banco é. aqui está o video. Estão avisados.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Deus te guie

A piadola numero um já não era ouvida há algum tempo. O taxista, gordo e grisalho, olha-me malandro, pelo retrovisor panorâmico, e pergunta se vou a esta hora trabalhar ao cemitério.
Cara séria, respondo-lhe:
- Vou para o segundo turno, já lá estive hoje. - hoje quero conversa.
- eheheheh o amigo já viu, ir para um sítio desses a esta hora? - ri-se, a olhar para trás.
- ah, sempre vivi ali, é igual ao molho.
- Mete algum medo, algum respeito, não é amigo? temos medo do desconhecido...

A conversa estendeu-se. Amena. Não lhe ouvi uma asneira, coisa rara. O tema vida-após-a-morte foi o seguinte. O taxista diz que desde que o pai morreu, passou a ir ao cemitério. Eu confesso que desde que o meu pai morreu, já não vou a cemitérios como cenários melancólicos para ensaios fotográficos, como era hábito. Deixei de ir por sistema, mesmo.
Continuamos a conversa. Religião, agora. O taxista de Nossa Senhora com íman no tablier confessa-se católico, mas avesso a missas. Falava com convicção, da forma como as igrejas têm afastado as pessoas da religião:

- Pois, e agora veja lá, como é que querem que vão à missa. A ultima vez que lá fui, veja lá o amigo, meteram lá pretos. Eu quero ouvir a missa e não percebo nada do que eles dizem.

Calma, há como dar a volta a isto.

- Bem, até aos anos 60, a missa era dada em latim... Não pode ser melhor que crioulo.
-pois... não se percebe nada, amigo.

terça-feira, novembro 18, 2008

Momento didático

Quando uso a expressão "coelhinho-na-panela", estou a fazer uma referência cinematográfica. É um momento chave do cinema, parece-me. Assim que alguém usa a expressão para definir alguém*, nunca mais se fica descansado.
O que não sabia é que era expressão corrente, em inglês.

* exemplo:
- A Madalena é assim a puxar para o coelhinho-na-panela, pá...
- Ah, mas parece muito simpática!
- Demasiado, não? Vê lá o que fazes...

Ide bardamerda, por favor.

Assisti ao digno debate Miguel Sousa Tavares Vs Empresa+Estado, sobre Alcântara. É digno porque o modo atabalhoado como toda a gente gagueja, tapa a cara, enrola as mãos, coça-se, retira o que diz e passa a bola é notório. É digno porque o que vi, mostrou-me como toda a gente improvisa. Poder ver o brilho nos olhos de um Sr. engenheiro quando encontrava um fio de raciocínio dentro do seu improviso, o crescendo da sua voz à medida que vai descobrindo o filão da lógica, cheio de esperança que encontrará um argumento válido, cheio de entusiasmo que ele surgirá dessa corrida às cegas, afinal? Foi digno.
Vide título do Post.

edit---> bardamerda pra mim tb.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Senhor, ajudai-me.

Não admira que a certeira expressão "puxa-saco" venha do Brasil: eles lá sabem bem o que é um gajo ser chato e irritante. Tendo os meus padrões de afabilidade, é algo dificil mostrar o quão irritante é ter um brasileiro servil a atender-me. Prefiro tugas mal educados? Não. Mas não quero um atendimento que me faça sentir que a minha mãe não gosta assim tanto de mim.
Larga, porra.

E agora vou ter de apanhar com ele todos os dias. isto vai ser duro.

Identidade

A identidade virtual tem vindo a esbater-se, nestes últimos tempos. Perdendo uma boa percentagem de geekness, e contrariando a net-dependência, ando praticamente anónimo pela net. Arranjei o meu próprio domínio ( já o devia ter arranjado há.... uns 9 anos ), mas os problemas com Mysql e php não são para mim, e foi ficando tudo ( para variar ) para segundas núpcias. As fotos no Flickr continuam, mas andam a ser actualizadas a um ritmo nunca visto - a última fotografia já tem mais de um mês - para quem andava sempre com a máquina atrás. O Delicious mudou de layout e perdeu um fã incondicional - quem me conhece lembra-se como já impingi este site - perdeu velocidade, perdeu funcionalidade. Ainda subscrevo, mas já não uso cinquenta serviços online.
A culpa, é do blog. Sanguessuga do meu tempo livre.

sábado, novembro 15, 2008

Põe-te em guarda

"O coveiro que o diga
quantas vezes se apoiou na enxada
e o coração que o conte
quantas vezes já bateu para nada"


quinta-feira, novembro 13, 2008

O futebolista

Depois de passar os manifestantes no Bairro, acabamos no Cais do Sodré. Na tasca do costume, um D.J. à beira dos 30 partilhava os sms's que trocava com uma amiga prestes a ganhar outro colorido. Mesa-a-mesa, duas filas de cadeiras pelo meio, a conversa seguia.

-Ela sabe onde moro, porque é que me pergunta se tenho onde dormir hoje? - ( estamos a falar de alguém bastante embriagado, lógico. )
-eeeh, acho que ela quer coisa... diz que vais ter com ela.
-Achas mesmo? epá a gente dá-se bem e tal, eu tou a achar isto estranho, ainda assim...
-Claro que sim, manda sms, pá. Faz-te à vida...

Nisto, entram três pessoas e sentam-se, interrompendo a conversa.
Um preto, uma modelo e um gajo com cara de chaufeur. Digo "modelo", porque nenhuma miuda de 1,80m consegue enfiar-se dentro de uns calções tão pequenos. "Chaufeur" porque tinha um blusão de pele e o cabelinho todo aparado à pintas, e "preto", porque era preto mesmo. O senhor Tenório, empregado, dono de uma fraca habilidade para atender pessoas e de uma destreza física a condizer, pergunta o que querem. Têm de dizer devagar, porque o senhor Tenório tem dificuldade em memorizar itens de tasca - eu tentei. "duas bifanas, duas Superbocks e mostarda, s.f.f.". Não deu. Tive de tentar outra vez - e como anda com as mãos sempre emaranhadas uma na outra, não anota nada. Estranho, tão prestável que ele estava.

Nisto, dizem-me...
-Olha lá, não é um jogador de futebol?

Podia ser. Só se fosse o Figo, o Simão Sabrosa, o Deco ou o Ricardo é que eu reconheceria um jogador da bola. ( Um porque tem uma mulher gira, outro porque aparece na Caras, outro porque aparece nas placas dos gelados que eu não gosto, e outro porque defende bolas sem luvas. )
Mas era. Daqueles que toda a gente conhece, menos eu. Sentado ao meu lado, na conversa.
De repente a tasca deixa de ser tasca, os empregados deixam de ser pachorrentos, o senhor António deixa de querer pagamento contra-entrega, o senhor Tenório faz-se esperto. Os homens tiram fotos com o herói, as mulheres perguntam-se como é que a lambisgoia faz o buço sem se cortar e se os calções são da Zara Kids. Curta descida aos infernos, as celebridades saem, deixando na tasca a ambicionada confirmação de qualidade - "Costumo ir aquela tasca... até lá vão modelos e jogadores de futebol.".

Burros, assim o gajo nunca mais lá volta. Se ele quisesse ser bem atendido, tinha ido comer uma tosta de 40 Euros ao Eleven. Felizmente, o empregado ainda veio com a unha dentro do molho de 98 octanas das moelas. Haja etiqueta.

Parece de propósito

"SÓCRATES ATUA MINISTRA PARA A RUA"

Visto há meia hora, num cartaz de uma manifestação na escola preparatória por onde passo todos os dias. E o velhote resmungão, chocado pela libertinagem, retorcia-se para não invocar publicamente a força de 10 Salazares.

quarta-feira, novembro 12, 2008

correntes!

Para quem não se lembra, antes dos blogs e dos emails, já havia correntes. Recebiam-se no correio umas fotocopias manhosas, ameaçando a quebra da corrente com pragas de proporções bíblicas. Hoje chegou aqui a corrente, sem praga. E sem jeito. Cá vai ela:
"colocar uma foto individual nossa, escolher uma banda/artista de eleição; responder às perguntas com títulos de canções da banda/artista escolhido; e desafiar 4 bloguistas para passarem a outro e não ao mesmo. "Como recebi isto de uma alminha que abusou do Jorge Palma, lá se vão as respostas dramáticas e sérias, fico com o Stevie Wonder:



1) És homem ou mulher? Sir Duke
2) Descreve-te: Too shy to say
3) O que as pessoas acham de ti? Don't you worry 'bout a thing
4) Como descreves o teu último relacionamento: All in love is fair
5) Descreve o estado actual da tua relação: Love's in need of love today
6) Onde querias estar agora? higher ground
7) O que pensas a respeito do amor? I just called to say I love you
8) Como é a tua vida? Living for the city
9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? A place in the sun
10) Escreve uma frase sábia: Sabes lá a minha vida.

E acho que vocês devem ir ao castigo: Tu, tu, tu e tu. Sorry, life's a bitch.

sábado, novembro 08, 2008

Apitos

Bairro a fechar às 2H, houve protestos. Toda a gente tem um apito na boca, não se conseguia falar com ninguém tal é era o chifrim.

P.S. os bares fecham com gente lá dentro.

P.S. 2 É questão de tempo voltar tudo ao normal.

sexta-feira, novembro 07, 2008

O artista do momento

O artista do momento foi destronado por um Pentium, um Mac , duas impressoras, um maço de papel, musica em altos berros, três cafés e uma mesa de corte. Eis-me em todo o meu explendor, depois de uma directa. Para não entrar em choque anafilático com a ideia de perder uma noite sem ser na conversa, fechei as cortinas do escritório e defini eu a hora da alvorada: 8:10H. A esta hora, não só era dia, como estava uma merda de um tempo, a fazer lembrar Peniche. Ainda encosto a cabeça à mesa, e vou ouvindo os beatles, baixinho. Foda-se, tenho sono.

e pensar que o trabalho até correu bem...

e pensar que daqui a 12 horas, estou todo lampeiro a sair para jantar...

Deficientes pela cidade

Deficientes motores pela cidade. É vê-los a andar pelo meio da estrada, porque os passeios são estreitos, sem rampas, com buracos, estão forrados de carros. É sempre bonito de ver. Mas percebe-se. São uns chatos, os gajos. À noite, apanho um na discoteca - pergunto-me como vai ao w.c., que é depois de uma escada - e é sempre um pincel. Ocupa mais do triplo do espaço de qualquer pessoa ( giro: o Alberto João Jardim ocupará sempre espaço a mais, não importa o ratio) , e além disso, dança mal e porcamente, com as rodinhas em cima dos pés dos outros.
Não admira que não ponham rampas para entrarem em lado algum. O passeio é estreito, e os gajos são gulosos. Não bastando, há tipos gananciosos, que não sendo deficientes, querem abarbatar mais espaço do que precisam. Jovens casais, saudáveis, com a desculpa de terem um recém-nascido, compram os sacrossantos Maxi-cosi e afins - aqui, carrinho-de-bébé está para passeio como Humvee está para rua-de-alfama - só para experienciar a vida de deficiente. É vê-los tentar entrar no autocarro de cadeirinha, ou a tentarem encaixar-se num restaurante à cunha... A vida pode ser simples. Dêem espaço, pá: Comprem um Smart para o miudo, dá mais jeito. Sempre podem estacionar dois no lugar de um.

E lá vão eles, pelo meio da estrada...

quinta-feira, novembro 06, 2008

Cidade, perdido pela

Sobe-se do Alto de São João, em direcção à Penha de França. Já é noite, os prédios antigos estão com as luzes das águas furtadas acesas. Dá ideia que todos os outros andares estão por ocupar, por glamour em defeito. O emigrantes paquistaneses passam, de turbante. A chinesa engoma, de lá de dentro vem o cheiro a vapor. Na porta a seguir, o cyber-café xunga, cheio de indianos - interessante como aqui em Lisboa, digo "xunga", mas em Londres nunca entrei em nenhum melhor que aquele - todos à volta do skype, de auricular ok-teleseguro. Desce-se daí, a ver os prédios antigo forrados a azulejo e a ver as luzes da cidade mais ao fundo, até ao bairro das colónias. De caminho, uma familia de indianos muda de casa. Milhentos caixotes à porta de casa, no rés-do-chão, onde ainda se viam posters e quadros de deuses azuis, cor-de-rosa, de tromba e machado na mão. De passagem pelo Socorro e pelo Intendente, há muitas pessoas na rua. Há negócios menos próprios, as discussões associadas, os mirones, os sem-abrigo a ver televisão da porta do tasco. Entras, levas um tabefe. Logo.
A chegar ao Rossio, vejo senhoras, já de idade, vestidas de víuvas, aprumadas como avózinhas, uma sentada numa caixa de SuperBocks, outra ao lado, em pé, encostada à grade de uma loja fechada. Nem percebi logo o que faziam ali.
Mas sim, eram mesmo... Perfeitamente medieval.

quarta-feira, novembro 05, 2008

No rescaldo das eleições americanas

...Já repararam que tenho uma tez meio bronzeada?

Tenho de aproveitar o hype.

Eleições americanas

É que estou a seguir as eleições pela Sic, como se percebesse o que se passa, mas não vos preocupeides, não direi nada inteligente.. Reparei nisto: é do sono, ou a Joana Latino parece um cavalo de óculos?

terça-feira, novembro 04, 2008

Deus é taxista.

Devo dizer que tenho alguma vergonha de mim, pela forma incorrecta como retrato os taxistas de Lisboa. Por vezes, terei dado a impressão que são rudes putanheiros, bárbaros ao volante capazes de violar todo o código de estrada em 65 metros, labregos racistas e preconceituosos. E é verdade, são.
Mas, do meio da bruma, num corcel negro ( e verde em cima, com uma cena com luzes a dizer "1" ) , surge o Paulo. O Paulo, assim que pára no primeiro semáforo, levanta orgulhoso o calhamaço "Direito Constitucional", revelando que vai saber se entrou no curso um dia destes, e como tem caimbras na mão de fazer resumos do calhamaço todas as noites. "Custa menos a ler que um Tolstoi, este ainda só tem umas 600 páginas." diz ele.
A meio da viagem, diz-me que tem uma Nikon zê pê tê doze trinta e dois com uma vinte e oito oitenta e uma cem quinhentos. - Eu cá tenho uma Pentax K1000, com uma 28-80, e uma 80-300 - e que agora já não tem muito tempo, mas ainda fotografa em analógico, digital é tanga, e vai à loja fazer digitalização dos negativos quando precisa. ( pré-historia perante os meus olhos ). Paga a tarifa, ficamos a discutir especificações técnicas sobre máquinas mais um bocado. Chatice, lá tive de acabar com a conversa.

sábado, novembro 01, 2008

A idade é lixada.

Estou sinceramente a ficar velho: não só não consigo perder o hábito de usar advérbios indiscriminadamente, como as palmilhas magnéticas já não me ajudam com a espondilose, como acho que a juventude está perdida ( o que é bem mais grave do que a cena com os advérbios, apesar da cena com os advérbios ser bué irritante ). Estava a tentar ter uma conversa séria e sentam-se 4 alminhas na minha mesa. Eles, cabelinhos colados à cabeça, elas, lourinhas e lenço-palestiniano-às-cores. A partir desse momento e até me levantar ( 7 minutos depois ), não consegui mais articular uma frase com sentido.

-"beeeem, não me tás a ver a cena, caralho" - ela, completamente pedrada.
-"o que, o que é foi ?"
-"Então aqueles gajos iam-me fazer entrar no cinema sem ter fumado uma ganza??" - Senhor, ajudai-me a perceber o que vai nestas cabeças.
-"eeeeh que cena, como é que fizeste? isso é bué mau!"
-"eeeeh não tás a ver, meu. Tava a lá o Bernardo já a stressar, ele todo bué e tal!"
-"bem, vou gregar." - entra em cena a amiga.
-"Ya ele quando começa nessas cenas, foda-se... não curto nada a onda dele, pá. Palhaço do caralho, ainda a semana passada saimos e foi a mesma coisa"
-"ya ya nem te conto, é cada cenaça! Ontem vi a Mariana com ele, é muita estupida, men!!"
-"fónix, podes crer. ela e a Bé, é a mesma cena."
-"eeeh, mas vais gregar?"

Nunca vi conversar-se tanto tempo sem dizer nada e fiquei esclarecido, os moranguitos EXISTEM, afinal os diálogos na TVI até são quase reais. Falta-lhes asneiredo.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Jantar a meio da semana, versão telegráfica

Jantar ao pé do Bairro. Amigos e amigos de amigos à mesa. Depois de um dia de trabalho já animado, estava à espera de comer e beber um copo para acalmar. Tinto a ajudar, contam-se histórias ao despique. Alguns risos. Uma piada macabra para abrir, muita conversa parva, como sempre.

A meio, o mais caladinho à mesa, magro, calmo, género geek, começa:

"Bom, já há uns tempos..." - estávamos à espera de um relato qualquer para se introduzir ao grupo, qualquer coisa leve. Continua:

"... há uns tempos, fui a uma discoteca aí, com um amigo, e engatámos duas miúdas. Levei-a para casa, lá começamos e tal. Mas ela era um homem."
Começa o bombardeamento, depois de aberta a polémica "mas como não distinguir um homem de uma mulher senão pela presença de uma gaita":
-"Mas, não dava pra notar, pá?"
-"epá, até tinha fio dental e tudo!" - ( vêm os perigos da depilação masculina? é o caos).
-Mas, e como é que arruma tudo num fio dental? numa miuda já é à conta..."
-"pá, amarram atrás. Mesmo."
-"bolas, mas como é que andam aos beijos e não notam?"
-"houve lá um bocado em que pensei "tenho a barba a arranhar, pá... mas.. só pode ser a minha.. Estranho"."
-"Mas como é que soubeste afinal?"
-"eh, meti a mão... E assustei-me!!"
-"E ela? ..ele. ela?"
-"só disse "ôh minino, sabia não??"

Já imaginavamos as cenas pós-revelação - banhos de chuveiro de 5 horas, boca lavada com sabonete e pedra pomes - num grande filme de trágicas cenas, quando sabemos afinal que tudo acabou calmamente, os dois deitados, a fumar um cigarrinho e a partilhar fotos de amigas transformistas.

dica: desconfiem de mulheres com barba e a cheirar a Denim.

domingo, outubro 26, 2008

Que se faça saber

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro!


Mário de Sá Carneiro

a recordar outros tempos, tempos pesados.

Fusos trocados

Socos na tromba, gritos de bêbados manhosos. Porteiros mascarados de D'artagnan, anãs dançarinas, Dj's a dormir.

sexta-feira, outubro 24, 2008

The whole


"I spoke about wings
You just flew
I wondered, I guessed and I tried
You just knew
I sighed
And you swooned
I saw the crescent
You saw the whole of the moon
The whole of the moon"


Aqui no trabalho, à sexta é dia de oitentas. Youtubes, Youtubes e mais youtubes de seguida.

quarta-feira, outubro 22, 2008

O taxista em 3 actos - Acto III

A atravessar a cidade com tempo, taxi não dá mais de 60, firma-se a amizade. Trata-me por "amigo", partilha as emoções mais fortes e intimas:

-"Sabe, tenho aí um arranjinho com uma mulher casada. Há 15 anos."
Oh boy, 15 anos. Fosga-se.
-"15 anos... isso é um bocado."
-"Damo-nos bem. Veja lá, não se pode confiar em ninguém. Um dia destes, deu com papel no bolso do casaco do marido, não é que o cabrão tinha uma lista de telefones de meninas??"
o meu cérebro entrou em ponto morto, com esta.
-"eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeh...."
-"Eu já a tinha avisado. "Podes confiar em mim, agora esse gajo..." Depois dizem que há doenças!" indignado, o Sr. Manel. sabe que este mundo 'tá perdido.
-"Tem razão, as casadas são as piores."
-"Pois são, pois são."
Pago 2.5 euros de bandeirada, 5 euros de entretenimento, saio.
-"Então até à próxima, amigo."
-"Até à proxima, sim."

Fim do 3º acto, cai o pano. fim.

terça-feira, outubro 21, 2008

O taxista em 3 actos - Acto II

Chove, o táxi segue o caminho. Depois de me ter confiado o segredo da eterna felicidade tuga, O taxista sabe que pode confiar em mim. Afinal, ri-me a bom rir, acenei afirmativamente a tudo o que ele disse... É altura de subir um degrau na relação:

-"Daqui a bocado acaba o serviço, vou ali a uma casa de meninas, fora de Lisboa. Uma casa, são umas 40, aquilo tem montes de quartos atrás."

Às mulheres: sim, todos os taxistas - até aquele com cara de avôzinho simpático com fotos dos netos no tablier, com a Nossa-Senhora e tudo - mudam automaticamente para o modo-conversa-de-putas quando apanham um homem como passageiro. Todos.

-"30 Euros. Não é um granda preço?" Aqui, não consegui deixar de fazer cara de urso. Dei por mim de olhar esgaseado, por largos momentos, a vaguear no abstracto. Procurei mesmo responder logicamente a esta pergunta. Seria retórica? Mea culpa, não consegui avaliar se 30 euros é muito ou pouco, porque entretanto ele insistiu " é, é uma pechincha, bolas. Já fui aí a sítios bem mais caros." Pronto, lá concordei. Segue-se longa descrição das capacidades motoras das atletas da casa. Ufa.

A concretizar, a habitual manobra de certificação de qualidade: há sempre, sempre, sempre, em todas as histórias de bordel, uma celebridade qualquer que frequenta o dito, atestando isto-é-um-bordel-do-melhor-não-tem-mal-nenhum.

O taxista em 3 actos - Acto I

Apanho o taxi, já noite, a chover.
"Boa noite, é para onde?" - digo-lhe o sítio do costume, lá falha na piada costumeira sobre o cemitério. Boa.
-"Afinal sempre há dinheiro. Basta haver chuva, já se apanham taxis."
Lá concordo, acrescentando muito sabiamente que há mais tolerância à chuva se estivermos for próximos do fim do mês.
-"Lá isso o amigo tem razão..."
Claro. Eu até adoro dizer clichés...
-"Sabe, eu cá deixei de procurar dinheiro. Quando o dinheiro quer vir ter connosco, ele vem. Não vale a pena lutar, o destino encarrega-se de tudo."

Fiquei meio sem jeito. Pensei ter encontrado um ser espiritual, cheio de aceitação e resignação perante as agruras da vida, capaz de meditação transcendental a fazer o pino durante 21 dias de seguida, um iluminado. Descreveu então como era o dia-a-dia no seu trabalho... Chegava bem cedo, ia ver os emails ( achei positivo, perante um cinquentão de bigode e de blusao de napa castanho ) , que tinha um amigo porreiro que lhe enviava uns mails "com gajas boas" ( pronto, lá se foi a cultura ) , tomava um café, lia o 24 Horas, ia ao blog do clube dele ver as novidades e nisto fazia-se meio dia e meia, meio dia e meia é uma, uma é almoço, almoço é à pála. Partilha que depois de almoço lá lhe dava a soneira, dormia um pouquito e depois lá ia à casa de banho acabar de ler a secção económica do 24 Horas (obrigado pela partilha, Sr. Manel ). Eventualmente, lá para as 5 da tarde, avaliaria se valeria ou não a pena acabar o trabalho que tinha para o dia, ou se passava para o dia seguinte.
Ouvem-se vozes celestiais, é o paraíso português. Fim do acto I.

segunda-feira, outubro 20, 2008

sábado, outubro 18, 2008

Olha, ele chove.

A passar por Sete-Rios, antes das notícias do dia, ouviam-se os desabafos da senhora do banco de trás, carregada de sacos de plástico, a denunciar os óbvios culpados da quantidade de água na rua, os Almeidas. Essa corja de preguiçosos, que andam só a passear a vassoura pela cidade, que desentupir sargetas tá de purga. Infelizmente, ninguém fazia um sinal de aprovação, pelo que a senhora repetia a sua certeza uma e outra vez. Ouviam-se os telemóveis do pessoal xunga, com as músicas em alta-voz, sempre ausentes dos tops da televisão, mas sempre conhecidas dessa longinqua maioria. A avó marialva, voz de baritono, metia o neto na ordem, que apesar do ar rufia e das madeixas, piercings e boné teso no alto da cabeça, continua a ser só um puto de 13 anos. Palhaço.
E continuava a chover como o raio.

Perdido no éter

Há umas semanas atrás, não conseguir fechar a matraca, falei disto a toda a gente. Fui convidado para o Quarto Escuro, programa de música alternativa, onde dei uns bitaites sobre a minha amada net. O Bernardo teve o desplante de me deixar matraquear, gravar, e lançar a minha melosa voz na infinitude do universo. Muchas gracias. Agora online,

O programa em mp3, no blog do Quarto Escuro.

p.s. Aquilo sou eu na foto, a fazer de conta que tou a fazer alguma coisa.
( António Sérgio, o que eu digo ainda se percebe MENOS do que tu. Roi-te. )

quinta-feira, outubro 09, 2008

Always look at the b'ight side of life

Eu e o colega de trabalho gago vamos à casa das sandes, para despachar. Não há tempo para tascos escondidos no bairro.
Ele cheio de pressa e com um talão de desconto, vai afiambrar-se à sandes mais cara, já avisa, a meter-se à frente... E eu a pensar numa de frango...

"boa tarde, o que é que deseja?"
"b-b-boa tarde. É uma sandes de p'esunto."
"desculpe?"
"é p'esunto."
"desculpe, nao estou a perceber..."
"u-uma sandes de P'EsunTO!"
"desculpe, não estou mesmo a perceber.... ( pausa) ahhhh, presunto!!" - depois disto, era minha vez.
"e o senhor, o que vai ser?"
"eeeh.. eu é de atum..."

quarta-feira, outubro 08, 2008

Satori

"A experiência directa de realização da Mente, da obliteração do ego, a experiência do viver, do Eu na sua forma sagrada. Satori demonstra além de qualquer dúvida que nós somos parte da essência divina, que Deus e nós somos um só."

in wiki

segunda-feira, outubro 06, 2008

Depilação

Pois, em geral é tema de blogs de gajas. Eu sei. Caguem nisso.
Afinal, entre tanta treta, esta é uma que já é incontornável. Tenho de expor o terror que se espalha, antes que seja tarde, e não consiga encontrar pessoas sãs. Quando aparece gente conhecida a aderir, ficamos sem perceber onde isto irá parar...

-"Fosga-se, o que é que fizeste?"
-"ah, meti creme depilatório. 4 minutos, já tá."
-"Senhor, não vou dormir hoje. Que visão dos infernos, essa barriga. Vá, desbronca-te: "elas gostam", não é?"
-"Claro, fico mais bonito. Há mais algum motivo para fazer isto?"


Pronto, ok. O certo é que há. Há anos, um amigo meu fez o mesmo ( e quando digo um-amigo-meu é mesmo um amigo meu, porque eu sou imberbe, é sabido. ) , porque a namorada se queixava de cócegas. Esse foi mais radical, foi de gilette.

Tanto num caso como noutro, asseguro: parecem frangos depenados, não é uma visão bonita. Já depenei frangos e a única diferença é o cheiro. Os frangos não cheiram a Aqua Velva nem a Old Spice.

Agora eu, que não percebo muito de pêlos, pergunto: e a comichão dos pêlos a crescer, senhor? Não é pior a emenda que o soneto?


disclaimer: este post é preconceituoso.

E é a ... MAMAMARATONA!

Já vai na oitava?? E nunca ouvi falar? Onde é que me inscrevo? Onde? Quando?

...Eh. Ah, é uma piada. Com "meia maratona". Ah. chalaça, pois. É só uma meia maratona, mesmo. Vão lá, pronto. Wu wu, correr. wu. Não faz lembrar títulos de filmes porno? Este tipo de chalaça não devia estar reservada para esse mundo? Não se brinca com mamas. Estamos afinal, a falar de coisas sérias. É falta de gosto.

domingo, outubro 05, 2008

Catacumbas II

No Rossio, alguns metros abaixo do nível da rua, há caves a fazer lembrar reservatórios de água pombalinos, que escondem noites de anos 60, a rigor. Groupies dos Beatles, de casacos militares azuis , sapatos de tacão e lenço ao pescoço, convivem com Teddy Boys de couro e patilhas, Flausinas de óculos em bico e mulheres tatuadas à freakshow. Quem diria que Lisboa tem uma vida de anos 60 nos dias de hoje?


Note to self: Comprar um casaco de bombazine amarela.

terça-feira, setembro 30, 2008

Branding

Provando que os extremos se tocam, mesmo que seja só por plágio ou falta de jeito... Eis que o PNR lança mais um dos seus pitorescos outdoors ( não vou fazer publicidade nem linkar a essa merda, perdoem a falta de cortesia ) , onde esta ovelhita cheia de rancor é a personagem principal. Vamos comparar, sim? branca ( claro ) a ovelhita da esquerda é a do PNR. A da direita, preta ( e gay, se calhar ) é a do PSR. Baralhem e voltem a dar, se eu fosse ao PSR pedia a minha ovelhita branca de volta ao PNR. Eles já a usam desde 1991....

domingo, setembro 28, 2008

Catacumbas

Metal. Strob.
Som indescritível de mau e alto.
Musica Industrial a metro, da pior.
E logo à entrada, gajo barrigudo de camisola de licra às riscas horizontais. Nazi. Logo a seguir, gajo gigante, careca, tatuagem de caveira no topo da cabeça, género kippa. Nazi também. Mais umas réplicas de Eldritch's, com a teatralidade a combinar: basicamente namoram com a bola de espelhos, feitos traça, 2 à frente, 3 atrás. Metem as mãozinhas trémulas a apoiar a cara, de olhos fechados a ver-se o guyliner.
Mas afinal o alinhamento da noite não era para eles. Começam a ouvir-se musicas de há 10, 15 anos. Quando ainda tinhamos guedelhas compridas, estudávamos pouco e levávamos walkmans para as aulas, e as cassetes eram rebobinadas com uma Bic preta, para poupar pilha (se a Bic fosse azul também dava, mas os desenhos não ficavam tão bem) . O pessoal mais novo, ainda a respeitar o visual, ainda guedelhudo, delira: põe a mão na coxa, em posição de desafio, e desata a agitar aquela trunfa gigante. No meio de todo aquele caos, de repente, há aquele cheiro intenso a Organics no ar... E é aqui que se vê a diferença entre gerações...

sábado, setembro 27, 2008

Percepção distorcida

facto: Noite, estou eu em casa, ouço um estrondo na rua. Berros. Um carro acabado de capotar, depois de ter batido num carro estacionado. Os proverbiais mirones, às dezenas. No carro, aparentemente, nada de grave, pelos movimentos. Chega a ambulância, chegam os bombeiros, chega a policia. a historia conclui-se: o condutor do carro está estável, bem, irá na maca até ao hospital apenas por segurança, mas não enquanto a sua mulher não voltar a consciência, depois de ter desmaiado quando viu o carro capotado, com o marido já ca fora, de pé, consciente.
Agora... é aqui que começo, como sempre, a ver Monthy Pythons em todo o lado. É que estes senhores deram-me cabo do miolo quando era pequeno. Nunca mais consegui ver nada de real sem simultaneamente ver um lado surreal. Quem gosta de Monty Python, sabe do falo. Nudge nudge:

Um gajo vai muito bem na estrada, dá uma guinada e bate num carro parado. Capota. Está há 10 minutos virado de cabeça pra baixo, com 20 mirones a apontarem-lhe lanternas à cara:
-"Foda-se, estou bem, ajudem-me a sair, porra. Já me basta o azar, trampa."
-"Não podemos, só os bombeiros ou os enfermeiros. O senhor até pode ter a coluna partida."
-"Partida? tou bem!!! Já tive entorces a dormir que me doeram mais!"
-"Deixe-se estar. O pessoal do desencarceramento já aí vem. Vão cortar a porta para o poder tirar."
-"Mas a porta abre. É só abrir o trinco, óh."
os paramédicos chegam, tiram-no do carro, ele sacode as calças, apruma-se.
-"bom, tou pronto pra ir pra casa, não é preciso mais nada, pá. Tou bem, graças a Deus."
-"olhe, o Sr. Martins está bem, mas temos de o imobilizar na maca, é o protocolo." Já imobilizado com 2 blocos de esferovite azul nas orelhas, amarrado à maca, dentro da ambulância, chega a mulher.
-"Olhe, a sua mulher já aí vem."
-"Ainda bem, ela vai ver como isto tudo não é preciso. Anda cá mulher! 'Tou aqui dentro!"
-"Bem, Sr. Martins... A sua mulher desmaiou. Foi quando viu o carro capotado..."
-"Oh que porra, e agora? tirem-me daqui, deixem-me ir falar com ela."
-"Deixe-se estar descansado. Já lá estão os 2 paramédicos, mais 3 policias e 12 bombeiros a ver como ela está. O condutor da ambulância está a fazer-lhe respiração boca-a-boca. É estagiário o gajo, está a aprender agora. O gajo faz-se."
-"então e eu?"
-"Não seja sôfrego, Sr. Martins. Assim que a sua esposa acordar, vamos levá-lo ao Sta Maria. Já viu, vai p'rá triagem com uma pulseira amarela, viu a sorte que teve?"

sexta-feira, setembro 26, 2008

Obrigado, Sócrates.

Foi impressão minha, ou ouvi no autocarro uma senhora com mais de 70 anos a dizer que no tempo-do-salazar é que NÃO era bom? deve tar um burro pra morrer.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Neo Fascismo

Os homens da casa foram fazer o jantar. porquê? porque caíram na hipnose colectiva da bimby, naqueles botoes redondinhos, as luzinhas, os bips, os acessórios. O aparato tecnológico-progressista da Bimby esconde e ilude: no fundo, é a maquina mais reaccionária e retrograda jamais construida. Prende as mulheres à cozinha, prende as avós à cozinha, prende o cão à cozinha, prende os homens à cozinha, obriga-nos a comer coisas saudáveis, a lavar um copo gigante 12 vezes ao dia e a seguir um livro de receitas religiosamente como a uma bíblia. E bem a propósito, trás um salazar-versão-2001-odisseia-no-espaço, todo bizarro. E útil. merda.

Nota: O facto de ter umas laminas brutais e um motor de moto-serra a bombar 7000 rpm dentro do copo meteram-me a pensar numa coisa: já alguém experimentou meter lá uma sapateira inteira ( ou um frango, ou um chispe, tanto faz ) e meter 1 minuto no programa 10, a 60 graus ? é que queria ver o resultado.

terça-feira, setembro 23, 2008

Dança das cadeiras

Se eu durmo em casa do tio Lourenço, é só porque até domingo o quarto da irmã do Manel ia estar ocupado. Ela até sairia mais cedo, não fosse a Isabel estar em casa dela, a passar o fim de semana. Claro que ela podia ir para casa dela, mas estava a gostar da mudança de ares. Sábado lá tive de mudar de instalações, porque entretanto o sofá onde habitualmente dorme o Jack, o cão do Heitor, teve de ser emprestado à Beatriz, visita irmã do Manel, mas só até ao meio-dia de domingo, altura em que a Fátima, prima da Isabel, voltava de uma estada na casa dos primos de Benfica. Só a Luísa, prima do Jack, não teve de se mudar. Dormiu no tapete. Emprestado.

segunda-feira, setembro 22, 2008

E de repente

Ei-lo. O Vazio.

Outono é quando um homem quiser

Dias de sol a acabar em nuvens carregadas, ventos prometidos que teimaram em não ajudar a levar-nos arrastados por papagaios de 3 metros. Mas não se perdeu nada: Banhos num mar escuro e quente, a chover torrencialmente. Lindo, nadar à chuva.
De volta a casa, num carro a arriscar estofos encharcados, descobre-se que afinal até dá jeito ter toalhas e roupa extra depois de um mergulho... Mas como é sabido, a mística está no improviso.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Tempos errados

Tempos ingratos.

Sempre ausente



(...) diz-me que loucura é essa
que te veste de fantasia
diz-me que te liberta
de vida vazia

diz-me que distância é essa
que levas no teu olhar
que ânsia e que pressa
que queres alcançar (...)

terça-feira, setembro 09, 2008

Cifra

O meu Pai trabalhava na F.A., no COFA, na secção de cifra, num bunker a cheirar a ar condicionado e ao chão de cortiça, onde dezenas de telexes em fila, encontados à parede, recebiam quilómetros de papel de códigos alfanuméricos por decifrar, que eram passados para quilómetros de fitas picotadas para arquivamento. O barulho que saía deste escritório era qualquer coisa de mágico. bips, margaridas das máquinas de escrever eléctricas a bater, as fitas a serem lidas, o ruido de fundo dos telexes gigantes, género spectrum em continuo. Ficção cientifica.

Os posts cripticos têm razão de ser.

E haviam uns tubos aspiradores, mágicos também, que enviavam canudos com mensagens para secções diferentes do edificio. De tempos a tempos, lá em cima recebiam desenhos feitos numa máquina de escrever antiga.

Obama craze

Adoro hype. Adoro como ele é facilmente criado pelos media. Adoro como se pode criar uma anti-imagem, de modo a que pareça que se tem uma opinião original e inédita. Adoro como o dito pessoal de esquerda europeu ( não há pessoal de esquerda americano, se for a ver bem... ), dá gritinhos nervosos de excitação quando se fala neste senhor. Às vezes, parece que nem é um politico em campanha. Lembrem-se disso quando ele ordenar bombardeamentos em cidades iranianas. Ou iraquianas. Ou [ inserir nome de país com interesse economico ]. ( Caso vença. Caso vença..... )


Disclaimer sobre a ilustração acima: Qualquer semelhança com o caneiro de alcantara é pura coincidencia.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Apelo

Não sei se estão lembrados ou mesmo se sabem, mas tempos houve em que este blog se recheava e adornava de coisas perdidas e achadas. Andava cabisbaixo porventura, e via o chão bem rente. Olhando o céu de Verão em contra-picado, é dificil encontrar alguma coisa que não um torcicolo ou um pingo de ar-condicionado num olho. Assim sendo, deixo aqui o apelo. Achados, perdidos e bizarros: scanem, fotografem, fotocopiem, desenhem, escrevam. Enviem para este e-mail. Qualquer coisa, qualquer pedaço de história alheia. Que é disso que trato aqui.

Mille grazie.

domingo, setembro 07, 2008

Retro-Future

Madonna meets Marilyn Manson. Flashdance meets Cramps. New order meets NIN. Fame meets the Adams family.

Velha glória da noite, reciclada. Festa "80's retro-futurism".
Demasiado fumo e lasers para lembrar tudo, fica como figura da noite a mulher vestida de aluna de dança género Fame, maiot verde lima, tótós com bolinhas de plástico às cores, no resto de cabelo no topo da cabeça, rapada punk-style. botas gigantes de plataformas, sempre obrigatórias. Piercings e tatuagens muitos.

sexta-feira, setembro 05, 2008

Ó Tempo, volta para trás

Ora bem.... Quando eu saí de casa, de manhã, era Verão. Agora, que é noite, é Inverno. E o menino, que saiu à fresca de casa, vai apanhar uma molha descomunal. E esta merda só dá vontade de dizer asneiras!

Mais um dia.



Porque sim.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Maré vazia

Rua de cheiro pestilento a peixe, de cheiro a maresia, jactos de água a varrer os paralelos no meio dos rasgos no alcatrão frente a lojas de cabazes de Natal e de marisqueiras vazias. Lá, no segundo andar, contam-se histórias da Idade Média, cheias de dragões, objectos de tortura e sacrifícios humanos. E evita-se o gajo com cara de freak.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Hellboy 2

Vão ver. Mandatório.

edit -> Descubro entretanto um facto chocante. A personagem mais dark-goth do filme,"Prince Nuada Silverlance", é interpretada por um destes senhores, o mais tenebroso duo dos anos 80. É o melhor comeback desde o Mark Wahlberg.

Vindaloo

Ali pela ajuda, encontro um restaurante indiano quase feito como uma gruta escura e recôndita, onde me lembrei "'bora la experimentar um prato diferente, tou sempre no chicken-tika-massala, para não errar. "vindaloo" soou bem. é curto, não há forma de falhar a pronuncia e melhor que tudo, não tem um R no meio.

Big mistake, mister.

Vindaloo é, para minha surpresa, utilizado como combustível para Chaimites, Cacilheiros e no vaivém Atlantis. Pena só ter descoberto depois da 3ª garfada.

sexta-feira, agosto 29, 2008

Bad Casting


Não é que vá seguir a novela "Rebelde Way" ... Mas fascina-me o Casting em Portugal. Porque temos poucos actores, ou porque são chamados sempre os mesmos, os castings por cá devem ser um pesadelo, tão difícil é a escolha.
"Precisa-se protagonista para novela igual aos morangos com açucar." - devem ter aparecido 3 gajos.
Senão vejamos: Alguém me explica como é que uma criatura com uma cara destas pode ser "rebelde"? Dá-me ideia que ele ainda não sabe amarrar os sapatos sozinho. Com este olhar perspicaz e vivaço? Deve levar cabazadas de calduços na escola. O Manuel Luis Goucha tem mais cara de rebelde que este otário imberbe.
Os miudos vão ficar confusos, bolas. Andou o Jung a dissertar sobre arquétipos para serem postos em causa por uma novela.

Olha, mais um mau casting gigantesco.

Dia curto em frases curtas

Coca-colas old-school. Postais. Livros. Cervejas e cafés. Músicas. Tertúlias em volta. Tostas Primas. Chão de xadrês. Dj's curiosos. Caves escuras e danças estranhas.
Roubos.
Abalroamentos brutais.
Olhos de cores por dizer.

Destruam-se familias, sempre.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Bloco

Há minutos atrás, o Bloco adicionou-me como contacto numa rede social online ( são modernos, eles) . Até acertaram.
Há muitos anos atrás, tinha este fetiche pelo PSR. Era pequenino, andava numa escola de artes, ( não era artista, porém ) 90% do pessoal vestia-se de preto e usava um keffieh ao pescoço, portanto fazia sentido. Mesmo nesta altura, o PSR não era opção ( PC era o partido mais influente entre o pessoal mais activo politicamente ) para muita gente. Isto é, deviamos ser uns 14 ou 15 a ser do contra. Entretanto, o PSR faleceu e deu lugar ao Bloco. Perdeu um bocado a mística: a ideia era poder votar contra, e nunca num projecto com viabilidade. Merda. Perdeu-se muito, com a ideia de que realmente o Bloco podia influenciar o rumo desta pequena jangada. Votei em branco. E desde que assisto a um acordo entre José Sá Fernandes e a Camara de Lisboa, bardamerda p'ró Bloco. Entretanto, no flickr, lá me lembrei da unica razão para não cortar radicalmente com o bloco. Há tempos, até teria duas.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Este taxi

Esse taxi que vai da Avenida de Roma à Praça de Espanha, tem um leve travo a sandes de chouriço com alface e maionese no ar...

domingo, agosto 24, 2008

As noites passadas



(...) Chegado ao mar-alto abriu-se em dois o mundo (...)

Sérgio Godinho, "a noite passada".

Minimalismo versus Descalabro

Jantar à grande. Pratos na tradição da melhor aute-cuisine francesa seguidos de pratos de mixórdia indescritível, na tradição de besta inclassificável. Gastrossexualidade no seu apogeu.

sábado, agosto 23, 2008

À traição

Atacado pelas costas numa cena de western: atirado pela janela do saloon, aterro lá fora, coberto de vidros e vinho barato. Depois de recuperar, levanto-me e volto para dentro.

Na verdade, apanhei com um quadro na cabeça, que caiu da parede, directo em cima de mim, quando me preparava para beber um Porto. É mais fixe imaginar o western e pensar que atravessar um vidro com a cabeça é cool e não é assim tão dramático, mas que afinal até é simpático usar substitutos...

sexta-feira, agosto 22, 2008

Eis uma curva no caminho


Aproxima-se. Seguida de declive acentuado com lombas com atravessamento de animais, perigo de desmoronamento à saída do tunel perto da passagem de nível sem guarda.

Passagem de nível? chamem a TVI.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Shiu!

Luzes às cores, fotos de 2001, muita conversa e muitos silêncios. Hipóteses, teorias e memórias. Cães de colar isabelino que comem caixas de comprimidos, em desespero de causa.

quarta-feira, agosto 20, 2008

Desenhar


Num intervalo....
Já não parava para desenhar há uns tempos. O Piemaker veio lembrar-me do gozo que dá desenhar. Vão ver.

Liguem os motores..... TAXI!

Mercedes beige. 300000 km de uso. Nossa Senhora no tablier. Média de 140, curvas em travão de mão, ultrapassagens em rotundas. A costumeira gabarolice. A azelhice nata de quem não conduz um taxi e o chico-espertismo de sempre. Bemvindos ao GP-LX das 4 da matina.

terça-feira, agosto 19, 2008

Estou senil.

é só um aviso.. ah foda-se. Já avisei antes.

Estou senil.

É só um aviso.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Está confirmado.

Sou o centro do mundo. É oficial. Nem vou começar a lenga-lenga "Cientistas norte-americanos descobriram que...". Fico por aqui. Vocês até sabem que é verdade.

Desculpem-me mas vou continuar a limpar as bolinhas de cotão que às vezes encontro no centro do mundo. No time to loose. Toulose.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Soy el Ladron del Amor

É o titulo de post mais ridiculo que já me lembrei. Juro que ouvi alguém cantar isto, no entanto.

Noite de festa, de jantarada num restaurante coberto de gravatas e de copos. De conversas sobre Flash falhadas, de revisitações a bandas sonoras pesadas e obscuras. De comer uma bela açorda de marisco.
De ( ui ) ir ouvir Salsa e Kizomba.



Salsa e Kizomba. Tenho de repetir, para ver se está certo.
Danças a pares, é um mundo estranho, ainda estou a tentar encaixar...

Salsa: É sabido como as mulheres gostam disto. Eu vivo na ideia que é meritório da parte delas, especialmente quando os homens que entram na dança não gostam de mulheres. Ironia do destino.

Kizomba: É sabido como as mulheres gostam disto. Eu vivo na ideia que é meritório da parte delas, especialmente quando os homens que entram na dança nem vão lá para dançar. Ironia do destino.


Vão ao LUX, pá. É mais facil e está escuro, ninguém vê quem o pisou.

disclaimer: as opiniões expressas neste post contêm preconceitos. Se não tivessem, não tinha escrito nada hoje.

sábado, agosto 09, 2008

Jogos olímpicos Suck

Devo dizer que sempre segui os jogos olímpicos tão religiosamente como sigo o futebol. Talvez um pouco mais até... Mas esta edição revela-se demasiado cínica para ter a minha atenção.

Deixa-me Rir

Deixa-me rir
Essa história não é tua
Falas da festa, do Sol e do prazer
Mas nunca aceitaste o convite
Tens medo de te dar
E não é teu o que queres vender

Deixa-me rir
Tu nunca lambeste uma lágrima
Desconheces os cambiantes do seu sabor
Nunca seguiste a sua pista
Do regaço à nascente
Não me venhas falar de amor

Pois é , pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor
O que vai dizer Segunda-Feira

Deixa-me rir
Tu nunca auscultaste esse engenho
De que que falas com tanto apreço
Esse curioso alambique
Onde são destilados
Noite e dia o choro e o riso

Deixa-me rir
Ou então deixa-me entrar em ti
Ser o teu mestre só por um instante
Iluminar o teu refúgio
Aquecer-te essas mãos
Rasgar-te a máscara sufocante

Pois é, pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor
O que vai dizer Segunda-Feira

J.P. És um chato, pá. Tens uma letra para tudo.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Dias e dias, noites e noites

Um hotel a inaugurar, onde ainda penduram as letras de metal na fachada. Onde só há água fervente. Fria não, tépida idem, morna ibidem. Só fervente. Onde metade da tralha dentro do quarto ainda está embrulhada em plásticos, e tudo cheira a tinta fresca. Felizmente, desconstroi-se tudo à medida.

Noites e noites em busca de Mojitos. Não há hortelã em Albufeira, aviso aqui. Caso visitem esta cidade, levem a vossa própria hortelã. Melhor: levem a mais, vendam. É um negócio da China.
Procurem também uma esplanada à altura para a beber. Qualquer bar mal seleccionado, e serão torturados por um barman deprimente, habilitado em humor de taxista. Não se deixem abater. Usem humor negro, blásfemo e gráfico. Resultado: Esplanadas repletas de famílias destruidas.

Dias de praia, esplanada e piscina. A tona de água como um mesa de café, onde as conversas fluem. Horas e horas a navegar. Descobertas.

Sol a queimar, rotundas às centenas, cobertas de minhocas de ferros e relógios de plástico. Bifes e Amys aos milhares, bares forrados a neons e espelhos. Animadores deprimentes e cocktails azuis com sombrinhas.
Estive em Albufeira.

sábado, agosto 02, 2008

Curva final

É descrendo que se faz a ultima curva antes da saída da Cidade. Fala-se muito. Olha-se a cidade do patamar da escada, contam-se degraus e fazem-se contas. Fecham-se acordos. Abrem-se maços frescos, crava-se lume. Sobe-se a rua a olhar para trás, sempre. De cima, a rua parece ser mais longa, até engana.
E de luto, aqui vou eu. Alegre e contente.

Fala-se muito.

Night out



Roisin Murphy. Fuckin genius.

sexta-feira, agosto 01, 2008

Pausa.

Não vão notar na frequência de Posts, mas vou estar fora.

quarta-feira, julho 30, 2008

Às volta com o macaco

Ando a tentar mudar um pneu, com o carro em andamento, mas estando ainda o pneu cheio. Ajuda, please.

Perdido pela cidade

Perdido do Bairro Azul à Ajuda dos quartéis, passando pela Alcântara da cervejaria do tremoço e do neon, voltando a Benfica dos postais ilustrados fullcolor.

segunda-feira, julho 28, 2008

Jantar de Natal

Sim, em Julho. Se o Natal, diz-se, é quando um homem quiser, este jantar de Natal foi quando uma mulher quis. Dêem-se graças às bombocas e ao vinho do Porto. Tertulias à volta da mesa roída pelos cães, a descobrir vidas em comum, amigos antigos e a antever tudo o resto.

domingo, julho 27, 2008

Concerto.

Ligações entre autocarros em andamento, com pessoas que fazem de central telefónica e dedicam-se a isso a tempo inteiro. Não podem deixar ninguém escapar, toda a gente tem de aparecer ao concerto. Toda a gente vai jantar. Uns arranjaram desculpas, outros vão mascarados a casamentos queques, outros desapareceram. Fazem-se contas à vida e às superbocks, queimam-se os últimos cartuchos de parvoices à porta. Dá-se o nome para entrar, mesmo sabendo que não está na lista...
O André, distraido da vida, não reparou no filha-da-puta do Coelho. O Coelho, como é sabido, fez o que tinha a fazer, no chão, numa clareira de pessoas à volta. Atirou-o ao chão e abusou dele. Não o podiamos salvar, mas podemos vingá-lo. Ficou combinado: se apanhamos o Coelho dos M.A.U. a jeito, we're getting medieval on his ass.



E sim, este texto tem erros ortográficos. Pedimos desculpas pelo incómodo e todas as correcções serão devidamente aceites e agradecidas. We aim to please.

quarta-feira, julho 23, 2008

Nocturnos

Afinal, também se deixam ruas a meio.

terça-feira, julho 22, 2008

Perdido por Barcelona


Estive na terra dos freaks chiques que se rebolam no chão com garrafas de Stella Artois e Moritz, que andam de pasteleira pelos passeios, a caminho do Bairro Gótico, que vasculham as lojas fashion e os antiquários. Onde nos roubam a carteira com o propósito único de nos ficar com o preservativo, devolvendo a carteira passados 10 minutos de pânico absoluto e dita muita asneira gratuita. Onde se partilham as desventuras a um balcão de bar com guatemaltecos a caminho de Portugal, canadianos rendidos a espanholas, americanos em passagem e catalães desconfiados. Onde o Bairro Alto parece ter um irmão mais velho, maior e mais escuro, mas que se deita mais cedo. Onde as tapas se servem na explanada da Plaça Real, mas também na tasca do papagaio-à-porta, bem mais sombria. Onde se vive a todas as cores, todo o dia e toda a noite.

Como sempre, Lisboa está parada.

F.Y.I.

Não fiquei perdido por Barcelona. O avião não fugiu sem mim, poços de ar não engoliram o pássaro de ferro num vórtice, nem a aproximação à Portela acabou abrupta na 2ª Circular.
Estou só com dificuldades em meter uma semana enorme num post conciso.

domingo, julho 13, 2008

MSTRKRFT

partir rasgar saltar rasgar bombar saltar vibrar partir rasgar saltar rasgar bombar saltar vibrar partir rasgar saltar rasgar bombar saltar vibrar até os braços doerem, até as pernas dobrarem, até a cabeça rachar.
MSTRKRFT rula.

E o avião espera-me.

sexta-feira, julho 11, 2008

You know what you are - Ministry



...Don't try to reason
No words, no words
I've seen it all before
Don't cry because it is too late...

Já não ouvia disto há tempos. Vá-se lá saber porquê. Mas ouve-se. Alto.

Um breve intervalo

Este vosso cervo ( não é erro, é que gosto mesmo do bambi. É fofinho e querido, toda a gente chorou quando ele viu a mãe morta e sentiu aquele terror que só o senhor Disney poderia instalar nos nossos coraçõesinhos de 5 anos, e eu é assim género bambi, também. Digo eu. ) vai interromper estes momentos únicos de partilha, visto estar de partida para o país de nuestros hermanos. É curto. Não custa nada. São as duas frases que repito a mim mesmo há varios dias, tal é a dor das separações: da mãe pátria, este oásis de justiça e modernidade, e de vós, seres de rara sensibilidade que seguem religiosamente o que aqui vos escrevo ( sim, vocês os 7. espera, 8. ah, não.... era spam. Foda-se.).

quarta-feira, julho 09, 2008

Dos emigras

Do Alto de São João ao Técnico, pelas ruas dos emigrantes. As casas sem cortinas e de fio pendurado no tecto seguem-se umas às outras, paredes vazias. Mesas postas com toalhas de plástico tropicais, pacotes de batatas fritas, trios elétricos e frascos de salsichas do LIDL. Já é tarde, todas as cabines telefónicas estão ocupadas, têm de fazer contas ao fuso.

terça-feira, julho 08, 2008

domingo, julho 06, 2008

Chegar ao chão

Your sorry eyes, they cut through bone.
They make it hard to leave you alone.
Leave you here wearing your wounds
Waving your guns at somebody new.

Baby I'm a lost
Baby I'm a lost
Baby I'm a lost cause.

Theres too many people you used to know
They see you coming they see you go.
They know your secrets and you know theirs
This town is crazy, but nobody cares.

Baby I'm a lost
Baby I'm a lost
Baby I'm a lost cause.
I'm tired of fighting
I'm tired of fighting
Fighting for a lost cause

Theres a place where you are going
You aint never been before
Theres no one laughing at your back now
No one standing at your door
Is that what you thought love was for?

Baby I'm a lost
Baby I'm a lost
Baby I'm a lost cause
I'm tired of fighting
I'm tired of fighting
Fighting for a lost cause.

Beck, Lost Cause

Depois de noites de massas, ofertas e almofadas mal paradas, o descanso.

quinta-feira, julho 03, 2008

Serviço ao domicílio

Depois do passeio com a Siouxsie pelas Amoreiras da moda e da barraca descomunal que dá andar com uma celebridade num supermercado, onde é reconhecida por uma fã histérica que repete 12 vezes a mesma coisa e que não descola, o caminho é feito a descer para a Meia-Laranja, a descer até à Alcântara das cervejarias manhosas, e novamente a subir, à Ajuda, pacata dos gatos, tascas e café-de-bairro.
À noite o chauffeur lá foi levar-me a casa, com o frio a querer passar a malhinha nas costas e o sono a querer instalar-se.

Mais 3000 visitas, tau.

quarta-feira, julho 02, 2008

Diálogo para quatro

Cenário branco, branquinho, lavado. Janelas abertas para entrar ar e o que vier.

- "Não, prefiro o vinagre balsamico. HAahahah" - Gargalhada ecoa pelos - agora - 9 andares.

-"Shiu que a vizinha de cima é doida e a de baixo também e não podem ouvir nada senão começam com cenas amanhã assim que me apanharem na escada e depois não tenho paciência para as ouvir que são umas chatas do camandro e umas ressabiadas salazarentas que não podem ouvir um tipo rir-se e na ramboia que se metem logo na vida dos outros e o camandro"

-"Boas!"

Ouve-se de baixo, voz de ginete:
- "Lá está a lambesgoia do 4º esquerdo a fazer barulho outra vez!!!!!"


"Vinagre balsamico". ( Adereço de caracter estilistico utilizado só para indicar que algures a meio da peça, houve uma salada, e foi confeccionada por alguém com ensino superior, urbano e criativo.)

domingo, junho 29, 2008

Casinha dos sonhos

Plástico cor de laranja, cor de rosa, perninhas e bracinhos por todo o lado, olhinhos às dezenas. A casinha pin&pon, habitada por duendes de riso contagioso, está cheia de vida: O saleiro Tobias ( um malandro, disse a torradeira Gabriela, meio invejosa ), sempre agarrado à Clarice, pimenteiro da Bodum, vivem felizes no armário da cozinha. Vizinhos de cima da Cristina, escova dos pratos que vive em concubinato com o Alberto e o Joaquim, copos de gelado dados a confusões. Do bengaleiro pouco se sabe. É um tipo calado, o Platão. Nunca mais entro numa casa com mais vida que esta.

sábado, junho 28, 2008

Omelete

4 ovos, bacon, queijo ralado, sal, cabeça de burro e saber esperar. Afinal é simples.

sexta-feira, junho 27, 2008

Feedback

Como devem saber, este blog está quase a chegar às 4000 visitas diárias. É o culminar de alguns anos de trabalho, de afinações, e que finalmente começa a ter o reconhecimento que deve. Não sou eu que o digo.

Hoje, tive mais uma prova de reconhecimento, depois de saber que alguns posts estão parecidos com letras de "...musicas com a sara tavares e o nuno panel... er... guerreiro".
São os melhores leitores do mundo. Todos os 4000. Um grande, grande, Bem haja.

quinta-feira, junho 26, 2008

Sim

Faz sentido.

É só fazer um esforço.

terça-feira, junho 24, 2008

Domicílio I

Os devoradores de sofás ficam agitados como sempre, porra. A cafeteira borbulha. Os copos amontoam-se. Mas há sempre espaço para mais um. As cadeiras novas fazem contraste, ainda. Cheiram a pele sintética, ainda. Uma dia destes levam a primeira dentada e temos gritaria. E risos.
E é Verão na cidade.

segunda-feira, junho 23, 2008

Perninhas cortadas, crucificações, ganchos do talho


Que filme delicioso vi eu ontem. Estou a ficar pior, já nem me dão pesadelos.

domingo, junho 22, 2008

No cars go

Historias que se contam baixinho, ouvidos a trocarem a vez. Novidades. Esclarecimentos. Surpresas. Acordeonistas barulhentos que servem o ambiente, mas que não deixam ninguém ouvir-se. Bossa nova a metro, guitarra com som de lata. E o meu bife, a incomodar os cigarros da vizinha, o pulha.

sexta-feira, junho 20, 2008

A cidade deprimida

De Arroios à Estefânia, das ruas mascarradas das bagas das arvores, vai um caminho cheio de emigras descontentes, putos conflituosos de boné de pala chata, em grupos, duos e magotes. Descem a avenida de bandeira às costas, gritam "Portugal" com sotaque e sem convicção, voltam para os quartos alugados na residêncial com asseio e ambiente familiar. Nota-se que o tal jogo acabou. Andam todos meio perdidos. Os copos a mais foram desaguar na depressão, e afogar ainda mais as mágoas por um desgosto tão parvo só pode dar mau resultado. Andam pela rua, a esgotar as forças que tinham guardado para a festa prometida pelas televisões. Volta-se a falar do Sócrates, da gasolina, do preço da sardinha e da porca do 7º andar que deixa o cão mijar pelo ralo da varanda.

Encontados aos carros, descobrem a verdade sobre a selecção, o patriotismo, o Scolari. Mais uma vez, ainda não foi desta que o D. Sebastião voltou da bruma...

...E não posso deixar de confessar um certo e determinado gozo que isto me dá.... É só uma merda de um jogo, porra...

quinta-feira, junho 19, 2008

Contacto com o universo

Desce-se a Baixa sem saber quando se vai voltar a ela. O arraial do pessoal mais xunga possível estava cheio, por isso vai-se antes às caves com o cofre-forte atrás do balcão. É onde guardam a reserva especial e limitada de zurrapas que servem à mesa - eu também as trancava, mas deitava fora a chave - a camones desprevenidos.
Descobrem-se vizinhos e aldeias no topo dos prédios, à altura da vista. Há vizinhos. Exemplo de vizinho: O cão da vizinha de cima quis vir à festa de anos, soube das pataniscas à pála, dos vinhos e dos poufs e atirou-se pela varanda. Acho que caiu de maduro. Morto. Foi pena, até fazia companhia.
Fecha-se o episódio com um tango improvisado.

O fim do dia, esse, ninguém o sabe.

terça-feira, junho 17, 2008

Conversas fora de horas

Filmes de terror. zombies. Vómitos e chiliques. espasmos e macacos do nariz. salgadinhos, parece. Esplanadas, bancos de jardim molhado e miradouros. Policias municipais barrigudos e inaptos. Sonhos de casas novas. Lynch e a problemática associada fazem o resto ter sentido.

domingo, junho 15, 2008

Dos contrastes

Subir ao palco, branco e preto. Uma fogueira de vaidades. ( "cheia de brasas", inserir piadola ) Ver as bonecas, as Barbies. Ver. Analisar. Tentar entender como funciona um sítio onde as pessoas vão apenas dar-se a ver.
Sair daqui para o cantinho reles habitual, mas à grande. Chauffeur? nunca mais entro à borla, se nos vêem. A puta grita bem alto que aquilo anda cheio de betinhos do caralho, mas digo eu, nem por isso. Os critérios são outros, ela anda no Cais do Sodré.
Raia o dia com gente fascinada a dizer adeus do tejadilho da limousine do costume, de pé. Quando ainda ontem se tinha falado disso, de clichés de filmes, e essa figura tinha surgido. Dito e feito.

Podemos fazer do mundo um lugar melhor para viver, basta um dia toda a gente ter um carro com tecto de abrir.

sábado, junho 14, 2008

Até ao centro

A gorda dos dentes espaçados a rezar baixinho, rosário na mão. A mulher das ancas largas de calça apertada e plataformas, com os headphones e puto na mão. Os velhos a orientar os assentos de todos. A trintona desorientada que lê Paulo Coelho. O chaval irritante do boné king-size e da meia branca com a raquete por cima das calças, que tenta controlar tudo. O puto dos polegares musculados agarrado ao telemóvel.

quarta-feira, junho 11, 2008

De Portugal

Está o país parado, quando escrevo estas linhas. Mas não é da falta de gasolina. Escrevo isto enquanto há um jogo a decorrer. Da janela, vejo que praticamente não há carros, pessoas, cães ou fiscais da EMEL na rua.

sábado, junho 07, 2008

Dias de horror

Esperam-me dias de horror.
Sim, é o Euro 2008.

Vai começar hoje a hipnose colectiva que vai fazer esquecer aumentos na gasolina, pescadores em terra, portagens, o psd, o Sócrates, a Asae, o desemprego. E onde deviam haver bandeiras negras, vão estar bandeirinhas vermelhas e verdes da loja dos chineses.

ó inclemência.

quinta-feira, junho 05, 2008

Here comes the sun




"....
Sun, sun, sun, here it comes...
Little darling, I feel that ice is slowly melting
Little darling, it seems like years since it's been clear
Here comes the sun, here comes the sun,
And I say it's all right
It's all right "


The Beatles

A queda do Império

Noite.
Taxista.

-"Sabe, está para haver uma revolução..."
-"mmm desculpe?"
-"Uma guerra civil."
-"mm.... cá?" digo com cara de cá-não-acontece-nada-pá.
-"e para breve. Os pobres vão cortar a cabeça aos ricos. Eu pensava que seria daqui a dez anos, mas pela conversa que tive ontem com uma senhora no taxi, percebi que será daqui a 4 anos."
-"ah, ainda vai demorar. Mas isso até faz falta." Eu à espera que ele fosse o cabecilha da guerra civil e afinal nada.
-"Mas sabe que isto me assusta, sabe porquê? porque faremos outra revolução sem sentido e o país não vai encontrar o rumo, e vamos continuar à deriva. Estude história, meu amigo."

Ok.

Imaginar longa dissertação sobre a queda do império português, metendo Filipes, guerras liberais, e a Inglaterra de 1820 e o Sebastianismo.

Encontrado um taxista tão douto e de calibre intelectual à minha altura, tive de partilhar a minha opinião. Resumi a existência do português à sua burrice, ingovernabilidade e talento para se queixar da vida. O gajo ficou ofendido, afinal parece que tinha fé que um dia ainda damos a volta por cima.

quarta-feira, junho 04, 2008

Um ano.

Passou a correr, com tanta coisa pelo meio. Mas as vezes em que este senhor é relembrado são muitas. Continua vivo, portanto.

terça-feira, junho 03, 2008

Filosofias de vida

Your life is guided by the concept of Existentialism: You choose the meaning and purpose of your life.

“Man is condemned to be free; because once thrown into the world, he is responsible for everything he does.”
“It is up to you to give [life] a meaning.”
--Jean-Paul Sartre

“It is man's natural sickness to believe that he possesses the Truth.”
--Blaise Pascal

More info at Arocoun's Wikipedia User Page...
Existentialism

95%
Hedonism

85%
Nihilism

70%
Utilitarianism

70%
Strong Egoism

60%
Justice (Fairness)

55%
Kantianism

40%
Apathy

20%
Divine Command



Estes teste são mesmo uma treta. Se fosse exacto, tinha uma percentagem de apatia superior às outras todas juntas.
Descoberto nas Horas Perdidas